Capítulo 1.1 - ZAC

ZAC

Dias atuais

Os lençóis de seda embaralhavam-se entre os dedos de Alyssa. A forte ascendência de seu peito era notória, conforme Edgar se posicionava entre suas pernas. O beijo foi faminto, as mãos urgentes do homem passeando pelo vestido longo de sua amada.

— Você deve ser tão doce aqui embaixo, querida. Estou louco para prová-la, tal como provaria uma rosada e madura fruta suculenta. — Deus, aquela provavelmente era a frase mais brega que um cara já havia dito durante as preliminares. As pessoas realmente chamavam vaginas de frutas maduras no século 19? Insano. — Você é tão requintada, Alyssa. Diga-me. Diga-me o que você gostaria que eu fizesse com sua delicada fruta.

Os olhos de Alyssa o encaravam com desejo e... diversão?

Oh, não. Não faça isso, Ashley.

Antes que eu pudesse lhe ajudar, Ashley Deacon, atriz premiada e colega de trabalho mais recente, explodiu em uma gargalhada.

— Corta! — Malcom, o diretor, ordenou.

Eu saí de cima dela, agradecendo quando a assistente de cenografia limpou a mancha de batom vermelho do meu rosto.

— Oh, meu Deus, me desculpem — disse Ash. — Eu não sei o que aconteceu comigo. Sério, desculpe.

Relanceei um olhar em sua direção e estreitei meus olhos disfarçadamente. Eu sabia. Ela era profissional o bastante para não expressar em palavras sua opinião em relação ao que os roteiristas e diretores exigiam, mas o pensamento estava lá. As falas daquele roteiro eram terríveis. Era um filme com romance e drama, caramba, não havia comédia naquilo.

— Certo, Ashley... — Malcom veio até nós. — Talvez você não esteja conseguindo se concentrar direito. Isso é para ser uma cena quente, querida. Vocês precisam se conectar.

— Desculpe, Mal, está um pouco frio aqui. — Ela argumentou. — Podemos tentar novamente?

— Aumentem a temperatura! — Malcom gritou. — E, Zac, tente ser um pouco mais intenso em suas falas, ok? Me parece que você não está realmente querendo dizer aquilo.

Não me diga, Sherlock.

— Certo.

— Ok, ponha sua mão nos quadris dela — ordenou. — Vamos fazer novamente.

***

Quatro horas depois, nós já tínhamos uma boa quantidade de cenas gravadas, inclusive as insinuações de sexo oral bregas. Eu soltei um longo suspiro quando uma garrafa d’água apareceu em meu campo de visão e agradeci a Ashley, que se sentou ao meu lado.

— Você fez um bom trabalho! — ela falou enquanto colocava sua própria garrafa na mesinha para prender com um elástico os cabelos ruivos.

— Obrigado, você também — eu disse. — Mas estou seriamente preocupado de que este filme seja um fiasco.

Nós estávamos gravando uma adaptação para o cinema de um Best-seller histórico de Romance chamado Lost Memories. O estúdio era famoso, os diretores e elenco eram profissionais premiados, mas ainda havia aquela porcentagem de chance de as coisas não darem certo. Todo artista, por mais experiente que seja, tem suas inseguranças. Eu tinha um monte delas, e com Ash também não era diferente.

(CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO)

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo