Ricardo Santana
A manhã seguia como qualquer outra, ou pelo menos era o que eu tentava me convencer enquanto estava em minha sala, com pilhas de relatórios e contratos espalhados sobre a mesa. As responsabilidades da empresa pareciam intermináveis, mas era parte do que fazia a "Sedução Urbana", nosso sex shop de renome, funcionar tão bem. Inclinei-me na cadeira, ajustando a gravata enquanto abria mais um arquivo. Os números das vendas estavam melhores do que o esperado, especialmente com a nova campanha de lingeries inclusivas. A ideia de abraçar diferentes corpos no marketing tinha sido ousada, mas estava valendo a pena. O feedback era extremamente positivo. Ainda assim, mesmo com a montanha de trabalho à minha frente, minha atenção continuava se desviando. Sobre a mesa, a revista com as fotos da nova campanha chamava por mim como uma tentação silenciosa. Eu a ignorei por um tempo, até que a curiosidade venceu. Peguei a revista, folheando-a distraidamente, revisando as imagens de outros modelos. As fotos estavam impecáveis, sensuais sem serem vulgares. Mas então cheguei à página dela. Kate Ferreira. Por um momento, o mundo ao meu redor desapareceu. As fotos dela eram... deslumbrantes. Lá estava ela, vestida com uma lingerie vermelha que parecia ter sido feita sob medida, destacando cada curva de seu corpo de forma hipnotizante. Sua expressão confiante e o olhar intenso para a câmera praticamente saltavam da página. Sem perceber, mordi levemente o lábio inferior. Era impossível não ser atraído por ela. Kate tinha algo que poucas mulheres possuíam: uma presença que dominava qualquer ambiente. Ela era naturalmente sensual, sem esforço algum, e isso transparecia em cada pose. Meus pensamentos começaram a tomar um rumo perigoso, imagens dela, naquela mesma lingerie, dançando em minha mente. Pensei em como seria ter aquelas curvas contra o meu corpo, sentir o calor da pele dela, o cheiro doce que ela exalava quando passava perto de mim no escritório. Sacudi a cabeça e fechei a revista com um movimento firme, como se isso fosse suficiente para calar a voz insistente do meu desejo. — Caralh0, Ricardo. Ela é sua funcionária, porrå— murmurei para mim mesmo, minha voz ecoando pela sala vazia. Era verdade. Por mais que Kate fosse incrivelmente atraente, ela também era uma profissional exemplar. Inteligente, criativa, dona de ideias brilhantes. Não era alguém que eu podia tratar apenas como objeto de desejo. Não que isso tornasse mais fácil ignorar a forma como meu corpo reagia toda vez que ela estava por perto. Suspirei, esfregando o rosto com as mãos, tentando afastar as imagens que se repetiam na minha mente. Mesmo agora, sentado ali, a lembrança do jeito que ela parecia confortável naquela lingerie não me deixava em paz. A forma como a peça valorizava cada curva dela... Fechei os olhos por um momento, tentando me concentrar. Não era só a aparência dela que me fascinava. Kate era uma mulher incrível. Apesar de todas as dificuldades que ela devia enfrentar por ser fora dos padrões que a sociedade insiste em impor, ela carregava uma confiança invejável. Era decidida, segura de si e sabia exatamente o que queria. Admirei isso nela desde o momento em que começamos a trabalhar juntos. Kate não era só uma mulher bonita; ela era uma das melhores profissionais que já passaram pela minha equipe. Sua capacidade de enxergar além do óbvio, de transformar ideias em algo concreto e único, era um dos motivos pelo qual o marketing da empresa estava no auge. Mas isso não me dava o direito de olhar para ela da maneira que eu olhava. Não importava o quanto ela fosse sexy ou o quanto minha mente insistisse em levá-la para caminhos perigosos. Eu era o chefe dela. Havia uma linha clara entre nós, e eu não podia cruzá-la. Apoiando os cotovelos na mesa, respirei fundo. Ainda assim, o cheiro dela parecia impregnado em mim, mesmo que ela não estivesse aqui. Um perfume sutil, doce, mas ao mesmo tempo marcante. Fechei os olhos novamente, quase conseguindo imaginar como seria ter aquele cheiro ainda mais próximo, no meu pescoço, na minha pele... — Putå que pariu! — Minha voz soou mais firme desta vez. Eu precisava me distrair, e rápido. Levantei-me da cadeira, pegando alguns papéis para revisar. As vendas estavam bem, mas sempre havia algo para ajustar, algum detalhe para melhorar. Mergulhar no trabalho era a única solução para calar minha mente inquieta. Passei as próximas horas resolvendo questões sobre os contratos de fornecedores, analisando orçamentos e revisando estratégias de lançamento. Foi o suficiente para me fazer esquecer das fotos, pelo menos temporariamente. Enquanto lia o relatório, meu celular vibrou na mesa. Era uma mensagem da equipe de marketing. Eles queriam que eu aprovasse a próxima etapa da campanha. — Claro, mais trabalho. — Sorri, quase aliviado. Era melhor assim. Quanto mais ocupado, menos espaço para os pensamentos que eu não deveria ter. A verdade, no entanto, continuava lá, escondida no fundo da minha mente. Por mais que eu tentasse manter tudo sob controle, cada vez que pensava em Kate, algo dentro de mim se acendia. Um desejo que eu não sabia como apagar. E, para ser honesto, não tinha certeza se realmente queria. .... O dia no escritório finalmente tinha acabado. Enfiei o último relatório na gaveta da mesa, fechei o notebook e soltei um longo suspiro. O trabalho havia sido pesado, mas não pesado o suficiente para apagar as imagens que eu ainda tinha na cabeça. As fotos de Kate, claro. Aquela lingerie vermelha parecia ter sido desenhada pelo próprio diab0 só para me fod#r mentalmente. Peguei o celular do bolso para checar as mensagens antes de sair. Entre notificações irrelevantes, apareceu o nome de André, meu amigo de longa data. E logo em seguida uma ligação dele. — Fala, meu empresário de sucesso! — Ele começou, a voz já animada. — Hoje vai ter inauguração de uma casa de festa nova aqui no centro. Todo mundo tá comentando. Eu e o Léo vamos lá, bora? — Não sei, cara. Tô morto hoje. — Me joguei na cadeira, massageando as têmporas. — Para de ser bund@-mole, Ricardo. — Ele riu. — Tu trabalha demais, vai acabar brocha antes dos 40. Bora, p0rra! A gente pega umas cervejas, conversa um pouco e quem sabe não conhce umas gatas. Rolei os olhos, mas ri da insistência. André tinha o dom de ser um pé no saco quando queria. — Beleza, você venceu. Mas vou só beber, nada de exageros. — Essa é a atitude! Te vejo lá. Vou estar na área VIP. Desliguei a ligação e fui direto para o banheiro. Depois de um banho rápido, abri o armário para escolher uma roupa. Não era como se eu fosse me arrumar para impressionar alguém, mas, por via das dúvidas, coloquei uma camisa preta bem ajustada ao corpo, calça jeans escura e sapatos casuais. O cabelo estava no lugar, e um toque do meu perfume favorito completou o visual. Peguei as chaves do carro e saí do apartamento. ... A casa de festas era tudo o que André tinha prometido. O lugar estava lotado, a música alta vibrando no peito, e o cheiro de álcool misturado com perfume caro tomava o ar. Encontrei André e Léo na área VIP, onde eles já tinham garantido um balde com uísque, cervejas e energético. — Até que enfim! — André ergueu um copo na minha direção. — Tava achando que ia dar pra trás. — Como se eu tivesse essa escolha. — Peguei um copo e me servi de uísque. Os caras começaram a falar sobre as mulheres do lugar, fazendo piadas de alguns dos homens de lá e apontando alguns. Minha cabeça estava em outro lugar, até que algo chamou minha atenção. Foi como se o mundo tivesse ficado em câmera lenta. Ela entrou. Kate Ferreira. P0rra. Se eu achava que as fotos já eram suficientes pra me deixar maluco, ver ela ao vivo, naquele vestido, foi como tomar um soco no peito. O tecido justo desenhava cada curva dela. O vestido era curto, mostrando as pernas grossas que qualquer homem mataria para tocar. O cabelo estava solto, caindo em ondas perfeitas, e a maquiagem realçava ainda mais aquele rosto que eu já achava indecentemente bonito. Ela estava acompanhada de Clara, a estagiária da empresa, e de outra mulher que eu não conhecia, mas, sinceramente, nem me importei. Minha atenção estava cravada em Kate. — Caralho, quem é aquela de vermelho? — Léo falou, olhando na mesma direção que eu. — Ninguém que você possa encostar — respondi de forma automática, sem nem olhar pra ele. — Tá na defensiva por quê? Conhece a gostos@? — É minha funcionária — disse seco, sem entrar em detalhes. André soltou uma risada. — Put@ que pariu, Santana. Ela é muito gata. Vai ficar só olhando? Engoli o resto do uísque de uma vez. Claro que eu ia ficar só olhando. Não podia fazer mais do que isso. Não aqui, não com eles. Mas meu olhar continuou preso nela enquanto ela e as amigas encontravam uma mesa perto da pista de dança. Kate ria, gesticulava, parecia tão à vontade que me fez querer estar ali, ao lado dela. O jeito que ela andava, com aquele quadril que parecia ter sido feito pra ser pecado, mexia com algo primal em mim. Fod@-se. Desviei o olhar, voltando minha atenção para o copo vazio na mão. Eu precisava me controlar. Ela era minha funcionária, p0rra. Mas quando olhei de novo, ela estava lá, com aquele sorriso que parecia iluminar o ambiente inteiro. Por um momento, nossos olhares se cruzaram, e eu poderia jurar que ela sabia exatamente o que estava fazendo comigo. Um pensamento passou pela minha cabeça. Talvez fosse a bebida falando, mas, naquela noite, manter o controle parecia mais difícil do que nunca.Kate Ferreira Selena dançava ao nosso lado como se não houvesse amanhã, enquanto Clara ria do exagero da nossa amiga. Eu, apesar de hesitar antes de aceitar o convite para sair, estava feliz por ter vindo. Fazia tempo que eu não me soltava assim. A música alta fazia meu corpo reagir naturalmente, balançando no ritmo. Os olhares ao redor eram inevitáveis, mas eu estava focada em me divertir.Então, comecei a passar meus olhos pelo lugar, observando as pessoas e quem sabe alguém interessante, mas meus olhos pararam em uma pessoa específica. Na área VIP, Ricardo estava sentado com mais dois homens, rindo de algo que um deles falava. Ele parecia tão à vontade, tão no controle, que por um instante me peguei admirando a forma como ele dominava o ambiente sem esforço. Meu olhar demorou um pouco mais do que deveria, e foi quando percebi que ele estava olhando de volta. Aquele olhar direto, penetrante, como se pudesse desvendar tudo o que eu tentava esconder.— Kate, você tá bem? — Clara perg
Ricardo SantanaA caminho da empresa, minha mente estava presa à noite anterior. O som alto, as luzes piscando, o calor abafado da pista de dança... e, claro, Kate. Aquela mulher tinha um jeito de me desarmar que ninguém mais tinha.Lembrei do momento em que a segurei pela cintura, do gosto dos lábios dela. Foi difícil me conter, parar por ali. Mas eu sabia que deixar aquilo ir além seria um problema — não só para o trabalho, mas também para o controle que eu me orgulhava tanto de ter. Kate era minha funcionária, e cruzar essa linha complicaria tudo, mesmo que cada fibra do meu corpo quisesse fazer exatamente isso.Cheguei na empresa mais cedo do que o normal, precisando ocupar minha mente com qualquer coisa que não fosse a lembrança daquele beijo. Subi para minha sala, passei um café forte e me sentei para revisar os relatórios do mês. No entanto, por mais que tentasse me concentrar, minha mente voltava sempre para ela. Kate. Ela era mais do que atraente; tinha algo nela que fazia qu
Kate Ferreira Eu estava sentada no meio da minha cama, cercada por roupas, sapatos e acessórios, tentando organizar a mala para passar uma semana em Los Angeles. Apesar do caos, havia uma animação em mim que eu não conseguia conter. Sempre achei Los Angeles uma cidade incrível, com suas praias, palmeiras e aquele glamour que parecia saído direto dos filmes. Já tinha viajado para o exterior antes, mas nunca para lá. Era como realizar mais um pequeno sonho.Enquanto dobrava uma blusa, minha mente começou a divagar. O último mês tinha sido uma verdadeira loucura na empresa. Os preparativos para o desfile tomaram conta de todos, e parecia que ninguém tinha tempo para respirar. Cada setor estava trabalhando no limite, e eu não era exceção. Campanhas publicitárias, ajustes nas redes sociais, planejamento de estratégias para impulsionar a marca... tudo recaía sobre meus ombros e da minha equipe.E, claro, havia Ricardo.Desde aquele dia na empresa, nosso contato mudou. Ele parecia mais dist
Kate Ferreira O aeroporto estava movimentado, comosempre, e a energia no ar parecia diferente. Era empolgante pensar que estávamos prestes a embarcar para Los Angeles. Quando avistei o grupo da empresa, caminhei até eles com minha mala de rodinhas, notando como o entusiasmo era geral. Clara estava entre os primeiros a me ver e, com seu jeito animado, correu até mim.— Finalmente, Kate! Achei que ia perder o voo! — brincou, me puxando para um abraço.— Jamais. Você sabe que eu sempre chego no limite do horário, mas nunca atrasada. — pisquei para ela, rindo.O grupo foi se reunindo na área de embarque. Vi Ricardo conversando com alguns dos diretores de área, sempre com aquela postura impecável. Tentei não reparar demais nele, mas meu olhar parecia ter vontade própria. Ele usava uma jaqueta casual e jeans, uma combinação simples, mas que nele parecia perfeita.Depois de toda a burocracia do embarque, finalmente estávamos dentro do avião. Clara e eu nos sentamos juntas, como já havíamos
Ricardo SantanaEra cedo quando saímos do hotel em direção ao local da sessão de fotos. A atmosfera no carro estava animada, com a equipe comentando sobre as expectativas para o desfile e as possibilidades de expansão da marca. Eu, no entanto, me mantinha mais calado, revisando mentalmente os detalhes da produção e da logística. Precisávamos que tudo saísse perfeito, e qualquer falha poderia comprometer nossa imagem.Ao chegarmos ao estúdio fotográfico, fomos recepcionados por um dos diretores do evento, um homem mais ou menos da minha idade com um olhar atento e postura confiante. Ele nos guiou até o espaço onde a mágica aconteceria: uma área ampla, com iluminação impecável, câmeras de última geração e várias modelos já posicionadas para começarem os testes de figurino.— Vamos escolher as peças e atribuir às modelos — anunciei à equipe, deixando claro que precisávamos ser eficientes.Kate estava ali, ao lado de Clara e de alguns outros membros do marketing. Apesar de estar focada no
Kate FerreiraOrganizar um desfile de alta importância como esse era um trabalho monumental. Cada detalhe, desde a escolha das peças que iriam para a passarela até os mínimos ajustes na iluminação, precisava ser discutido e aprovado. Eu estava imersa na preparação, analisando relatórios, sugerindo ajustes e tentando manter a equipe motivada. Apesar do ritmo intenso, era algo que eu adorava. Sentia que estava no meu elemento.Estávamos na sala de reuniões temporária do local do evento, revisando os últimos pontos antes do grande dia. Clara estava ao meu lado, revisando a lista de modelos confirmadas, enquanto outros membros da equipe traziam atualizações sobre cenários, música e logística. A energia na sala era elétrica, com pessoas falando ao mesmo tempo, tentando solucionar problemas de última hora.E, claro, Ricardo estava lá. Sentado na ponta da mesa, sua postura impecável transmitia autoridade, mas seu olhar severo deixava claro que ele estava no limite da paciência. Ele ouvia ate
Kate FerreiraEra um dia antes do grande desfile, mas o clima entre a equipe estava leve. Ricardo, em uma decisão surpreendente, resolveu nos dar algumas horas livres. Ele parecia entender que o ritmo intenso dos últimos dias havia nos esgotado. O anúncio foi recebido com sorrisos e murmúrios de alívio, e logo todos se espalharam pela cidade.Eu e Clara resolvemos visitar uma famosa feira de rua que ficava a poucos quilômetros do hotel. Era algo que ambas queríamos experimentar: o cenário colorido, os aromas de comida exótica e o artesanato local. Clara estava radiante, tirando fotos de tudo e comprando pequenas lembranças, enquanto eu caminhava ao lado dela, tentando manter o mesmo entusiasmo.Mas minha mente estava longe. Cada passo entre as barracas era uma batalha para afastar o turbilhão de pensamentos que Ricardo havia provocado desde aquela maldita reunião.— Você está muito quieta — Clara comentou, parando ao meu lado enquanto examinava uma pulseira feita à mão. — Isso não é c
Ricardo SantanaO dia do desfile finalmente chegou, e a tensão no ar era quase palpável. Cada detalhe precisava estar impecável, desde a iluminação até os ajustes de última hora nas peças de lingerie. Eu deveria estar focado em garantir que tudo saísse como planejado, mas havia algo – ou melhor, alguém – que constantemente roubava minha atenção.Kate.Ela estava absolutamente deslumbrante. Um vestido longo e colado ao corpo destacava suas curvas de maneira elegante. O cabelo estava preso em um penteado sofisticado, revelando o pescoço delicado, e os acessórios brilhavam sob as luzes do evento. Ela parecia uma visão, quase como se tivesse saído diretamente de uma revista de moda.Eu não era o único que tinha notado. Por onde passava, Kate recebia olhares e sussurros admirados. Mas o que me incomodava não era o fato de outros homens repararem nela. Era a forma como ela parecia tão alheia a tudo isso, como se sua beleza não fosse algo que ela usasse para atrair atenção, mas uma extensão