Capítulo 07

(Ethan)

Eu me sentia inteiramente agitado, e por pouco eu quase perdi o controle na frente de Ella e aqueles humanos desprezíveis. Se eu me transformasse, eu não ia conseguir me conter e acabaria com todos eles e eu não saberia como lidar com essa mulher que mexe tanto comigo.

O toque da sua mão na minha é como descarga elétrica, ela tremia deliberadamente pela adrenalina e pelo medo. Eu conseguia sentir o aroma doce que ela emana, o seu medo tem um cheiro adocicado.  

É como um convite que só os lobos poderiam entender: doce e tentador, uma mistura de mel silvestre com uma pitada de baunilha, envolto em algo floral, talvez lilás, mas era único. Cada vez que ele se aproximava, o aroma crescia, se intensificava, e o lobo dentro de mim se sente enredado, atraído por uma força que parecia mais antiga que o próprio tempo. É um perfume que nenhum humano seria capaz de captar, mas para mim, é inebriante e sedutor, impossível de ignorar.

Eu odiei sentir o cheiro de outro macho nela, parece que usava alguma peça dele sobre seu corpo pequeno. E eu sabia que ela sentia frio, retirei a minha jaqueta e coloquei sobre seus ombros, ela me olhou espantada e piscou rapidamente seus cílios, mas aceitou de bom grado.

Eu dirigia pelas estradas escuras, os olhos focados à frente, mas minha mente estava em Ella. O perigo que ela enfrentou me deixava agitado, o lobo dentro de mim inquieto, querendo proteger, reivindicar. Cada segundo ao lado dela parecia intensificar essa necessidade, essa sensação de algo mais profundo, algo que eu tentava suprimir, mas que estava se enraizando em cada fibra do meu ser.

Eu finalmente parei em uma casa de campo isolada, cercada de árvores densas e onde eu sabia que estaríamos a salvo. Era meu refúgio, um lugar onde eu me escondia quando a pressão da alcateia se tornava insuportável. Ela me olhou com uma expressão incerta, mas confiou em mim, entrando na cabana.

Lá dentro, o calor do fogo iluminava o ambiente e seu rosto, e, por um momento, tudo que eu queria era envolvê-la com meus braços, absorver cada detalhe da sua expressão e protegê-la de qualquer ameaça. Respirei fundo, tentando manter o foco, mas a proximidade dela acendia algo feroz em mim, uma espécie de possessão, de um desejo impossível de ignorar.

— Você está bem? — perguntei, minha voz mais rouca do que pretendia.

Ella assentiu, mas percebi seu tremor. Cada mínima reação dela parecia aumentar a força dessa necessidade, um chamado primitivo dentro de mim.

— Foi uma noite... complicada, — murmurou, olhando para o chão. Eu me aproximei, tentando conter meu instinto de tocar seu rosto, de tranquilizá-la com mais do que palavras.

— Ella, eu preciso que você saiba que pode confiar em mim — eu disse, tentando manter a voz calma. O lobo em mim queria mais do que palavras, queria marcar território, proteger... Ela despertava algo indomável que não sentia há tempos.

Eu me sentei ao lado dela, sentindo a onda quente do cio começando a tomar conta. Mas precisava entender o que ela estava enfrentando, o que estava por trás daquela tristeza em seus olhos. Com delicadeza, perguntei:

— O que está acontecendo com seu pai? Quero ajudar, mas preciso entender.

Ella hesitou por um instante, depois começou a falar. Ouvi sua história, cada palavra dela perfurando a barreira que eu tentava erguer entre nós. Ela falava do pai e das despesas médicas, de como lutava sozinha para manter as contas pagas, cada parte da história deixando minha necessidade de protegê-la ainda mais intensa. Era isso. O motivo pelo qual eu queria tanto que ela confiasse em mim.

Quando terminou, minha decisão estava tomada. Olhei nos olhos dela, sentindo o calor crescer em meu peito, o desejo de oferecer algo, qualquer coisa para aliviar sua carga.

— Eu posso te ajudar, Ella. — Minha voz saiu mais grave do que eu esperava. Seus olhos encontraram os meus, curiosos, atentos. — E talvez você possa me ajudar em troca.

Ela parecia confusa, e tomei um momento para reunir as palavras certas.

— Eu preciso de alguém que finja ser minha... minha parceira. Isso me protegeria de certos problemas com os quais estou lidando. Em troca, eu poderia ajudar com o que você precisar. Cobrir as despesas médicas, aliviar essa carga.

Eu esperava que ela hesitasse ou que risse, mas, ao invés disso, ela apenas me olhou em silêncio. A proximidade, a tensão e o perfume suave dela estavam intensificando tudo. Senti meu lobo rosnar internamente, exigindo mais, querendo marcar minha presença, mas segurei firme.

— Pense nisso, — eu disse, tentando suprimir o calor que subia em mim, mas meus olhos provavelmente traíram o que eu realmente sentia. Ela era mais do que uma solução para meus problemas; ela era o começo de algo que eu nunca quis admitir que precisava.

Eu estava excitado, ela estava quieta olhando as chamas da lareira crepitando. E eu a observava atentamente, cada mínimo detalhe de seu rosto. Meu pau estava duro, e eu sem forças para conter o desejo de tomá-la ali mesmo. Eu precisava de um pouco de ar, ar puro sem o cheiro de sua presença.

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