Matheus voltou para a mansão.Paula e as crianças ainda não tinham jantado. Kyle estava sentada sob a luz, fazendo sua lição de casa com seriedade, enquanto Gabriel brincava com blocos de montar. Paula estava com eles, ajudando e observando.Do hall de entrada, ouviu-se o som de passos, e logo Matheus entrou na sala. Diferente do habitual, ele não trocou de sapatos, mas foi direto até Gabriel, pegou o menino no colo e o levantou no ar. Em seguida, foi até Kyle:— Vamos dar uma olhada nos deveres da irmã?Paula, sorrindo, comentou:— Kyle está sendo muito aplicada! Até praticou violino um pouco mais cedo.Kyle levantou o olhar, um pouco envergonhada, e sorriu de leve.Matheus acariciou a cabeça da filha, falando com carinho:— Vamos jantar primeiro, depois você termina, está bem?Nesse momento, os empregados começaram a servir a refeição.Originalmente, hoje era o aniversário de Stella, e Paula temia que Matheus se sentisse triste. No entanto, percebeu que ele estava de ótimo humor, se
Matheus estava com sentimentos conflitantes. Por um lado, sentia orgulho de ser pai, mas, por outro, sentia-se culpado por seus filhos. Stella, afinal, era a mãe deles, mas ele tinha que ensiná-los a agir como se não a conhecessem.Kyle, no entanto, estava radiante. Ela havia desejado tanto ver a mãe de novo, e por mais de um ano ela nem ousava sonhar que isso pudesse acontecer. Naquela noite, Kyle dormiu com um sorriso no rosto, seus sonhos cheios de doçura.Matheus ficou ao lado da cama da filha por um bom tempo, observando-a. De volta ao quarto, ele tomou um banho e deitou-se, mas não conseguia dormir.Foi quando recebeu uma mensagem de Lucinda. Era uma foto tirada pelo detetive, mostrando onde Stella estava hospedada: uma pousada simples chamada "Lírio".O coração de Matheus apertou ao ver a imagem. Uma hospedagem que custava apenas sessenta reais por noite não oferecia conforto algum. Stella, que sempre fora mimada desde pequena, nunca aceitava nada menos do que o melhor. E ag
Mas ela precisava falar com ele, então juntou coragem e se aproximou. Quando chegou perto, percebeu que ele era muito alto, e ela só chegava até o seu ombro. Para falar com ele, precisava levantar o rosto. Hesitante, perguntou:— O dinheiro na minha carteira, foi você que colocou?Matheus não negou:— Foi, considere como uma pequena compensação.Stella respondeu baixinho:— Senhor, você não me deve nada! Eu não posso aceitar esse dinheiro, vou devolvê-lo para você.Matheus a observou em silêncio. Stella havia perdido a memória, mas sua personalidade permanecia a mesma: ela não gostava de aproveitar-se dos outros e não queria ficar em dívida com ninguém. Ela preferia manter tudo bem claro e justo.Ele não queria o dinheiro de volta, mas ao ver o constrangimento dela, decidiu segui-la até seu quarto. A recepcionista, ao ver Stella voltando com um homem tão bem vestido e imponente, ficou de boca aberta. Era difícil de acreditar que uma garota com aparência tão inocente estivesse envolv
Matheus permaneceu impassível:— Então quanto você quer? Vinte mil? Ou talvez duzentos mil?Stella, irritada, deu-lhe um tapa na cara. Logo depois, ela se arrependeu, sabia que não podia se dar ao luxo de provocar um homem como ele. E se ele decidisse se vingar dela?Na verdade, o tapa não foi forte, e Matheus não se importou. Ele tocou o rosto, com um olhar profundo:— Que tal dois mil por um beijo? O que acha?O quê? Stella não entendeu o que ele queria dizer. Matheus deu um passo para trás, se encostou na parede e tirou um cigarro do bolso, acendendo-o lentamente e dando duas tragadas. Depois, olhou para ela e deu uma risada leve:— Ainda não vai entrar? Ou está esperando que eu continue te beijando?Stella sentiu uma onda de raiva contra ele. Sem responder, correu de volta para o seu quarto, fechou a porta e se encostou contra ela, ofegante. Suas pernas ainda estavam trêmulas, e ela não conseguia tirar da cabeça a sensação do beijo, o quanto ele a apertou, o leve aroma de colôn
Stella Celeste não sabia se todos os homens que traíam tinham dois celulares.Enquanto Matheus Soares tomava banho, sua amante lhe enviou uma selfie.Ela era uma jovem muito bonita, de aparência delicada, mas vestia roupas elegantes que não condiziam com sua idade, o que a fazia parecer um pouco deslocada.Ela enviou: [Sr. Matheus, obrigada pelo seu presente de aniversário.]Stella olhou por um longo tempo, até seus olhos ficarem cansados. Ela sempre soube que havia outra mulher na vida de Matheus, mas nunca imaginou que seria uma garota assim. Além da dor, também ficou surpresa com o tipo de mulher que seu marido preferia.Ela pensou consigo mesma: “Desculpe por descobrir o segredo de Matheus.”O som da porta do banheiro sendo aberta veio de trás.Logo em seguida, Matheus saiu com vapor ao redor do corpo, envolto em um roupão branco que ressaltava seus músculos abdominais definidos e peito robusto, exalando uma elegância sedutora.- Até quando vai continuar olhando? - Ele tirou o celu
Seis anos, ela o amou por inteiro durante seis longos anos!Stella fechou os olhos abruptamente....Stella não esperou por Matheus voltar naquela sexta-feira à noite, quando a família Celeste enfrentou uma grande crise.As notícias se espalharam, o primogênito da família Celeste, Marcelo Celeste, poderia ser condenado a dez anos de prisão devido ao escândalo econômico do Grupo Celeste.Dez anos, suficiente para destruir uma pessoa.Naquela noite, o pai de Stella, Jacarias, sofreu um derrame cerebral grave e precisou de uma cirurgia de emergência.Stella estava parada no corredor do hospital, ligando constantemente para Matheus, mas ele não atendia mesmo após várias tentativas. Quando ela estava prestes a desistir, Matheus mandou uma mensagem no WhatsApp.Como sempre, economizando palavras:[Ainda estou na Cidade H, se precisar de algo, fale com a secretária Lucinda.]Stella tentou ligar novamente, e desta vez Matheus atendeu. Ela se apressou em dizer: - Matheus, meu pai...Mas Matheu
Três dias depois, Matheus retornou à Cidade B.Ao entardecer, com o céu escurecendo, um reluzente carro preto adentrou lentamente a mansão e parou, desligando o motor.O motorista abriu a porta do carro.Matheus saiu do veículo e fechou a porta traseira com a mão, dizendo indiferente ao motorista: - Eu mesmo carrego as malas.Assim que entrou no saguão, foi recebido pelos empregados da casa: - Sr. Jacarias teve um problema nos últimos dias, e a Sra. Soares está no andar de cima agora, devido ao seu mau humor!Matheus já estava ciente dos problemas da família Celeste.Ele carregava um peso em seu coração, subiu as escadas com a bagagem, empurrou a porta do quarto e viu Stella sentada em frente à penteadeira organizando seus pertences.Matheus colocou a bagagem no chão, afrouxou a gravata e se sentou na beira da cama, observando sua esposa.Desde o casamento, Stella sempre gostou de fazer as tarefas domésticas, organizar e arrumar, fazer pequenos quitutes... Se não fosse pela sua aparê
- Sim, minha família faliu e você me dá um subsídio de cem mil por mês. Mas cada vez que eu recebo um cheque, me sinto como uma prostituta barata, apenas uma recompensa após ser usada para satisfazer desejos sexuais! - Disse ela....Matheus interrompeu friamente: - É assim que você pensa?Ele segurou gentilmente o queixo dela:- Existe alguma prostituta como você, que não sabe como agradar um homem? Durante o sexo, você nem geme ou faz barulho, apenas fica com uma expressão vazia! Quer se divorciar? Você acha que pode ter uma vida melhor sem mim?Stella sentiu dor quando ele apertou seu queixo e tentou afastá-lo com a mão...No segundo seguinte, Matheus segurou sua mão, com o olhar gelado fixo no dedo anelar vazio dela:- E a sua aliança de casamento?- Eu a vendi! - Stella disse com tristeza na voz. - Matheus, vamos nos divorciar!Aquela frase esgotou todas as suas forças. Matheus era o homem que ela amava havia seis anos. Se não fosse pela noite fatídica, se não tivesse visto os fo