Pablo é um homem imerso em uma espiral interminável de desgraças. Ele perdeu pessoas que amava, está desempregado e sem um centavo no bolso. Parece que a vida o abandonou completamente. Mas, em meio a essa escuridão, surge uma pequena luz de esperança: um novo emprego como motorista pessoal de uma CEO arrogante. A oportunidade de trabalho surge como um raio de sol em um dia chuvoso. Pablo sabe que precisa agarrá-la com todas as forças, mesmo que isso signifique lidar com uma chefe difícil. Ele se prepara para enfrentar o desafio, colocando sua melhor roupa e ajustando sua postura. No primeiro dia de trabalho, Pablo se depara com uma mulher de presença imponente. A CEO, chamada Alicia, exala confiança e poder. Seus olhos frios e sua expressão séria deixam claro que ela não é alguém com quem se deva brincar. Enquanto conduz Alicia pelas ruas movimentadas da cidade, Pablo começa a perceber que sua vida está mudando. Ele está ganhando confiança em si mesmo, aprendendo a lidar com desafios e a superar obstáculos. O trabalho está se tornando mais do que apenas uma fonte de renda, é uma oportunidade de se reerguer ou até mesmo de se apaixonar. Se apaixonar por sua chefe.
Ler maisAlicia Pamuk — Somos nós — quase grito, indo em direção ao homem.— Como meu neto está? — Angela se apoia em meu braço e o médico dá um sorriso simpático.— Removemos a bala, por sorte ela não atingiu nenhum órgão vital. Estávamos esperando Pablo acordar da anestesia. Um sorriso se forma em meus lábios, junto com a sensação de alívio.— Podemos vê-lo? — Brenda pergunta.— Uma pessoa por vez — alerta.Não iria pedir para passar na frente da sua família.— Pode ir, filha. — Angela faz um carinho em meu braço.— A senhora tem certeza? — Vai, Alicia — Brenda diz impaciente e então sigo o médico.— Eu volto logo — digo me virando para trás.Entro no quarto, vendo Pablo escorado na cama, e corro até ele, eu quero abraçá-lo, mas tenho medo de machucá-lo. Ele está pálido e usa uma bata sem mangas do hospital, o curativo no ombro é maior do que eu imaginei. Seguro sua mão e dou um beijo rápido em seus lábios.— Está sentindo dor? — pergunto, passando os dedos por seu braço.— Você está de p
Pablo O trânsito tranquilo aparentemente vai permitir que eu chegue rápido no prédio de Alicia , estou ansioso para pedir perdão a ela e prometer que nunca mais a deixaria sozinha. Brenda está me ligando sem parar e me pergunto o que ela quer com tamanha urgência, aproveito que paro no farol para atender a sua ligação.Tenho uma sensação estranha.— O que foi, Brenda? — bufo.— Tem algo de errado, Pablo, tem algo de errado... — Ela está nervosa e sinto um calafrio.— O que está errado, Brenda? Está me assustando — digo firmemente. — A Alicia , Pablo, eu estava com ela no telefone... — ela fala tão rápido que custo a entender. Vejo o sinal abrir e tenho a sorte de encontrar um lugar para estacionar em frente a um quiosque.— Fale com calma, por favor — Ouço-a respirar pausadamente.— Eu estava com Alicia no telefone, dizendo que você tinha percebido que fez besteira e que estava indo vê-la. — Começo a me irritar.— Não tinha que fazer isso... — meu tom de voz deixa claro meu desagra
Alicia PamukMeu corpo ainda está tremendo, o nó em minha garganta me sufoca. Eu quero chorar e desabar. Estava tudo perfeito e Paul tinha que aparecer para estragar tudo. Por que ele não consegue me deixar em paz? Por um momento, pensei que ele tinha desistido, ido viver a sua vida de merda e me deixado em paz. O silêncio dentro do carro é sepulcral. Brenda está assustada, as mãos de Pablo estão sujas de sangue e ele sequer olhou em minha direção, sua mandíbula travada deixa claro que ele ainda está com muita raiva e sei que as palavras ditas por Paul o afetaram, tenho medo de pensar no que elas podem ter causado, tenho medo de ele abrir mão de nós. Não quero pensar na possibilidade de Paul ir até polícia por conta da sua cara destruída. Não posso negar que vê-lo naquele estado foi satisfatório, me arrisco a dizer que não foi nem um terço do que ele merece. Passo as mãos suadas pelo tecido do vestido, puxando o ar com força. Fecho os olhos e tento me concentrar na minha respiraç
Alicia Pamuk Estou mais nervosa do que parece, talvez nunca tenha ficado tão ansiosa por um lançamento, não só pelo fato de estar colocando no mercado uma linha de produtos mais acessível, mas também por ser o primeiro evento que vou estar oficialmente com Pablo Rodriguéz ao meu lado.O frio na barriga é recorrente. Deixei toda a organização do lançamento aos cuidados da equipe de marketing e de Mili e, mesmo tendo aprovado cada detalhe, o medo de não sair como planejado ronda a minha mente. Me despeço dos profissionais do salão de beleza e saio, sabendo que Pablo me espera no estacionamento, então meu coração começa a acelerar do nada, mas percebo que ele só estava antecipando minha reação ao ver Pablo de smoking. Meu único desejo nesse momento é sentar nesse homem. Como ele conseguiu ficar ainda mais gostoso? Ele se aproxima e sinto minhas pernas virando gelatina.— Meu Deus, como você está linda! — Seus olhos brilhando me faz crer que ele gostou do meu vestido preto, um que D
Alicia PamukUm mês depois.Minhas mãos estão suando e praticamente escorregam no volante, minhas pernas tremem e eu não sei como estou conseguindo tal façanha.Volto a repetir o mantra na mente: É só um carro, não preciso ter medo.Sinto a mão de Pablo sobre a minha coxa, um sinal de que já fiz o suficiente, então eu paro, mas meu coração ainda está acelerado e duvido que diminuirá o ritmo.— Quase um quilômetro, amor. — Ele puxa meu rosto e beija minha testa, então segura minha mão e me encara. — Estão suadas — digo sem graça, mas ele se abaixa e beija cada uma delas.— Não precisa ter medo, é um processo lento, mas você já conseguiu muito. Quase um quilômetro, eu estou orgulhoso. — Sorri.Há três semanas, Pablo tem me levado até uma estrada isolada com o objetivo de fazer com que eu volte a dirigir. Eu voltei para a terapia e acabei comentando com ele sobre a sugestão em uma sessão sobre superação de traumas, aonde a terapeuta falou sobre enfrentar um dos maiores causadores, e é c
Alicia PamukMinha boca está seca, estou com medo da conversa que terei com meu pai, mas decido confiar em Pablo, ele parecia certo de si quando disse que tudo ficaria bem.— Sobre o que quer conversar? Deve ser algo muito importante para fazer você vir aqui tão cedo. — Cruzo os braços e ele ajeita a postura. — Sua mãe me contou que veio aqui ontem — diz e rio sem humor.— Então é esse o motivo da visita? Minha mãe? Você veio me expulsar daqui ou dizer para eu sair da empresa? — Filha, você entendeu errado... — Não entendi nada errado! Minha mãe prometeu e o senhor veio cumprir. E quer saber? Eu vou me virar sozinha — afirmo, sentindo um nó se formar em minha garganta.— Alicia , me ouve...— Ouvir o que, papai? Que minha mãe não queria ter dito aquilo? Que no fundo ela é uma boa pessoa? ELA NÃO É! — grito, fazendo Stark latir assustado.— EU PEDI O DIVÓRCIO! — ele grita, me olhando fixamente.Paro, pensando se ouvi corretamente o que ele acabou de dizer.— O senhor fez o quê?— Eu
Pablo RodriguézJá passa das sete da noite e eu estou ajudando Alicia com o jantar, isso está meio que se tornando um ritual e já conheço a sua cozinha de ponta a ponta. Estou feliz por ter exposto um pouco sobre mim para ela, no fundo eu me sentia inseguro por falar do que vivi e sobre Clarice, tive receio que ela pudesse entender tudo de uma maneira diferente e decidir se afastar, mas sua resposta foi a oposta, o que faz com que eu a ame ainda mais.Me sinto um pouco estranho por nosso relacionamento ter sido exposto, aliás, esse foi o motivo para Alicia ter recebido a infeliz visita da mãe. Somos notícia em vários tabloides nova-iorquinos, algo novo que nunca passou pela minha cabeça. Brenda me ligou tendo um surto porque, segundo ela, eu estava famoso em todas as redes sociais, algo que dispenso, mas preciso dar um jeito de me acostumar, já que Alicia é uma pessoa pública.Busco não pensar em nossa diferença social para não me sentir incomodado, afinal, eu sou só um ex-fuzileiro
Pablo RodriguézFecho à porta tremendo de raiva, não consigo sequer imaginar a dor que Alicia sente ao ouvir aquelas palavras horrorosas vindas de sua própria mãe. Essa mulher nem deveria ser chamada assim, porque não merece um título tão sagrado.Me sinto mal por pensar que eu possa ter sido o causador de tudo, porque o olhar acusatório daquela mulher deixava claro que ela sabia o que estava acontecendo entre mim e sua filha.Me volto para Alicia , agora sentada sobre o carpete, abraçada às pernas em um choro copioso e desesperador.— Eu sou uma assassina, eu sou uma assassina,... — ela repete, apertando as têmporas. Fico de joelhos em sua frente e puxo as suas mãos. Seu rosto molhado pelas lágrimas traz uma expressão desesperadora. — Fica calma, meu amor — é o meu coração falando, estou em pedaços por vê-la assim. Sua respiração fica irregular e uma palidez preenche sua face.— Está doendo tanto. — B**e contra o peito. — Eu deveria estar morta! — Ela puxa o ar com força e suas pala
Alicia PamukNão sei que horas são, mas os raios de sol tentam invadir o interior do quarto através da cortina. O peitoral nu de Pablo é um ótimo travesseiro. Sorrio, vendo que ele ainda está em um sono pesado. Os planos de passear com Stark pela manhã aparentemente foram adiados. Aproveito para memorizar cada traço do seu rosto bonito, sua barba por fazer, as marcas e linhas de expressão causadas pela exposição ao sol, a pintinha delicada acima da maçã do rosto, os lábios carnudos com pequenas manchinhas vermelhas. Sua beleza é tão única. Passo os dedos pela dog tag, sentindo o relevo e relendo um dos nomes escritos, Richard Walsh, tenho curiosidade de saber quem é ele desde a primeira vez que li, mas ainda não tive coragem de perguntar, nunca falamos sobre o tempo de Pablo nas Forças Armadas, não consigo imaginar os horrores que ele viu enquanto servia, e talvez tudo o que ele queira seja esquecer. Se, em algum momento, ele precisar falar sobre essa fase da sua vida ou a perda