E se, de repente, você reencontrasse o seu primeiro amor? Zachary Yin estava fora dos limites para Rupi Russo quando ela o conheceu, dez anos atrás. O herdeiro de um dos maiores nomes do cinema norte-americano não era apenas o seu melhor amigo, mas um sonho inalcançável. No entanto, isso não impediu que aos quinze anos ela lhe desse o seu primeiro beijo e se declarasse para ele. Na mesma noite, teve seu coração partido pela primeira vez. Ela realmente acreditou que o superaria quando decidiu ir embora sem olhar para trás, mas como o destino não brinca em serviço, dez anos depois lá estava ela novamente, diante do garoto que um dia amou e que agora era um astro de Hollywood. As diferenças gritantes entre eles ainda eram muitas, mas Zac não parecia se importar com isso. Além de ter se transformado em um homem lindo, ele queria reaproximação. Um plano um tanto quanto inusitado pode pôr em risco o seu coração, mas Rupi está disposta a se arriscar em nome de uma antiga amizade; afinal, as coisas são diferentes agora, certo? Bem, talvez não os seus sentimentos por ele.
Ler maisPisquei.Pisquei mais um pouco.Quando aquela frase finalmente me bateu, eu tentei formular algo coerente, mas continuava pestanejando.— Desculpe, mas eu acho que não entendi.— Ela nos deu cerca de vinte e quatro horas para convencê-lo a reatar o relacionamento com ela, caso contrário ela irá revelar sem reserva alguma que o arranjo de vocês era puramente falso, antes de te processar por quebra de contrato.Mesmo depois de ter entendido o teor do assunto, fiquei atordoado por alguns segundos. Era tudo tão ridículo que chegava a ser inacreditável.— Mas... que diabos?!— Sim, eu sei, garoto — meu pai falou. — Isso é uma merda, mas não quer dizer que ela não possa fazer. Se Lindsay alegar que foi prejudicada com sua falta de compromisso no arranjo dos dois, isso pode gerar certos problemas judiciais para você. Para ser sincero, eu não fiquei nem um pouco surpreso. Já aconteceu uma vez, com a Zoey Campbell, lembra? A garota que fingia ser sua namorada revelou que as duas eram heterosse
ZACSe houvesse palavras para me descrever naquela manhã de segunda-feira, disposto certamente não seria uma delas.A verdade é que eu nunca fui do tipo matinal. Costumava ser pontual, mas não era como se eu gostasse de ser. Na verdade, a pior parte de ser um ator, tirando a falta de privacidade, era não ter sequer o poder de escolher dormir até mais tarde quando toda uma equipe que precisa de você para funcionar decidia que seu horário de estar de pé seria às quatro e meia da manhã, para gravar uma cena num lago que parecia estar com graus celsius negativos. Eu nasci na Califórnia. Gostava de praia e calor. Situações em que envolviam frio desconfortável não eram muito o meu negócio.A parte boa em tudo aquilo é que finalmente estávamos indo para as últimas cenas de Lost Memories. Falando assim até dá a entender que eu odiava fazer aquele filme. Não é bem assim. Aquele era um trabalho importante para mim, como todos os outros, no entanto eu tinha muitos projetos em vista. Estava mais
Eu não queria sair daquela cama. Para falar a verdade, eu estava planejando me enfiar debaixo dela assim que Zachary pisasse no corredor, mas meu estômago roncou justo naquele instante, desfazendo qualquer plano inicial de me esconder até a próxima Era.Após escovar meus dentes, vestir minha roupa rapidamente e tentar ficar um pouco mais apresentável, eu encontrei Zachary no andar de baixo. Ele estava conversando com uma mulher mais velha, por volta dos cinquenta. Tão clichê quanto aquilo parecia, no instante em que ela me encarou eu me senti como se estivesse fazendo a caminhada da vergonha depois de uma noite de sexo quente com um cara aleatório gostoso. A única diferença é que eu não havia acabado de fazer sexo. Eu e Zachary não havíamos feito nada. Droga.— Rupi, esta é Polina, minha governanta — Zachary nos apresentou. — Ela vem algumas vezes por semana para deixar tudo organizado por aqui.— Oh, hum... legal. — Eu era uma professora e estava agindo como se nunca houvesse tido um
Acordei sentindo que minha cabeça pesava uma tonelada e meia. Eu não me lembrava qual tinha sido a última vez em que bebi tanto. Talvez no dia em que assisti aos dois últimos episódios da quarta temporada de My First Life, uma série dramática da qual Zachary participou. Me recordo que seu personagem havia morrido naquele último episódio, deixando seu amado Trevor aos prantos e sofrendo com o coração partido de um luto. Era tudo tão dramático que eu nem sabia por que ainda assistia aquela série, mas talvez fosse apenas para ver Zac. Me martirizar com seu sorriso bonito e atuação marcante. Ele era um dos melhores profissionais que eu já havia visto em seu ramo, merecia o reconhecimento que tinha.No entanto, eu não deveria estar pensando em Zac justamente agora. Não depois de ter ido parar na casa dele e não me lembrar de absolutamente nada além do fato de que narrei para ele metade dos acontecimentos da minha vida amorosa — o que não eram muitos, então devo ter demorado apenas alguns m
Eu era péssima com a bebida.Duas horas depois, eu estava entornando mais um copo de uísque. Havia uma música interessante do Justin Timberlake tocando em algum lugar da casa, e Zachary estava muito gostoso sentado no sofá ao meu lado. O sofá que eu já havia sujado quando derramei um pouco do meu uísque. Zac também bebia, mas ele parecia menos pior que eu. Huh... bom para ele.— E então eu falei: Calvin, seu babaca. Eu não quero que me ligue nunca mais! — minha língua se enrolou conforme eu narrava mais um dos meus encontros desastrosos. — Ele saiu naquela mesma noite com a garçonete do restaurante e não me ligou desde então. Isso depois de eu ter pagado a conta sozinha.Zac fez uma careta.— Minha nossa, que idiota. Você merecia coisa melhor.Eu não pude me conter. Dei uma risada de escárnio. Zachary me encarou.— Por que está rindo?— Porque você é engraçado — falei. — Você sabe... fica me dando todo esse apoio, chamando caras de idiotas por terem me rejeitado, quando fez o mesmo qu
Estava começando a ficar tão quente de repente. Limpei a garganta e tentei mudar de assunto:— E então... como anda o trabalho? As gravações e tudo mais.— Cansativas, mas gratificantes — respondeu. — Por mais que eu tenha algumas ressalvas a fazer, acho que esse filme vai ser um grande sucesso.Eu mordi mais um pedaço do biscoito.— Ressalvas? Você já leu Lost Memories? É uma história incrível.Ele riu.— Sim, eu li, e é por isso mesmo que digo a você: esse filme está indo por um caminho que não me agrada muito, mas quem sou eu para discordar? De qualquer forma, não posso falar muito sobre isso. É antiético e está fora do contrato.Eu entendia. Por mais que a curiosidade me fizesse ter vontade de insistir para que ele me contasse. O que eles fariam de tão ruim com Lost Memories? Era chato que eles sempre mudassem os roteiros dos livros quando transformavam em filme ou série.— De qualquer forma, eu estarei disposta a assistir no dia do lançamento. E a te aplaudir também.Ele abriu um
Eu estava mentindo quando disse que levaria apenas dez minutos, mas também posso dizer que bati meu recorde quando me dei conta de que demorei em torno de meia hora entre tomar banho, pentear o meu cabelo e colocar alguma maquiagem. Talvez eu entrasse para o livro dos recordes como a mulher mais rápida do mundo. Ou a mais desesperada, quem sabe?— Para onde está indo assim, toda cheirosa? — minha avó perguntou, enfiando a cabeça pela abertura na porta do quarto.— Se alguém te ouvir dizendo isso vai pensar que ando por aí sem tomar banho.Ela franziu os lábios.— Claro que não, mas você não costuma usar seu perfume mais caro para andar por aí. Aonde vai?Eu soltei um suspiro longo. Não queria dizer a ela sobre Zachary ainda, afinal eu conhecia muito bem a minha avó e sabia o que se passaria pela sua cabeça, mas se eu negasse suas suspeitas ela pensaria que eu estava escondendo mais do que realmente estava. Seria ainda pior.— Estou indo para a casa de Zac.Ela fez uma pausa, analisand
Seus dedos nervosos se retorceram outra vez. O tom de voz uma nota mais baixa quando ela finalmente disse.— Bem, ok. A Shay basicamente me incitou a... fazer coisas com você.A sugestão tímida em seu tom de voz não deixava muito para a imaginação, mas se tratando de Rupi e sua amiga, a minha mente navegou em algo entre a tortura e o assassinato.— Fazer... coisas?— Sim — ela confirmou. — Coisas sujas.Puta merda. Eu gostaria de fazer coisas sujas com ela.Inclinei minha boca em um meio sorriso, sentindo-me divertido.— Ela fez, hein?Rupi deu uma risada nervosa.— Pois é, o que é uma coisa sem sentido, não é? Eu não seria louca de ir pra cama com você.Ela era boa em destruir um ego.— Sim. Totalmente sem sentido — fiz o meu melhor em disfarçar o incômodo. — Mas isso... nunca passou pela sua cabeça?— O quê? — Seus olhos estavam tão amplos, os ombros rígidos. Ela deu outra risadinha, essa mais alta e mais estridente — Humpf! Não. Eu já disse que superei você, Zac. Sem chance!Falemo
— Jesus, Shay! — ela ralhou para a amiga. — Você pode controlar a sua boca por um momento?A mulher levantou as mãos na defensiva.— Ei, tudo bem. Vou voltar ao trabalho. — Virando-se para mim, ela me cutucou. — Sei que isso é chato, mas você pode me dar um autógrafo depois, certo? A minha noiva é sua fã.Abri um sorriso para ela.— Claro. Quantos você quiser.— Certo! — Ela me enviou um sorriso largo. — Oh, garoto. A Jenny não vai acreditar! — Quando notou o olhar feio de Rupi, ergueu as mãos novamente. — Uh... ok. Estou de saída!Depois que Shay já estava fora de vista, eu me virei para Rupi. Suas bochechas estavam coradas, e eu só não sabia se era de chateação ou vergonha.— Desculpe por ter vindo assim. Espero não ter chegado em um momento ruim — falei. — O restaurante ficou bem cheio de repente.Ela cruzou os braços sobre o peito.— A minha avó vai surtar quando vir a quantidade de gente que há aqui, mas não posso reclamar se eles consumirem. Você gostaria de conversar comigo, su