Leonardo vive seu maior sonho, atuando como Governador do Estado de São Paulo, ele gerencia o maior estado do país com mãos de ferro em um partido conservador. Sua vida se resume a trabalho. Depois de um divórcio conturbado, ele entende que sua vida pessoal deve ser estar em segundo plano. Até que o passado pode colocar em jogo sua vida política. Jéssica mora no Rio de Janeiro, dando o seu melhor como mãe solo. Depois de receber uma ligação avisando que sua tia Maria, a sua única parente, está doente e precisa da sua ajuda imediatamente. Ela decide voltar para São Paulo, lugar onde ela provou o amor e a humilhação. Quando Leonardo reencontra o passado ele descobre que seus inimigos políticos podem jogar todo o seu esforço na lama, por algo que que ele nem sabia, a paternidade de uma criança que mora em uma comunidade. E agora Jéssica fará de tudo para não perder a guarda da sua filha, até mesmo reacender a fagulha que o homem poderoso a sua frente sentiu um dia.
Ler maisJéssica — Valentina, guarda esse celular que chegamos — chamei atenção da menina, que desde o momento em que saímos de casa, não tirava os olhos da tela do aparelho. Lidar com uma pré-adolescente é complicado às vezes. Mesmo Valentina sendo uma menina estudiosa e obediente, ainda assim era como qualquer garota da sua idade, viciada em redes sociais e internet. — A mana, deve estar conversando com o Francisco — Sofia diz, com um sorrisinho, fazendo com que a irmã brigue com ela. — Francisco é meu melhor amigo, sua tonta — Valentina reclama, guardando o celular dentro da bolsa. — Amigo ou não amigo, quando entrarmos na casa dos seus avós, não quero você mexendo no celular e dê atenção ao seu avô Ricardo. Respondi, fazendo sinal para os três. Leandro era mais calmo e não dava tanto trabalho assim. — Fábio, você pode descansar um pouco e daqui a pouco vá jantar. Leonardo deve estar chegando em breve e voltamos com você no carro. — Certo, dona Jéssica. Vou esperar na cozinha, assim
4 anos depoisLeonardo— Doutor, o senhor tem pacientes agendados até as dezenove horas hoje.— Obrigado Roberta, você pode ir agora — minha secretária, saí do meu consultório, deixando-me sozinho para terminar de arrumar a agenda do dia. Quatro anos depois, voltei a clinicar, entregando o governo para Jorge que continuaria o trabalho que começamos oito anos atrás. Minha vida deu uma virada, após Jéssica retornar para minha vida. Completamos quatro anos de casados. Com três filhos maravilhosos e nossa vida era como tantos casamentos reais. Minha mulher estava no terceiro ano de medicina, estudando com afinco e sendo a esposa e mãe maravilhosa que sempre foi. No último ano do meu segundo mandato, disse que daria um tempo na política, não aceitando fazer parte da equipe de governo do Jorge. Foram oito anos, trabalhando bastante e me dedicando somente ao Estado. Precisava de uma pausa e necessitava de um descanso e claro ter mais tempo ao lado dos meus filhos e da minha mulher. Ainda que
Leonardo Sentado em uma das cadeiras na varanda, observava de longe Jéssica com Valentina e Viviane junto dos filhos. Ao meu lado, sentado na cadeira oposta a minha Pedro, bebia sua cerveja, observando sua família. Era irônico imaginar que um dia, os dois rivais estariam passando o natal juntos com ambas as famílias.— Doutor, se alguém me contasse que estaria sentado ao seu lado, na sua casa, passando o natal ao lado da sua família, diria que a pessoa estava completamente louca.Pedro disse, levantando a garrafa de cerveja para mim. Eu pensava o mesmo, visto que nós dois não fomos amigos quando nos conhecemos, porém as circunstâncias fizeram com que ambos se entendessem.— As coisas mudam Pedro Pascal. Agora estamos aqui comemorando o natal em família e claro fazendo planos para os próximos anos do meu segundo mandato e de como posso continuar ajudando Estrela Guia e todos os moradores.Disse, ao citar a política e claro a comunidade que trouxe para a minha vida o meu amor.— Temos
JessicaDeitada nos braços do Leonardo, admiramos as estrelas, do lado de fora da tenda. Após o jantar, decidimos dar uma caminhada pela praia, parando para descansar um pouco afastado da casa e dos olhares dos seguranças. Aurea ligou um pouco antes, para contar que os gêmeos tinham acordado com fome, porém dormiam novamente depois de tomar a mamadeira. Falei que voltaria para casa, contudo minha funcionária disse que eu deveria aproveitar a noite com meu marido.— Não sabe o quanto eu amo esse lugar — disse, levantando a cabeça para olhar o rosto dele. Leonardo sorriu para mim, tocando meu rosto com carinho.— Essa casa é especial para nós dois — respondeu ao beijar meus lábios.— Vou começar a planejar as festas de fim de ano aqui. Convidar o Pedro com a Viviane e os filhos deles, seu pai, Jorge e Elisa…Não toquei no nome da Soraia, porque aquela mulher jamais seria bem-vinda em qualquer lugar que eu estivesse.— Eu acredito que um dia, você e a minha mãe vão acabar se entendendo.
LeonardoAguardava a volta da minha esposa, sentado na varanda admirando a noite estrelada. O dia em família foi com direito a almoço no centro da cidade, seguido de um passeio animado com Valentina atenta a tudo. Os gêmeos se comportaram muito bem, tanto que minha esposa não teve trabalho algum. Era como se os dois entendessem o significado desta viagem. Sofia não parava de olhar tudo ao redor, enquanto Leandro, ficou mais tempo dormindo que qualquer outra coisa. Conversei com Jorge sobre o trabalho, meu vice- governador disse que tudo seguia sob controle e que eu aproveitasse o fim de semana com minha família. Papai também ligou para saber dos netos e Valentina, ficou com o avô conversando por chamada de vídeo. Virei meu rosto para o lado direito da praia, só então notei uma tenda armada na areia e fiquei confuso sobre o que seria. Só então lembrei da minha esposa, insinuando que nossa noite seria especial e que esperava que os gêmeos deixassem os pais passarem um tempo sozinhos. Ou
JéssicaSofia e Leandro dormiam como os anjinhos que são. Estava sozinha com as crianças em meu quarto, enquanto Leonardo e Valentina estavam na praia aproveitando o restante da tarde. Falei para Áurea e as enfermeiras, descansarem um pouco e aproveitei para terminar de enviar mensagem para a pessoa que me ajudaria a planejar a surpresa que eu pretendia fazer para o meu esposo. Aproveitaria a noite de sexta-feira para ficar com nossos filhos, em um jantar que seria organizado na parte de fora da casa, contudo no dia seguinte, Leonardo e eu passaríamos bons momentos na praia. Claro que estava contando com a sorte, para que os gêmeos deixassem os pais aproveitarem um pouco. Aurea sabia por cima do que eu estava planejando, até mesmo disse que eu poderia ficar tranquila, que ela daria conta dos três, porém era bom não arriscar. Me sentia nervosa e ao mesmo tempo excitada por passar uma noite com meu marido. Após a consulta com a ginecologista, estava liberada para voltar a ter relações e
LeonardoDesembarcamos em Ubatuba, após o almoço. Tive que alugar a casa ao lado da nossa, para que o restante da minha equipe ficasse hospedada. Jéssica quis chamar meu pai, contudo o doutor Ricardo recusou, afirmando que era um fim de semana com a minha família. Diego e o restante dos seguranças, ficariam na casa alugada, enquanto Áurea e as duas enfermeiras, estavam conosco na mansão. Solicitei que tudo fosse organizado antes da nossa chegada, dessa forma Jéssica não se cansaria com nada.— Papai, vamos passear na praia. Mamãe disse que não pode agora, porque os meus irmãos, precisam descansar, só que eu queria muito brincar um pouquinho na areia.Valentina chama minha atenção. Eu estava sentado em uma das cadeiras de vime na varanda, admirando a paisagem, enquanto minha esposa se encontrava com os gêmeos. Diego fazia minha segurança junto de mais dois funcionários.— Você avisou sua mãe antes de falar comigo?Perguntei, levantando-me da cadeira, guardando o celular no bolso da ber
JéssicaUm mês depois— Jéssica, o peso das crianças, vacinas e tamanho estão tudo dentro do esperado — Talita a pediatra da Valentina e agora dos gêmeos, encerrando a consulta. Leonardo não conseguiu vir comigo, devido uma reunião do partido, para construção de um novo hospital que seria lançado em breve. Valentina estava passando a semana na casa dos avós acompanhada por Áurea. Na realidade, minha filha andava passando mais tempo na casa dos avós que com os pais. No começo, não quis aceitar, porque apesar do meu sogro sempre ter me tratado bem, não confiava na bondade repentina da Soraia, muito menos do carinho de avó que de uma hora para outra ela passou a ter com Valentina e os gêmeos.— Talita, meu esposo, quer passar um fim de semana em nossa casa na praia, contudo não sei se é correto para os pequenos — meu marido, andava me cobrando um final de semana em família com as crianças na casa em Ubatuba. Achava que era cedo, os bebês mal completaram um mês de vida, tinha medo de viaj
Leonardo— Meu amor, a fralda está torta do jeito que você está colocando.Jéssica chama minha atenção, quando tento arrumar direitinho a fralda do Leandro. Minha esposa e meus filhos voltaram para casa há uma semana e desde então estava praticamente trocando a noite pelo dia. Fiquei trabalhando em casa por três dias, entretanto o dever me chamou e tive que retornar ao gabinete antes da última semana que eu havia planejado. Valentina não queria desgrudar dos irmãozinhos, reclamando que logo voltaria a estudar e dessa forma teria menos tempo com os gêmeos.— Prontinho, amor! Agora ficou certinha — respondi, vendo o bom trabalho feito. Eu não iria para o gabinete hoje, por ser sexta-feira achei melhor ficar em casa. Sofia amanheceu enjoadinha e mesmo depois de tomar a medicação, a pequena continuou o choro. Os dois haviam tomado todas as vacinas dos primeiros dias, feito os testes do pezinho, orelhinha e tudo que era necessário. Acabei contratando mais uma funcionária para ajudar a cuid