No prestigiado Instituto São Bartolomeu, Alexandra, uma estudante bolsista, busca manter suas notas impecáveis enquanto tenta sobreviver às intrigas e humilhações de seus colegas mais abastados. No entanto, os boatos e o bullying são apenas o começo de algo muito mais sombrio. Enquanto tenta lidar com uma série de sonhos perturbadores e presságios, Alex começa a perceber que uma força maligna está crescendo dentro da escola — uma presença que parece estar ligada à sua melhor amiga, Elloá, e a um segredo oculto envolvendo o nascimento de um mal ancestral. Em meio a mentiras, manipulações e eventos sobrenaturais que testam sua sanidade, Alex precisará enfrentar não apenas os horrores sociais da vida escolar, mas também uma ameaça que transcende o imaginável. Entrelaçando o cotidiano de adolescentes com forças sobrenaturais, "Sombras no Instituto: O Nascimento do Mal" é uma jornada de mistério, medo e escolhas que podem mudar o destino de todos. Neste thriller psicológico, o mal não apenas observa... ele nasce, cresce, e está pronto para despertar.
Ler maisNa manhã seguinte, Elloá surpreendeu a todos. Ela os despertou com uma energia que parecia deslocada, uma alegria vibrante e contagiante que ninguém conseguia entender completamente, mas ainda assim, seguiram-na, curiosos.Quando chegaram à cozinha, foram recebidos pelo aroma acolhedor de bolo recém-saído do forno. A mesa estava posta com xícaras de café, fatias de pão e o bolo quentinho como o centro das atenções. Camila foi a primeira a se pronunciar, erguendo as sobrancelhas em incredulidade.— Eu nem sabia que tinha ingredientes para tudo isso aqui! — ela exclamou, olhando ao redor como se esperasse encontrar uma despensa mágica escondida.Elloá deu de ombros com um sorriso despreocupado. — Só precisei ser criativa.Todos se sentaram à mesa, ainda sem acreditar completamente no que estavam vendo. As fatias de bolo foram distribuídas e, à medida que mordiam, os elogios começaram a fluir.— Isso está incrível, Elloá! — Alex disse, a boca ainda cheia.— De longe, o melhor café da man
Uriel virou-se com desprezo, sua presença imponente diminuindo enquanto caminhava em direção à porta. Ela não olhou para trás, seus passos decididos ressoando como um aviso final.— Divirtam-se lidando com isso — disse com frieza antes de abrir a porta e desaparecer na noite, deixando um vazio gelado em seu lugar.A casa caiu em um silêncio opressor, interrompido apenas pela respiração pesada de Elloá, que ainda parecia abalada. Ela estava pálida, os olhos baixos, como se estivesse lutando para manter-se consciente. Alex, por outro lado, parecia completamente alheia a tudo ao seu redor, o olhar fixo em um ponto distante.Ela estava mergulhada em pensamentos sombrios, revivendo cada momento de dor e angústia que havia experimentado. Cada imagem de sofrimento parecia gravada em sua mente, uma sequência interminável que não lhe dava trégua.Arthur olhou ao redor, tentando se recompor. Ele não conseguia afastar as palavras de Uriel de sua cabeça. A ideia de que Deus os havia abandonado pa
Alex ainda estava nos braços de Arthur quando Elloá começou a se mover. Seus olhos abriram devagar, piscando como se tentasse entender onde estava. Camila, que observava tudo em silêncio, soltou um soluço e se jogou para abraçá-la. — Me desculpa! — Camila repetia, as lágrimas escorrendo por seu rosto. — Eu não sabia o que estava fazendo... Me desculpa, Elloá! Elloá não disse nada. Seus braços estavam fracos, e ela apenas encostou a cabeça no ombro de Camila, parecendo confusa. Arthur se levantou e disse com urgência: — Precisamos sair daqui. Agora! Ele estendeu a mão para Alex, tentando ajudá-la a levantar, mas ela resistiu, apertando o pulso dele com força. — Não tem como fugir, Arthur. — A voz de Alex estava pesada, carregada de uma certeza que ele não conseguia compreender. Arthur piscou, surpreso. — O quê? — Azrathel não é um simples demônio. — Ela olhou para ele, os olhos vazios e sombrios. — Talvez um dia tenha sido. Mas agora... agora ele é muito mais. Nada a
Arthur caminhava pela casa, os passos lentos e cuidadosos, o ambiente sombrio e silencioso pesando sobre ele. As paredes da mansão pareciam fechá-lo em um labirinto de mistério e tensão. Ele chamava por Elloá, a voz baixa e quase hesitante: — Elloá? Onde você está? Nenhuma resposta veio além do eco de sua própria voz. Ele virou corredores, entrou em salas, observando móveis caros e decoração impecável, mas sem sinais dela. Até que finalmente a viu. Elloá estava na sala de estar, em frente a uma ampla janela de vidro que dava para o jardim dos fundos. Seu corpo movia-se em gestos lentos e automáticos, trancando e destrancando a janela repetidamente, como uma máquina programada para executar uma única tarefa. Sua expressão era fria, inumana, com os olhos vazios mirando algo que Arthur não podia ver. — Elloá! — Ele chamou, aliviado e tenso ao mesmo tempo. Ela não respondeu. Continuou o movimento repetitivo, as mãos pequenas girando o trinco com precisão mecânica. Arthur se aproximo
A cena que encontrou no interior da casa fez o estômago revirar. No hall de entrada, Camila estava no chão, com Elloá sobre ela, os dedos apertando seu pescoço com uma força implacável. O rosto de Elloá era uma máscara vazia, o oposto do brilho de vida que ele costumava ver em seus olhos.— Elloá! — Arthur gritou, sua voz ecoando pelo espaço.Sem pensar, ele correu até elas e agarrou Elloá pelos braços, puxando-a para longe de Camila. Como Verena havia dito, a força de Elloá, mesmo possuída, não era páreo para a de um homem adulto. Arthur conseguiu afastá-la com relativa facilidade, mas o mais estranho foi que ela não resistiu. Assim que foi solta, Elloá se levantou e, sem dizer nada, caminhou até a porta da frente, trancando-a com movimentos deliberados antes de desaparecer novamente pelos corredores.— Camila, você está bem? — Arthur perguntou, ajoelhando-se ao lado dela.Camila tossiu, lutando para recuperar o fôlego. As marcas dos dedos de Elloá estavam
Camila apertou as mãos contra os lábios, contendo um grito. Cada espasmo parecia mais violento que o anterior, os dedos de Alex arranhando o chão como se procurassem algo para se agarrar. O som das unhas raspando na madeira fazia Camila estremecer. Ela deu um passo para frente, mas hesitou. O que poderia fazer? Tocá-la parecia perigoso, como se algum tipo de energia sombria estivesse preenchendo o ambiente, sufocando qualquer coragem que ainda pudesse restar nela. — Alex? — murmurou, a voz quase inaudível. Nenhuma resposta. Alexandra continuava a se debater, os olhos abertos mas desfocados, presos em algo que Camila não conseguia ver. Elloá passou pela cozinha mais uma vez, o corpo rígido e os passos quase inaudíveis. Camila se virou rapidamente, chamando: — Elloá! Você precisa me ajudar! Alex está... el
Camila sentia o peso do desespero como uma mão apertando seu peito. As horas pareciam se arrastar, e o silêncio dentro da casa era quase ensurdecedor, quebrado apenas pelo som irregular da respiração de Alex, que agora tinha espasmos intermitentes. Sentindo o corpo fraco e tremendo de fome, Camila decidiu que precisava comer algo. Ela foi até a cozinha e começou a preparar um sanduíche com as mãos trêmulas. O simples ato de passar manteiga no pão parecia um esforço monumental, e seu estômago se contorcia de ansiedade tanto quanto de fome. Enquanto terminava de montar o sanduíche, ouviu passos atrás de si. Quando se virou, viu Elloá passando pela cozinha. O corpo da amiga parecia rígido, quase mecânico, os movimentos desumanamente precisos. A feição de Elloá era fria, sem nenhuma emoção, como se fosse apenas uma casca vazia. — Elloá? — Camila chamou, hesitante, sentindo o coração bater mais rápido.
Arthur caminhava pela estrada deserta, os sapatos já desgastados pela distância percorrida. Ele havia abandonado o carro no acostamento horas antes, após uma pane mecânica inexplicável, e desde então tentava uma carona sem sucesso. Cada farol que passava parecia um pequeno lampejo de esperança, mas nenhum veículo parava. O tempo se arrastava, e a escuridão ao redor parecia absorver qualquer tentativa de orientação. Ele tirou o celular do bolso mais uma vez, frustrado ao ver a falta de sinal. O mapa offline não ajudava muito; as bifurcações da estrada se confundiam, e ele já não sabia se seguia na direção certa. — Droga... — murmurou, apertando o celular entre os dedos. Enquanto seguia, algo estranho aconteceu. Um som leve, como um sussurro carregado pelo vento, chamou sua atenção. Ele olhou ao redor, mas a estrada estava vazia, cercada apenas por árvores imóveis. Então sentiu um peso estranho no bolso do casaco, algo que ele tinha cert
Azrathel a observou com um sorriso cruel, seus olhos brilhando como brasas, enquanto Alex se contorcia na cadeira, incapaz de conter as lágrimas. — Sabe o que é engraçado? — ele começou, sua voz grave ressoando na sala vazia. — Você, tentando ser a heroína, a salvadora de todos, quando no fundo sempre foi egoísta. Sempre. Alex ergueu o olhar, confusa e apavorada, enquanto o "filme" mudava. Agora as imagens mostravam flashes de sua própria vida, momentos que ela teria preferido esquecer. Ela viu o dia em que viu Lucca pela primeira vez. Não havia nada de especial nele, ela sequer gostou dele à primeira vista. Mas quando percebeu que uma de suas amigas estava interessada, algo em seu interior mudou. As imagens mostraram Alex sorrindo e flertando, apenas para roubar a atenção dele, mesmo sabendo que magoaria a amiga. — Viu? — Azrathel comentou, casualmente. — Você nem gostava do garoto, mas isso não importava, não é? Desde que você saísse por cim