O filho secreto do CEO
O filho secreto do CEO
Por: Luciy Moon
Prólogo

Os olhos castanho-escuros que tanto amava brilhavam incandescentes, não de paixão, como se habituara, e sim de ódio. Seu grande amor, Diego Freitas, a desprezava e não tinha a menor intenção de esconder esse fato.

O desejo flamejante de retaliação presente nos olhos do homem que amava - que durante dias dissera amá-la -, aumentou seu medo e insegurança. Instintivamente apertou o bebê de dois meses contra si, vergonhosamente utilizando-o como uma barreira entre eles.

Samuel remexeu-se em seu colo e choramingou. O olhar furioso de Diego foi atraído para o bebê por um instante, retornando fulminante para ela. Os lábios, que por tantas vezes tomaram os seus com paixão, comprimiram em uma linha fina, o desgosto transformando a face bonita em uma máscara de rejeição e asco. Ele apagara as promessas de amor que fizeram, fechara o coração para ela e reservara ao pequeno Samuel um buraco de rancor.

Não mereciam essa atitude, não tinham feito nada, eram as vítimas.

— Diego, não tenho culpa... — disse querendo esclarecer o que os levara a mansão Freitas, mesmo tendo muito a perder se o fizesse.

— Cale-se! — ele a interrompeu bruscamente. — Não ouvirei novas mentiras. São desnecessárias.

Diego caminhou com passos pesados até a fonte de sua raiva.

Com medo, Penélope encolheu-se e apertou Samuel ainda mais contra si.

— Eu te amei tanto. Estive disposto a abdicar do meu status e do dinheiro por você, e o que ganhei? — ele disse com a voz carregada de dor e desgosto, com ela e consigo mesmo. As úmidas íris cor de chocolate e a expressão dolorida não o apiedaram, ao contrário, aumentaram a raiva corroendo-o. — Você e esse moleque maldito destruíram a minha família, a minha vida. Odeio-te com o triplo da força que te amei. Não aguento ficar ao seu lado, te olhar ou escutar sua voz traidora, por isso vou sair dessa casa. Mas não pense que deixarei o caminho livre para você e esse bastardo tirarem o que me pertence e a minha mãe — avisou antes de erguer a mala pousada no chão e sair batendo a porta de madeira maciça.

O barulho alto fez Penélope ter um sobressalto e Samuel chorar. Para acalmá-lo, o embalou e beijou com carinho os fios escuros - iguais aos de Diego - que cobriam sua cabecinha e sussurrou para ficar calmo, que ficariam bem. Ele não parou de chorar. Sua voz alterada pelo choro não passava segurança e as lágrimas quentes que escorriam por sua face o molhavam. Queria transmitir a força que Samuel necessitava, mas não conseguia.

Diego fechara mais que uma porta física, ele selara o passado de amor e companheirismo que tiveram, encerrara o desejo de ficarem juntos para sempre. Dali em diante ela teria de esquecer esses momentos, pelo seu bem e o de Samuel.

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