Após a morte de seus pais Elisa foi obrigada a se casar para pagar uma dívida com os Valença. O então marido, Manuel, não consegue disfarçar nem um pouco seu asco por ela e nem por qualquer outra mulher, a tratando mal, de forma violenta e agressiva. Quando tudo parecia perdido, Elisa, se apaixona perdidamente pelo Valença errado, Fernando, um homem completamente oposto do irmão, cavalheiro, doce e gentil. Nascendo assim um sentimento puro e perfeito, porém extremamente proibido. Quando há razões para não se amar, entretanto, a paixão é mais forte.
Ler mais🚨ALERTA DE GATILHO🚨(Este capítulo contém uma cena de violência doméstica e tentativa de abuso sexual).....⚜️Elisa foi se deitar cedo, estava exausta, havia passado a tarde com Joana e Antônia, já que Edna e Manuel tinham saído.No jantar, Manuel não esteve presente, Edna parecia preocupada com algo, ela já tinha se retirado da mesa rapidamente e mal tocou na comida. Elisa aproveitou e se retirou mais cedo também. Já estava vestida com suas roupas de dormir e lia um livro tranquilamente quando Elisa se assustou ao ver sua porta sendo aberta. Ela saltou da cama e sentiu cada parte do seu corpo estremecer com a presença de Manuel. Suas roupas estavam desalinhadas e ele parecia muito bêbado.Ele se aproximou sem encará-la enquanto retirava seu casaco.Elisa se sentiu como uma presa próxima de seu predador.— Retire... suas roupas, temos um... assunto pendente. — falou de forma automática, como se tivesse ensaiado aquela fala. Pelo tom usado e as palavras entrecortadas, Elisa t
Logo, Antônia e Elisa chegaram à fazenda. Assim que adentraram a casa grande, se depararam com a imagem de Edna com sua postura imponente. Ela estava incomodada com algo, e ao ver Antônia, parecia mais ter visto o diabo. Ficou completamente surpresa com a aparência da filha, e logo a dureza de sua expressão se tornou ainda mais visível que antes. Ela não gostou nenhum pouco da transformação da jovem. Antônia se encolheu, visivelmente temerosa diante da reação da mãe.— Mas que absurdo é esse, o que fizeram com minha filha? — Sua voz saiu em um tom de raiva e indignação.Antônia engoliu seco e abaixou o rosto.Ela estava vestida de um belo vestido de mangas compridas e rendas delicadas, em tom verde que combinava muito bem com seus olhos. Seus cabelos não tinham mais aquelas fitas horrorosas e sim um belo penteado que Elisié, a filha de Monique, havia feito na amiga, animada com a transformação.Edna se aproximou e tocou a filha com descaso, como se ela não estivesse bela de verdade.
Antônia ficou eufórica quando recebeu a notícia de que iria à cidade com Elisa. Ambas estavam animadas, pois quem as acompanharia seria a senhora Mazé.Naquele dia, Fernando organizou suas coisas e, após a discussão com Manuel e Edna, partiu para a cidade com dois propósitos antes de ir para Vargem. Precisava procurar um amigo que lhe devia um favor, o major Gregório Sonata. Queria saber quais eram as chances de encontrar o irmão de Elisa, e sabia que Gregório seria útil. Também se encontraria com o senhor Menezes, seu advogado. Ele estava empenhado em busca de respostas, e Fernando precisava urgentemente de um argumento legal para tentar parar Manuel e Edna, aqueles dois à frente dos negócios da família eram capazes de levá-los à falência em pouco tempo. Seu meio-irmão não entendia nada de administração, e sua querida mãe era descontrolada nos gastos.A visita ao Major lhe rendeu alguma notícia, ele havia lhe dito sobre um grupo de soldados que tinha sido enviado à trincheira de Sant
Dormir era algo impossível desde o momento em que os olhos de Fernando viram Elisa pela primeira vez. E ele nunca havia sentido nada parecido por mulher alguma. Elisa era uma mistura angelical e sedutora ao mesmo tempo, possuía um longo cabelo castanho cheio de cachos que se destacavam em sua pele rosada e olhos cor de mel. Sua boca era bem desenhada, lábios grossos e macios, e agora ele sabia o quanto deliciosos eram, pois os havia experimentado. Fernando sabia que era muito errado o que tinha feito, e quase a beijou novamente no quarto de suas irmãs. Ele se sentia um mau-caráter por isso, além do mais, aquela era a esposa de seu irmão. Se ela ao menos não tivesse se entregado a Manuel, talvez houvesse uma chance de anular o casamento, assim Fernando não se sentiria tão condenado ao inferno. Porém, restava apenas um desejo desenfreado que sentia por sua cunhada, e precisava se manter longe dela o máximo que conseguisse, ou não saberia se controlar.Naquela manhã, Fernando deu ordens
De tudo que passava em sua mente, Elisa estava apavorada com a possibilidade de reencontrar Fernando. Felizmente, não se viram durante o jantar, os servos disseram que ele estava indisposto e por isso não esteve presente. Ela sabia que encontrar com ele não seria algo fácil, pois seu corpo ainda queimava com a lembrança do beijo que haviam trocado. Além do mais, ter seu atual marido e a megera da mãe dele à mesa não facilitava em nada as coisas.Elisa sentiu falta das meninas, elas também não estavam presentes. Quando perguntou por elas, Edna mudou de assunto imediatamente. Elisa tentou insistir, mas foi bruscamente reprimida por Manuel, que deixava claro que era o assunto de sua mãe e que não deveria insistir. Porém, não pôde deixar de notar o semblante triste em Mazé, que acompanhava o jantar em pé junto aos outros criados. Sentiu um nó na garganta, por algum motivo sabia que algo estava errado.Elisa se alimentou muito mal naquela noite, talvez devido à sua ansiedade com tantas coi
Quando chegaram do passeio, a senhora Mazé levou as meninas para o banho. Ela parecia desejar se afastar urgentemente de Elisa e Fernando. Para Elisa, era impossível não ficar temerosa de que rumores surgissem, mas sabia o quanto a serva era discreta e sentia que se tratava de uma pessoa de confiança.O silêncio se instaurou entre os dois quando estavam a sós. Elisa achou melhor se retirar para não ter que tocar no assunto do passeio e de como ficou à vontade nos braços dele.Elisa chegou em seu quarto sentindo suas pernas ainda bambas. Fernando a deixava confusa, num momento insinuava que era uma interesseira e oportunista, entretanto, agora lhe tratava de forma doce e gentil.Logo tomou seu banho e descansou um pouco. Ao acordar, se sentiu um tanto entediada, além do mais, sua mente vagava o tempo todo em um Valença, porém se tratava do Valença errado. Sabia que era incorreto nutrir qualquer que fosse sentimento por Fernando. Mas tudo isso que sentia estava fora do seu controle, mas
O resto da manhã passou rápido. Elisa tinha pegado um livro na biblioteca, estava bastante envolvida em sua leitura sentada na sala. Antônia surgiu e foi logo perguntando:— Senhora Elisa, lê romance?Ela se sentou ao seu lado.— Me chame apenas de Elisa. E sim, gosto.Elisa analisou o título do livro em suas mãos.Antônia concordou com um sorriso e continuou aos suspiros:— São lindas as histórias de amor dos livros.Elisa sentiu tanta vontade de dizer à menina que na vida real era bem diferente, porém se calou.— Sim, são.— Elisa, será que algum dia vou encontrar um grande amor?Ela engasgou com a pergunta, então pode ter certeza de que a jovem se vestia como uma criança, porém já havia se tornado uma moça.Elisa fechou o livro e o colocou em seu colo delicadamente, se virando para Antônia. Percebeu que a menina estava vermelha com a pergunta que tinha lhe feito.— Antônia, quantos anos você tem?A jovem achou estranho aquela pergunta, porém respondeu com naturalidade:— Vou comp
Assim que amanheceu, Elisa olhou em direção à janela, observando os raios de sol por sobre as cortinas. Havia dormido mal, na verdade fazia tempos que não dormia bem. Sua noite era agitada com pesadelos, sonhava com Jaoquim sendo atingido em combate, acordava assustada e angustiada. O pobre do seu irmão talvez nem soubesse da morte dos pais e nem que ela havia sido submetida a este casamento. Também sentia tanta falta dos pais, não tinha vivido o luto da forma apropriada. Se levantou, pediu à serva que lhe preparasse um banho. Antes que entrassem com os baldes de água quente, precisava fazer o que Manuel havia lhe pedido, era sua única garantia de que ele a deixaria em paz por um tempo.Logo no desjejum, soube que o clima naquela casa andava de mal a pior. Manuel tinha olheiras, como se também não dormisse a noite toda, foi difícil encará-lo depois do que havia acontecido na noite anterior. Elisa sentia medo daquele homem, o que era terrível, pois precisaria se acostumar a viver ao
Ao chegar em seu quarto, Elisa se lançou em sua cama e fez a única coisa que soube fazer desde que sua vida se transformou naquele inferno: ela chorou.Sentia tanta raiva daquela família e principalmente de Fernando, ele havia sido um insensível. Quando viu o quanto as meninas demonstraram afeto por ele e seu cuidado por elas, Elisa havia chegado a acreditar que ele fosse diferente dos demais membros da parte frígida da família, porém demonstrou se tratar de um dos personagens principais, se não o pior deles. Então sentiu o seu peito ser esmagado por uma forte emoção de amargura, chorou por mais um tempo, e quando acreditava que não poderia ficar pior, ouviu a porta ser aberta com violência e sentiu todo o seu corpo estremecer com a presença de Manuel parado bem à porta, decidido a sabe-se lá o quê.Num impulso, ela sentou-se na cama e arrastou-se para trás rapidamente como um animal acuado enquanto enxugava suas lágrimas ainda com as mangas do vestido. Seu coração batia mais rápido