Uma adolescente, forçada pelo pai a se casar, vê sua vida virar de cabeça para baixo. O casamento arranjado parecia uma sentença, mas o destino tinha planos diferentes. Ao conhecer seu noivo, ela descobre que ele tem um filho – um jovem encantador e complexo. Contra todas as expectativas, ela se apaixona perdidamente por esse rapaz. Agora, ela enfrenta um dilema inesperado: seu coração pertence ao filho do homem a quem foi prometida. Esta é uma história sobre a luta entre dever e desejo, e como o amor verdadeiro pode surgir nos lugares mais improváveis.
Ler maisAlguns meses se passaram depois que comecei a treinar. Agora meu pai — finalmente — me deixou saltar os mais altos, mas ficava o tempo inteiro perto e olhando cada movimento errado que eu fazia. E não, não eram os maiores obstáculos. Ele disse que isso leva tempo e para parar de ser teimosa. Essa teimosia irritava nós dois. A teimosia dele em persistir no mesmo lugar, sendo que eu já era capaz de ir adiante e a minha de insistir para aumentar. No fim ele ficava bravo e me levava embora para casa.Quando contava isso para minha mãe, ela ria de mim e isso também me deixava irritada. Será que eles não entendem que não tenho mais cinco anos? Mas também tinha um lado bom nisso tudo... Às vezes meu pai não podia ficar e deixava o Breno comigo para me vigiar. Nesses momentos eu saltava muito mais à vontade. Sem falar que nos aproximamos bastante. E meu pai não pode saber disso nunca! Senão, não vai deixá-lo me ajudar nunca mais. Breno é um cara muito fofo e me deixa pular os obstáculos que eu
Me levantei bem cedo. Estava muito ansiosa. Quase não dormi direito. Finalmente meu pai ia me deixar começar a treinar salto com o Relâmpago. Foi uma discussão de meses, mas finalmente ele deixou, porém vai ficar do meu lado o tempo inteiro. Minha mãe disse que ele fez isso com ela também, mas depois de um tempo, começou a confiar. Só que parece que comigo ele nunca vai confiar. Não entendo o porquê disso. Eu e o Relâmpago nos damos muito bem.Estava sentada no sofá e esperava ele aparecer. Por que demora tanto?— Já está pronta?Olhei para trás e meu pai me encarou de braços cruzados.— Combinamos as oito.— Sim e são sete.— Ah... meu relógio deve estar errado...— Sei — falou descrente.— Mas eu espero.Ele balançou a cabeça em negação e voltou para o quarto. Ainda estava de pijama. Sei que não está na hora ainda, mas estou tão ansiosa! Minutos depois ele apareceu com outra roupa.— Vamos tomar café pelo menos.Respirei fundo e segui ele para a cozinha. Comi o mais rápido que conseg
Depois de contar a novidade a Guilherme e ver que ele ficou empolgado, relaxei. Não pretendia ter mais filhos, mas dei mole com o remédio e agora ganhei um presentinho extra...— Vai profetizar o sexo de novo? — perguntei debochada.Tínhamos acabado de deixar Manuela no quarto e fomos para o nosso. Estava morta de cansaço! Crianças demais...— Dessa vez eu não sei. Nem imaginei que íamos ter outro filho.— Eu também não — falei pensativa.— Não gostou?— Eu não queria outro filho, não vou mentir, mas já que veio... — Levantei os ombros. Guilherme se aproximou e me envolveu em seus braços.— Sei que vai amar esse como ama a Manuela.— É claro que sim. Mas se os dois brigarem, é melhor não me deixar por perto para separar...Guilherme riu e me abraçou apertado.— Tomara que seja um menino agora.***Esperamos a gravidez firmar para contar a novidade. Guilherme estava muito ansioso para ver a reação da Manuela. Achava que ela ia adorar a ideia. Eu já pensava o contrário... Se ela pensa co
Era o aniversário de cinco anos da Manuela. Daniela estava para lá e para cá arrumando as coisas da festa. A pequena ficava observando e falando quando não gostava de alguma coisa que colocavam na mesa. Daniela lançava aquele olhar que só a menina entendia. Aquele “cala a boca agora ou eu te calo”. Isso era infalível. Ela sempre saía perdendo. A menina os deixou sozinhos na sala terminando de arrumar. Pelo visto a opinião dela não conta ali...Puxou o banco da cozinha e ficou tentando subir. Quase caiu, pois ele era alto. Guilherme sempre falava para não se sentar ali, pois podia cair e se machucar.— O que está fazendo?A menina olhou para o lado e Guilherme estava de braços cruzados olhando-a.— Estava limpando o banco, papai... — Passou a mão nele fingindo. Guilherme se aproximou dela.— Você não escuta mesmo, não é?— Escuto sim. Estou te ouvindo agora — disse apontando para o ouvido. Guilherme riu e pegou a menina no colo.— Você sabe do que estou falando.A menina suspirou.— Eu
Esperava Daniela aparecer. Estava de braços cruzados em pé no portão de um dos cercados do Haras. Não sei como ela conseguiu me convencer disso, mas... Manuela estava ao meu lado e muito empolgada com a ideia da mãe louca dela.Minutos se passaram e a Daniela apareceu com a Teci.— Mamãe, não ia ser meu cavalo?— Outro dia. Para a primeira montagem você vai comigo. Respirei um pouco aliviado. Ela não é tão louca assim. Achei que ia colocar Manuela em cima do cavalo e deixar ela andar sozinha... Daniela subiu em Teci e me pediu para colocar Manuela. Coloquei ela em frente a Daniela.— Vai devagar.Daniela revirou os olhos quando falei isso.— Eu não sou tão louca assim! — disse estressada.— Tudo bem! — Levantei as mãos em rendição e me afastei um pouco.— Como faço ela andar? — Manuela perguntou ansiosa.— Primeiro vou te explicar como controlar ela e depois como andar.— Tudo bem — disse empolgada.Daniela explicou como ela comandava o cavalo com as rédeas lentamente e fazia Manuela
Achei que seria muito complicada a vida de casada e ainda por cima com filho, mas não posso reclamar. No início, ficava desesperada com os choros constantes de Manuela. Ela se contorcia e eu não sabia o que fazer. Maria vinha e fazia milagre, pois ela parava de chorar na hora. Como ela sabe dessas coisas se nunca teve filho?Depois do nascimento da minha filha, eu e Guilherme paramos as constantes brigas, não que não brigássemos mais, pois isso é impossível. Mas pelo menos diminuiu muito a frequência das brigas. Acho que por termos que amadurecer rápido por conta de Manuela. Não sei, mas foi bom.Três anos se passaram. Guilherme não competiu mais, mas treinava muita gente boa em competições. Com a ajuda de Guilherme, muitos conseguiam vencer ou quase isso. Guilherme disse que não queria competir mais, por causa da Manuela e também porque o Cometa não é mais um jovem cavalo e ele não quer prejudicar a saúde dele. Eu disse que ele é forte e que poderia competir mais, só que Guilherme zel
Pov Guilherme No dia seguinte, Daniela acordou com uma enorme disposição. Ainda mais que contei as coisas que tínhamos para fazer. Ela estava muito empolgada. Fomos para a praia, que era em frente ao hotel e a Daniela não parava de sorrir. A água era azul clara e a areia fina. Na areia tinha camas cobertas e coqueiros em volta.— Sabia que isso era um paraíso!Colocamos nossas coisas em uma das camas e tive que segurar a Daniela para passar o protetor. É pior do que criança! Entramos na água. Era tão perfeito o lugar. Acho que todo mundo devia conhecer. É maravilhoso. Estava dentro da água com Daniela. Ela tinha os braços em volta do meu pescoço. A água batia em meu peito.— Foi você ou seu pai que escolheu esse lugar?— Ele me indicou e logo aceitei. Sempre quis conhecer aqui.— É perfeito! E vai ficar mais quando visitarmos os golfinhos.Sorri. Ela realmente ficou empolgada com isso. Ficamos na praia esperando a hora que iríamos ver os golfinhos. Foram momentos ótimos esses de esper
Pov DanielaEstava tão bom! Bom demais para ser verdade mesmo. Por que minha mãe fez isso? Ela sabe que detesto a Débora. Parece que faz de propósito. Guilherme me olhava com os olhos arregalados. Estou falando muito sério. Se ela não for embora, eu vou.— Como quer tirar ela daqui?— Se for preciso, pelos cabelos! — falei estressada.— Daniela, eu não posso expulsar ela assim.— Por que não? Eu não a quero aqui! E que eu me lembre, o casamento é meu e seu, ou seja, eu também tenho opinião aqui!— Não disse que você não tem opinião. Só estou dizendo que não posso expulsar ela. Os outros convidados ficarão constrangidos.— Então eu mesma coloco ela pra fora.— Ai meu Deus... — resmungou. Sabe muito bem meu jeito de lidar com esse tipo de gente.— Vamos fazer isso de maneira discreta.— Se ela colaborar até dá, mas sei que não vai colaborar.Guilherme respirou fundo. Seguimos de volta à mesa onde estava a megera e Guilherme calmamente falou que era melhor ela ir embora, pois já tinha tid
Pov Daniela— O que foi?Comecei a vomitar. Odeio isso! Guilherme segurou meu cabelo e eu continuei colocando as tripas para fora. Que nojo! Só algo assim para me fazer vomitar. É a primeira vez. Sempre sinto enjoo, mas não tinha vomitado ainda. M*****a! Fui até a pia e escovei os dentes quando finalmente terminei de passar mal. Respirei fundo e me olhei no espelho. Estava quase transparente de tão pálida.— Vamos pra cama. — Guilherme segurou minha cintura e foi me guiando pela casa. Na hora de subir as escadas, senti uma grande tontura e meu corpo foi para trás. Guilherme me segurou com força.— Estou tonta... — resmunguei.Ele me pegou no colo e subiu as escadas. Apoiei a cabeça no peito dele. Me sentia muito cansada agora. Guilherme me colocou na cama e beijou minha testa.— Viu? Por isso não gosto de falar desse assunto.Fiz careta.— Então não me faz lembrar — resmunguei.— Está bem. Descansa agora.Fechei os olhos e tentei dormir. Guilherme acariciava meu cabelo e isso ajudou mu