Olivia FernandesNo momento em que me vi deitada, assistindo Dante em pé à minha frente, senti como se meu coração estivesse prestes a rasgar a carne do meu peito e saltar para fora. A cada batida, parecia que ele ecoava pelo quarto, como se quisesse denunciar o frenesi que me consumia.Eu mal conseguia respirar. Meus lábios se umedeciam por reflexo, enquanto lutava para não perder a razão diante dele. Havia algo, algo inexplicável que tomava conta de mim e que eu não saberia descrever, mesmo que me perguntassem. Era mais do que desejo. Era... necessidade.— Você está bem? — Dante perguntou, ajoelhando-se diante do sofá, alcançando meus pés com uma gentileza que me fazia querer derreter.Eu apenas assenti, incapaz de pronunciar uma única palavra, vendo-o desabotoar minhas sandálias. Seus dedos percorreram meus tornozelos, subindo pela minha pele e me deixando arrepiada. Não era só o toque, era a maneira como ele me olhava, como se cada parte de mim fosse preciosa.Dante se divertia com
Olivia FernandesFoi preciso apenas um único e pequeno toque para eu sentir arrependimento. Mas, não se engane, eu não tinha arrependimento nenhum sobre Dante. Pelo menos, não ainda.O arrependimento vinha de ter esperado tanto tempo para experimentar algo assim, de ter deixado minhas inseguranças e ansiedades me impedirem. Quando o prazer intenso finalmente me atingiu, como uma tempestade, percebi que havia muito mais a descobrir.Cada nova descoberta só aumentava o meu delicioso leque de possibilidades.— Isso, Dante. Bem aí — eu tentei conter o gemido sôfrego que escapou mais alto do que o normal.— Não se contenha, por favor — ele pediu, mas eu o empurrei novamente, afundando-o no centro do meu prazer.Os beijos que trocamos me deram um gostinho de como seus lábios eram macios, assim como sua língua, que escorregava contra a minha com tanta habilidade. E toda essa habilidade foi intensificada quando ele me beijou em minha região mais íntima.Eu estava tão molhada que o lençol embai
Olivia FernandesO telefone tocou, o som alto e claro de Chopin ecoou pelo loft. Eu me assustei, e Dante estranhou o horário inoportuno para seu telefone tocar. Já era madrugada, e não era do seu costume receber telefonemas tão tarde.— Perdão, não vou demorar. — Ele deu um selo rápido nos meus lábios antes de seguir até a bancada um pouco distante do sofá onde estávamos. Pegou o celular e observou a tela com curiosidade.De longe, vi o cenho de Dante se franzir. Estava curiosa, ainda tentando assimilar tudo que tinha acontecido, lidando com o desejo intenso que corria pelo meu corpo.— Aconteceu alguma coisa? — Perguntei enquanto vestia minha lingerie.Dante ergueu a mão direita, pedindo um segundo enquanto ouvia algo no celular. Naquele instante, vi sua feição mudar. Ele parecia assustado.— Precisamos ir, meu filho está com problemas — Ele falou brevemente, se aproximando de mim mais uma vez. — Sinto muito precisar interromper isso, espero que saiba que não era a minha vontade.Ele
Olivia FernandesFiquei estática por minutos. O mundo parecia girar ao meu redor enquanto eu tentava processar a nova e chocante revelação. Não conseguia fazer nada além de abrir e fechar minha boca, sem conseguir pronunciar uma única palavra.Estava absorta em meus pensamentos, convicta de que aquilo tudo não passava de um terrível pesadelo, daqueles que a gente deseja acordar o quanto antes. Sentia um nó na garganta e uma sensação de desamparo, como se o chão tivesse se aberto sob meus pés.Sabia que não tinha culpa por não saber que Dante era o pai de Lucas. Nunca tinha visto uma foto dele, e sempre ouvira todos chamarem-no apenas de Senhor Salvatore. Naquela noite, eu havia me deixado levar pelos sentimentos intensos que surgiram entre nós, sem imaginar que estava prestes a descobrir uma conexão tão inacreditável e devastadora.Parecia praticamente impossível que aquilo estivesse acontecendo comigo, justamente com alguém que sempre estive apaixonada desde o primeiro ano da faculdad
Olivia FernandesSenti o pânico crescer dentro de mim quando vi a foto de Lucas piscando na tela do celular de Dante. Sem pensar duas vezes, agarrei o telefone e desliguei a chamada com um movimento rápido, antes de colocar o celular no modo silencioso. Meu coração batia forte e minhas mãos estavam tremendo incontrolavelmente.— Tudo bem? — Dante perguntou novamente, claramente preocupado com meu comportamento estranho.— Sim, está tudo bem. — Tentei sorrir, mas o sorriso saiu forçado e sem vida.Dante franziu o cenho, evidentemente confuso, mas decidiu não pressionar mais. Ele continuou dirigindo em silêncio, enquanto eu lutava para controlar minha respiração e meus pensamentos. Cada segundo parecia uma eternidade. Eu precisava pensar em algo, qualquer coisa, para sair daquela situação antes que tudo fosse ainda mais longe do controle.— Sabe, meu filho mencionou uma pessoa especial recentemente, mas, como sempre, não deu detalhes. Às vezes é difícil ter uma simples conversa com ele.
Olivia FernandesEnquanto caminhava pelo campus com passos lentos e pensativos, aproveitando a noite calma e bonita, senti o cheiro de Dante ainda impregnado em mim. Era como se ele estivesse presente em cada centímetro da minha pele, e isso fazia meu rosto ferver. Eu me sentia como se estivesse em um dos dramas literários que passava as noites em claro lendo, mas agora, como a protagonista de uma história confusa e perturbadora, e não apenas no sentido negativo.Sentia-me afetada em meu íntimo, como se estivesse refém de Dante no quarto que criei em minha memória, onde deixei um espaço especial para recordar os detalhes sórdidos que se referiam a ele. Enquanto andava, recordava cada momento daquela noite. Como cheguei a esse ponto? O que fazer agora? A imagem de Lucas vinha à minha mente, dividindo e piorando minha confusão.Céus, ele era pai de Lucas, como eu poderia ter previsto isso?Tentava me lembrar de todos os detalhes que construíam o rosto de Dante. E, pensando bem, eu podia
Olivia Fernandes O suor escorria pela minha testa enquanto eu encarava, incrédula, cada repost das minhas fotos nas redes sociais. Não conseguia processar que isso estava mesmo acontecendo. Como foi que deixei chegar nesse ponto?Pelo menos, as fotos não eram tão reveladoras... Eu estava de lingerie, sim, em poses provocantes, mas não era nada que ultrapassasse um certo limite. Isso, no entanto, não aliviava o aperto no meu peito ao imaginar a reação dos meus pais. E pior ainda, a do meu irmão, se eles descobrissem que eu tinha feito essas fotos.Esse pensamento me torturava, ao mesmo tempo em que sentia um gosto amargo de contradição na boca, como o sabor de um pomelo. Porque, mesmo sabendo que não podia, eu ainda queria prosseguir. Sabia da relação entre Lucas e Dante, e que isso tornava tudo errado. Mas o desejo de sentir o toque do Dante, o mais velho dos Salvatore, me consumia.E me sentia culpada. Culpada por ainda ter sentimentos tão fortes por Lucas, mesmo depois de tudo. Me
Olivia Fernandes— Planeja se esconder aqui por todo o período? — A voz de Lucas parecia distante, mesmo estando ao meu lado. Eu ainda estava perdida nos meus pensamentos, tentando processar tudo.Por um breve momento, senti-me aliviada por não precisar me envergonhar perto dele. Com Lucas, eu podia respirar, sem o medo de ser julgada. Ele era meu porto seguro, mas não para todos os meus segredos.Cheguei para o lado no banco do parque, abrindo espaço, e Lucas se acomodou ao meu lado. Ficamos em silêncio, o peso desse silêncio se acumulando entre nós, até que ele decidiu quebrá-lo.— Vamos descobrir quem fez isso, Liv — disse ele, sua voz acolhedora atingindo algo dentro de mim. Por um segundo, quis desabar. O peso que eu carregava já me sufocava como há anos não acontecia, a última vez que me senti assim foi em casa, com a minha família.— Não precisa se envolver nisso, Lucas — respondi, segurando o choro que parecia rasgar minha garganta. Passei a mão pelos cabelos, colocando-os atrá