No prestigiado Instituto São Bartolomeu, Alexandra, uma estudante bolsista, busca manter suas notas impecáveis enquanto tenta sobreviver às intrigas e humilhações de seus colegas mais abastados. No entanto, os boatos e o bullying são apenas o começo de algo muito mais sombrio. Enquanto tenta lidar com uma série de sonhos perturbadores e presságios, Alex começa a perceber que uma força maligna está crescendo dentro da escola — uma presença que parece estar ligada à sua melhor amiga, Elloá, e a um segredo oculto envolvendo o nascimento de um mal ancestral. Em meio a mentiras, manipulações e eventos sobrenaturais que testam sua sanidade, Alex precisará enfrentar não apenas os horrores sociais da vida escolar, mas também uma ameaça que transcende o imaginável. Entrelaçando o cotidiano de adolescentes com forças sobrenaturais, "Sombras no Instituto: O Nascimento do Mal" é uma jornada de mistério, medo e escolhas que podem mudar o destino de todos. Neste thriller psicológico, o mal não apenas observa... ele nasce, cresce, e está pronto para despertar.
Ler maisArthur caminhava pela casa, os passos lentos e cuidadosos, o ambiente sombrio e silencioso pesando sobre ele. As paredes da mansão pareciam fechá-lo em um labirinto de mistério e tensão. Ele chamava por Elloá, a voz baixa e quase hesitante: — Elloá? Onde você está? Nenhuma resposta veio além do eco de sua própria voz. Ele virou corredores, entrou em salas, observando móveis caros e decoração impecável, mas sem sinais dela. Até que finalmente a viu. Elloá estava na sala de estar, em frente a uma ampla janela de vidro que dava para o jardim dos fundos. Seu corpo movia-se em gestos lentos e automáticos, trancando e destrancando a janela repetidamente, como uma máquina programada para executar uma única tarefa. Sua expressão era fria, inumana, com os olhos vazios mirando algo que Arthur não podia ver. — Elloá! — Ele chamou, aliviado e tenso ao mesmo tempo. Ela não respondeu. Continuou o movimento repetitivo, as mãos pequenas girando o trinco com precisão mecânica. Arthur se aproximo
A cena que encontrou no interior da casa fez o estômago revirar. No hall de entrada, Camila estava no chão, com Elloá sobre ela, os dedos apertando seu pescoço com uma força implacável. O rosto de Elloá era uma máscara vazia, o oposto do brilho de vida que ele costumava ver em seus olhos.— Elloá! — Arthur gritou, sua voz ecoando pelo espaço.Sem pensar, ele correu até elas e agarrou Elloá pelos braços, puxando-a para longe de Camila. Como Verena havia dito, a força de Elloá, mesmo possuída, não era páreo para a de um homem adulto. Arthur conseguiu afastá-la com relativa facilidade, mas o mais estranho foi que ela não resistiu. Assim que foi solta, Elloá se levantou e, sem dizer nada, caminhou até a porta da frente, trancando-a com movimentos deliberados antes de desaparecer novamente pelos corredores.— Camila, você está bem? — Arthur perguntou, ajoelhando-se ao lado dela.Camila tossiu, lutando para recuperar o fôlego. As marcas dos dedos de Elloá estavam
Camila apertou as mãos contra os lábios, contendo um grito. Cada espasmo parecia mais violento que o anterior, os dedos de Alex arranhando o chão como se procurassem algo para se agarrar. O som das unhas raspando na madeira fazia Camila estremecer. Ela deu um passo para frente, mas hesitou. O que poderia fazer? Tocá-la parecia perigoso, como se algum tipo de energia sombria estivesse preenchendo o ambiente, sufocando qualquer coragem que ainda pudesse restar nela. — Alex? — murmurou, a voz quase inaudível. Nenhuma resposta. Alexandra continuava a se debater, os olhos abertos mas desfocados, presos em algo que Camila não conseguia ver. Elloá passou pela cozinha mais uma vez, o corpo rígido e os passos quase inaudíveis. Camila se virou rapidamente, chamando: — Elloá! Você precisa me ajudar! Alex está... el
Camila sentia o peso do desespero como uma mão apertando seu peito. As horas pareciam se arrastar, e o silêncio dentro da casa era quase ensurdecedor, quebrado apenas pelo som irregular da respiração de Alex, que agora tinha espasmos intermitentes. Sentindo o corpo fraco e tremendo de fome, Camila decidiu que precisava comer algo. Ela foi até a cozinha e começou a preparar um sanduíche com as mãos trêmulas. O simples ato de passar manteiga no pão parecia um esforço monumental, e seu estômago se contorcia de ansiedade tanto quanto de fome. Enquanto terminava de montar o sanduíche, ouviu passos atrás de si. Quando se virou, viu Elloá passando pela cozinha. O corpo da amiga parecia rígido, quase mecânico, os movimentos desumanamente precisos. A feição de Elloá era fria, sem nenhuma emoção, como se fosse apenas uma casca vazia. — Elloá? — Camila chamou, hesitante, sentindo o coração bater mais rápido.
Arthur caminhava pela estrada deserta, os sapatos já desgastados pela distância percorrida. Ele havia abandonado o carro no acostamento horas antes, após uma pane mecânica inexplicável, e desde então tentava uma carona sem sucesso. Cada farol que passava parecia um pequeno lampejo de esperança, mas nenhum veículo parava. O tempo se arrastava, e a escuridão ao redor parecia absorver qualquer tentativa de orientação. Ele tirou o celular do bolso mais uma vez, frustrado ao ver a falta de sinal. O mapa offline não ajudava muito; as bifurcações da estrada se confundiam, e ele já não sabia se seguia na direção certa. — Droga... — murmurou, apertando o celular entre os dedos. Enquanto seguia, algo estranho aconteceu. Um som leve, como um sussurro carregado pelo vento, chamou sua atenção. Ele olhou ao redor, mas a estrada estava vazia, cercada apenas por árvores imóveis. Então sentiu um peso estranho no bolso do casaco, algo que ele tinha cert
Azrathel a observou com um sorriso cruel, seus olhos brilhando como brasas, enquanto Alex se contorcia na cadeira, incapaz de conter as lágrimas. — Sabe o que é engraçado? — ele começou, sua voz grave ressoando na sala vazia. — Você, tentando ser a heroína, a salvadora de todos, quando no fundo sempre foi egoísta. Sempre. Alex ergueu o olhar, confusa e apavorada, enquanto o "filme" mudava. Agora as imagens mostravam flashes de sua própria vida, momentos que ela teria preferido esquecer. Ela viu o dia em que viu Lucca pela primeira vez. Não havia nada de especial nele, ela sequer gostou dele à primeira vista. Mas quando percebeu que uma de suas amigas estava interessada, algo em seu interior mudou. As imagens mostraram Alex sorrindo e flertando, apenas para roubar a atenção dele, mesmo sabendo que magoaria a amiga. — Viu? — Azrathel comentou, casualmente. — Você nem gostava do garoto, mas isso não importava, não é? Desde que você saísse por cim
Alex tentou engolir o nojo que subia pela garganta, mas era impossível não se sentir devastada com o que via. Ela queria gritar, chorar, ou até mesmo destruir aquele trono de mármore, mas estava completamente impotente. Azrathel, indiferente ao sofrimento dela, estalou os dedos mais uma vez, e o "filme" prosseguiu. As imagens mostraram Elloá e Magno no quarto de hóspedes durante aquele fatídico jantar. Magno tinha um sorriso calculista enquanto falava, com um tom de voz macio, quase paternal. — Você poderia ter tudo, Elloá. Tudo o que quisesse — ele dizia, seus olhos frios analisando cada reação dela. — Só precisa fazer algo pequeno para mim. Elloá parecia hesitar por um momento, mas então seus olhos brilharam, fascinados pela promessa de um mundo que ela nunca tinha conhecido. — Tudo o que eu quiser? — perguntou, com uma mistura de empolgação e incredulidade. Magno confirmou com um leve aceno de cabeça, e Elloá sorriu. — Eu aceito.
Elloá começou a respirar de forma irregular, os olhos virando levemente para trás enquanto seu corpo ficava inerte no chão frio do banheiro. Alexandra segurou o rosto da amiga com cuidado, mas a desesperança tomou conta. — Elloá? Elloá, fala comigo! — Alex suplicava, sacudindo-a levemente. Camila estava paralisada, a mão na boca enquanto seus olhos estavam fixos na cena à sua frente. — Ela… ela morreu? — Alex perguntou, a voz rouca e embargada, lágrimas já brotando em seus olhos. Antes que Camila pudesse responder, um calafrio percorreu a espinha de Alexandra. O ar ao seu redor pareceu se transformar, ficando pesado e denso. De repente, o chão desapareceu sob seus pés, e o mundo à sua volta girou, sugando-a para outro lugar. Quando Alex abriu os olhos novamente, estava em um espaço estranho e surreal. O ambiente era sombrio, mas ao mesmo tempo refinado, como se tivesse sido esculpido por mãos divinas. As paredes eram feitas de mármor
A noite na casa de praia avançava, envolta em uma tranquilidade enganadora. Do lado de dentro, Alexandra e Camila estavam sentadas em um dos sofás luxuosos da sala de estar, com Elloá deitada no chão, apoiada em um travesseiro. No centro, um jogo de tabuleiro estava montado sobre o tapete felpudo. A luz amarelada dos lustres fazia o ambiente parecer acolhedor, quase íntimo, embora houvesse uma tensão latente que nenhuma delas verbalizava. — É a sua vez, Alex. — Camila disse, jogando um dado preguiçosamente enquanto bebia água com gás em um copo alto. Alexandra estava mais relaxada do que esperava. Talvez fosse a distância temporária de suas preocupações habituais, ou o simples fato de estar distraída. — E você está em desvantagem, Camila. — Alex respondeu com um sorriso irônico, movendo suas peças no tabuleiro. — Nem adianta apelar. — Você fala como se já tivesse vencido. — Camila rebateu, ajeitando o cabelo de forma despreocupada. <