Durante três anos de casamento, Matheus Soares sempre havia negligenciado Stella Celeste, tratando-a como algo descartável, enquanto valorizava seu primeiro amor como um tesouro. Ele a ignorou e a maltratou, transformando seu casamento em uma prisão.Stella sempre aguentou tudo sem limites, porque ela amava profundamente Matheus!Até aquela noite chuvosa, quando ele a abandonou grávida para voar para o exterior e estar com seu primeiro amor, enquanto Stella, com as pernas ensanguentadas, rastejava até a porta para chamar uma ambulância...Finalmente, ela se libertou, compreendendo que o coração de Matheus nunca seria aquecido pelo seu amor.Stella escreveu um acordo de divórcio e saiu silenciosamente.…Dois anos depois, Stella retornou ao país, cercada por muitos admiradores.Seu ex-marido canalha a pressionou contra a porta, dizendo com uma ameaça crescente: - Sra. Soares, eu ainda não assinei o acordo de divórcio! Não pense que poderá ficar com outro homem!Stella sorriu levemente: - Sr. Matheus, não há mais nada entre nós!Os olhos do homem ficaram levemente vermelhos, e ele falou com a voz trêmula, lembrando os votos matrimoniais: - Matheus e Stella, até que a morte os separe, proibido o divórcio!
Ler maisMatheus permaneceu impassível:— Então quanto você quer? Vinte mil? Ou talvez duzentos mil?Stella, irritada, deu-lhe um tapa na cara. Logo depois, ela se arrependeu, sabia que não podia se dar ao luxo de provocar um homem como ele. E se ele decidisse se vingar dela?Na verdade, o tapa não foi forte, e Matheus não se importou. Ele tocou o rosto, com um olhar profundo:— Que tal dois mil por um beijo? O que acha?O quê? Stella não entendeu o que ele queria dizer. Matheus deu um passo para trás, se encostou na parede e tirou um cigarro do bolso, acendendo-o lentamente e dando duas tragadas. Depois, olhou para ela e deu uma risada leve:— Ainda não vai entrar? Ou está esperando que eu continue te beijando?Stella sentiu uma onda de raiva contra ele. Sem responder, correu de volta para o seu quarto, fechou a porta e se encostou contra ela, ofegante. Suas pernas ainda estavam trêmulas, e ela não conseguia tirar da cabeça a sensação do beijo, o quanto ele a apertou, o leve aroma de colôn
Mas ela precisava falar com ele, então juntou coragem e se aproximou. Quando chegou perto, percebeu que ele era muito alto, e ela só chegava até o seu ombro. Para falar com ele, precisava levantar o rosto. Hesitante, perguntou:— O dinheiro na minha carteira, foi você que colocou?Matheus não negou:— Foi, considere como uma pequena compensação.Stella respondeu baixinho:— Senhor, você não me deve nada! Eu não posso aceitar esse dinheiro, vou devolvê-lo para você.Matheus a observou em silêncio. Stella havia perdido a memória, mas sua personalidade permanecia a mesma: ela não gostava de aproveitar-se dos outros e não queria ficar em dívida com ninguém. Ela preferia manter tudo bem claro e justo.Ele não queria o dinheiro de volta, mas ao ver o constrangimento dela, decidiu segui-la até seu quarto. A recepcionista, ao ver Stella voltando com um homem tão bem vestido e imponente, ficou de boca aberta. Era difícil de acreditar que uma garota com aparência tão inocente estivesse envolv
Matheus estava com sentimentos conflitantes. Por um lado, sentia orgulho de ser pai, mas, por outro, sentia-se culpado por seus filhos. Stella, afinal, era a mãe deles, mas ele tinha que ensiná-los a agir como se não a conhecessem.Kyle, no entanto, estava radiante. Ela havia desejado tanto ver a mãe de novo, e por mais de um ano ela nem ousava sonhar que isso pudesse acontecer. Naquela noite, Kyle dormiu com um sorriso no rosto, seus sonhos cheios de doçura.Matheus ficou ao lado da cama da filha por um bom tempo, observando-a. De volta ao quarto, ele tomou um banho e deitou-se, mas não conseguia dormir.Foi quando recebeu uma mensagem de Lucinda. Era uma foto tirada pelo detetive, mostrando onde Stella estava hospedada: uma pousada simples chamada "Lírio".O coração de Matheus apertou ao ver a imagem. Uma hospedagem que custava apenas sessenta reais por noite não oferecia conforto algum. Stella, que sempre fora mimada desde pequena, nunca aceitava nada menos do que o melhor. E ag
Matheus voltou para a mansão.Paula e as crianças ainda não tinham jantado. Kyle estava sentada sob a luz, fazendo sua lição de casa com seriedade, enquanto Gabriel brincava com blocos de montar. Paula estava com eles, ajudando e observando.Do hall de entrada, ouviu-se o som de passos, e logo Matheus entrou na sala. Diferente do habitual, ele não trocou de sapatos, mas foi direto até Gabriel, pegou o menino no colo e o levantou no ar. Em seguida, foi até Kyle:— Vamos dar uma olhada nos deveres da irmã?Paula, sorrindo, comentou:— Kyle está sendo muito aplicada! Até praticou violino um pouco mais cedo.Kyle levantou o olhar, um pouco envergonhada, e sorriu de leve.Matheus acariciou a cabeça da filha, falando com carinho:— Vamos jantar primeiro, depois você termina, está bem?Nesse momento, os empregados começaram a servir a refeição.Originalmente, hoje era o aniversário de Stella, e Paula temia que Matheus se sentisse triste. No entanto, percebeu que ele estava de ótimo humor, se
Enquanto isso, a enfermeira entrou para retirar a agulha do soro e, com voz suave, disse: — Sra. Stella, o que colocamos no soro foi um suplemento nutricional. Após a alta, é importante cuidar da sua alimentação; você está um pouco desnutrida.Stella ficou um pouco envergonhada. Nos dias de hoje, estar desnutrida não era algo que se contava com orgulho. Ela respondeu baixinho, concordando.A enfermeira sorriu e saiu.Stella desceu da cama e começou a se preparar para ir embora, mas antes agradeceu a Matheus pela ajuda. Hesitante, perguntou:— Nós nos conhecemos?Matheus não respondeu imediatamente. Após um momento de silêncio, ele disse suavemente:— Apenas nos encontramos por acaso.Stella soltou um suspiro de alívio. Ao mesmo tempo, sentiu uma leve tristeza, embora não soubesse exatamente por quê.Antes de sair, ela foi até o banheiro. Diante do espelho, levantou a camisa branca e observou a pele do ventre liso. Ainda era possível ver algumas marcas tênues, cicatrizes de estrias, si
Matheus chegou ao local, mas Stella já não estava mais lá. Ele saiu da reluzente limusine preta. O homem, elegante e imponente, estava de pé na mesma calçada, com uma expressão de ansiedade no rosto, procurando desesperadamente por sua amada.“Stella, onde você está...”Do outro lado de uma vitrine de loja, Stella observava o homem. Ele era incrivelmente atraente, e as roupas e acessórios que usava pareciam ser de altíssimo valor. De repente, ele olhou para ela.Seus músculos faciais se contraíram e seus olhos mostravam uma emoção extremamente complexa. Stella sentiu seu coração acelerar sem motivo aparente.Ela olhou para os próprios pés, calçando um par de tênis desbotados. Em seguida, olhou novamente para o homem, notando o contraste gritante entre eles. Ela apertou os lábios suavemente, pensando que não havia como eles se conhecerem, sua vida simples nunca cruzaria o caminho de um homem tão refinado.Mas o olhar do homem era ardente, como se pudesse derretê-la. Stella queria s
Matheus preencheu o buraco com areia fina, deixando tudo perfeitamente liso, sem qualquer sinal. Ele ficou parado por um longo tempo, antes de se levantar suavemente. Quando saiu, havia lágrimas em seus olhos...Ele sabia que, no final, era apenas um ser humano comum, incapaz de mudar o destino. Por mais riquezas que possuísse, não poderia trazer sua amada de volta. Ele relutava em aceitar, mas a verdade estava clara em sua mente: sua Stella se foi. A partir de agora, não haveria mais Stella....Ao entardecer, Matheus voltou à cidade. O carro preto de luxo avançava devagar, com a janela traseira parcialmente aberta. Matheus olhava para o céu tingido de tons alaranjados, seu rosto magro sem expressar qualquer emoção. Ele não percebeu que, do outro lado da rua, Stella estava ali parada, com uma expressão perdida.Ela não tinha lembranças do passado, nem familiares. Apenas duas mudas de roupas, um pouco de trocado, e um documento de identidade simples com o nome Stella Celeste, nas
Ele não queria outras mulheres. Ele não precisava de mais ninguém!...Matheus ficou sentado por muito tempo, voltando para casa apenas ao entardecer. O Rolls-Royce preto entrou lentamente pelo portão de ferro forjado, e quando o carro parou, o céu já estava escurecendo, restando apenas um leve brilho crepuscular no horizonte.Matheus desligou o carro, abriu a porta e saiu. Kyle correu de dentro da casa, abraçando suavemente a perna dele e chamando-o de papai com uma voz macia.Naquele instante, o coração de Matheus tremeu. As memórias dolorosas atacaram-no novamente, lembrando da cena que ele havia descrito para Stella: ele chegando em casa do trabalho, com a filha correndo para abraçar sua perna e chamando-o de papai. Naquela época, ele sussurrava em seu ouvido: “Stella, me dá uma menininha, por favor!”Os olhos de Kyle eram tão parecidos com os de Stella, tão vivos e reais diante dele. Mas Stella não estava mais ali!Matheus olhou fixamente para Kyle por um longo tempo. Ela, talvez
De repente, Paula se virou, com os olhos cheios de lágrimas e os lábios trêmulos. Ela disse, emocionada:— Matheus, você está louco! Você passou anos e anos morando aqui, sem pensar em si mesmo ou nos seus pais, mas você precisa se preocupar com as crianças. Kyle tem pesadelos todas as noites e Gabriel não disse uma palavra o ano inteiro! Matheus, eles não precisam só de uma mãe, precisam de um pai também... Você fica fora de casa o ano todo, eles não se sentem seguros! Matheus, olhe para as crianças!O rosto de Matheus se contraiu ligeiramente. Demorou um momento para ele levar a bituca de cigarro aos lábios, mas o cigarro já estava apagado.Ele olhou em silêncio para o cigarro apagado por um longo tempo, antes de dizer com voz rouca:— Dona Paula, este ano foi difícil para a senhora!Seus olhos ficaram ligeiramente úmidos, mas ele não disse mais nada. Naquela noite, ele sentou-se à beira do penhasco e pegou o violino de Stella, tocando a música "Fool Love" no meio das montanhas.Na