Início / Romance / Virgem em Chamas / Capítulo 04 - Desejo Proíbido.
Capítulo 04 - Desejo Proíbido.

Ricardo Santana

A manhã seguia como qualquer outra, ou pelo menos era o que eu tentava me convencer enquanto estava em minha sala, com pilhas de relatórios e contratos espalhados sobre a mesa. As responsabilidades da empresa pareciam intermináveis, mas era parte do que fazia a "Sedução Urbana", nosso sex shop de renome, funcionar tão bem.

Inclinei-me na cadeira, ajustando a gravata enquanto abria mais um arquivo. Os números das vendas estavam melhores do que o esperado, especialmente com a nova campanha de lingeries inclusivas. A ideia de abraçar diferentes corpos no marketing tinha sido ousada, mas estava valendo a pena. O feedback era extremamente positivo.

Ainda assim, mesmo com a montanha de trabalho à minha frente, minha atenção continuava se desviando. Sobre a mesa, a revista com as fotos da nova campanha chamava por mim como uma tentação silenciosa.

Eu a ignorei por um tempo, até que a curiosidade venceu. Peguei a revista, folheando-a distraidamente, revisando as imagens de outros modelos. As fotos estavam impecáveis, sensuais sem serem vulgares. Mas então cheguei à página dela.

Kate Ferreira.

Por um momento, o mundo ao meu redor desapareceu. As fotos dela eram... deslumbrantes. Lá estava ela, vestida com uma lingerie vermelha que parecia ter sido feita sob medida, destacando cada curva de seu corpo de forma hipnotizante. Sua expressão confiante e o olhar intenso para a câmera praticamente saltavam da página.

Sem perceber, mordi levemente o lábio inferior.

Era impossível não ser atraído por ela. Kate tinha algo que poucas mulheres possuíam: uma presença que dominava qualquer ambiente. Ela era naturalmente sensual, sem esforço algum, e isso transparecia em cada pose.

Meus pensamentos começaram a tomar um rumo perigoso, imagens dela, naquela mesma lingerie, dançando em minha mente. Pensei em como seria ter aquelas curvas contra o meu corpo, sentir o calor da pele dela, o cheiro doce que ela exalava quando passava perto de mim no escritório.

Sacudi a cabeça e fechei a revista com um movimento firme, como se isso fosse suficiente para calar a voz insistente do meu desejo.

— Caralh0, Ricardo. Ela é sua funcionária, porrå— murmurei para mim mesmo, minha voz ecoando pela sala vazia.

Era verdade. Por mais que Kate fosse incrivelmente atraente, ela também era uma profissional exemplar. Inteligente, criativa, dona de ideias brilhantes. Não era alguém que eu podia tratar apenas como objeto de desejo. Não que isso tornasse mais fácil ignorar a forma como meu corpo reagia toda vez que ela estava por perto.

Suspirei, esfregando o rosto com as mãos, tentando afastar as imagens que se repetiam na minha mente. Mesmo agora, sentado ali, a lembrança do jeito que ela parecia confortável naquela lingerie não me deixava em paz. A forma como a peça valorizava cada curva dela...

Fechei os olhos por um momento, tentando me concentrar.

Não era só a aparência dela que me fascinava. Kate era uma mulher incrível. Apesar de todas as dificuldades que ela devia enfrentar por ser fora dos padrões que a sociedade insiste em impor, ela carregava uma confiança invejável. Era decidida, segura de si e sabia exatamente o que queria.

Admirei isso nela desde o momento em que começamos a trabalhar juntos. Kate não era só uma mulher bonita; ela era uma das melhores profissionais que já passaram pela minha equipe. Sua capacidade de enxergar além do óbvio, de transformar ideias em algo concreto e único, era um dos motivos pelo qual o marketing da empresa estava no auge.

Mas isso não me dava o direito de olhar para ela da maneira que eu olhava. Não importava o quanto ela fosse sexy ou o quanto minha mente insistisse em levá-la para caminhos perigosos. Eu era o chefe dela. Havia uma linha clara entre nós, e eu não podia cruzá-la.

Apoiando os cotovelos na mesa, respirei fundo.

Ainda assim, o cheiro dela parecia impregnado em mim, mesmo que ela não estivesse aqui. Um perfume sutil, doce, mas ao mesmo tempo marcante. Fechei os olhos novamente, quase conseguindo imaginar como seria ter aquele cheiro ainda mais próximo, no meu pescoço, na minha pele...

— Putå que pariu! — Minha voz soou mais firme desta vez.

Eu precisava me distrair, e rápido. Levantei-me da cadeira, pegando alguns papéis para revisar. As vendas estavam bem, mas sempre havia algo para ajustar, algum detalhe para melhorar. Mergulhar no trabalho era a única solução para calar minha mente inquieta.

Passei as próximas horas resolvendo questões sobre os contratos de fornecedores, analisando orçamentos e revisando estratégias de lançamento. Foi o suficiente para me fazer esquecer das fotos, pelo menos temporariamente.

Enquanto lia o relatório, meu celular vibrou na mesa. Era uma mensagem da equipe de marketing. Eles queriam que eu aprovasse a próxima etapa da campanha.

— Claro, mais trabalho. — Sorri, quase aliviado.

Era melhor assim. Quanto mais ocupado, menos espaço para os pensamentos que eu não deveria ter.

A verdade, no entanto, continuava lá, escondida no fundo da minha mente. Por mais que eu tentasse manter tudo sob controle, cada vez que pensava em Kate, algo dentro de mim se acendia. Um desejo que eu não sabia como apagar.

E, para ser honesto, não tinha certeza se realmente queria.

....

O dia no escritório finalmente tinha acabado. Enfiei o último relatório na gaveta da mesa, fechei o notebook e soltei um longo suspiro. O trabalho havia sido pesado, mas não pesado o suficiente para apagar as imagens que eu ainda tinha na cabeça. As fotos de Kate, claro. Aquela lingerie vermelha parecia ter sido desenhada pelo próprio diab0 só para me fod#r mentalmente.

Peguei o celular do bolso para checar as mensagens antes de sair. Entre notificações irrelevantes, apareceu o nome de André, meu amigo de longa data. E logo em seguida uma ligação dele.

— Fala, meu empresário de sucesso! — Ele começou, a voz já animada. — Hoje vai ter inauguração de uma casa de festa nova aqui no centro. Todo mundo tá comentando. Eu e o Léo vamos lá, bora?

— Não sei, cara. Tô morto hoje. — Me joguei na cadeira, massageando as têmporas.

— Para de ser bund@-mole, Ricardo. — Ele riu. — Tu trabalha demais, vai acabar brocha antes dos 40. Bora, p0rra! A gente pega umas cervejas, conversa um pouco e quem sabe não conhce umas gatas.

Rolei os olhos, mas ri da insistência. André tinha o dom de ser um pé no saco quando queria.

— Beleza, você venceu. Mas vou só beber, nada de exageros.

— Essa é a atitude! Te vejo lá. Vou estar na área VIP.

Desliguei a ligação e fui direto para o banheiro. Depois de um banho rápido, abri o armário para escolher uma roupa. Não era como se eu fosse me arrumar para impressionar alguém, mas, por via das dúvidas, coloquei uma camisa preta bem ajustada ao corpo, calça jeans escura e sapatos casuais. O cabelo estava no lugar, e um toque do meu perfume favorito completou o visual.

Peguei as chaves do carro e saí do apartamento.

...

A casa de festas era tudo o que André tinha prometido. O lugar estava lotado, a música alta vibrando no peito, e o cheiro de álcool misturado com perfume caro tomava o ar. Encontrei André e Léo na área VIP, onde eles já tinham garantido um balde com uísque, cervejas e energético.

— Até que enfim! — André ergueu um copo na minha direção. — Tava achando que ia dar pra trás.

— Como se eu tivesse essa escolha. — Peguei um copo e me servi de uísque.

Os caras começaram a falar sobre as mulheres do lugar, fazendo piadas de alguns dos homens de lá e apontando alguns. Minha cabeça estava em outro lugar, até que algo chamou minha atenção.

Foi como se o mundo tivesse ficado em câmera lenta.

Ela entrou.

Kate Ferreira.

P0rra. Se eu achava que as fotos já eram suficientes pra me deixar maluco, ver ela ao vivo, naquele vestido, foi como tomar um soco no peito. O tecido justo desenhava cada curva dela. O vestido era curto, mostrando as pernas grossas que qualquer homem mataria para tocar. O cabelo estava solto, caindo em ondas perfeitas, e a maquiagem realçava ainda mais aquele rosto que eu já achava indecentemente bonito.

Ela estava acompanhada de Clara, a estagiária da empresa, e de outra mulher que eu não conhecia, mas, sinceramente, nem me importei. Minha atenção estava cravada em Kate.

— Caralho, quem é aquela de vermelho? — Léo falou, olhando na mesma direção que eu.

— Ninguém que você possa encostar — respondi de forma automática, sem nem olhar pra ele.

— Tá na defensiva por quê? Conhece a gostos@?

— É minha funcionária — disse seco, sem entrar em detalhes.

André soltou uma risada.

— Put@ que pariu, Santana. Ela é muito gata. Vai ficar só olhando?

Engoli o resto do uísque de uma vez. Claro que eu ia ficar só olhando. Não podia fazer mais do que isso. Não aqui, não com eles. Mas meu olhar continuou preso nela enquanto ela e as amigas encontravam uma mesa perto da pista de dança.

Kate ria, gesticulava, parecia tão à vontade que me fez querer estar ali, ao lado dela. O jeito que ela andava, com aquele quadril que parecia ter sido feito pra ser pecado, mexia com algo primal em mim.

Fod@-se.

Desviei o olhar, voltando minha atenção para o copo vazio na mão. Eu precisava me controlar. Ela era minha funcionária, p0rra.

Mas quando olhei de novo, ela estava lá, com aquele sorriso que parecia iluminar o ambiente inteiro. Por um momento, nossos olhares se cruzaram, e eu poderia jurar que ela sabia exatamente o que estava fazendo comigo.

Um pensamento passou pela minha cabeça.

Talvez fosse a bebida falando, mas, naquela noite, manter o controle parecia mais difícil do que nunca.

Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App