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Capítulo 29 - O Brilho da Coroa

Selena descia lentamente os degraus da escada principal, sua mão entrelaçada à de Lucian. A luz da manhã filtrava pelas janelas do grande salão, iluminando os cabelos dourados dela como uma coroa natural. Lucian a observava com aquele sorriso que ela já começava a conhecer como exclusivo — reservado apenas para ela.

Quando chegaram ao térreo, o som suave de risadas infantis os guiou até a sala da frente. Celeste estava sentada no chão, cercada por almofadas e brinquedos espalhados, enquanto Rylan equilibrava com cuidado uma das crianças nos ombros.

— Bom dia, majestades sonolentos — brincou Celeste, levantando uma sobrancelha para a irmã. — Dormiram bem… ou nem dormiram?

Selena corou imediatamente, dando um leve tapa no ombro da irmã.

— Celeste!

Lucian apenas riu, abraçando Selena pela cintura.

— Se serve de consolo, a surpresa foi ideia minha.

— Ah, nós sabemos — disse Rylan, pegando o bebê que tentava agarrar o cabelo dele. — Dava pra ouvir os risos e os barulhos da música até aqui.

Selena cobriu o rosto, rindo.

— Que vergonha.

Celeste sorriu com ternura.

— Fico feliz por você, irmã. Ver você feliz… é tudo o que eu sempre quis.

Lucian estendeu os braços para pegar os bebês, e cada um correu na direção dele com gritinhos animados. Ele se ajoelhou no tapete, abraçando os dois com facilidade, o sorriso derretendo qualquer traço da frieza que um dia o cercou como rei.

Nesse momento, Caden entrou na sala com a companheira, Lívia, de braços dados.

— Interrompemos a sessão matinal de fofocas? — brincou o gama, erguendo uma sobrancelha. — Ouvi dizer que as paredes aqui andam ouvindo mais do que deveriam.

— Vocês dois também? — perguntou Selena, rindo. — Devo começar a considerar reforçar a segurança sonora deste castelo.

— Só se quiser que a gente perca essas pérolas — disse Lívia, sorrindo e indo até os bebês para dar um beijo na testa de cada um.

Todos riram juntos, e por um momento, parecia que o tempo tinha parado. Ali, entre risos, companheirismo e amor, Selena sentia que, finalmente, tudo estava como deveria estar.

---

Um mês depois…

O salão estava deslumbrante. As paredes de pedra haviam sido decoradas com tapeçarias novas, com o símbolo da alcatéia bordado em fios dourados. Candelabros flutuavam suavemente, e as tochas dançavam ao ritmo da música baixa que preenchia o ambiente. Era o dia da coroação de Selena — e o anúncio oficial do retorno da rainha ao trono do Vale Silencioso.

Ela se encontrava em seus aposentos, diante do espelho, usando um vestido longo e elegante em tons de verde-escuro e prata. Celeste ajustava os últimos detalhes em sua capa, sorrindo com os olhos marejados.

— Você está maravilhosa, Lena.

Selena a olhou pelo espelho, segurando sua mão.

— Obrigada por ficar comigo. Por tudo.

— E ainda tem mais — disse Celeste, os olhos brilhando. — Rylan e eu… vamos nos casar no próximo mês.

Selena se virou de uma vez.

— O quê? Sério?!

— Sim. Eu sou a segunda chance dele. E... acho que sempre fomos parte um do outro, mesmo quando não sabíamos.

Selena a abraçou forte.

— Estou tão feliz por vocês!

Do lado de fora, os convidados começavam a se reunir. Lucian, vestido com um traje cerimonial impecável, já aguardava com os filhos ao seu lado, todos sorridentes e prontos.

Caden, Lívia, Rylan — agora também vestido com insígnias formais — e toda a alcatéia aguardavam a nova rainha.

E quando Selena desceu as escadas, sob os olhos atentos de sua família, amigos e seu povo, a luz do entardecer caiu sobre ela como um sinal. O salão se silenciou, reverente.

Ela não era apenas a herdeira perdida.

Era a rainha escolhida.

E a Alcatéia Real enfim, estava completo. novamente.

Os anciãos estavam posicionados ao centro do grande salão. À frente do trono de pedra adornado com runas antigas, Lucian e Selena se aproximaram. O salão, decorado com tapeçarias verde-escuras e tochas acesas, estava lotado. Todos aguardavam em silêncio.

Thaddeus, o mais velho entre os anciãos, deu um passo à frente com a coroa de prata e pedras do vale em mãos. Havia solenidade em sua voz ao falar:

— Hoje, diante da alcatéia e das forças ancestrais que nos regem, coroamos a rainha ao lado de nosso rei. Selena, companheira destinada de Lucian, soberano do Vale Silencioso, você aceita reinar ao lado dele, guiando nosso povo com sabedoria, coragem e lealdade?

Selena respirou fundo, sentindo o peso do momento.

— Sim. Aceito.

Thaddeus sorriu com reverência e colocou a coroa sobre sua cabeça.

— Que o laço sagrado entre rei e rainha fortaleça o Vale, e que o destino que os uniu seja nossa proteção e guia.

A multidão aplaudiu e uivou em celebração. Lucian segurou a mão de Selena, e juntos se voltaram para seu povo. Ela agora era a rainha do Vale Silencioso — não por sangue, mas por amor, por destino e pelo vínculo eterno que unia suas almas.

---

Mais tarde naquela noite...

O salão de banquetes estava repleto de música, conversas e taças tilintando. A longa mesa principal reunia os mais próximos do casal real: Lucian e Selena ao centro; Rylan e Celeste à direita; Caden e Lívia à esquerda. Risos vinham de todos os lados, e o clima era leve, acolhedor.

Celeste ainda exibia um sorriso radiante. Seu anúncio havia emocionado muitos: ela era a segunda chance de Rylan, e o casamento dos dois aconteceria no mês seguinte.

— Você viu o rosto dele quando eu contei? — Celeste cochichou para Selena, rindo. — Quase derrubou a taça.

—Não foi só a taça — comentou Rylan, com um meio sorriso. — Meu lobo rugiu mais alto do que eu.

Todos à mesa riram, até que as portas principais do salão se abriram com um estalo seco. O som ecoou entre as colunas de pedra, abafando a música.

Um grupo entrou sem cerimônia. As roupas eram escuras, os semblantes frios. Os passos, lentos e carregados de intenção. A energia mudou imediatamente.

Rylan e Caden pararam de sorrir. Ambos se levantaram levemente em alerta, os olhos fixos nos recém-chegados. Um rosnado baixo e ameaçador escapou do peito de cada um, instintivo.

— Eles... — murmurou Caden, estreitando os olhos.

— Não deveriam estar aqui — completou Rylan, se colocando sutilmente à frente de Celeste.

Lucian se levantou com imponência. O salão todo silenciou.

— Vocês não foram convidados — declarou ele, sua voz firme como pedra. — O que estão fazendo aqui?

O homem à frente do grupo deu um passo adiante, vestindo um sorriso que não chegava aos olhos.

— Viemos apenas para parabenizar o rei e sua nova rainha. Um gesto de... cortesia.

Selena ficou de pé ao lado de Lucian, sua expressão calma, mas vigilante.

— Cortesia seria enviar um recado — disse ela, com um olhar firme. — Não invadir uma celebração sagrada da alcatéia.

Rylan rangeu os dentes. O lobo dentro dele se debatia sob a pele.

Caden rosnou novamente, visivelmente incomodado.

— Vocês têm dois minutos — disse Lucian, descendo um degrau da plataforma com a aura de rei em alerta. — Falem o que vieram dizer… ou serão escoltados para fora.

O grupo hesitou. A tensão era quase palpável no ar.

E todos sabiam: a paz daquela noite tinha sido quebrada.

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