Kate é uma mulher confiante, sensual e cheia de carisma, que não passa despercebida por onde quer que vá. Trabalhando como chefe de marketing de um famoso sex shop, ela domina a arte da sedução nas campanhas que cria, mas guarda um segredo que ninguém imagina: aos 32 anos, ela ainda é virgem. Fora dos padrões de beleza convencionais, Kate é uma mulher gorda que aprendeu a lidar com os olhares desprezo de algumas pessoas que recebe. E dentro de si, ela carrega a insegurança de que nenhum homem a desejaria para algo além de uma noite passageira. Por isso, decidiu que sua primeira vez seria algo especial, com alguém que enxergasse nela muito mais do que apenas uma aparência sensual e uma falsa autoconfiança. Quando Ricardo, seu chefe charmoso e misterioso, começa a demonstrar um interesse que vai além do profissional, Kate se vê dividida entre o desejo de se entregar e o medo de expor sua vulnerabilidade. Em meio a campanhas provocantes e noites cheias de tensão, ela precisará enfrentar seus próprios fantasmas para descobrir se está pronta para viver sua história de amor, e desejo, sem medo de ser quem realmente é.
Ler maisQueridos(as) e amados(as) leitores(as),Escrever essas palavras de agradecimento é um momento de profunda emoção para mim. Compartilhar essa história com vocês foi uma das experiências mais intensas e gratificantes da minha trajetória como escritora.Quando dei vida a Virgem em Chamas, eu queria contar uma história que fosse além do romance: uma história de superação, de amor verdadeiro, de descobertas e de recomeços. Kate, com sua força disfarçada por trás das inseguranças, e Ricardo, com suas cicatrizes escondidas sob a imagem do homem poderoso e sedutor, tomaram forma aos poucos, até se tornarem reais — e foi graças a vocês que eles encontraram um lar nos corações de tantos leitores.A cada capítulo escrito, a cada cena de tensão, paixão ou vulnerabilidade, eu pensava em quem estaria do outro lado da tela ou do papel, sentindo tudo isso comigo. Vocês foram meus parceiros de jornada. Cada mensagem, comentário, compartilhamento e palavra de apoio me deram forças para continuar — mesm
Kate FerreiraA brisa da manhã tocava meu rosto suavemente quando abri a porta da varanda do nosso quarto. O céu estava limpo, com tons claros de azul que se misturavam com o brilho suave do sol nascente. Do alto da casa, eu conseguia ver o quintal silencioso ainda coberto de orvalho… e um pouco mais adiante, lá estava ele. O mar. Calmo, vasto e tão presente quanto a paz que hoje habita em mim.Apoiei meus braços no parapeito da varanda e respirei fundo. Às vezes, ainda parecia um sonho. Ter chegado até aqui. Ter construído essa vida.Senti braços fortes me envolverem por trás e, de imediato, me entreguei àquele abraço. Ricardo beijou meu ombro nu, e eu sorri.— Amor… não esquece que temos que buscar Erick e Júlia no aeroporto hoje — falei, inclinando um pouco a cabeça para olhá-lo de canto.Ele riu, a voz ainda rouca de sono.— Eu sei… já estava me preparando psicologicamente para a bagunça que vai ser essa casa com eles aqui.— Bagunça? — brinquei. — Eles vêm justamente para ajudar
Ricardo SantanaO mês passou voando. E, sinceramente? Eu agradecia por isso. O desfile da Vogue finalmente tinha acontecido, depois de semanas que pareceram uma eternidade. Tanta correria, tensão e desgaste para um evento que, no final, passou como um sopro. Tudo aquilo que parecia gigantesco e insuportável, agora era só mais uma lembrança distante.A empresa, por fim, respirava novamente. Sem Eliana, sem a Vogue e suas exigências absurdas, estávamos de volta ao nosso ritmo habitual. As oportunidades não paravam de aparecer, mas, pela primeira vez em muito tempo, meu foco não estava no dinheiro. Estava na saúde mental de todos nós. A equipe merecia paz. E eu também.Mas fui arrancado dos meus pensamentos quando o nome do voo de Erick ecoou pelo aeroporto.Ele estava voltando para a Espanha. Mais uma etapa da sua vida o chamava, e lá ia meu irmão de volta para suas aventuras. Só que, desta vez, ele não estava deixando apenas a família para trás. Tinha também alguém novo se despedindo d
Kate FerreiraFicamos horas na praia, aproveitando cada segundo daquele momento mágico. Só percebemos que já era madrugada quando o relógio marcou meia-noite. Juntamos tudo com cuidado, colocamos no carro e voltamos para a casa dos meus pais, embalados por um silêncio confortável e cheio de promessas.Assim que chegamos, ainda na varanda, avistamos Erick e Júlia sentados lado a lado, conversando baixinho, completamente imersos na conversa. Troquei um olhar divertido com Ricardo, que sorriu de volta, como se também tivesse notado o clima entre os dois.— O que vocês estão fazendo acordados a essa hora? — perguntei, me aproximando com curiosidade.— Erick estava me contando sobre o intercâmbio dele — respondeu Júlia, os olhos brilhando. — Eu nunca tinha pensado nisso antes, mas ele me fez ficar com uma vontade enorme de tentar também.Ela falava com empolgação, mas havia uma pontinha de insegurança em sua voz. Como se o sonho fosse grande demais pra ela.— Se você quiser mesmo, a gente
Kate FerreiraO dia na praia com Júlia havia sido leve, quase terapêutico. Rimos, corremos na areia, deixamos o vento bagunçar nossos cabelos e as preocupações pra depois. Por algumas horas, tudo pareceu simples de novo.Mas tudo voltou com força quando virei a esquina da nossa rua e vi o carro dele.Meu coração parou. Não diminuiu o ritmo. Parou.— O que ele está fazendo aqui? — murmurei, como se a resposta estivesse no vento.Júlia, que estava ao meu lado, acompanhou meu olhar e franziu o cenho, tão surpresa quanto eu.Estacionei apressada, meu corpo inteiro já tenso. Assim que descemos do carro, fui direto, determinada a arrancá-lo dali. Mas tudo desmoronou quando o vi.Ricardo.De costas, ao lado de Erick. Meu peito se apertou, como se cada batida quisesse explodir de dor e saudade. Meus passos se firmaram no chão, mas meu coração... ele cambaleava.— O que você está fazendo aqui? — perguntei, tentando parecer forte, mas minha voz saiu mais baixa do que eu gostaria.Ele se virou.
Ricardo Santana O peso que carregava nos ombros parecia ter se dissipado no instante em que vi Eliana sendo levada pela polícia. Aquela imagem era a representatividade perfeita do fim de um pesadelo que durou tempo demais. Pela primeira vez em semanas, eu conseguia respirar sem sentir um nó no peito. Conseguia pensar em Kate sem sentir dor. Finalmente, havia chegado o momento de recuperar o que o destino, ou melhor, Eliana havia tentado destruir.Saí da delegacia com duas coisas de valor inestimável: uma cópia das gravações que comprovavam a confissão de Eliana e a cópia do laudo oficial de Rodrigo, atestando a substância encontrada no vinho. Era mais do que suficiente para provar minha inocência. E, mais importante ainda, era a chave que me permitiria reconquistar a mulher da minha vida.Peguei o celular e disquei para Clara. A ansiedade batia como um tambor no meu peito.— E aí? Conseguiu fazer ela confessar? — foi a primeira coisa que ouvi quando ela atendeu.Sorri antes mesmo de
Ricardo SantanaA caminho de casa, com o volante firme entre as mãos, minha mente repassava cada detalhe do plano que acabara de montar com Erick e os investigadores. Era estranho pensar que, no fim das contas, um simples conselho dele me levou a enxergar tudo por outra perspectiva. Em vez de agir por impulso ou partir para o confronto direto com Eliana, eu optei pelo caminho da justiça. Um caminho mais difícil, mais demorado, mas, no fim, mais eficaz. Era o certo a se fazer.Eliana ultrapassou todos os limites. Me dopar, se aproveitar da situação, tirar fotos comprometedoras e ainda ter a audácia de espalhar mentiras… Tudo isso apenas para me afastar de Kate. Para me "reconquistar". Obsessão é pouco.Na delegacia, minha denúncia foi registrada com seriedade. Eles já conheciam o uso da substância que ela colocou no meu vinho. Um agente me explicou que era uma droga comumente usada para dopar vítimas em casos de violência sexual — algo completamente ilegal fora de contextos médicos. Ao
Kate FerreiraDesde o momento em que abri os olhos naquela manhã, soube que seria um dia difícil. O tipo de dia em que o peso do mundo inteiro parece repousar sobre o peito da gente, tornando até mesmo o ato de respirar algo doloroso. A luz que entrava pelas frestas da cortina parecia zombar do vazio dentro de mim, como se o mundo lá fora estivesse seguindo em frente enquanto eu permanecia estagnada, afundando em mágoas que se recusavam a me deixar.Prometi a mim mesma que não me deixaria afundar. Que essa dor não me consumiria. Que eu era mais forte do que isso. Mas naquele dia… a tristeza me venceu.Não saí do quarto. Ignorei o sol, ignorei o som das panelas na cozinha, ignorei o mundo.Minha mãe precisou insistir mais de uma vez até que eu aceitasse comer alguma coisa. Ela bateu na porta com suavidade, entrou carregando uma bandeja com arroz, feijão, legumes e filé de frango grelhado, e olhou pra mim com aquele jeito de mãe que sabe exatamente o que dizer para nos derrubar — ou nos
Ricardo Santana Já fazia uma semana. Sete dias desde que tudo desmoronou. Desde que vi o brilho desaparecer dos olhos da Kate enquanto ela me olhava como se eu fosse o pior erro da vida dela.Desde então, viver tinha deixado de fazer sentido.As noites eram um tormento. O sono não vinha, e quando vinha, era cheio de pesadelos e lembranças fragmentadas daquela última noite. Eu me revirava na cama, a mente repetindo, em looping, a imagem dela indo embora. O apartamento estava silencioso demais, frio demais… vazio demais.Comer? Um sacrifício. Só o cheiro da comida já me dava náuseas. Se não fosse por Erick, provavelmente eu já teria desmaiado de fraqueza.Ele chegou em São Paulo dois dias depois do ocorrido e, desde então, tem sido meu alicerce. Me arrasta para a mesa nas refeições, me obriga a sair para respirar, mesmo que eu só queira me encolher na cama e desaparecer do mundo.Naquele dia, almoçávamos em silêncio. Eu mexia na comida, sem vontade real de comer, mas tentando não irrit