JAVIER HERRERA é o herdeiro de um dos cartéis mais poderosos do México, moldado por um legado de ambição e rivalidade. Desde cedo, ele aprendeu a jogar o jogo de poder, mantendo uma fachada fria e impenetrável. No entanto, seu casamento arranjado com Sofia Montoya, uma mulher que despreza tudo que o cartel representa, começa a despertar sentimentos inesperados. Quando ela revela que está grávida, ele se vê diante de um dilema: sua lealdade ao cartel ou o amor que está nascendo em seu coração. CAMILLE MENDONZA sempre se opôs ao mundo do cartel, vivendo uma vida de independência e liberdade. No entanto, sua vida muda drasticamente quando é forçada a se casar com Javier Herrera, o herdeiro de um cartel rival, para selar a paz entre suas famílias. Enquanto tentam conviver em um relacionamento marcado por ressentimentos, sentimentos inesperados começam a florescer entre eles. Quando descobre que está grávida, ela se vê em um dilema: usar essa nova vida como moeda de troca para ter sua vida de volta ou se entregar aos seus sentimentos. "Entre o amor e a vingança, meu coração se tornava a arma mais perigosa."
Ler maisCamila As batidas na porta me tiraram dos pensamentos que rodopiavam na minha cabeça como uma tempestade. Quando abri, me deparei com Carmen, a governanta, me olhando com um ar de impaciência.— Olá, senhora Herrera — disse, sem muito entusiasmo, como se tivesse certeza de que eu não estaria empolgada para o que vinha a seguir. — Está na hora de aprender como as coisas funcionam por aqui. Afinal, você é a senhora desta casa, e há certas responsabilidades que cabem apenas a você.E lá vem mais responsabilidade...A última coisa que eu esperava era uma aula de administração doméstica, mas Carmen não me deu tempo para discutir. Ela virou-se, acenando para que eu a seguisse, e eu, com um suspiro resignado, fui atrás dela.Descemos as escadas, passando pelo longo corredor que levava à cozinha, e durante o trajeto ela começou uma explicação minuciosa sobre as rotinas da casa. Falava dos horários de limpeza, dos funcionários que ficavam à disposição o tempo todo e até dos detalhes mais bana
JavierAssim que chegamos em casa, a atmosfera estava tensa. O ambiente luxuoso e cuidadosamente decorado não fazia nada para aliviar a pressão que pairava entre nós.O aroma familiar do café e do couro polido da mobília preenchia o ar enquanto seguíamos em silêncio até o corredor que levava aos nossos quartos. Camila caminhava à frente, os passos firmes e decididos, mas eu podia sentir sua ansiedade a cada movimento.— Camila, espera um momento — chamei, mantendo o tom calmo enquanto a seguia até o quarto.Ela parou e se virou para mim, cruzando os braços como se estivesse se protegendo de um ataque. O olhar duelista or nos olhos dela me fez entender que ela estava pronta para qualquer tipo de batalha.— O que foi agora? — perguntou, com um tom sarcástico que deixava claro que estava longe de estar satisfeita.— Precisamos conversar sobre o que falri no carro — disse, tentando manter um tom neutro, mas as palavras pareciam pesadas na língua.— Ah, claro. Vamos falar sobre o que realm
CamilaA manhã estava tranquila e rotineira na lanchonete, apesar do movimento aumentar em determinados momentos, mas nada que não dessemos conta.Ajudava a cozinheira com os pedidos da manhã, distraída em meio ao vapor das panelas e o aroma de café e panquecas, que tornavam o ambiente acolhedor.Estava enfileirando pratos no balcão, organizando o próximo pedido, quando a porta da cozinha se abriu, e uma das garçonetes, Carla, entrou com uma expressão meio divertida no rosto.— Camila, um cliente pediu pra ser atendido só por você — ela anunciou, me estendendo um bilhete com o pedido.Franzi a testa, intrigada. Não era comum que alguém fizesse questão de um atendimento específico. Peguei o pedido da mão dela e olhei de relance para a mesa que ela apontou. Vi um homem com o rosto coberto pelo cardápio e caminhei na direção dele, preparando um sorriso educado para o desconhecido.Ao chegar à mesa, parei, esperando que o cliente baixasse o cardápio. E então ele o fez — e eu engoli em sec
Javier A manhã foi repleta de reuniões no meu escritório particular, uma sala elegante e discreta, em um prédio que usávamos apenas para negociações sigilosas e mais delicadas.Do lado de fora, minha equipe de segurança mantinha uma vigilância discreta, enquanto no interior, meu conselheiro de negócios, Marco, atualizava-me sobre o andamento de um carregamento importante. A rotina de controle e execução que fazia parte dos meus dias me dava uma sensação de segurança — e de poder.Juan Carlos havia feito questão de manter um olho atento no que se passava em nossos territórios conjuntos, e embora ele não estivesse lá, sua presença era perceptível através das informações que constantemente recebia. Enquanto ouvia Marco descrever as operações em andamento, minha mente vagava momentaneamente para Camila. Tinha certeza de que a noite anterior fora desconfortável para ela, mas essa era parte da adaptação que ambos teríamos que enfrentar, uma fase inevitável e queria logo passar para a fa
O banheiro estava quente e silencioso, o vapor do banho ainda pairava no ar enquanto me encarava no espelho. O dia havia sido como um furacão, arrancando tudo do lugar e me forçando a aceitar a presença de Alejandro como uma sombra que eu não poderia evitar.Enrolo a toalha no cabelo, visto um robe de seda leve que estava entre as coisas que haviam sido cuidadosamente colocadas no banheiro e respiro fundo, ensaiando mentalmente o que viria em seguida. Mas, ao abrir a porta e ver o quarto vazio, senti um alívio inesperado.Javier não estava lá. A cama do lado dele parecia intacta, mas o lugar estava claramente vazio, e uma calma se instalou em mim.Talvez ele tivesse decidido dormir em outro quarto, como uma trégua não declarada. Com isso em mente, deitei-me na cama, e pela primeira vez desde que o dia começara, deixei-me afundar no colchão macio e fechei os olhos, tentando silenciar os pensamentos que borbulhavam na minha mente.Acordo com a luz da manhã filtrando-se pelas cortinas pe
Javier O silêncio era pesado ao nosso redor e a noite parecia avançar com uma lentidão quase irritante.Eu não costumava me importar com formalidades, muito menos com o que as pessoas esperavam de mim. Mas com Camila era diferente. Ela me encarava como se cada movimento meu fosse uma ameaça, cada palavra uma promessa de algo inevitável. Não estava acostumado com isso, com alguém que desafiasse cada respiração minha, e não podia negar que isso tornava tudo um pouco mais… interessante.Ela estava de costas para mim, tentando se livrar do vestido, o corpo tenso e a frustração evidente. De repente, ouvi o som sutil de algo travado — o zíper. Uma praga escapou de seus lábios, e pude ver que tentava puxá-lo para baixo, mas o tecido parecia determinado a mantê-la prisioneira.— Precisa de ajuda? — pergunto, tentando esconder a provocação na voz.Ela congela por um segundo, e pude sentir o conflito em seu olhar pelo espelho à nossa frente, como se considerasse o orgulho acima da necessidade
A música suave preenchia o salão, mas para mim era apenas um ruído, abafado pelo peso do que eu acabara de fazer.Meus olhos vagavam pela multidão — rostos conhecidos e desconhecidos me lançando olhares curiosos, condescendentes, alguns até invejosos.Juan Carlos estava ao lado da minha mãe, conversando com um dos homens de confiança do cartel, e, a cada tanto, me lançava olhares que eu não conseguia ignorar. O brilho severo em seus olhos deixava claro que ele esperava nada menos que obediência. Eu deveria ser uma esposa exemplar, uma Mendonza que soubesse jogar esse jogo com sutileza e elegância.— Querida, você precisa se lembrar do que está em jogo aqui. — A voz de Roberta soou do meu lado, baixa e sem hesitação, enquanto ela me puxava de volta ao foco. Seu tom era gentil, mas o peso das palavras era esmagador. — Juanjá nos deu muito. É graças a ele que temos tudo isso, Camille. Tudo. Então, seja obediente, mostre que pode honrar nosso nome.Quis responder, dizer algo que a fizess
Javier A catedral estava repleta de rostos que e conhecia — aliados, rivais disfarçados, amigos de conveniência. Todos observavam com uma atenção calculada enquanto eu aguardava Camille no altar. O ambiente tinha aquele peso de cerimônias que uniam interesse e tradição. Mas desta vez, o noivo era eu. E a sensação de estar diante de algo irrevogável me surpreendia mais do que eu gostaria de admitir.Observo Juan Carlosao lado do altar, o olhar orgulhoso da obra que ele havia arquitetado. Esse casamento era seu troféu, o golpe mestre que silenciaria as ameaças que atormentaram nossas famílias por gerações.Camille e eu éramos peões importantes no tabuleiro dele, mas, para mim, isso nunca foi um problema — sempre estive disposto a fazer o que fosse necessário pelo meu próprio legado e pelo poder que ele me daria. Mas, naquele momento, o peso de tudo isso parecia diferente, como se algo profundo estivesse se rebelando contra o rumo das coisas.Quando as portas se abriram e ela começou a
O calor escaldante do México parecia atravessar as paredes da igreja, se somando à pressão que latejava em minha cabeça.O véu caía sobre meu rosto, abafando a visão e o ar, e eu sentia o suor frio escorrendo pela nuca. Minha pele parecia presa em seda e renda, mas aquilo não era nem de longe uma armadura.Era o traje de uma prisioneira prestes a cumprir uma sentença.A Catedral de Guadalupe estava lotada. Cada canto era ocupado por figuras importantes, aliados de ambos os cartéis, além dos curiosos que sabiam da cerimônia e queriam ver a união dos Mendonzas e dos Herrera. Para eles, aquilo era um espetáculo. Uma aliança histórica. Um “conto de fadas” de poder e influência, onde as famílias mais temidas da região colocavam as armas de lado e se uniam sob o pretexto de paz. Mas, para mim, tudo continuava sendo uma sentença perpétua.Olho para o altar, onde Javier me esperava, o rosto oculto sob a mesma máscara impassível que ele vestia em todas as nossas interações.Ele parecia uma es