~ Quando Penélope ouviu aquela frase, gelou de temor ~ — Sei que não é o momento, mas quero apresentar minha namorada: Penélope Waldorf. — Não seja burro! — cuspiu Marcela transtornada. — O sobrenome dessa pilantra é Teixeira, filha de Paloma Teixeira, a amante do seu pai — berrou voltando-se para o marido. — Confesse para o seu filho que você e essa cobra mataram o irmão dele — exigiu apontando um ponto ao lado do jovem casal. ~ Penélope pensava que o amor desapareceu, mas uma solicitação mudou sua vida ~ — Quero que se case com Diego e juntos adotem Samuel. — Casar com Diego? — Era estupidez repetir as palavras ouvidas, mas foi o que conseguiu balbuciar desnorteada. Abriu a boca para falar mais verdades ao homem que destruíra seus sonhos, porém Diego entrou naquele momento. Penélope apertou os lábios e os punhos, trancando sua revolta, e observou os olhos, que um dia a admiravam com devoção, estreitarem com reprovação. ~ O tempo deu a Penélope a resposta que ela sempre esteve procurando ~ — É o que proponho. Ele se aproximou e segurou o rosto dela com ambas as mãos, os polegares deslizando carinhosamente por sua face. Ela ficou paralisada, observando o efeito das luzes que vinham da casa no rosto dele, sentindo o perfume dele cada vez mais próximo. Enquanto ela se perguntava o motivo do cheiro dele ser tão bom, ele inclinou a cabeça e esfregou sensualmente a barba na face dela, os lábios deslizando suavemente por sua pele a caminho de sua boca.
Ler maisAo chegarem ao quarto, Diego depositou Penélope gentilmente no colchão macio. — Aqui estamos, meu amor! — sussurrou admirando as íris avelã. — Eu amo o seu cabelo. — Seus dedos se moveram pelos fios sedosos, deslizando até a nuca para atrai-la para mais perto. — Amo seu rosto, sua boca e o seu corpo inteiro. Amei desde o primeiro instante em que a vi e com um desejo tão poderoso que vai além da minha compreensão. Seus lábios encontraram os dela cheios de desejo, a língua movendo-se sensual, fazendo-a estremecer de excitação. Agarrando-se aos ombros largos e deixando-se dominar pela paixão dele, Penélope sentia a região mais íntima de seu corpo pulsar de desejo. Seus mamilos sensíveis e enrijecidos pressionavam o tecido rendado do sutiã. — Você é perfeita! — Diego murmurou deslizando beijos suaves pelo pescoço delicado. — É a minha tentação, Pen — complementou pressionando o corpo contra o dela, fazendo-a sentir a excitação do membro rígido, quente e ávido por baixo da calça. — E vo
A biblioteca da mansão Freitas estava envolta em um silêncio sereno quando Penélope finalmente ergueu os olhos do documento e encontrou o olhar de Diego.— Diego... Isso... isso é... — Engoliu em seco, tentando encontrar sua voz. — Você abriu mão de tudo que tem direito?Penélope olhou novamente para o documento, em que Diego renunciava a qualquer direito sobre a guarda e o herança dos futuros filhos que tivessem juntos, e também transferia o que recebeu em testamento para Samuel. Essa segunda parte era a que mais a emocionava, mostrava que ele de fato se importava com o menino que até pouco tempo desejava se livrar.— Sim, e não apenas por você, também é pelo Samuel, pela família que estamos construindo. — Segurando a mão dela, a levou de volta ao sofá, para sentarem. — Sou seu marido, você é minha esposa e Samuel é nosso filho agora — indicou com ternura. — Não quero que nada, muito menos dinheiro, se interponha entre nós. Eu quero estar ao lado de vocês, sem segredos, sem mentiras,
Os olhos da maioria das pessoas na biblioteca se voltaram para Marcela, com quem Roberto um dia compartilhou mais de trinta e cinco anos de casamento e a perda de um filho. Seu rosto estava pálido, porém desprovido de emoção.— Escondi a verdade por que, se essa história viesse à tona, causaria a desonra da memória do nosso filho. — Roberto continuou com um peso visível em suas palavras: — Eu... Eu fui o responsável pelo acidente fatal dele, não Paloma. — Fechou os olhos por um momento, antes de continuar a colocar para fora o fardo insuportável que carregava. — Luiz queria se divorciar de Tereza e casar com Paloma. Ameacei deserdá-lo se persistisse em me desobedecer, prosseguir com os planos que acabariam com a união entre as famílias, mas ele não se importou e foi atrás dela quando descobriu que a expulsei de Cezário.Marcela sentiu um nó se formar em sua garganta. A dor da perda de seu filho era uma ferida que nunca cicatrizou.— Meses depois descobri sobre Samuel, nosso neto, mas
Estando com o desgosto dos termos da primeira parte corroendo-a, Penélope tinha os olhos arregalados na tela, sem crer no que ouviu. Alucinava ou Roberto, conhecido por nunca mudar de ideia, desistiu de impor que a porcentagem seria repassada futuramente aos hipotéticos netos?A incredulidade estampada no rosto de Penélope era compartilhada por Diego. Sentado ao lado dela, ele fitava o televisor, sem compreender a declaração, esperando o truque após a fala.— Imagino que esta mudança o surpreenda, Diego — Roberto disse como se pudesse enxergar o filho através da tela. — Certa vez, Luiz me taxou de manipulador, sem consideração pelos sentimentos dos demais, que tratava todos como peças de um cruel e egoísta jogo de xadrez. Nunca joguei xadrez, mas ele estava certo — comentou dando de ombros. — Para ter a minha vontade atendida, o enganei Diego.A confissão de Roberto não surpreendente nenhum dos adultos na biblioteca. Diego, sentindo um nó se formar em seu estômago, apostava que, se en
A figura de Roberto Freitas preencheu a tela. Parecia imponente, olhando diretamente para a câmera com uma intensidade desconcertante, como se estivesse frente a frente com todos os presentes em pessoa e não em uma gravação.— Vovô! — Samuel gritou saindo do colo de Penélope para correr até o televisor. — Vovô! — Chorou, deslizando as mãos espalmadas no rosto preenchendo a tela.Sendo uma profissional pronta para qualquer situação, Tereza pausou o vídeo antes que a primeira palavra saísse dos lábios de Roberto.Diego e Penélope se precipitaram até o menino ao mesmo tempo, tentando confortá-lo da melhor maneira que podiam. O garoto estava visivelmente perturbado, a saudade do avô refletida em seus olhos marejados fixos na tela, a dor cortante saindo em súplicas para o avô voltar.— Tudo ficará bem, filho — sussurrou Diego, segurando o menino nos braços. — Seu avô sempre estará com você, em seu coração — disse olhando fundo nos olhos do menino e levando a mão pequena dele ao coração ag
A tensão na biblioteca era palpável. Todos estavam apreensivos, esperando para ouvir o que Tereza tinha a dizer sobre o futuro de cada um naquele cômodo, especialmente sobre Samuel. Penélope era a mais tensa e preocupada, tentando não demonstrar fraqueza, mas, sem perceber, agarrando a mão de Diego com força.Tereza finalmente quebrou o silêncio, respirando fundo antes de falar com frieza:— O direito de tutela nunca esteve em perigo. No entanto, como assinalei anteriormente, nos próximos dias será feito uma avaliação completa de sua capacidade como tutora — indicou. — Eu e o advogado que elaborou o testamento ajudaremos em todo o processo para garantir que a avaliação seja positiva.Sufocando um riso de alívio, Penélope moveu a cabeça em concordância. Determinada a fazer de tudo para garantir que a avaliação fosse positiva.— Antes de continuarmos, há algo que preciso confessar. — Tereza deslizou as mãos pela borda de mogno. — Embora tenha tido fama de sem coração, de impiedoso, Robe
Aproveitando o raro e precioso momento de tranquilidade, Penélope admirava Diego auxiliando Samuel com as peças de lego. Ou melhor, seguindo pacientemente as ordens do menino, que se esbaldava com a gigante taça que recebeu minutos antes, enquanto indicava o que queria que fosse feito a cada colherada. Era impressionante que um mês antes até imaginar aquela cena seria impossível.Podia ter suas dúvidas a respeito do amor de Diego por ela, mas não pensava o mesmo sobre a afeição dele pelo menino. E agora, que ele sabia o real laço que os unia, ficava óbvio que a conexão aumentou.Inspirou fundo, tomando mais um gole do suco de laranja que Diego trouxe em uma jarra. De um modo torto, manipulador e inescrupuloso Roberto cumpriu a palavra dada a Samuel, dando a ele o pai que sempre pediu.Uma leve batida interrompeu a interação. Carla, a governanta da mansão, abriu a porta ao receber permissão e tensa comunicou:— Sinto muito interromper, mas Tereza Mendez Freitas está na biblioteca e sol
Devagar, Diego colocou Penélope gentilmente na cama e, sentado na beirada, ajeitou o cobertor sobre ela. Enquanto terminava de acomodá-la, Penélope se remexeu, piscando lentamente os olhos avelã.— O que aconteceu? — murmurou, esfregando os olhos.— Você adormeceu no escritório e eu te trouxe para o nosso quarto — respondeu com um sorriso suave, acariciando o rosto dela. — Amor, você é incrível em muitas coisas, mas, definitivamente, é péssima com bebidas e cantando — brincou.Ainda sofrendo com os efeitos do álcool, Penélope riu, afagando os escuros fios castanhos do cabelo dele.— E você não presta, Diego Freitas. Mas eu... eu te amo, sabia?— Também te amo, Penélope. Mais do que tudo — garantiu movendo o rosto para beijar a palma da mão dela.Na nuvem leve da embriaguez, Penélope desejou que fosse verdade, que Diego a amasse mais do que tudo como declarava. Queria varrer para longe a dolorosa suspeita, o medo de se machucar da mesma maneira que sua mãe, se envolvendo em um romance
Avisado pela governanta que o jantar estava pronto, e que Penélope permanecia trancada no escritório de Roberto com as amigas, Diego deixou a empregada encarregada de levar Samuel para se alimentar e decidiu que ele próprio avisaria a esposa. Era uma oportunidade de conversarem, imaginou deixando Enrique ir junto para diminuir as chances de discutirem.A música esganiçada ao se aproximarem foi à dica de que dificilmente Penélope estaria em condições de discutir.— Garçooom[1] nu bar todo mundo é iguallll. Meu caso é banallll... Mas presta tenção pu favor....Bateu na porta e chamou por Penélope. No entanto, quem abriu foi Jéssica, a expressão carregada de culpa se movendo dele para Enrique alguns passos atrás.— Hum, posso ajudar?— Pra matar a tristezaaa é meeesa e baaarrr. Vou toma todas... me embriiaagaarr...Sendo pequena em relação a ele, não foi difícil para Diego observar o que acontecia atrás dela, vendo uma cena inusitada. Penélope e Ana estavam sentadas lado a lado atrás da