Naveguei pelos sete mares por muito tempo, mas a responsabilida o sangue é uma marca que carregamos através dos sés, por on formos. Não importa o tempo que moremos hibernando... Ele aflora, impetuoso e latente, a veia pulsa ntro do corpo, impondo-lhe a vida. Encontrei o amor da minha vida quando tudo parecia vazio, e, eu juro a vocês, farei tudo para protegê-lo. "Navegue igo, meu amor... Até à beira do profundo Se entregue a mim, sem temor E te darei o mundo"
Ler mais– Ellen... – era um murmúrio longe para meus sentidos invadidos por aquela dor fina. Eu me sentia cansada demais para lutar contra ela, apesar da mão quente entre as minhas. – Mi señora... olhe para mim... Por favor. O beijo deixado sobre meus dedos, e eu podia sentir seu rosto molhado... “Alejandro, eu estou aqui” – gritei em minha mente, vendo violetas em meu campo de visão e seu sorriso ao ter seu pedido atendido. A mão livre que passeou por minha testa úmida; eu suava muito, e além de meu corpo parecer irrequieto, havia aquela dor em meu ventre que aumentava gradativamente conforme eu tomava consciência de estar viva. O cansaço de meus músculos sendo dissolvidos pela contração e espas
“Mas que merda era aquela?”As coisas estavam ruim para o meu lado, mas eu ainda conseguia detectar um cheiro de sangue que não fosse o meu. Abreviar uma eternidade para três meses de vida, não era o que eu tinha em mente...E pelo visto, nem os meus anfitriões. Não ao menos se eu olhasse pelo lado de que era sangue fresco. Me permiti, abrir um olho, depois de dias no escuro daquela cela. Vasculhei o meu campo de visão, alcançando uma massa de aproximadamente uns quarenta quilos, acastanhada e que respirava na brevidade de segundos. Incrivelmente, não percebi que estava em contato com o chão; os danos dos cortes, que não mais se regeneravam, pareciam ter gangrenado parte de meus membros inferiores.
Ellen sacolejou as barras, mas não houve um movimento por parte dos guardas, ou do ferro entre seus dedos. Eram maciças.Suspirou fundo, aninhando-se no chão exausta.– Sabe onde estamos? – a voz feminina chegou até seu ouvido, surpreendendo-a.– Sim. – Ellen esfregou os braços, olhando a sua volta. – Estamos abaixo do solo uns dez metros... Sem luz, nem água. – A moça loura ao seu lado riu dentro das roupas caras rasgadas em muitos lugares.
A noite caía rapidamente sobre a carruagem que cortava a escuridão da estrada como um raio numa noite chuvosa. As curvas eram feitas em velocidade duplicada para aquele tipo de transporte. Seus ocupantes iam envoltos em grossas capas de lã pretas, como manchas escuras sobre o assento roto. A aba dos chapéus de feltro impediam, até mesmo, que se visse sua fisionomia. O vento frio uivava correndo pelas copas das árvores, assim como as rodas riscando as folhas secas, únicos sons que inundavam a horas profundas da madrugada. – Estamos há apenas dois dias de Limoges – ponderou o mais corpulento dos três. – Devia pensar em dar um pouco de conforto à milady. Essa estadia na e
A noite tendia para seu fim quando a porta da cabine se abriu e o vulto se esgueirou para dentro, em passos firmes. – O que quer aqui? – indagou após minutos em que só o silêncio entre eles reinou absoluto.– O que fez ao corpo dela? – a voz melodiosa e envolta em rosas, perguntou.– Você não quer saber sobre isso... – rebateu sério. – Acredite em mim.– Por que deveria? – ela despe
– Ela já foi? – Sorriu-lhe malicioso, o imediato, ao entrar a segunda vez na cabine aquela manhã. – Sim, você a assustou – rebateu Alejandro enquanto ajeitava o lenço sobre o pescoço. – Duvido muito – contrapôs firme Rámon. – É mais fácil você ter feito isso... – Impossível, ela está apaixonada, meu caro. – Vestiu o casaco com um sorriso ainda sob seus lábios. – E você... – deixou no ar, sabendo que os olhos violetas do irmão parariam sobre ele. – – A febre já cedeu? – disse ao entrar na cabine com uma nova terrina de água fresca.– Apenas um pouco... – Os violetas se voltaram para o rosto suado. – Ela delira o tempo todo – explicou ao mergulhar o tecido de algodão na terrina e torcê-lo, restirando o excesso, levando-o à testa de Ellen em troca do outro.– Faremos uma nova sangria, se não baixar... – sugeriu Rámon.– Não pense que gosto disso... – Encarou o irmão em violetas brilhantes.–Capítulo 8
Não havia nada num raio de muitas milhas, nada que lhe trouxesse paz ao coração. Deitada sobre os lençóis bem cuidados, ela fitava o céu estrelado, que vira surgir aos poucos, por trás da cortina de lágrimas que não deixava seus olhos. Então, as notas flutuaram até seu ouvido, fazendo tremer cada célula de seu corpo, mas de um modo muito dissonante do que era antes... Os lábios tremeram, embebidos num gosto acridoce. O gosto da desilusão.O barulho da porta se abrindo, mesmo que levemente, não a tirou de seu torpor. Não tencionava ter contato com o mundo a sua volta, não naquele momento, mas seu visitante parecia não querer passar
O vento soprava forte por entre as velas pretas do Allera quando Alejandro pisou na proa do navio. O cheiro de maresia, que há muito havia abandonado seus sentidos, invadindo sua alma. As mãos crisparam sobre a amurada enquanto fechava os olhos e sorvia aquele aroma acre. Era bom estar de volta... Mesmo que parte de seu coração estivesse em terra.– Capitão, estamos prontos para partir... – anunciou Rámon ao seu lado. – Basta apenas ordenar.Os cabelos pretos ricocheteavam em seu rosto conforme tomava a direção do castelo da popa. Os violetas que foram à terra sem encontrar os cho