{ Marcus - Chicago - Livro II }"Azul é a cor mais bela"Tic. Tac. Tic. Tac. A vida é como um relógio. Para o relógio funcionar, ele precisa de pilhas, no caso da vida as pilhas somos nós, os humanos. Os ponteiros são as decisões e as horas são os estágios da nossa vida. Cada decisão nos leva a um estágio da vida e para Samantha Preston o ponteiro que decidiu seu futuro para sempre foi o que pousou em Chicago. Existem momentos na vida em que você simplesmente para e pensa : Caramba! Marcus Martin teve esse momento e ele veio cheio de uma tempestade carregada por um azul vibrante e louco. Marcus sabia como a vida acontecia, sabia como as coisas eram e sabia como deviam ser. Ele sabia que um homem com trinta anos de idade não poderia nunca se apaixonar por uma menina de dezessete, e sabia também que isso nunca daria certo, mas o furacão que pousou sem aviso na vida de Marcus nunca foi de aceitar as coisas facilmente. E esse era só um dos problemas.
Ler maisSammyMarcus e eu subimos pro quarto dos gêmeos. Aproveitamos que os bebês estavam todos no andar de baixo. Eu estava tão nervosa. Não tinha um plano armado e não sabia bem o que dizer à ele. Marcus pareceu sentir meu desconforto e nervosismo. Ele se apoiou na parede perto da janela grande e me fitou calmo. Engoli em seco e cruzei os braços na frente dos seios, tentei controlar minha respiração.— Eu queria ter feito um plano, sabe? Queria saber exatamente o que te dizer.Marcus sorriu de lado.— Nem tudo nessa vida precisa de um plano, Samantha. Nem tudo precisa de palavras ensaiadas. Apenas espero que possamos falar as coisas que queremos sem nenhuma pressão.Concordei
Natal – SammyA casa dos Peters estava mais lotada do que eu achei que realmente estaria. Todos que eu conhecia estavam presentes, e até tinha gente que eu não fazia ideia de quem era.Saldei os meus amigos, menos Rosie que eu fingi que nem estava lá, que estavam no sofá junto com Finn. Eles estavam eufóricos e conversam animadamente com John que segurava a pequena Maia. Vi Jonah, o irmão de treze anos da Branna, com o Aiden no colo e ao redor dele seus outros irmãos. Tinha duas mulheres ao lado das crianças, mas não as conhecia.Cam, Evil, Dylan e os Black estavam perto da janela, quietos e distantes, perdidos em seus próprios assuntos. Marcus estava com eles. Louella se afastou de nós rapidamente assim que avistou a família e foi se juntar à eles.
SammyPapai sentou ao meu lado no sofá. Ele estava sério como de costume e seus olhos azuis eram examinadores.— Problemas, granada?— Sempre.— Marcus ou Finn?Franzi a testa e ignorei o desenho que passava na TV para encará-lo.— Sério? Eu sabia que era uma vadia, mas não sabia que era tão rodada assim.Papai revirou os olhos.— Você me entendeu.— Eu não vou reatar meu namoro com Finn, se é o que está querendo saber, papai. Eu amo o Marcus.
SammyEu ainda estava no hospital com Finn quando Sean me ligou avisando que Sally tinha entrado em trabalho de parto. Fui direto pra ala do hospital dos Black onde eles estavam. Desde que tudo aconteceu, Sally e eu nos aproximamos bastante. Foi algo natural. Ela me convidou para almoçar, começamos a conversar e gostamos uma da outra. Ela era uma boa pessoa. Gentil, inteligente, engraçada. Depois do nosso primeiro almoço comecei a convidá-la para muitos jantares lá em casa. E ela tinha facilmente se encaixado na minha família. Todos gostavam dela. Principalmente Oliver que amava ficar com as mãozinhas em sua barriga, sentindo a irmã mexer sem parar.Eu tinha ligado pro Dylan para que ele avisasse ao Marcus sobre o nascimento de sua filha, mas ele não me atendia. Mandei várias mensagens, mas não tive nenhum retorno. Então
MarcusRespirei fundo e abri a porta, entrei logo em seguida e a fechei. Meus olhos buscaram imediatamente por ele. Senti meu estômago embrulhar quando o vi.Vince estava deitado na mesa, todo esticado, os membros todos acorrentados. Sangue manchava as correntes de seus braços e pernas, mas me parecia mais sangue antigo. Jasmine o queria vivo para mim. Por isso, não o deixaria sangrar até morrer.Respirei fundo e tentei fazer minhas mãos pararem de tremer. Meu corpo todo estava tenso. Eu sentia a vontade de me afastar dele, mas ignorei. Eu não voltaria atrás na minha decisão. Vince tinha me ferrado. Minhas costas e minha mente, era tudo culpa dele. E ele ia pagar com sua vida.Vince virou o rosto e me encarou, um sorriso
SammySe eu tinha ficado magoada com ele? Sim! Se eu tinha motivos? Sim! Se eu queria continuar magoada com ele? Droga, não!Por isso três horas depois eu engoli meu orgulho e voltei ao quarto.Ele estava sozinho, os olhos presos no teto e completamente parado. Abri a porta de vidro deslizante e entrei. Ele mal me notou. Coloquei minha bolsa no chão ao lado da cama e me sentei ao lado da cama. Depois de alguns segundos ele moveu os olhos pra mim.- Achei que voltaria só amanhã.- A enfermeira veio te dar comida? - ignorei sua fala.Ele concordou em silêncio.- Ótimo. - re
SammyDuas semanas depoisEu tinha feito lasanha pela primeira vez. Estava até um pouco mais animada que o normal e fiz Bruno me levar até a casa de Evil.Lou, Lucas e Evil tinham recebido alta do hospital há alguns dias e eu estava tentando ajudá-los em algumas coisas. Como Evil era sozinha, eu passava um pouco mais de tempo com ela. Louella estava sendo sufocada por Jonathan e Lucas tinha Sean.Abri a porta já que tinha a chave e dei espaço para Bruno entrar. Ele segurava a travessa nas mãos e duas sacolas. Eu carregava Ollie no bebê conforto. Ele dormia pacificamente sem se importar com o balanço toda vez que eu andava.Evil estava deitada no sofá cama com uma coberta colorida que eu trouxe de casa.
SammyRespirei fundo.Você consegue, Sammy, é só matar esse cretino. Olha o que ele fez com Marcus. Vamos lá!Soltei a mão de Marcus com cuidado e me levantei me virando para Vince. Ele estava de costas pra mim mexendo no celular que tinha tocado. Segurei a faca e me esforcei para não tremer.Dei um passo de cada vez, tomando cuidado para não tropeçar, a faca erguida como nos milhares de filmes de terror que já vi. Eu estava perto dele, pronta para descer a faca e perfurar suas costas, mas sua voz me parou:— Eu não faria isso se fosse você.Soltei um suspiro de decepção. Vince se virou para mim sorrindo. Ele olhou debochado para a faca em minha mão.
MarcusMeus olhos tremeram e se abriram, abri a boca e soltei o ar que eu eu prendia. Vi Vince sentado do outro lado da cela. Seus olhos estavam focados em uma foto em suas mãos.— Ela era linda, né? — sua voz soou pela cela e senti vontade de vomitar. Eu o odiava tanto. Nunca achei que seria capaz de odiar alguém daquela forma, com aquela intensidade e com tanta rapidez. — A mamãe.Tentei me erguer, mas todo o meu corpo doía. Vince tinha brincado bastante comigo. Depois que se cansou de me violar, usou um chicote para fazer novos ferimentos em minhas costas. Aquilo ao menos eu podia aguentar. Mas a violação...Vince se sentou mais confortável no chão, os olhos ainda vidrados na foto.