Capítulo 22 - Recomeço

O castelo estava mais silencioso agora, como se respirasse aliviado por tantas verdades finalmente terem vindo à tona. Rylan guiava Celeste por um dos longos corredores da ala beta, o braço dela entrelaçado ao seu com naturalidade.

— Essa é a ala que Alina e eu ocupávamos — ele disse, com a voz baixa, enquanto caminhavam por entre portas e janelas envidraçadas que revelavam um jardim interno iluminado por pequenas lanternas mágicas.

Celeste apertou levemente o braço dele, respeitando o silêncio que se seguiu.

Rylan mostrou os cômodos com um sorriso discreto, apontando a sala de reuniões particular, a biblioteca da ala, o pequeno salão de chá, e por fim parou em frente a uma porta maior.

— Esse… era o nosso quarto.

Ele tocou a maçaneta, mas não girou. Ficou ali, parado. A mão firme, mas o olhar distante. Celeste sentiu o peso do momento e agiu com a delicadeza que o coração dela conhecia bem.

Com ternura, ela segurou a mão dele e afastou-a da porta.

— Você não precisa entrar aí agora, Rylan — ela disse suavemente. — Não por mim. E não por ninguém.

Ele olhou para ela, os olhos um pouco úmidos, mas aliviados.

— Celeste...

— Vamos — ela sussurrou com um sorriso meigo, puxando-o para dentro da sala de estar da ala.

Era um ambiente aconchegante, com sofás largos, almofadas felpudas e uma lareira crepitando. Ela o puxou até o sofá e, com firmeza doce, o empurrou para sentar, acomodando-se no colo dele logo em seguida.

Os braços dela se enroscaram ao redor do pescoço dele, e o rosto se aninhou contra o ombro largo, enquanto sua voz vinha calma, mas cheia de emoção:

— Eu não quero que você faça nada pelo simples fato de achar que é o certo. Quero que você siga seu tempo. Seu ritmo. Se precisar de espaço, eu vou respeitar. Se preferir dormir em outro quarto por um tempo, tudo bem. Eu não estou aqui pra substituir ninguém.

Ele a abraçou com força naquele momento, sentindo-se envolvido por um calor sincero e reconfortante.

— Você é perfeita — ele disse com a voz embargada. — Nunca pensei que encontraria alguém como você.

— Então só... me deixe estar ao seu lado. Onde você precisar.

Rylan ficou em silêncio por alguns segundos, os dedos acariciando devagar a cintura dela.

— Tem algo que preciso contar — murmurou ele.

Celeste levantou os olhos para ele, com atenção.

— Na noite passada... eu tive um sonho com ela. Um daqueles sonhos tão vívidos que parece que você está realmente lá.

Ela assentiu, com o coração apertado.

— Alina me olhava com um sorriso... em paz. E ela me disse que havia cumprido seu papel ao meu lado. Que nossa ligação foi verdadeira, mas que eu teria uma segunda chance. Que outra alma estava destinada a caminhar comigo. E que eu devia permitir ser feliz de novo.

Celeste sentiu os olhos marejarem. A dor e o amor que habitavam Rylan se misturavam numa delicadeza rara.

Ele segurou o rosto dela entre as mãos, olhando-a com uma intensidade que fazia o mundo ao redor desaparecer.

— Eu não sabia se algum dia essa segunda chance viria. Mas aí você apareceu, com esse jeito caótico, corajoso, apaixonado... e eu percebi que ela estava certa.

Celeste sorriu, os olhos brilhando, e antes que pudesse responder, os lábios de Rylan tomaram os seus.

O beijo começou doce, mas logo se intensificou, carregado de emoção, desejo e a urgência de dois corações finalmente se permitindo amar. Era como se o passado tivesse dado sua bênção, e o presente cobrasse seu lugar.

O calor entre eles cresceu. As mãos buscavam contato, os corpos se moldavam com perfeição. Quando Rylan se levantou com ela no colo, os dois já estavam ofegantes.

— O quarto de hóspedes mais próximo — ele murmurou contra a pele do pescoço dela, a voz grave e rouca.

— Perfeito — ela respondeu, rindo com suavidade.

Eles entraram no quarto e, assim que a porta se fechou, não havia mais espaço para hesitações. Roupas foram esquecidas no chão em meio a beijos intensos e carícias ansiosas.

Ali, entre lençóis macios e suspiros ofegantes, eles se entregaram um ao outro. Com paixão, com intensidade, com fome de vida.

Rylan traçava cada linha do corpo dela como quem grava um mapa sagrado, enquanto Celeste respondia com o coração aberto, com todo amor que guardava para alguém que pudesse vê-la por completo.

Foi uma noite marcada por gemidos abafados, sorrisos cúmplices e promessas mudas de recomeços verdadeiros.

E quando a madrugada caiu, envolta pelo luar que banhava o quarto silencioso, Rylan adormeceu com Celeste em seus braços — e pela primeira vez em muito tempo, o peito dele estava leve.

Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App