Westfield é uma grande e importante metrópole. Regida quase que completamente pelo capitalismo, abriga diversas empresas e oferece oportunidades a muitas pessoas, o que a torna uma cidade convidativa e perfeita para se viver. Porém, tudo muda radicalmente quando um mortal e misterioso vírus é espalhado acidentalmente pela cidade, ceifando a vida de quase todos os habitantes. No entanto, o vírus faz com que aqueles que foram mortos retornem à vida como criaturas sedentas por carne humana. Em questão de poucos dias, a grande metrópole se transforma em um verdadeiro inferno e as chances de sobreviver à constante tragédia são quase nulas. Alex Stevens, um policial veterano, é um sobrevivente da catástrofe. Após testemunhar a morte de sua esposa e filha, lutará até às últimas consequências para conter a ameaça e incriminar a Organização Ômega, a poderosa indústria farmacêutica responsável pela criação do vírus Orpheu. Alex encontrará pelo caminho um grupo de sobreviventes que será ao mesmo tempo um auxílio e também um grande desafio, já que todos serão levados ao limite para garantir sua própria sobrevivencia. O que Alex não imaginava, porém, era que a Organização Ômega seria capaz de tudo para garantir a sua impunidade e continuar levando o seu nome para o resto do mundo, mesmo que isso signifique destruí-lo.
Leer másO corpo do horrendo cão de duas cabeças jazia morto, sob o imenso lustre que estava agora em pedaços. Tracey caiu de joelhos, a fadiga estava quase a dominando completamente. Alex, Annchi e os outros correram ao seu encontro e o grupo estava reunido novamente. Os mortos-vivos que os perseguiam foram derrotados, mas isso não significava que a batalha fora vencida. O barulho do lustre caindo com certeza atrairia mais monstros em breve e, a julgar pela variante do Ômega que estava presente nos cientistas contaminados, uma outra horda já estaria perseguindo os sobreviventes em poucos instantes. O grupo se apressou em continuar percorrendo o corredor. Nada de Carnívoros até aquele momento e finalmente o elevador de carga já estava à vista. O elevador era nada mais do que uma plataforma de alumínio suspensa, sustentada por grossos cabos de aço e a operação de subir e descer era feita em um painel digital, inserido em uma espécie de pedestal improvisado. O grupo subiu na plataforma e se cer
Diante da incerteza sobre o progresso da missão, o grupo se entreolhava diante das portas da biblioteca Vale do Eclipse. Pela primeira vez desde o início da Transformação, todos ali se encontravam inseguros, com exceção de uma pessoa. Tracey Murray se adiantou, passou por seus companheiros e se dirigiu à porta do prédio. Sahyd indagou. — Tracey... o que vai fazer?A garota olhou para trás, encarando cada um dos seus companheiros, com olhar de certa indignação. — Enquanto vocês discutem sobre quem está mentindo ou não, aqueles monstros estão fazendo sabe-se-lá-o-quê com minha irmã e com Kai. Como se tudo isso que estamos vivendo já não fosse uma armadilha na qual já estamos presos há muito tempo. Ninguém do grupo protestou. Todos permaneceram em silêncio e não tinham coragem de olhar nos olhos de Tracey.— Me desculpem, pessoal... mas se ainda vão continuar pensando sobre entrar nesse prédio ou não, mesmo depois de tudo o que passamos, eu vou sozinha! Vou tentar não morrer e se caso
Na imersão da pouca luz que iluminava o laboratório da Ômega, o doutor Lee Lim permanecia sentado diante de sua escrivaninha improvisada observando toda a rotina dos arredores através de drones equipados com câmeras de última geração. Seus olhos estavam atentos através da máscara da tragédia que ele usava desde que chegou a Westfield. O cômodo estava em um silêncio agradável, interrompido apenas pelo leve silvo causado pela eletricidade que corria pelas lâmpadas. Passos decididos em direção ao seu escritório interromperam o silêncio. O zunido do cartão de acesso à porta automática foi seguido pela abertura. O doutor Lim não ergueu o rosto mascarado. Apenas os seus olhos se moveram na direção da figura da agente Mia Zhang, que se aproximava de sua mesa. O homem se manteve em silêncio e esperou que ela falasse. — Creio que já deva saber... eles já chegaram à porta da biblioteca!— Previsível... Com toda a certeza, possuem muita determinação e não descansarão até conseguirem o que desej
A fumaça tóxica aos poucos ia se dissipando, movida também pela força da hélice do helicóptero que se distanciava. Aos poucos, o mundo ficava visível novamente, enquanto os sobreviventes tentavam controlar a respiração e, na medida do possível, voltar a enxergar o que ocorria ao seu redor. Tracey Murray recobrava a consciência lentamente e tentava lutar contra a própria fadiga. Quando enfim conseguiu se levantar, percorria os espaços que eram visíveis em meio à fumaça. Ela esfregava os olhos, que ainda ardiam. Sua garganta parecia pegar fogo e seus pulmões doíam tanto que pareciam prestes a explodir. Mesmo com todo o sofrimento, ela gritava pela irmã.— BEATRICE! BEA! ONDE VOCÊ TÁ? BEA!O silêncio que se seguiu foi perturbador. Tracey percorria desesperada com o olhar todo o ambiente ao redor. Nem sinal da irmã e nem de Kai. Lágrimas se acumularam em seus olhos ressecados. Ela já não conseguia controlar o soluço. Por fim, ajoelhou-se no chão e deixou de resistir ao pranto. Annchi corr
O Marco Zero de Westfield era um amplo espaço, onde uma infinidade de eventos e reuniões culturais eram realizadas, acolhendo autoridades de outras cidades e também de nações que buscavam referências culturais e econômicas. Não havia um dia em que o paço do Marco Zero não estivesse repleto de pessoas. Quando não havia eventos, os jovens gostavam de ocupar o espaço para jogar conversa fora, tocar violão e contar mentiras que jovens contam. Após o surgimento do vírus Orpheu, porém, o Marco Zero se transformou em uma espécie de mausoléu melancólico. Não havia mais ninguém no espaço cultural e, como se não bastasse, a atmosfera do lugar era extremamente pesada, tornando o paço praticamente impossível de se permanecer. Alex pôde sentir a tristeza no ambiente onde enfim ele e seu grupo se encontravam. Após uma batalha terrível contra os Carnívoros, ele via que a meta estava ali, à sua frente. A chave para o antivírus estava dentro do prédio da biblioteca, ou pelo menos, Alex esperava que
A horda de mortos-vivos, cães e abutres infectados se dissolvia rapidamente com o ataque do Kraken-Dylan que, furiosamente, esmagava e pisoteava as criaturas, limpando a estrada até a biblioteca Vale do Eclipse. Beatrice parecia passar os comandos de ataque ao monstro que, para surpresa de todos, obedecia a jovem e por incrível que pudesse parecer, poupava os sobreviventes de seu ataque. Kai correu até perto do Kraken e gritou para o alto. — Pirralha! Desce já desse bicho!— Está tudo bem! — respondeu Beatrice — Eu acabei descobrindo que consigo me comunicar com o sistema nervoso de Dylan. É mais uma característica do Orpheu! — E como foi que você descobriu isso?— Eu não sei! — ela respondeu, se segurando firme para não cair das costas de Dylan — Eu só pensei em tentar e deu certo! Dylan avançou uma vez mais, abatendo outro grupo de Carnívoros. Outra pequena horda surgiu correndo na direção do embate, ao que Alex iniciou um contra-ataque, disparando com a Magnum diretamente nos cr
O amanhecer apontava sobre as terras que sustentavam os destroços de Westfield. Os primeiros raios de sol atravessavam a densa névoa gerada pela poluição, fazendo com que o calor aumentasse, se tornando próximo ao insuportável. Além do ar extremamente pesado, o cheiro de morte estava presente em praticamente todos os lugares. Nenhum raio de sol havia chegado ao paço próximo à biblioteca "Vale do Eclipse". Na porta de entrada da biblioteca, a doutora Kassandra Winslet, de braços cruzados, observava enquanto Mia Zhang caminhava lentamente em direção ao prédio. Claramente, Kassandra tinha a intenção de bloquear a entrada da agente secreta, que continuava se aproximando, até que subiu tranquilamente os três degraus que davam acesso às portas duplas da biblioteca. Ela parou em frente à Kassandra, que sorriu de maneira sarcástico e exclamou:— Apesar do desprazer de sua presença, estou muito feliz em vê-la. Isso só prova que eu estava certa o tempo inteiro... você nos traiu está trabalhando
Um ano se passou desde que Salma Yagami morreu, em sua plena juventude. Na ocasião, quando fechara os olhos para sempre, o rosto da jovem não ostentava uma expressão de sofrimento e sequer parecia sentir a presença da morte. Salma parecia dormir no mais alto grau de tranquilidade e sua face parecia resplandecer a luz mais clara que um rosto poderia ter. Masami e Leona Yagami conheciam bem a enfermidade que ceifou a vida de sua filha e estavam evidentemente entristecidos e sentiam um imenso pesar. Entretanto, o golpe da perda foi muito mais forte em Kai Yagami, que amava a irmã de todo o seu coração. Salma era para ele como um farol que guiava os marinheiros perdidos no oceano. Ela sempre lhe dava conselhos, sabia lhe dizer as palavras exatas sempre que o jovem se sentia entristecido. Salma era pura e bondosa de coração e sentia empatia por cada ser vivo que pisasse na terra ou voasse pelos ares. Para Kai, era inconcebível que uma alma tão extraordinária como Salma pudesse ter sido lev
Há quinze anos...O inverno predominava no grande jardim da família Yagami, porém não era rigoroso a ponto de espantar as duas crianças que brincavam alegremente, colhendo os primeiros lírios que milagrosamente sobreviveram ao frio de Westfield. A pequena Salma corria exibindo as flores em seu cesto, sorrindo para o seu irmão mais velho. — Onde estão seus lírios, Kai? Ouvi você dizer que eu não veria nem a cor deles! — No ano passado, eu peguei todos os lírios. Acho justo que você pegue os seus esse ano! — desculpou-se Kai, obviamente usando um pretexto para disfarçar a sua derrota. — Não pareceu que você quis deixar seus lírios para mim! — Fez um esforço tão grande para procurar por eles. — Tá bom, eu admito! Esse ano você foi mais esperta. Não se pode vencer todas! Mas na próxima vez, não irei facilitar. Salma e Kai caminhavam lentamente a despeito do vento frio e rigoroso que soprava em seus rostos. A menina olhava atentamente para os lírios em sua mão e sorria, o que desperto