— Eu sou bom com muitas coisas, Olívia… — As palavras de Dante a fizeram corar. — E se você quiser, eu posso mostrá-las a você. — Quero que me mostre… — Ela ousou em levar suas próprias mãos até os braços dele, subindo lentamente por cada veia saliente, até chegar em seu bíceps bem definido. Continuou, subindo ainda mais, fincando as unhas no pescoço do mais velho, o puxando para si apenas para sentir seu hálito mais de perto. — … quero que me mostre você por inteiro, Dante. (...) Na noite em que Olivia planeja confessar seus sentimentos por Lucas, seu melhor amigo, seus planos são arruinados. Desolada e com o coração partido, ela caminha sozinha sob a chuva, tentando escapar da humilhação. É então que ela cruza o caminho de Dante Salvatore, o homem que mudaria o curso de sua vida. Olivia sabe que se entregar a Dante pode arruinar sua vida, mas ela não consegue resistir. Professor da faculdade onde estuda, com o dobro da sua idade, e pai de seu melhor amigo, Dante Salvatore representa tudo o que pode destruí-la. E, talvez, esse seja o motivo para ela o querer tanto.
Ler maisOliviaNinguém nunca vai ter uma explicação perfeita sobre o que acontece quando dois corpos se conectam. Quando duas mentes se entendem e formam um vínculo inexplicável. Explicações cientificas podem exemplificar como ocorrem algumas sensações, mas o que pode definir um encontro de Almas? A chance de nunca conhecer alguém é muito maior do que a de conhecer, e me pergunto, dentre tantas pessoas e tantos caminhos que eu poderia trilhar, porque a vida me encaminhou para o destino de Dante? Me perguntaria isso por toda a eternidade, simplesmente porque nada para mim conseguiria explicar o que eu sinto quando ele me toca. É quase desumano que uma sensação vinda de outro seja tão acolhedora e reconfortante, tão necessária. Eu não sei lidar com o quanto peciso tê-lo perto de mim, em mim. É torturante quando estamos separados. Mas quando estamos juntos, é como se tudo tivesse se alinhado justamente para isso acontecer. Os toques fazem sentido, tudo se encaixa perfeitamente bem. O beijo é
Olivia Fernandes Aquela noite se estendeu como se fossem meses, mas ao mesmo tempo, sinto que tudo foi rápido demais. Dante e eu nunca estivemos tão conectados, explodindo em uma intensidade que me fez ir próximo ao nirvana. Ele me faz entrar em um transe que é difícil de despertar. E eu sempre, sempre quero mais. Era engraçado estar ali, parada em cima da secadora enquanto ela fazia seu trabalho, se sacudindo enquanto eu estava presa nos braços dele. Minhas pernas ao redor dele, o agarrando com uma força que poderia fazê-lo grudar em mim para sempre.Aquele momento parecia existencialmente irônico. Eu, no lugar mais mundano da casa, imersa na intensidade de Dante Salvatore. Uma noite que se esticava como o elástico do tempo, prestes a romper. O barulho suave da secadora preenchia o ambiente, mas tudo parecia surdo diante do som abafado de nossas respirações. Eu sentia cada movimento dele enquanto meus pensamentos gritavam para que o mundo lá fora desaparecesse. Não havia certo ou
Dante SalvatoreA chuva batia com força contra as janelas, um som rítmico e quase hipnotizante que só fazia aumentar o peso no meu peito. Estar na casa de Olivia, nesse momento, parecia uma ironia do destino. Eu nunca deveria ter vindo. Sabia que isso era um erro desde o instante em que ela me mandou aquela mensagem dizendo que se sentia insegura. Mas algo dentro de mim — algo que eu tentava ignorar há meses — não me deixou hesitar. Eu precisava vê-la. Precisava garantir que ela estava bem.E agora, aqui estávamos.Eu deveria ter ido embora logo depois de me certificar de que estava tudo em ordem, mas a verdade é que não consegui. Havia algo nela, algo na maneira como me olhava, que fazia com que toda a lógica desaparecesse. Eu sabia que estava jogando com fogo, mas também sabia que não conseguia me afastar.Eu me movi pela casa em passos curtos, tentando conter a tensão crescente. A lavanderia parecia o único lugar onde eu poderia respirar. Abri a porta e me apoiei contra a parede, t
OliviaEnquanto aquele silêncio ensurdecedor se fazia presente, preenchendo o espaço físico entre nós, eu vi algo nos olhos de Dante que ultrapassava o desejo e a luxúria. Sabia que aquilo não era a decisão mais sábia a se tomar, mas aquele ponto, eu já não sabia sequer o que estava fazendo da minha vida. Deixei tudo chegar a um ponto onde já parecia tarde demais recomeçar, embora fosse esse meu objetivo ao vir trabalhar nessa empresa, deixando meus amigos para trás. Parecia que Dante sempre voltava a ser o centro de tudo. Eu apenas orbitava ao redor dele, assim como a lua e a terra. A gravidade era o amor que eu sentia por ele, me fazendo ficar presa ao chão sem conseguir voar para onde quisesse. Me perguntei, naquele instante, se um dia eu seria capaz de superar esse sentimento avassalador e ser livre. Mas, ao mesmo tempo, eu me perguntei: quando me senti mais livre do que no dia em que senti o desejo que ele me causou? Até então, eu apenas existia. Vivia uma vida cronometr
LucasO motor do carro rugia baixo enquanto eu dirigia sem rumo, os pensamentos girando em minha cabeça como um furacão impossível de controlar. A casa de Ester sempre me deixava inquieto. Não era apenas a lembrança constante do que ela havia feito com minha mãe, mas também a sensação sufocante de que eu nunca fui importante o suficiente para ninguém ali.Dante nunca pediu desculpas. Ele seguiu em frente como se as escolhas dele não tivessem causado danos irreparáveis. E Ester... bom, ela era um capítulo à parte. Toda vez que tentava forçar uma simpatia falsa, usando o título de madrinha que um dia teve na minha vida, eu só conseguia sentir desprezo.Hoje, ela foi além."Você e Olivia são tão próximos," ela comentou casualmente, enquanto eu colocava o presente que comprei para o bebê sobre a mesa. "É bonito de ver.""Ela é incrível," respondi, com uma sinceridade que não consegui esconder. "Apesar de ter algumas questões com meu pai, claro."Foi aí que a semente foi plantada."Ah, sim
LucasEu não gostava de ir à casa do meu pai e de Ester, mas havia momentos em que a obrigação falava mais alto. Hoje era um desses dias. Comprei um presente para o bebê, um gesto pequeno e, se eu fosse honesto, completamente forçado. Mas eu estava tentando. Tentando porque, no fundo, havia uma parte de mim que ainda queria acreditar que poderia existir alguma harmonia entre nós.Dirigir até a casa deles era sempre desconfortável. A cada quilômetro, a mágoa que eu sentia pelo meu pai parecia crescer. Não era só o fato de ele ter se envolvido com Ester enquanto ainda era casado com a minha mãe, Beatriz. Era todo o histórico. Ele sempre foi o tipo de homem que atraía atenção, que conquistava as pessoas sem precisar fazer esforço. E, ainda assim, ele falhou em ser o pai que eu precisava.Minha mãe, por outro lado, era a fortaleza. Forte, exigente, impecável. Crescer com Beatriz significava viver sob um padrão inatingível. Eu tinha que ser perfeito, porque, aos olhos dela, eu era o reflex
DanteA luz da sala parecia mais fria do que o habitual, refletindo o vazio que há tempos parecia impregnar cada cômodo da minha casa com Ester. Eu tentava me concentrar na papelada espalhada pela mesa de jantar — contratos, relatórios financeiros, balanços da empresa. Mas a verdade era que nada disso fazia sentido. Não quando a conversa com Olivia ainda ecoava em minha mente.Ester estava sentada à minha frente, folheando os mesmos papéis, mas eu sabia que ela não estava realmente focada. De vez em quando, eu sentia seus olhos em mim, como se ela tentasse medir o quão longe minha mente havia vagado. A tensão entre nós era constante, uma linha fina que ninguém ousava romper. Nós éramos tudo, menos um casal. Apenas duas pessoas presas em uma realidade que criamos para proteger alguém que ainda nem chegou ao mundo."Dante, você está ouvindo?" Ester perguntou, e sua voz tinha um tom de impaciência misturado com algo mais — algo que eu não tinha energia para decifrar."Estou," menti, mas
OliviaAquele beijo soou como uma rendição. Um alívio sufocante depois de meses de tensão e silêncio. Mas, ao mesmo tempo, havia algo destrutivo no gesto. Era como se Dante e eu estivéssemos nos agarrando aos últimos pedaços de uma coisa que já não sabíamos se havia conserto. Quando nos afastamos, o mundo ao redor parecia mais frio. Ele permaneceu ali, perto, os dedos ainda tocando meu rosto, como se temesse que, ao soltar, tudo desaparecesse. E eu também sentia isso. "Olivia," ele começou, a voz rouca, quase um sussurro. "Eu...""Não diga nada," interrompi, levando as mãos ao peito dele para criar um espaço entre nós. "Se disser qualquer coisa agora, vou acabar te odiando mais tarde."Ele assentiu lentamente, mas o olhar em seus olhos era intenso demais para ignorar. Como se ele soubesse que isso estava longe de ser o fim."Eu só queria que você soubesse… " ele tentou novamente, mas balancei a cabeça, pedindo silêncio."Eu sei," menti, embora estivesse longe de saber qualquer coisa
OliviaEstar com Dante tão perto hoje foi como abrir uma gaveta que deveria permanecer trancada. Memórias que eu preferiria enterrar vieram à tona, e me deixaram exausta. As palavras dele ecoavam na minha cabeça como uma melodia dissonante: ele achava que estava me protegendo. Mas proteger do quê? Dele mesmo? De Ester? De uma realidade que, por mais complicada, nós poderíamos ter enfrentado juntos?Fechei os olhos por um instante, recostada no sofá da sala, a luz do abajur suave iluminando a penumbra ao meu redor. Eu não podia negar que entendia, em parte, por que ele fez o que fez. Mas isso não apagava a dor. A traição não estava em Ester, ou na gravidez. Estava em ele ter decidido sozinho o que era melhor para nós dois.E agora, lá estava ele, vivendo um falso conto de fadas, preso a uma mulher que não amava, movido apenas pelo dever com uma criança que não tinha culpa de nada.Minha mente flutuava entre ele e Lucas. Meu peito apertava ao pensar em como eu poderia ter dado falsas es