Após a morte do pai, Clara não teve escolha. O destino, implacável e misterioso, a arrastou para Willow Creek, uma cidade pacata que escondia segredos ancestrais e um destino sombrio. Sozinha, ela enfrentou a dor e a solidão, até encontrar Ethan, um homem enigmático e selvagem que a atraiu para um turbilhão de paixão e perigo. A atração entre eles foi imediata, visceral, desafiando a lógica e a razão. Clara se entregou ao amor proibido, mergulhando em um relacionamento intenso e arriscado, onde o medo se misturava com um desejo irresistível. A cada encontro, ela desvendava um pouco mais da alma complexa de Ethan, descobrindo as cicatrizes e os segredos que o tornavam ainda mais fascinante. Mas a verdade, quando revelada, foi devastadora: Ethan era um lobisomem, e Clara, sem o saber, a predestinada do alfa, a escolhida para um destino que transcendia a própria vontade. O medo se transformou em aceitação, a luta contra o destino em uma entrega irreversível.Clara não escolheu Willow Creek, nem Ethan, nem o sobrenatural que os unia. Ela foi arrastada por um destino inelutável, um chamado antigo que a transformaria para sempre, selando seu laço com o alfa em um amor proibido, selvagem e eterno.
Ler maisArtemio, o curandeiro, tinha um olhar gentil, seus olhos castanhos brilhando com uma sabedoria ancestral. Tibério, o mestre, emanava uma aura de poder contido, sua presença imponente, mesmo sem dizer uma palavra. Os outros lobisomens, uma mistura de idades e temperamentos, observavam-me com uma mistura de curiosidade e cautela. Eram seres poderosos, capazes de se transformar em feras imponentes, e eu me sentia minúscula, frágil, exposta sob seus olhares.Ethan, percebendo minha crescente apreensão, me puxou levemente para perto, seu braço protegendo-me discretamente.___ venha Clara quero te mostrar outro canto. A frase de Ethan ecoou em meus ouvidos enquanto seguíamos pelas vielas daquela pequena comunidade. O ar fresco da manhã trazia o aroma da terra úmida e das flores silvestres. Homens trabalhavam nos campos, suas ferramentas brilhando sob o sol nascente, enquanto mulheres lavavam roupas num riacho próximo, saudando Ethan com sorrisos calorosos. Era uma cena bucólica, quase
A ansiedade roía-me por dentro na manhã seguinte. Cada olhar no relógio amplificava a expectativa, o tempo se esticando até o nosso horário combinado. Finalmente, faltando uma hora, Ethan chegou. Eu mal havia tomado um banho."__Combinamos um pouco mais tarde, ainda não estou pronta", murmurei, a voz um pouco trémula._"Sei disso. Vim mais cedo porque preciso te dar algumas instruções e cuidados importantes", respondeu ele, a seriedade em seus olhos me deixando um pouco apreensiva._"Certo, entre."Ao entrar, notei imediatamente que ele vestia apenas uma calça folgada._"E suas roupas?", perguntei, a curiosidade misturada à inquietação._"Não vou precisar delas."_"Ah...", respondi, sem entender. A resposta dele soou enigmática.Ele enfiou a mão no bolso, retirando um pequeno vidrinho transparente contendo um líquido viscoso._"O que é isso?", perguntei, apontando para o frasco.__"Óleo de ervas. Você precisa usar para disfarçar seu cheiro.""__Por quê?", questionei, o medo começand
A dor e a raiva que eu sentia em relação a mim mesma se transformaram em um impulso de afastá-la. Ela se despediu, e eu assisti, aliviada, enquanto se afastava. A verdade é que eu não suportava mais vê-la, vibrando com a vida, com as oportunidades que eu não conseguia alcançar. A inveja corroía minha alma, um veneno que me deixava ainda mais apática. Com a porta fechada, a solidão tomou conta novamente, e eu me vi cercada por pensamentos sombrios. O desejo de fugir, de escapar para longe daquele lugar, ainda pulsava dentro de mim, mas, mesmo assim, eu ainda não conseguia me mover. A cama, com seus lençóis amarrotados, parecia a única coisa que me oferecia consolo em meio ao caos da minha mente. Arrastar-me até o quarto foi um ato quase mecânico, o corpo pesado como chumbo. Afundei na cama, a escuridão me envolvendo como um abraço sufocante. Olhei para o teto, as horas se esvaindo em um turbilhão de pensamentos confusos. Então, veio a visão, intensa e nítida como um golpe. Não for
A manhã me recebeu com a boca amarga e os olhos inchados, reflexo de uma noite passada em prantos. O caos reinava em meu pequeno apartamento, espelhado nas garrafas de vinho espalhadas pelo chão, vazias e acusadoras. Ethan, em sua suposta preocupação, esvaziara minha reserva, acreditando que me impediria de beber. Engano seu. Eu precisava daquela bebida, precisava do entorpecimento.Vesti uma roupa qualquer e saí, rumo ao mercado. A tarefa de reabastecer meu estoque, tão simples em outras ocasiões, tornou-se um desafio. Ao chegar ao caixa, a atendente me olhou com uma expressão de pena contida.— Sinto muito, mas não posso vender mais bebidas para a senhora.— Como assim? — perguntei, mostrando as notas em minha mão. — Estou com o dinheiro para pagar.— Me pediram para não vender mais para a senhora, porque está tendo problemas com álcool.— Quem disse isso? — minha voz tremeu, a raiva começando a ferver.— Não importa, senhorita.— Que seja — rosnei, a frustração me sufocando. —
A solidão era uma constante, um vazio que tentava preencher com o álcool, dia após dia. Não havia trégua, cada gole uma tentativa desesperada de silenciar a dor que me consumia. Mas naquela noite, decidi romper com a inércia. Me arrumei e fui para uma festa, buscando um escape, mesmo que efêmero. Dancei até a exaustão, bebi o suficiente para embotar a realidade, flertei, mas meus olhos se prenderam a um moreno alto, com um olhar intenso e perigoso que, paradoxalmente, me atraía. Ele se ofereceu para me levar para casa, e, apesar do pressentimento ruim, aceitei. Não me importava mais com as consequências.Ele me conduzia para fora, quando uma voz cortou o ar: __"Deixe-a em paz, Dean."Ethan. Ao seu lado, Sarah. A raiva explodiu dentro de mim, um vulcão prestes a entrar em erupção."Me deixe, Ethan. Vou com Dean." A declaração foi firme, desafiadora. Abracei a cintura do moreno, que sorriu, um sorriso que carregava uma promessa sombria.__"Como ouviu, Ethan. Ela prefere ir comigo
Havia dias que não via Ethan nem Sarah. Os dois me haviam abandonado, sumido do mapa. Talvez Ethan tivesse escutado meu conselho, aquele conselho precipitado, e agora, finalmente, ele e Sarah estivessem juntos. A ideia me atingiu como um soco no estômago, mas um soco lento, que ia se espalhando aos poucos por todo o meu corpo.Caminhei até a geladeira, um espaço vazio e gélido que espelhava a solidão que me consumia. Meu vinho, meu único companheiro nas noites solitárias, tinha acabado. Um vazio que ecoava o vazio dentro de mim.Vesti a primeira roupa que encontrei, passei uma camada generosa de maquiagem para disfarçar a tristeza que me deixava com os olhos inchados e a pele pálida. Era uma máscara, uma armadura frágil contra o mundo. Fui até o mercado, a necessidade de preencher o vazio físico se sobrepondo à dor emocional. Enchi o carrinho de garrafas, um gesto desesperado, uma tentativa de aplacar a sede que me consumia.No caixa, enquanto esperava para pagar, o destino, cruel
“__Não é minha culpa, Sarah…”__“Eu sei. Ethan… é apenas uma lembrança. Uma sombra do que poderia ter sido.”Ela pegou a bolsa, o olhar perdido no horizonte, como um navio à deriva num mar sem fim.__“Não tenho mais nada a dizer.”__“Você é minha amiga?”_“Estive com você nos seus piores momentos. Cuidando de você. Te apoiando. Até o fim.”_“Sim.”_“Então está dito. Adeus.”Ela se foi. E eu fiquei sozinha, envolta numa névoa de tristeza, com o peso de séculos de tragédias sobre os meus ombros, como se carregasse o peso do mundo.O restante da manhã se esvaiu como areia entre os dedos. Joguei-me no sofá, afundando na culpa e na autocomiseração. A imagem de Sarah, seu sorriso gentil, sua lealdade inabalável… tudo me atingiu com a força de uma onda. Lembranças inundaram minha mente: nossa amizade, desde o início; ela me ajudando a investigar Ethan, mesmo sabendo de todos os seus segredos; os dias em Willow Creek, transformados pela sua presença; nossas saídas, leves e divertid
Na manhã seguinte, Ethan me deixou em casa. A brisa matinal, normalmente refrescante, era opressiva, carregada de uma ansiedade que me sufocava. Vi Sarah na calçada, o rosto pálido sob a luz fraca do sol nascente. Seus olhos, normalmente brilhantes, estavam arregalados, cheios de uma preocupação que me atingiu como um golpe físico.__“Clara! Onde você estava? Me deixou louca de preocupação! Pensei que algo terrível tivesse acontecido.” Sua voz tremia, carregada de um medo que ecoava o meu próprio pânico das horas anteriores.Ethan apareceu atrás de mim, seu sorriso habitualmente encantador agora parecia forçado, quase ameaçador. Sarah o notou imediatamente, sua expressão mudando de preocupação para uma mistura de raiva e medo.__“O que você está fazendo com ele, Clara? Eu já te disse…” Ela começou, mas sua voz falhou, interrompida por um nó na garganta. A raiva em seus olhos era inegável, mas por trás dela, eu via uma profunda tristeza.__“Que ele é perigoso? Até quando você
Enrolei-me na toalha e voltamos para dentro da cabana. Ethan me surpreendeu ao me dar um vestido branco rendado e uma lingerie delicada. __De quem era? a curiosidade me dominou ao vê-lo emocionado.Ele sorriu levemente, um misto de nostalgia e carinho. __São seus vestidos, guardei comigo… Era a única lembrança de você.Vesti o vestido, que se ajustou perfeitamente, embora um pouco mais frouxo do que eu lembrava. __Queria poder me lembrar de mais coisas sobre nós, Ethan!__Eu acho que para você seria melhor não lembrar…__Por que não? Perguntei, sentindo a frustração se intensificar.__Vai te poupar sofrimento…__E quem disse que é isso que eu quero? meu desafio pairou no ar, e a tensão entre nós cresceu.__Eu sei… Ele respondeu, a sinceridade em sua voz era palpável.Fiquei olhando para ele, desnudando minha alma, enquanto a dor da separação ainda pulsava em meu coração. Apesar de tudo, eu sabia que Ethan era o que eu queria. E, naquele momento, sob as estrelas, com o vestido que e