Ella Westbrook sempre lutou para manter sua família unida. Com um pai gravemente doente e as contas do hospital acumulando mais rápido do que ela consegue pagar, a jovem se vê obrigada a aceitar um trabalho noturno em um bar de cidade pequena. É perigoso, especialmente para alguém como ela, uma garota simples e sem ninguém para defendê-la. Mas a necessidade é maior que o medo. Ella não espera que uma noite normal de trabalho mude sua vida para sempre. Depois de uma situação ameaçadora no bar, ela é salva por um estranho de presença marcante. Ethan Silvershadow é alto, sombrio, e tem uma intensidade que a deixa desconcertada, mas ele carrega algo além do que Ella poderia entender. Suas garras afiadas para proteger e o olhar penetrante escondem uma verdade: ele é um alfa exilado, com um passado misterioso e uma perseguição mortal em seu encalço. Ao se cruzarem novamente, Ethan faz uma oferta que parece boa demais para ser verdade — um contrato para acompanhá-lo em sua jornada de fuga, com a promessa de que ela nunca mais terá que se preocupar com as contas. Mas Ethan não é um homem comum, e o mundo dele é mais sombrio e perigoso do que Ella jamais imaginou. Agora, envolvida em uma teia de segredos e caçada por inimigos de Ethan, Ella descobre que seu salvador é um alfa predestinado... e que o preço dessa escolha pode ser mais alto do que ela poderia imaginar.
Ler mais(Ella) Eu sei que o fuzilei com os olhos. Sei exatamente o impacto que minhas palavras tiveram. Senti a fúria dele atravessar o ar como uma tempestade prestes a desabar. Mas eu não podia ficar quieta. Não podia só acenar com a cabeça enquanto ele decidia tudo por mim, como se eu fosse apenas uma espectadora da minha própria vida. E mais do que isso... eu precisava de tempo. Tempo pra digerir, pra entender, pra respirar. Liora já estava no quarto, recolhendo algumas coisas, empilhando-as em cima da cama como quem queria fazer tudo com cuidado. Eu fiquei ali, deitada, abraçada a um travesseiro. Ele abafava um pouco da minha frustração, mas não era o suficiente pra calar o burburinho dentro de mim. — Você e o alfa estão brigados? — ela perguntou, a voz suave como sempre. — Pode-se dizer que sim — resmunguei, apertando o travesseiro contra o rosto. — Ele não quis saber se eu queria ir ou não... Minha voz morreu no final. Era difícil admitir aquilo. Que doía. Que parecia injus
(Ethan)Depois que a euforia passou, Ella se acomodou ao meu lado, ainda com o corpo quente e o olhar brilhando. Mas o silêncio dela era diferente… carregado. Eu sabia que algo vinha. E veio.— Por que você não deixou eu comandar… sobre você não gozar? — ela perguntou, virando o rosto pra mim, os olhos apertados de desconfiança.Respirei fundo. Eu precisava responder. Mas como explicar o que nem eu mesmo queria aceitar?— Porque eu queria sentir… já que vamos passar um bom tempo sem isso. Sem nós — falei baixo, observando como as palavras batiam nela.O brilho no olhar de Ella se apagou.— Você já decidiu isso sozinho? — ela perguntou com um tom ferido. — A minha opinião não importa?Doeu. Claro que importava. Tudo nela me importava. Mas eu não podia dizer isso agora. Eu precisava que ela confiasse. Como eu confiei da última vez, quando ela arriscou a vida pelo pai dela. Ela tinha me pedido pra confiar, e eu confiei. E mesmo sem ter controle, sem nem entender quem era por completo, el
(Ella)Minha cabeça estava um turbilhão e, sinceramente, eu não queria olhar nos olhos do Ethan agora. Se ele foi capaz de me ocultar algo tão sério… o que mais ele poderia estar escondendo?Assim que ele entrou no quarto, eu fingi estar dormindo. Quando ele se aproximou e tentou me tocar, virei o rosto e me afastei. Não queria lidar com ele naquele momento. Ethan era complicado demais… eu o amava, mas sabia que, se ele me tocasse, eu cederia. E eu não queria isso. Ainda não.Ele saiu, e o cansaço acabou me vencendo. Adormeci.Ainda estava escuro quando acordei com um calor intenso no quarto. Abri os olhos devagar e, para minha surpresa, conseguia enxergar no escuro como se fosse dia. Meus olhos percorreram o quarto até encontrarem Ethan deitado no tapete, sem camisa. A tatuagem em seu peito ainda era um mistério para mim. Eu nunca tinha perguntado, mas a curiosidade começava a me corroer.Ele estava respeitando meu espaço. E isso… isso me fez feliz. Ethan era um macho que odiava ser
(Ethan)A porta do quarto rangeu levemente quando a empurrei. Eu entrei em silêncio, cada passo meu mais pesado que o anterior. Meus ombros estavam tensos, a cabeça girando com tudo o que havia acontecido nas últimas horas. Mas o que mais me doía era vê-la daquele jeito. Deitada ali, no colchão confortável da casa segura do Clã Beaufort, sem me dirigir sequer um olhar antes de virar para o outro lado, como se eu fosse o inimigo.Aquele quarto era modesto, com móveis rústicos e cortinas finas balançando com a brisa suave que entrava pela janela. Nós tínhamos chegado sem planejamento, tomados pelo desespero. Não trouxemos nada. Nenhuma muda de roupa. Nenhum objeto pessoal. Só o que carregávamos no corpo... e no coração.Ella dormia apenas com sua camisa, que agora mal escondia o quanto seu corpo estava mudando por causa da gravidez. Seus seios, inchados, marcavam o tecido fino de forma que me fazia engolir em seco. A calcinha branca realçava a curva do quadril. E o lençol leve que a cob
(Ethan) Eu ia matá-lo. Naquela sala, com as mãos trêmulas de raiva e o cheiro do medo do delegado impregnando o ar, tudo o que eu queria era cravar meus punhos naquele rosto arrogante. Que se danem as regras, que se dane o disfarce. Eu não me importava em me expor. Por Ella… eu faria qualquer coisa. Pagar o preço, seja qual fosse. Porque ela é a minha vida. Minha alma. Minha fêmea. O caminho até o carro foi silencioso. Ella não olhou pra mim uma única vez. Bryce saiu da delegacia ao lado de Lysandre — a vampira com olhos de heterocromia e um charme que podia dobrar qualquer humano. Ela passou por mim sem sequer mover um fio de cabelo, mas lançou um olhar profundo demais para Ella. E Ella… franziu o cenho como se tivesse sentido um calafrio na espinha. Bryce se aproximou da janela do motorista, curvou-se e falou baixo: — Sua bruxa é boa, alfa. Está com seu beta agora. Vamos para um local seguro. Lá explicarei tudo. Assenti, segurando o volante com força enquanto Ella se mantinha
(Ella) Aquele delegado me olhava como se pudesse enxergar através da minha pele. Era desconfiado demais, metódico, e repetia as mesmas perguntas como se eu fosse tropeçar em alguma contradição. Eu já havia contado a mesma história dez vezes. Dez malditas vezes. — Eu já disse — insisti, cruzando os braços sobre a barriga já um pouco saliente. — Jacqueline e eu éramos apenas colegas de trabalho. Eu não sabia nada sobre a vida pessoal dela. Ele mexeu em alguns papéis, fingindo estar casual, mas eu vi o jeito que os olhos dele analisavam cada uma das minhas reações. — Mack era seu patrão, não é mesmo? — Sim, exatamente. Era, sim — respondi, tentando manter a calma, mas meu lobo interior rosnava de impaciência. — Ele acordou do coma em que ficou após levar o tiro… e disse que tudo isso é culpa sua. — O quê? — minha respiração vacilou, e precisei de toda a força que tinha para conter o rompante de fúria. — Como é que eu não fui informada disso? — Tentamos entrar em contato co
(Ethan)Eu vi nos olhos dela. A aflição. A dor. O desespero que ela tentava conter. Senti seu coração acelerar como se tivesse sido arrancado do peito e colocado dentro do meu. E então ela começou a andar, apressada, dizendo que precisava ir.— Ei, Ella — segurei seu braço com cuidado, como se fosse feita de vidro —, o que está acontecendo?Ela hesitou por um segundo. Seus olhos me fitaram com algo que eu só posso descrever como agonia.— Eu... eu preciso ir até a delegacia prestar outro depoimento.Depoimento?Sem perder tempo, olhei para Caelan.— Pegue um dos carros e faça um comboio. Só um. Eu mesmo vou levá-la. Preciso de uma conversa privada com a minha fêmea.Caelan assentiu com um olhar sério, sem fazer perguntas.Ella entrou no carro depressa e colocou o cinto com as mãos trêmulas. Seu corpo inteiro estava tenso, como se estivesse prestes a explodir por dentro.— Pequena... o que está acontecendo? — perguntei com a voz mais calma que consegui reunir, embora meu peito estivess
(Ella)Meu corpo doía. As pernas, a cintura, até meus braços… Mas era uma dor boa. Daquelas que a gente lembra e sorri. Porque eu sabia exatamente o motivo. Ethan tinha sido selvagem, intenso, possessivo… e eu amei cada segundo.Por mais estranho que pareça, aquilo me completou. Ele não escondeu quem era. E finalmente, eu me senti verdadeiramente ligada a ele. Montar nele em sua forma de lobo, correr pela floresta, sentir o vento no rosto, o coração batendo no ritmo do dele… Quando ele caçou aquela gazela, quando ele a pegou com os dentes, eu juro que foi como se eu tivesse feito aquilo também. Senti o gosto do sangue, o calor, o último suspiro do animal. Aquilo me despertou algo novo.Eu me abracei mais nele. Estávamos deitados na grama úmida, cheios de terra, folhas presas no cabelo, nossos corpos nus ainda marcados pelo que havíamos feito. O cheiro da terra, da natureza… e do sexo selvagem que fizemos estava gravado em mim.Adormecemos ali, como duas criaturas que pertencem à flore
(Ethan)Ella segurava firme nos meus pelos enquanto eu corria pela floresta. Seus dedos afundados em mim, suas pernas apertadas ao redor do meu corpo. Eu podia sentir seu calor, seu cheiro, sua excitação escorrendo — e tudo isso alimentava o meu lobo.Eu queria que ela sentisse a conexão. Que se integrasse à natureza. Porque quando a gente descobre quem é de verdade, tudo muda. O mundo ganha cor, cheiro, som. E Ella estava perto disso. Ela ainda não podia se transformar — fêmeas grávidas não podiam, poderia machucar o filhote. Mas ela se casou com um alfa. Me escolheu. E isso significava que com o tempo, ela pegaria minhas habilidades também.Ela era minha. Minha fêmea. Minha companheira. E mesmo que seu sangue fosse metade humano, o que corria nas veias agora era mais do que isso. Eu sentia. O filhote sabia. E o lobo também.Meu lobo estava faminto. Insano. E não por carne.Por sexo.Eu sabia que ela também sentia isso. A pulsação acelerada. O corpo molhado. O desejo latente. Era alg