Ele, depois de se embriagar, gritava o nome do seu primeiro amor, mas na manhã seguinte, sem se lembrar de nada, disse a ela: - Encontre a mulher da noite passada! Esther Moura, finalmente desiludida, entregou um acordo de divórcio a ele, alegando que ela queria filhos, mas devido à incapacidade dele, o amor se desfez! Marcelo Mendes, totalmente alheio, recebeu a mensagem, todo o seu rosto escureceu, ordenando que trouxessem Esther de volta para provar a sua capacidade. Numa noite qualquer, ao voltar para casa depois do trabalho, Esther foi pressionada num canto das escadas: - Quem te deu autorização para pedir o divórcio sem o meu consentimento? - Se você não tem capacidade, não deveria me impedir de procurar alguém que tenha. - Esther respondeu. Naquela noite, Marcelo estava determinado a mostrar a ela sua capacidade. Porém, Esther tirou um exame de gravidez da bolsa, deixando Marcelo furioso. - De quem é o filho? Ele saiu à procura do pai da criança, jurando matar esse homem canalha! Quem imaginaria que ele seria o culpado...
Ler maisEsther ficou chocada. Estendeu o braço, olhando para a pulseira de contas que sempre usava.— O que você disse? Essa pulseira era da sua mãe?— Sim. — Bernardo fixou o olhar no pulso dela.— Isso é impossível. — Esther balançou a cabeça, incrédula. — Como você pode ter tanta certeza? É só uma pulseira comum. Não deve ser única.— É única, sim. — Bernardo respondeu com firmeza.Esther olhou para ele, confusa e atordoada.— Acho que você não entende muito de pedras preciosas, né? — Bernardo explicou com calma. — Aqui na nossa região, a jade é algo especial. Cada peça é única. Não existem duas iguais no mundo. Essa pulseira era da minha mãe, por isso eu tenho dúvidas sobre quem você realmente é. Será que você é só a Esther mesmo?Esther apertou os punhos. Tirou a pulseira e a colocou sobre a mesa.— Essa pulseira nem era minha. Um amigo me deu. Ele me entregou...A imagem de Geraldo surgiu na mente dela. Foi ele quem deu a pulseira. Mas nunca explicou o motivo. Apenas disse que era para t
Esther observou Bernardo sair da sala. Assim que ele fechou a porta, ela se aproximou da escrivaninha. Havia algumas letras escritas e alguns livros estrangeiros empilhados.Curiosa, abriu um deles e viu um marcador cair.Ela o pegou. À primeira vista, parecia comum, mas o desenho no marcador chamou sua atenção. “Onde foi que já vi isso antes?”, pensando um pouco, Esther se lembrou daquele símbolo estava nas roupas das pessoas que a perseguiram junto com Rita. Um arrepio percorreu sua espinha. Não podia ser coincidência.Esse símbolo devia era um tipo de emblema. Estaria Bernardo envolvido com o Faraó?Antes que pudesse pensar em mais alguma coisa, Bernardo entrou, segurando duas tigelas de macarrão.— Está pronto. — Ele colocou as tigelas na mesa e sorriu de forma descontraída. — Vem comer logo.Esther rapidamente escondeu o marcador na manga e respondeu, tentando não demonstrar nervosismo:— Certo.Eles se sentaram um de frente para o outro. Na mesa, apenas o básico, macarrão simples
— Todo mundo na família confirmou! Eu sou sua irmã perdida há anos! — Rebateu Estrella, enfatizando as palavras.— Você mesma disse que foi separada da família por muito tempo. — Retrucou Bernardo, com um olhar frio. — E se a pessoa que voltou não for quem diz ser? Se não quiser que as coisas piorem, pare de interferir na minha vida.Estrella apertou os punhos com tanta força que as mãos tremiam. Aquela foi a primeira vez que Bernardo falava com ela em um tom tão duro. Ele duvidava dela! Isso deixou ela inquieta.Bernardo claramente não dava importância para ela, mas também não queria que ela atrapalhasse sua rotina. Evitava voltar para casa justamente para reduzir o contato com ela, já que a proximidade apenas aumentava seu desagrado.Porém, Estrella parecia incapaz de entender.Sem dizer mais nada, Bernardo se virou e foi embora, deixando Estrella sozinha, com uma expressão de fúria que deformava seu rosto.— Senhorita, não leve tão a sério o que o Sr. Bernardo disse... — Começou Ade
— O que aconteceu para você ficar a tarde toda com ele? — Perguntou Marcelo, sem esconder o descontentamento.— Eu já expliquei. Acabei dormindo lá. — Respondeu Esther, sem muita paciência.— Se queria descansar, por que não voltou para cá? Você sabe que isso pode dar margem para fofocas. Um homem e uma mulher sozinhos... Não pega bem. — Insistiu Marcelo, com um tom mais sério.Esther arqueou uma sobrancelha, claramente irritada.— Fofoca por quê? Não estávamos sozinhos, havia crianças por perto. Além disso, eu e Bernardo somos inocentes. Quem quiser falar, que fale. Não estamos mais no século passado! Que mentalidade atrasada, hein?Marcelo apertou os lábios, e seu rosto escureceu com um misto de frustração e constrangimento.— E outra coisa. — Continuou Esther. — Hoje de manhã você sumiu, ninguém sabia onde você estava. Eu só fui cuidar da minha vida. Isso não é um problema, é? Mas deixa para lá, não quero brigar.Ela balançou a cabeça, indicando que queria encerrar o assunto ali.—
— Saber demais pode ser perigoso. — Alertou Bernardo. — Além disso, parte da culpa por esse ataque é minha. Não vou deixar que algo assim aconteça de novo.Era uma promessa feita com seriedade, ele não queria que isso afetasse a vida de Esther.— Não se preocupe. Minha vida não vai acabar tão fácil assim. — Respondeu ela, tentando soar confiante.— Vamos. — Bernardo indicou o caminho de volta à vila, se colocando ao lado dela para garantir sua segurança.Enquanto caminhavam, Esther franzia levemente o cenho. Bernardo não tocou no nome do Faraó novamente, claramente mudou de assunto de propósito. Talvez ele não confiasse nela o suficiente para falar a verdade. Mas, se o Faraó realmente tinha alguma ligação com ele, Bernardo estava se esforçando para esconder isso."Ele é a chave para desvendar isso.", pensou Esther. Mas precisava ser cuidadosa. Não podia arriscar alertá-lo antes da hora.Assim que chegaram à entrada da aldeia, uma voz chamou:— Srta. Esther está de volta!Os aldeões par
A flecha se cravou com força no tronco de uma árvore próxima.Esther ficou paralisada, o seu coração batia descompassado. O ataque foi tão inesperado que ela demorou a processar o que tinha acontecido.Bernardo, com o semblante sério, olhou em direção à floresta. O atirador, percebendo que havia falhado, não perdeu tempo e fugiu rapidamente, desaparecendo entre as sombras.— Você está bem? — Perguntou Bernardo, desviando o olhar da floresta para Esther.Ela ainda olhava para o local de onde a flecha havia sido disparada, com os olhos arregalados. A intenção do ataque era clara. Eles queriam tirar sua vida. E agora? Estava em um lugar considerado seguro, cheio de pessoas, mas alguém ainda assim havia tentado matá-la. Por quê? Quem poderia odiá-la tanto?— Esther? — Bernardo chamou novamente, com a voz mais firme.Esther piscou algumas vezes e finalmente voltou a si. Seguiu o olhar de Bernardo para a floresta, mas tudo estava tão escuro que era impossível ver qualquer coisa. O agressor j
— Talvez não seja isso que você está pensando. — Disse Ademir, tentando consolar Estrella sem sequer refletir muito.Os olhos de Estrella brilharam frios, cheios de frustração.— Então o que é? Meu pai já me reconheceu. Por que ele não? Ele esqueceu como éramos próximos quando crianças? Como é que agora, depois de adultos, tudo mudou?— Talvez seja porque você acabou de voltar. — Ademir tentou mais uma vez apaziguar a situação. — O Sr. Bernardo deve estar se ajustando ainda. Ele passou anos te procurando, não se esqueça disso.Estrella soltou uma risada amarga.— Procurando? Não parece que ele me vê como irmã!— Não é isso... —Ademir tentou explicar.— Não é? Ele trata aquela mulher tão bem! Ele até deu um presente pra ela! Nem pra mim ele trouxe algo, mas pra ela sim! — Exclamou Estrella, com a voz cheia de ressentimento e raiva. — Isso não vai ficar assim. Se ele gosta tanto dela, vou acabar com ela! Se eu não posso ter, ninguém mais vai ter!Ademir hesitou, mas respondeu com firmeza
Elas não conseguiam esconder a preocupação com Bernardo. Ele, no entanto, parecia calma e as tranquilizou:— Não precisam se preocupar comigo.Esther o observou atentamente. Apesar da tragédia que assolou a aldeia, Bernardo parecia saber de tudo, mas não demonstrava nenhuma emoção a respeito.Ele então olhou para ela, com uma expressão amigável.— E aí, como tem sido para você? Já se acostumou com a vida aqui?— Já me acostumei. — Respondeu Esther. — Me dou bem com todo mundo.— Que bom. — Comentou ele, com os olhos brilhando brevemente antes de continuar. — Ouvi Luciana falar sobre o capitão Marcelo. Ele é do seu país, não é? Vi que estão ajudando a reconstruir a escola.— Sim, ele é. — Respondeu Esther.Bernardo fez um comentário que soou mais como uma provocação sutil:— Os soldados do seu país são bem altruístas, não é? Ajudando os aldeões sem esperar nada em troca.O tom dele deixava claro que ele duvidava da sinceridade dessa bondade, mas não tinha nenhuma expressão especial em s
Logo cedo, eles foram chamados para trabalhar, o que deu espaço para Esther sair discretamente da barraca de Marcelo.Mesmo assim, as palavras de Durval, que não tinha ideia do que aconteceu, ainda ecoavam na mente dela. A lembrança da noite anterior fez seu rosto esquentar, mas ela respondeu com naturalidade:— Dormi muito bem, obrigada. Continuem com o trabalho de vocês.— Beleza, Srta. Esther! — Disse Durval, voltando ao serviço, sem perceber nada de estranho.Embora soubesse que a noite anterior foi real, Esther não conseguia evitar a sensação de que tudo parecia um sonho. Ainda mais com a ausência de Marcelo, que deixou a situação um pouco misteriosa.Ela decidiu não pensar muito no assunto. Se Marcelo voltasse, certamente ele falaria com ela. Por ora, Esther seguiu até onde algumas mulheres estavam trabalhando, ajudando a secar ervas medicinais.Assim que chegou, ouviu Luciana gritar animada:— Esther! Até que enfim você apareceu! Dormiu até tarde, foi? Ah, sabia que o professor