Sammy
Meu pai me acordou quando chegamos na nossa nova casa e eu franzi a testa confusa com o quando eu havia dormido. Agora eu entendo a Branna, pensei ao me esticar. Olhei meu relógio de pulso e vi que era quase seis horas da tarde.
Valeu a pena sair antes do sol nascer e passar quase doze horas dentro do carro. Benjamin já estava fora do carro ajudando Sean com as caixas e as malas. Saí do carro e me encostei nele admirando a vista da casa.
Caramba!
A casa era linda e parecia confortável. Eu queria entrar e vê-la por dentro e foi o que eu fiz. Peguei as chaves das mãos do meu pai e corri pra porta. Abri e entrei deixando a porta aberta pros outros. A casa já estava mobiliada graças à visita do papai e eu amei a forma como ele a arrumou. Os móveis eram claros, as paredes e as cortinas. As cores mais fortes que estavam presentes na casa eram azul, rosa e verde claro.
Me sentei no sofá e gemi de satisfação. Era tão confortável. Papai disse que havia seis quartos e um deles seria pro bebê. Caminhei pela cozinha, sala de estar, o escritório, varanda de trás e o banheiro. Subi as escadas pro segundo andar e entrei nos quartos.
O quarto de Sean e Ben teriam o banheiro compartilhado. O do meu pai era o maior e ficava vinculado ao quarto da visita. O meu quarto e do bebê também seria vinculado e eu fiquei meia hora só no quarto que seria do meu filho. O espaço era grande e tinha uma janela igualmente grande, daria pra fazer um bom lugar pra ele ou ela ali. Os quartos eram grandes o suficiente para um casal e eu gostei.
Sean trouxe minhas coisas pro quarto e eu comecei a ajeitá-lo do meu jeito. Meu closet não era grande como o meu antigo, mas coube todas as minhas coisas lá. As coisas que não queria mais, coloquei no corredor e Sean levou logo depois. Era quase sete e meia quando finalmente terminei de arrumar meu quarto e me deitei pela primeira vez na minha cama. Bem, é deliciosa. Cochilei por um tempo e acordei com Sean me chamando. Ele estava parado na porta.
— Vamos pedir uma pizza. Quer?
— Pode apostar milhões nisso. — disse sonolenta.
— Beleza.
Ele saiu e eu me levantei. Tirei minha meia rosa, minha calça e fui tomar banho. Vesti meu pijama azul claro, minhas meias igualmente azuis e desci. Papai estava na cozinha e Sean ao lado do balcão dobrando os panos de prato. Benjamin estava sentado no sofá desenhando muito concentrado. Me sentei ao lado dele e vi seu desenho. Era a frente da nossa casa e era simplesmente perfeito. Ben tinha um talento e tanto. Tirei seu cabelo dos olhos e sussurrei.
— Você é divino, sabia?
Ben sorriu de lado. Sean se sentou na poltrona e suspirou.
— Quando vai falar com o Marcus?
— Não enche. — disse me deitando no sofá e colocando meus pés no colo de Benjamin de um modo que não o atrapalhasse.
Esperei por uma rejeição da parte dele, mas não houve nenhuma e eu sorri contente. Ele sabia que éramos sua família, sabia que de hoje em diante estaríamos todos juntos e estava se acostumando.
— Ele não está te enchendo, filha. Só quer que você conte que ele vai ser pai. E eu também quero. — papai disse se sentando na outra poltrona e suspirando.
Ele parecia estar cansado. Todos estávamos. Era horrível se mudar e passar quase doze horas dentro de um carro.
— Eu vou falar com ele.
— Quando?
— Não sei. — disse e fechei os olhos. — Amanhã? É, pode ser.
— Tudo bem. Benjamin, tudo bem se eu ligar a TV? — papai perguntou e ele disse 'tudo bem' baixinho.
Meu pai ligou e abaixou o volume para não irritar Benjamin. Ele gostava de relaxar ouvindo o jornal, canal musical ou uma novela. Uma moto apitou do lado de fora e Sean saiu pra pegar a pizza. Me levantei e peguei os pratos e talheres. Comemos na sala assistindo TV e depois limpei a cozinha enquanto eles assistiam um desenho que Benjamin achou extremamente interessante.
Me encostei no balcão e fiquei olhando para eles na sala. Todos os três pareciam perdidos no desenho animado, mas Benjamin era o mais interessado. Ele ria como uma criança na hora certa do desenho e eu consegui ver meu filho ao lado deles no sofá, rindo e brincando com os tios e o avô.
Queria imaginar Marcus ali também, mas doía porque eu sabia que era meio impossível. Ele se sentiria horrível ao saber que eu estava grávida. Não por não gostar de mim ou do bebê, mas por achar que não era digno. Revirei os olhos, fechei as portas da minha mais linda casa e me sentei pra assistir o desenho com meus amores.
Você está saindo da minha vidaE parece que vai demorarSe não souber voltar ao menos mande notíciasCê acha que eu sou loucaMas tudo vai se encaixar- Na sua estante , Pitty.___SammyTerminei de me arrumar e olhei o relógio no meu celular. Eram quase oito horas. Mandei uma mensagem pra Branna dizendo que estava indo falar com Marcus e ela me desejou boa sorte.Bem, eu preciso.Não seria fácil chegar pra ele e dizer que eu estava grávida. Tinha medo de que ele nos rejeitasse, mas eu tentei me controlar. Tudo podia acontecer. Coloquei meu exame de sangue dentro da bolsa e me olhei no espelho outra vez. Eu havia vestido uma calça preta, blusa vermelha sem mangas e um casaco preto. Meu cabelo estava solto caindo pelos ombros em onda
SammyBranna e eu terminamos de devorar a comida que Matilde havia preparado e conversávamos baixinho. Snow estava sentada olhando para nós como um segurança e eu senti vontade de raptar ela. Era a cadelinha mais fofa do mundo. Certamente foi o melhor presente de aniversário que eu já dei. Eu contei a Branna o que encontrei quando fui ver Marcus e como eu me senti. Era tão fácil falar com ela. Eu sabia que Branna nunca me julgaria, ela me amava e me apoiava, então eu podia contar tudo pra ela sempre. Branna xingou Marcus com alguns palavrões e eu fiquei mais feliz.Nos sentamos no sofá e comemos um bolo de chocolate que Matilde havia feito de bom grado. Branna estava parecendo meio abatida e eu fiquei preocupada com ela.- Branny, está tudo bem?
SammyEu estava com raiva de Marcus por me fazer sair de casa. Eu estava dormindo tão bem e meu celular tocou me avisando que era hora de acordar. Fiquei um tempo com meus irmãos e meu pai na sala assistindo TV. Eu havia comprado alguns livros sobre bebês e estava na página vinte e dois quando meu celular despertou de novo me dizendo que estava na hora de ir tomar banho. Me levantei do sofá com preguiça e fui pro meu quarto. Tomei banho, sequei o cabelo, me vesti e passei um batom leve. Sabia que Marcus iria pedir a Branna meu endereço, então não me preocupei em mandar. Faltava sete minutos pra oito da noite e eu desci pra esperar na sala.— Vai contar pra ele? — papai me perguntou tirando os olhos do livro que lia.Benjamin e Sean estavam ouvindo música no chão. Sean que
SammyEntrei em casa uma hora e meia depois com os pés acabados de tanto correr. Eu corri por um bom tempo e quando cansei, peguei um táxi. Eu estava com o rosto inchado de tanto chorar e quis me bater. Meu pai estava sentado na poltrona quando eu entrei e levantou os olhos pra me observar.— Você contou. — ele disse sorrindo de leve, se levantou vindo pro meu lado e me abraçando.— Contei... — sussurrei contra seu peito. — E não dei tempo para ele falar. Eu fiquei assustada e saí correndo. Fui uma idiota, pai.— Tudo bem, querida. É normal. — ele disse acariciando meu cabelo. — Vai ficar tudo bem.Fiquei um tempo abraçada com ele, desejando apenas o calor de seus braços
Sammy — Dois meses depois.Eu estava há mais de vinte minutos atrasada pra escola. Eu simplesmente não iria conseguir sair de casa com as duas espinhas enormes que haviam aparecido em ambas as bochechas. Eu sabia que espinhas iriam aparecer futuramente graças aos hormônios da gravidez, mas eu não sabia como iria me sentir. Meu rosto estava mais oleoso, com duas espinhas, eu estava sentindo minha barriga inchada e meus pés também. Minhas costas estavam doendo, os enjôos matinais estavam piores e as dores de cabeça também. Eu não era uma pessoa vaidosa, mas eu gostava sempre de estar me sentindo bem com minha aparência. E devo dizer, as malditas espinhas me tiraram esse bem estar.Dois meses e alguns dias haviam se passado desde que me mudei para Chicago. Marcus e eu haviamos conversado pouco sobre nossa relação e mais sobr
SammyMarcus estava ao celular falando com Cam. O cadáver daquele homem estava no quarto destinado ao meu filho e eu andava de um lado pro outro pela sala pensando em Benjamin. Meu pai estava no trabalho e Sean estava voltando pra casa. Marcus havia colocado Evil e alguns caras procurando por Benjamin, mas eu não conseguia controlar minha mente de pensar o pior. Eu não estava tão abalada por ter visto um homem se matar e sim pelo fato de não saber onde meu irmão estava. Eu podia lidar com a morte de um estranho, ainda mais um que não era bom, mas meu irmão? Não, isso não.— Samantha, sente um pouco, okay? Evil e os outros vão achar seu irmão. — Marcus disse ao desligar.— Você não entende. — eu disse andando com as mãos na cintura. — Ele não vai se sentir bem com estranho
SammyEram onze e meia da noite e estavam todos dormindo. Bem, não todos. Eu não conseguia mais dormir. Marcus estava lá em baixo, dormindo no sofá e eu estava inquieta na cama. Eu havia cochilado e sonhei que estavamos no apartamento dele fazendo amor. Acordei suada de novo e não consegui mais pregar o olho. Eu queria ir até lá, me deitar com ele e talvez fazer amor com ele de novo. Mas eu não sabia se ele iria ou não me rejeitar. Então aguentei firme e fiquei deitada.Branna e John haviam vindo me ver às quatro da tarde e conversamos muito sobre o que aconteceu. Contei a eles e a Marcus sobre o taxista, Branna e Marcus ficaram com raiva de mim por não ter contado, mas eu os dobrei fazendo biquinho.Comecei a sentir sede e saí da cama. Caminhei rapidamente pelo corredor,
SammyAquele sem sombra de dúvidas foi o melhor encontro que tive desde sempre. Foi leve, divertido, cheio de flerte e de sinceridade. Nada de capa, apenas duas pessoas tentando se conhecer. Finn era lindo, tanto por dentro quanto por fora. E passar um tempo longe de casa, de Marcus ou de qualquer pensamento relacionado à ele, me fez bem.Finn estacionou o carro na frente da minha casa falatava seis minutos pras onze da noite. Eu tirei o cinto e me virei pra ele.- Obrigada. Esse foi o melhor encontro. - disse sorrindo.Finn riu.- Eu espero repetir qualquer dia desses.- Quando você quiser.
Último capítulo