Capítulo 06

(Ella)

O choque se transformou em raiva. Cruzei o salão rapidamente, ignorando o olhar surpreso da garota e o sorriso debochado dele

— Poxa, gata. Vamos lá em cima rapidinho. Tenho certeza que você vai amar. — Ele beijou castamente os lábios da garota, que pareceu não se incomodar.

— Então, é assim, Jared? Me faz vir aqui só pra ver você com outra? — Minhas palavras saíram firmes, ainda que eu sentisse o coração martelar no peito.

Ele deu de ombros, nem um pouco arrependido.

— Relaxa, Ella. Você sabia que não ia durar. — Ele não me olhou, traçou um dedo no rosto da garota, me ignorando completamente.

— Quem é ela? Sua namorada? — A garota se afastou, incomodada.

— Não, ela é só uma vagabunda que eu comia de vez em quando.

Aquelas palavras foram a gota d’água. Não esperei mais nada. Levantei minha mão e espalmei fortemente na cara dele. Arranquei sua blusa de frio e joguei nos braços da garota. Eu estava com ódio por ter vindo nessa merda de festa. Virei as costas e comecei a andar em direção à porta. Brad, que percebeu a situação, veio atrás de mim.

— Ella, quer que eu te leve em casa? Vamos, não precisa ir sozinha.

Olhei para ele com frieza, sentindo a traição queimando por dentro.

— Não, Brad. Sei que você sabia de tudo e pelo visto estava acontecendo a bastante tempo, não é? Obrigada, mas eu estou bem sozinha.

Com isso, saí da festa, o vento frio da noite me envolvendo enquanto eu me afastava do barulho e das risadas. Caminhei rapidamente pela rua deserta, mas logo percebi passos atrás de mim. O coração começou a bater mais rápido, e uma sensação de alerta tomou conta de mim.

— Ei, olha o que temos aqui. — A voz era familiar e nada bem-vinda. — Ella, por que a pressa gatinha?

Virei-me e vi alguns amigos de Jared, rostos que eu reconhecia de outras festas. Eles estavam rindo, com um olhar perigoso no rosto. Pareciam bêbados e um pavor tomou conta de mim.

— Deixa ela em paz, cara, só queremos conversar um pouco — outro deles disse, se aproximando, e a malícia em seus olhos era evidente.

Meu estômago revirou, e dei um passo para trás, sentindo o coração acelerar com o medo que começava a crescer. Tentei caminhar na direção oposta, mas eles bloquearam o caminho, rodeando-me.

— A namorada do Jared... — Um deles comentou em desdém, colocando uma mão em meu ombro. — Gostosa, sempre gostosa.

— Não sei... ele sempre dizia que ela é bem fria na cama. — O primeiro que me abordou, responde rindo.  

— Podemos descobrir isso agora. Eu sempre disse para ele que tinha vontade de comer ela.

Aquelas palavras me fizeram entrar em pânico, e ao me arredar para trás me debato contra um deles. Senti algo pontudo em minhas costas e me arrepiei por inteiro. Ao ameaçar dar um grito, um deles força a mão em minha boca, e os sons somente saem abafados.

Senti as mãos sobre minha pele, rasgando minhas roupas e comecei a me debater violentamente.

— Seja boazinha, acabaremos rápido se for obediente.

Eu chutei ferozmente e eles agarram as minhas pernas. Eu fechei meus olhos, com as lágrimas varrendo minhas bochechas. Somente, escutei um rosnado alto, que fez todos pararem e ficar em silêncio. Parecia o som de um animal selvagem. Eu abri meus olhos e vi uma sombra emergir do escuro, movendo-se com uma rapidez assustadora. Era Ethan.

Ele me tirou dos braços deles e me colocou próximo dele. Ethan se colocou entre mim e os homens, com uma expressão que misturava fúria e controle absoluto. O olhar dele atravessou cada um deles, e, por um momento, o silêncio pairou, pesado.

— Eu sugiro que vocês vão embora — disse Ethan, sua voz firme e baixa, mas carregada de ameaça.

Um dos homens riu, mas sem a confiança de antes.

— Quem é você pra dizer isso?

Ethan deu um passo à frente, o suficiente para que todos recuassem, mesmo que tentassem disfarçar o medo.

— Não vou repetir e se eu começar nem um de vocês sairá vivo daqui — ele disse, com um tom que parecia cortar o ar.

Os amigos de Jared hesitaram, mas, um a um, eles começaram a se afastar. Alguns olharam para mim uma última vez antes de desaparecerem na escuridão, mas eu não consegui me mover. Ainda estava presa na sensação de medo e adrenalina.

Quando todos se foram, Ethan se virou, e nossos olhares se encontraram. Eu não sabia o que dizer; as palavras sumiram da minha boca. Mas, naquele momento, algo dentro de mim dizia que, por mais que eu não entendesse a presença dele na minha vida, eu podia confiar nele.

Ethan estendeu a mão, quase de forma protetora, e eu finalmente deixei o fôlego escapar.

— Vamos sair daqui, Ella.

Apenas assenti, deixando que ele me guiasse pela noite, meu coração ainda acelerado, mas agora por um motivo bem diferente.

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