Capitulo 05

Sammy

Meu pai me acordou quando chegamos na nossa nova casa e eu franzi a testa confusa com o quando eu havia dormido. Agora eu entendo a Branna, pensei ao me esticar. Olhei meu relógio de pulso e vi que era quase seis horas da tarde.

Valeu a pena sair antes do sol nascer e passar quase doze horas dentro do carro. Benjamin já estava fora do carro ajudando Sean com as caixas e as malas. Saí do carro e me encostei nele admirando a vista da casa.

Caramba!

A casa era linda e parecia confortável. Eu queria entrar e vê-la por dentro e foi o que eu fiz. Peguei as chaves das mãos do meu pai e corri pra porta. Abri e entrei deixando a porta aberta pros outros. A casa já estava mobiliada graças à visita do papai e eu amei a forma como ele a arrumou. Os móveis eram claros, as paredes e as cortinas. As cores mais fortes que estavam presentes na casa eram azul, rosa e verde claro.

Me sentei no sofá e gemi de satisfação. Era tão confortável. Papai disse que havia seis quartos e um deles seria pro bebê. Caminhei pela cozinha, sala de estar, o escritório, varanda de trás e o banheiro. Subi as escadas pro segundo andar e entrei nos quartos.

O quarto de Sean e Ben teriam o banheiro compartilhado. O do meu pai era o maior e ficava vinculado ao quarto da visita. O meu quarto e do bebê também seria vinculado e eu fiquei meia hora só no quarto que seria do meu filho. O espaço era grande e tinha uma janela igualmente grande, daria pra fazer um bom lugar pra ele ou ela ali. Os quartos eram grandes o suficiente para um casal e eu gostei.

Sean trouxe minhas coisas pro quarto e eu comecei a ajeitá-lo do meu jeito. Meu closet não era grande como o meu antigo, mas coube todas as minhas coisas lá. As coisas que não queria mais, coloquei no corredor e Sean levou logo depois. Era quase sete e meia quando finalmente terminei de arrumar meu quarto e me deitei pela primeira vez na minha cama. Bem, é deliciosa. Cochilei por um tempo e acordei com Sean me chamando. Ele estava parado na porta.

— Vamos pedir uma pizza. Quer?

— Pode apostar milhões nisso. — disse sonolenta.

— Beleza.

Ele saiu e eu me levantei. Tirei minha meia rosa, minha calça e fui tomar banho. Vesti meu pijama azul claro, minhas meias igualmente azuis e desci. Papai estava na cozinha e Sean ao lado do balcão dobrando os panos de prato. Benjamin estava sentado no sofá desenhando muito concentrado. Me sentei ao lado dele e vi seu desenho. Era a frente da nossa casa e era simplesmente perfeito. Ben tinha um talento e tanto. Tirei seu cabelo dos olhos e sussurrei.

— Você é divino, sabia?

Ben sorriu de lado. Sean se sentou na poltrona e suspirou.

— Quando vai falar com o Marcus?

— Não enche. — disse me deitando no sofá e colocando meus pés no colo de Benjamin de um modo que não o atrapalhasse.

Esperei por uma rejeição da parte dele, mas não houve nenhuma e eu sorri contente. Ele sabia que éramos sua família, sabia que de hoje em diante estaríamos todos juntos e estava se acostumando.

— Ele não está te enchendo, filha. Só quer que você conte que ele vai ser pai. E eu também quero. — papai disse se sentando na outra poltrona e suspirando.

Ele parecia estar cansado. Todos estávamos. Era horrível se mudar e passar quase doze horas dentro de um carro.

— Eu vou falar com ele.

— Quando?

— Não sei. — disse e fechei os olhos. — Amanhã? É, pode ser.

— Tudo bem. Benjamin, tudo bem se eu ligar a TV? — papai perguntou e ele disse 'tudo bem' baixinho.

Meu pai ligou e abaixou o volume para não irritar Benjamin. Ele gostava de relaxar ouvindo o jornal, canal musical ou uma novela. Uma moto apitou do lado de fora e Sean saiu pra pegar a pizza. Me levantei e peguei os pratos e talheres. Comemos na sala assistindo TV e depois limpei a cozinha enquanto eles assistiam um desenho que Benjamin achou extremamente interessante.

Me encostei no balcão e fiquei olhando para eles na sala. Todos os três pareciam perdidos no desenho animado, mas Benjamin era o mais interessado. Ele ria como uma criança na hora certa do desenho e eu consegui ver meu filho ao lado deles no sofá, rindo e brincando com os tios e o avô.

Queria imaginar Marcus ali também, mas doía porque eu sabia que era meio impossível. Ele se sentiria horrível ao saber que eu estava grávida. Não por não gostar de mim ou do bebê, mas por achar que não era digno. Revirei os olhos, fechei as portas da minha mais linda casa e me sentei pra assistir o desenho com meus amores.

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