Dois grandes acontecimentos marcaram o fim do ano de Joana: receber o tão sonhado diploma tornando-se oficialmente uma advogada e o término de um longo namoro. Consumidora voraz de livros românticos, Joana finalmente percebeu que sua vida precisava dos mesmos sentimentos apaixonantes das protagonistas: beijos arrebatadores de tirar o fôlego, sensualidade a flor da pele, troca de olhares sedutores e noites de prazer. Como presente de formatura, Joana se deu uma semana de férias no resort Itapuã Beach Suites, em Salvador. Lá ela conhece Ricardo, um jovem e atraente vocalista de uma banda de rock de São Paulo. Ricky, como gosta de ser chamado, parecia se encaixar perfeitamente nos seus desejos. Mas, o que Joana não podia imaginar, era que Ricky guardava um grande segredo em relação a ela... Depois daquele verão: romance, sensualidade, música, praia, uma pitada de mistério e muita diversão.
Ler maisJOANAEm quase todos os romances que li nos últimos meses, a mocinha da história foi pedida em casamento ou teve um filho com o amor da sua vida. Veja bem, não estou criticando esses finais, tanto que chorei emocionada em vários deles.Comecei o verão invejando a troca de olhares de um casal que estava na fila de despacho de bagagens do aeroporto. Horas depois conheci o grande amor da minha vida e constatei que os meus olhares apaixonados eram muito melhores do que os que eu havia invejado. Agora estou aqui, três meses depois, olhando para o meu primeiro apartamento! E, mesmo estando completamente apaixonada pelo Ricky, a decisão de casar comigo mesma foi uma das mais importantes até hoje.Poupar dinheiro, não importando o motivo, é uma excelente escolha. Quando resolvi guardar boa parte do que recebia pelos estágios pensando que casaria com meu ex-namorado, não pens
RICKY Foi difícil dormir na minha cama. Não que ela seja ruim, gastei uma boa grana nela. Eu adoro dormir, então preciso que seja feito de forma prazerosa. O verdadeiro motivo era que já sentia falta da boa vida do resort e de tomar o café da manhã na companhia da Joana. Uma semana foi tempo suficiente para me viciar no seu cheiro, no som da sua risada, no jeito que ela puxa meu cabelo com vontade. Esse jejum que ela impôs está me enlouquecendo. Estava por um fio de mandar aquela merda de acordo pro espaço e pegar a minha loirinha de jeito. No fundo eu entendi o que ela sentiu com toda aquela confusão e respeitei o seu tempo. Só não imaginava que me causaria tanta dor assim. A última vez que isso aconteceu eu era um adolescente magricelo que sarrava as meninas nas festinhas e ficava literalmente na mã
JOANADei graças a Deus pelo serviço de quarto. Deixei aquele lugar um verdadeiro pandemônio quando fugi para o shopping e agora estava brilhantemente arrumado. Preciso deixar uma ótima avaliação para as arrumadeiras quando deixar o resort.Que dia louco! Apenas lembrei de jogar os tênis que usava num canto e me joguei de roupa e tudo na cama, abraçando com força um dos travesseiros. Mas nem tive muito tempo para recapitular mentalmente tudo o que Ricky havia me falado. O celular começou a tocar e quando o pesquei de dentro da bolsa foi um alívio ver a foto do meu irmão. Estava tão elétrica que atropelei as palavras. Tentei resumir ao máximo toda a conversa no caramanchão e o pedido de namoro do Ricky.— Então quer dizer que voltamos ao século passado com pedidos de namoro? Esse roqueiro está subindo o conceito a
RICKYEnfim, a mensagem que eu tanto esperava! Por onde será que Joana andou afinal? Passei um dia de merda, pensando em tudo o que a Rosana jogou na minha cara sobre eu ser um músico medíocre. Além de olhar para o celular igual a um psicopata esperando uma mensagem ou ligação da Joana.Tânia conseguiu confirmar que Rosana havia deixado o resort. Se ela ainda estava na Bahia, se tinha voltado pra São Paulo ou comprado passagem para o quinto dos infernos pouco me importava. Meu paraíso estava a salvo daquela louca.Como não havia muito o que fazer e com o estresse num nível medonho, Tânia e Carlinhos me deixaram sozinho no decorrer do dia. No início, Carlinhos ainda tentou conversar e procurar alguma atividade no hotel para me distrair, mas Tânia, me conhecendo como ninguém, sabe que quando estou assim preciso ficar sozinho para pensar. Como um gran
JOANAO filme me distraiu, ainda bem. Saí renovada do cinema e não foi tão traumático assim assistir sozinha. Mais uma primeira vez para a minha coleção. Por que eu tinha tanto medo de ir sozinha ao cinema? Não sei se medo é o sentimento correto, talvez eu sentisse vergonha de ir desacompanhada. E, soltinha na vida, lá fui eu buscar um lugar para almoçar. Já passava das três da tarde e meu estômago começou a reclamar. Escolhi um belo salmão grelhado com batatinhas coradas, um suco de laranja e mousse de limão.Depois de mais uma volta pelo shopping, decidi que já era tempo de tirar o celular do modo avião. Por sorte, eu estava com o carregador portátil na bolsa e resolvi sentar em um dos inúmeros bancos para checar as mensagens enquanto ele recarregava.Joana,Por favor, me avisa assim que voltar
RICKYNão pensei que pudesse sentir todo aquele ódio novamente. Tudo estava tão bem e eu finalmente acreditava que poderia ser feliz. Rosana tinha invadido meu paraíso sem a menor cerimônia, como o pior dos furacões. E continuava a mesma: arrogante, se considerando acima de tudo e de todos e se achando no direito de ferir quem estivesse em seu caminho. Não consigo entender como um dia pude ser apaixonado por essa mulher. A única explicação plausível é que sua beleza me cegou para todo o resto. E, agora percebendo tudo de forma tão clara, ainda consigo ver o quanto é bonita e atraente, mas em nada mais me afeta.Minha cabeça tinha virado o mais completo caos. E nem pude evitar que Joana saísse daquela maneira. Ela não merecia ser agredida pela Rosana, então era melhor mesmo que não presenciasse aquela cena tão pat&eacut
JOANANem tive tempo de engolir o pedaço de bolo que havia acabado de colocar na boca, pois o cuspi no prato tal o susto que levei. A dona da voz, que antes estava atrás de mim, circulou a mesa colocando-se ao lado do Ricky.Ela era tão alta quanto ele, morena, com os cabelos bem pretos, lisos e compridos, que ultrapassavam a linha da cintura. Seu corpo era escultural e parecia ser um membro perdido da família Kardashian. Seria eu a tal periguete de resort que ela havia mencionado?— Rosana, que diabos você está fazendo aqui?! — Ricky, que sempre tinha demonstrado calma e educação desde o início, estava com uma cara feia de dar medo.— Sabe aquele ditado da vovó, “quando Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé”?Ela parecia nem se abalar com a expressão transtornada do Ricky. Ainda em pé
JOANAEu poderia facilmente ficar viciada em acordar nos braços do Ricky. Fiquei tão relaxada que não sentia mais dor nas pernas por causa da maratona do dia anterior. Entramos no quarto dia de viagem e queria que aquele aconchego e bem-estar durasse para sempre.A única coisa programada do dia era a segunda aula de axé. Então, tudo o que eu queria era curtir uma bela praia na companhia desse moreno espetacular. Olhei rapidamente o celular e vi que passava um pouco das sete. Abri a mensagem do meu irmão. Ahhh, João Pedro! E não é que ele bancou o Sherlock mesmo? Lá estavam dois links: um para a página da banda e outro do perfil dele do Facebook. Além de um áudio de aproximadamente dois minutos. Os fones de ouvido estavam longe da cama e deixei pra ouvir depois. Para quê perder tempo com a vida do Ricky na internet se ele estava maravilhosamente espalhad
JOANAAcordei sobressaltada e estranhei o ambiente. Esfreguei os olhos e uma fraca claridade entrava através das cortinas. Aos poucos reconheci o quarto do Ricky e senti o peso de seu braço sobre a minha barriga. Já conseguindo enxergar um pouco melhor na semiescuridão, olhei para ele, que ressonava baixinho. Seus cabelos completamente desgrenhados espalhavam sobre o travesseiro. Uma das melhores coisas para se ver ao acordar.Com todo o cuidado, tirei o braço do Ricky e saí da cama, procurando minha bolsa, roupas e sapatos. Meu celular tinha apenas 10% de bateria e várias mensagens do João Pedro no WhatsApp. Passava um pouco das sete da manhã e, só então me lembrei do passeio que faríamos para o Pelourinho. Todo o meu corpo doía, como se tivesse corrido uma maratona. Apesar da dor muscular, senti que sorri. E esse sorriso involuntário era uma mistura de praz