Alex, Sahyd, Solomon e Annchi percorreram o extenso túnel até chegarem a uma outra porta automática improvisada, que também se abriu sem qualquer influência aparente. O grupo não tinha mais dúvidas de que estava sendo vigiado de perto e cada passo poderia ser decisivo. A sala em que entraram era semelhante à que encontraram Beatrice. Alex suspirou, sabendo o que viria a seguir. Diferente de Beatrice, a luta contra Kai poderia ser muito mais perigosa, visto que ele já possuía habilidades marciais antes de ser controlado pelo dispositivo da Ômega. Alex se posicionou na frente do grupo e propôs:— Bem, eu ficarei aqui para lutar contra Kai e tentar libertá-lo do dispositivo de controle. O restante de vocês pode seguir em frente e, por favor, tomem cuidado o tempo todo! Não sabemos o que pode acontecer daqui em diante! — Se me permite, Alex, eu gostaria de enfrentar essa batalha! — interveio Solomon, dando dois passos à frente. — Solomon... para ser sincero, acho que você nos ajudará m
O hall principal do laboratório subterrâneo da Organização Ômega era o local onde o cérebro de toda a operação operava. Diferente de toda a estrutura cuidadosamente construída nas cavernas, a Central de Operações era um espaço amplo e muito bem iluminado. Toda a sorte de ampolas para ensaio, espécimes ainda em desenvolvimento, computadores de última geração cercavam um enorme computador central, que alimentava todo o circuito de dados e informações que a Ômega precisava para seguir com o projeto Orpheu. Na parte superior da torre que sustentava o computador estava a sonda, que se comunicava com o satélite que distribuiria o antivírus, no caso de tudo der errado. Alex Stevens e o grupo de sobreviventes estavam a apenas a uma caverna de distância da central. Após ter deixado Solomon na caverna anterior, o grupo adentrou a caverna seguinte, no corredor mais à frente. Do mesmo modo que as ocasiões anteriores, a porta automática se abriu, influenciada pelo sensor de presença. Assim que o
A variante Hades, além de proporcionar uma grande evolução celular, resultando em mutações diversas em seu hospedeiro, também traz um fator de cura imediato, o que foi julgado pelo doutor Delta como uma grande arma de combate. Logo após eliminar de maneira cruel o doutor Mark Denver, Brendon Davis se dirigiu ao Centro de Operações da Ômega e adentrou a sala onde o doutor Lee Lim estava sentado em sua poltrona acolchoada, terminando de conferir alguns dados em seu tablet. Sem erguer o rosto mascarado da tela, o doutor Lim indagou, em seu timbre sinistro de voz. — Posso ajudá-lo, doutor Davis?Brendon soltou uma leve gargalhada e respondeu:— Me ajudar? Por acaso sabe o que significa ajudar alguém? Você vem das profundezas do inferno se intrometer no trabalho que eu comecei, dá ordens a todos os meus homens, mata um deles sem a maior compaixão e pergunta se eu preciso de ajuda, como se eu fosse um cientista estagiário?— Posso ajudá-lo, doutor Davis? — perguntou novamente o doutor Lim.
Naquele dia, horas antes...Beatrice e Kai despertaram sentindo o frio da caverna e o cheiro insuportável de compostos químicos, misturados a algo que lembrava enxofre. Eles se encontravam sozinhos, algemados, um de costas para o outro. Kai foi o primeiro a tentar se desvencilhar, sem sucesso. Ele se virou para Beatrice, aflito. — Pirralha... onde é que a gente tá?— Eu também não sei, pelo menos não por enquanto. Pela atmosfera e por esse cheiro horrível... posso julgar que seja uma espécie de laboratório improvisado. Tudo o que me lembro é daquela fumaça e do helicóptero. Depois, eu acho que apaguei.— Fomos capturados, foi isso o que aconteceu! — respondeu Kai, tentando se acalmar — Os homens da Ômega prenderam a gente aqui. Merda, o que será que vai acontecer? Antes que qualquer um dos dois pudesse fazer qualquer outra conjectura, o zumbido de uma porta automática se abrindo foi ouvido, causando um calafrio nos dois sobreviventes. A porta se abriu por completo, revelando a figur
Eram poucas as vezes em que a felicidade se mostrava aos sobreviventes de Westfield. Em uma realidade onde cada minuto era decisivo, onde cada dia era repleto de batalhas contra mortos-vivos e mutantes e que definitivamente nenhum dia era igual ao outro, cada momento de vitória e triunfo deveria ser intensamente comemorado. E foi exatamente o que ocorreu naqueles instantes, no interior da fortaleza da Organização Ômega. O ciclope gigante caiu, nocauteado pelo taco de baseball de Lancelot Miller, que até aquele momento, todos julgavam estar morto. O homenzarrão foi saudado e abraçado por todos os membros do grupo, que gargalhavam e desfrutavam daqueles breves minutos de alívio. Alex perguntou-lhe, finalmente. — Como conseguiu voltar vivo, Lance? Você atraiu a megahorda para o bosque, pensamos que não escaparia. — Eu também pensei! Mas para minha sorte, eu supus que os monstros não sabiam nadar. A ambulância colidiu com uma árvore perto do rio e um dos mortos até conseguiu me capturar
A Organização Ômega ostenta uma reputação de trinta e dois anos de importantes e extremamente relevantes descobertas científicas, o que inclui desde cosméticos milagrosos para senhoras com mais de sessenta anos até vacinas para as mais variadas enfermidades. Não havia um profissional da saúde na cidade de Westfield que não sonhasse trabalhar com a equipe da Ômega. A remuneração dos profissionais era altamente generosa, sem contar os inúmeros benefícios e as constantes oportunidades de reconhecimento nos maiores laboratórios do Planeta. Nos últimos dias, porém, uma grande agitação podia ser percebida por todos os colaboradores. Diversos cientistas de alta patente subiam eufóricos para o enigmático oitavo andar. Por algum motivo, ninguém, nem mesmo o pessoal da limpeza, tinha acesso àquele andar. O acesso era permitido somente com cartões especiais de identificação que os cientistas guardavam como se estivessem protegendo seus próprios filhos. Todos, sem exceção, mantinham expressões s
O Doutor Brandon Davis jamais se sentira acuado em toda a sua vida como se sentira naquele momento. Desde sua juventude, estava habituado a ficar no topo, no domínio de qualquer situação. Até aquele instante, ninguém ousou enfrentá-lo como a criatura que antes era o Dr. Josh Smithers. O ser de olhos fundos e boca permanentemente escancarada avançava obstinadamente em sua direção e não demonstrava nenhuma intenção de recuar ou mudar de atitude. Nenhum dos golpes antes desferidos pareceu surtir efeito no monstro. — Maldição... será que esse vírus.. não, isso não é possível!O Dr. Davis analisava piamente a situação na qual se encontrava e mesmo em meio ao turbilhão de sensações que experimentava começou a estabelecer uma sinistra teoria. Definitivamente, o resultado que estava presenciando não era esperado nem por ele e nem por nenhum colaborador da Ômega. Entretanto, se seu raciocínio estivesse certo, essa situação ainda poderia se tornar favorável às suas ambições. Sua mente diabólic
Nenhum dos cientistas presentes na sala 407 acreditava no que via, com exceção do Dr. Brendon Davis. As criaturas que acabavam de adentrar à sala ostentavam uma aparência medonha, bizarra e quase inacreditável. Seus olhos não possuíam mais vida, sua pele parecia descascar a cada passo que davam, suas bocas e línguas estavam negras e de seus corpos exalava um odor insuportável, um cheiro de... morte.O Dr. Ash Simons foi o primeiro a conseguir pronunciar algo em meio à inimaginável situação:— Dr. Davis... O que aconteceu com esses homens? São nossos colegas, nós os vimos há poucos minutos. Quem fez isso com eles?O Dr. Brandon Davis tinha um sorriso tenebroso estampado em seu rosto. Sua expressão era de total satisfação. Os outros cientistas podiam jurar que viram uma lágrima de emoção brotar em seus olhos.— Por que está tão perturbado, Dr. Simons? Olhe para esses homens. Eles não têm mais medo de coisa alguma, não possuem insegurança e nem mesmo fraquezas. Não percebe o que nós cria