Eu era péssima com a bebida.Duas horas depois, eu estava entornando mais um copo de uísque. Havia uma música interessante do Justin Timberlake tocando em algum lugar da casa, e Zachary estava muito gostoso sentado no sofá ao meu lado. O sofá que eu já havia sujado quando derramei um pouco do meu uísque. Zac também bebia, mas ele parecia menos pior que eu. Huh... bom para ele.— E então eu falei: Calvin, seu babaca. Eu não quero que me ligue nunca mais! — minha língua se enrolou conforme eu narrava mais um dos meus encontros desastrosos. — Ele saiu naquela mesma noite com a garçonete do restaurante e não me ligou desde então. Isso depois de eu ter pagado a conta sozinha.Zac fez uma careta.— Minha nossa, que idiota. Você merecia coisa melhor.Eu não pude me conter. Dei uma risada de escárnio. Zachary me encarou.— Por que está rindo?— Porque você é engraçado — falei. — Você sabe... fica me dando todo esse apoio, chamando caras de idiotas por terem me rejeitado, quando fez o mesmo qu
Acordei sentindo que minha cabeça pesava uma tonelada e meia. Eu não me lembrava qual tinha sido a última vez em que bebi tanto. Talvez no dia em que assisti aos dois últimos episódios da quarta temporada de My First Life, uma série dramática da qual Zachary participou. Me recordo que seu personagem havia morrido naquele último episódio, deixando seu amado Trevor aos prantos e sofrendo com o coração partido de um luto. Era tudo tão dramático que eu nem sabia por que ainda assistia aquela série, mas talvez fosse apenas para ver Zac. Me martirizar com seu sorriso bonito e atuação marcante. Ele era um dos melhores profissionais que eu já havia visto em seu ramo, merecia o reconhecimento que tinha.No entanto, eu não deveria estar pensando em Zac justamente agora. Não depois de ter ido parar na casa dele e não me lembrar de absolutamente nada além do fato de que narrei para ele metade dos acontecimentos da minha vida amorosa — o que não eram muitos, então devo ter demorado apenas alguns m
Eu não queria sair daquela cama. Para falar a verdade, eu estava planejando me enfiar debaixo dela assim que Zachary pisasse no corredor, mas meu estômago roncou justo naquele instante, desfazendo qualquer plano inicial de me esconder até a próxima Era.Após escovar meus dentes, vestir minha roupa rapidamente e tentar ficar um pouco mais apresentável, eu encontrei Zachary no andar de baixo. Ele estava conversando com uma mulher mais velha, por volta dos cinquenta. Tão clichê quanto aquilo parecia, no instante em que ela me encarou eu me senti como se estivesse fazendo a caminhada da vergonha depois de uma noite de sexo quente com um cara aleatório gostoso. A única diferença é que eu não havia acabado de fazer sexo. Eu e Zachary não havíamos feito nada. Droga.— Rupi, esta é Polina, minha governanta — Zachary nos apresentou. — Ela vem algumas vezes por semana para deixar tudo organizado por aqui.— Oh, hum... legal. — Eu era uma professora e estava agindo como se nunca houvesse tido um
ZACSe houvesse palavras para me descrever naquela manhã de segunda-feira, disposto certamente não seria uma delas.A verdade é que eu nunca fui do tipo matinal. Costumava ser pontual, mas não era como se eu gostasse de ser. Na verdade, a pior parte de ser um ator, tirando a falta de privacidade, era não ter sequer o poder de escolher dormir até mais tarde quando toda uma equipe que precisa de você para funcionar decidia que seu horário de estar de pé seria às quatro e meia da manhã, para gravar uma cena num lago que parecia estar com graus celsius negativos. Eu nasci na Califórnia. Gostava de praia e calor. Situações em que envolviam frio desconfortável não eram muito o meu negócio.A parte boa em tudo aquilo é que finalmente estávamos indo para as últimas cenas de Lost Memories. Falando assim até dá a entender que eu odiava fazer aquele filme. Não é bem assim. Aquele era um trabalho importante para mim, como todos os outros, no entanto eu tinha muitos projetos em vista. Estava mais
Pisquei.Pisquei mais um pouco.Quando aquela frase finalmente me bateu, eu tentei formular algo coerente, mas continuava pestanejando.— Desculpe, mas eu acho que não entendi.— Ela nos deu cerca de vinte e quatro horas para convencê-lo a reatar o relacionamento com ela, caso contrário ela irá revelar sem reserva alguma que o arranjo de vocês era puramente falso, antes de te processar por quebra de contrato.Mesmo depois de ter entendido o teor do assunto, fiquei atordoado por alguns segundos. Era tudo tão ridículo que chegava a ser inacreditável.— Mas... que diabos?!— Sim, eu sei, garoto — meu pai falou. — Isso é uma merda, mas não quer dizer que ela não possa fazer. Se Lindsay alegar que foi prejudicada com sua falta de compromisso no arranjo dos dois, isso pode gerar certos problemas judiciais para você. Para ser sincero, eu não fiquei nem um pouco surpreso. Já aconteceu uma vez, com a Zoey Campbell, lembra? A garota que fingia ser sua namorada revelou que as duas eram heterosse
PrólogoRUPISe algum dia me dissessem que durante a adolescência eu não viveria um episódio aleatório de Gossip Girl, com toda certeza eu nem sequer teria me dado ao trabalho de ansiar por isso. A dura realidade é que os primeiros anos da adolescência nem sempre são glamourosos. Há as espinhas inflamadas, a menstruação lhe dando as boas-vindas; há os dramas amorosos que parecem se intensificar a cada momento — principalmente se você for uma garota sofrendo por um amor platônico e que não sabe controlar os próprios sentimentos, como eu.No meu caso, eu havia adquirido o pacote completo do Adolescente Esquisito e Vítima da Puberdade que costumamos ver nos filmes. Minha arcada dentária era torta, a maioria dos meninos não me achava atraente, e talvez eu assustasse boa parte deles quando reconheciam que eu tinha uns dez centímetros a mais de altura. Alguns até me chamavam de Rupi Bambu, o que me fez parar na detenção umas quatro vezes por conta das brigas em que me envolvi.Eu não gostav
RUPIAjeitei meus cabelos nervosamente e aproveitei para relancear um olhar na direção de Hillary Morgan. Ela não parecia nada feliz com aquilo. Eu achava que ela tinha uma queda por Zac, assim como eu. Ela era a garota mais bonita do seu grupo de amigos, e a que mais dava em cima dele também. Os dois combinavam, mas apenas o pensamento de vê-los tendo algo fazia meu estômago se retorcer.Depois de muitos segundos, que para mim pareceram uma eternidade, senti a mão de Zachary em meu pulso, me incitando a me levantar com ele. Eu me ergui imediatamente para evitar que ele pensasse que eu não queria ir. Eu queria. Queria muito. Aquela seria a minha chance de dar o meu primeiro beijo. O primeiro beijo com o garoto de quem eu gostava. O meu melhor amigo e minha pessoa favorita no mundo inteiro.Entramos no pequeno galpão que era destinado apenas para guardar algumas máquinas e ferramentas que o jardineiro da mansão usava. Não era um lugar tão sujo, mas também não era limpo. Eu não estava n
ZACDias atuaisOs lençóis de seda embaralhavam-se entre os dedos de Alyssa. A forte ascendência de seu peito era notória, conforme Edgar se posicionava entre suas pernas. O beijo foi faminto, as mãos urgentes do homem passeando pelo vestido longo de sua amada. — Você deve ser tão doce aqui embaixo, querida. Estou louco para prová-la, tal como provaria uma rosada e madura fruta suculenta. — Deus, aquela provavelmente era a frase mais brega que um cara já havia dito durante as preliminares. As pessoas realmente chamavam vaginas de frutas maduras no século 19? Insano. — Você é tão requintada, Alyssa. Diga-me. Diga-me o que você gostaria que eu fizesse com sua delicada fruta. Os olhos de Alyssa o encaravam com desejo e... diversão?Oh, não. Não faça isso, Ashley. Antes que eu pudesse lhe ajudar, Ashley Deacon, atriz premiada e colega de trabalho mais recente, explodiu em uma gargalhada.— Corta! — Malcom, o diretor, ordenou.Eu saí de cima dela, agradecendo quando a assistente de ceno