(Ethan)
Eu estava com raiva. Não de Lucian, pelo menos não de forma simples, mas do que ele representava. A raiva crescia em mim a cada quilômetro que percorria em direção ao local onde Dália estava — ou onde eu imaginava que ela estaria. Caelan ainda falava ao meu lado, mas minha mente estava longe. Não havia mais espaço para conversas descontraídas ou promessas vazias.
Eu sabia o que Lucian queria. Ele precisava de Dália, mas não por amor. Ele precisava dela para se afirmar como o alfa definitivo da alcateia. No fundo, eu entendia. Ele não era o primogênito, era o caçula, e o que ele mais temia era ser renegado. Mas o que eu não suportava era saber que ele faria qualquer coisa para conseguir o que queria, até mesmo usar Dália como um peão nesse jogo de poder.
— Você tem que entender, Ethan,— Caelan
(Ella) Eu estava no meio de mais uma noite cansativa de trabalho, já com a mente decidida sobre o que eu queria. Aceitar o acordo de Ethan parecia a melhor solução, o único caminho que eu podia seguir. A verdade era que, por mais que a ideia me assustasse, a proximidade dele me consumia de uma forma que eu não podia controlar. Eu queria estar perto dele, sentir sua presença forte, olhar para ele e... apenas absorver a sua beleza masculina, a intensidade dos seus olhos, a força que ele emanava. No meio de um pedido de bebida, meu celular vibrou sobre o balcão. Uma mensagem anônima apareceu, sem qualquer aviso prévio. Minha mão hesitou ao pegar o aparelho. Quando eu olhei para a tela, meu estômago revirou. A foto que apareceu era minha, claramente tirada quando eu saí do Uber em frente à minha casa. O recado deixado pela pessoa me fez sentir como se o ar tivesse sumido de meus pulmões: "Vou terminar o que comecei ontem à noite. Sei todos os seus passos." Meu corpo ficou rígido,
(Ethan)Eu ainda podia ouvir o eco de minhas próprias palavras, um juramento silencioso que me fiz desde o momento em que parti: Dália não iria sofrer pelas escolhas que fiz. Salvar a mulher que até então, era minha prometida era mais do que uma promessa quebrada — era uma questão de honra, algo que um verdadeiro alfa faria. E, enquanto eu a buscava, um incômodo insistente me consumia: se eu não fosse capaz de protegê-la, que tipo de líder, ou de lobo, eu seria?Quando finalmente chegamos à floresta, a cena diante de mim parecia uma imagem tirada de um pesadelo. Tudo já estava preparado, cada detalhe do ritual bem planejado. Mas Dália... não a vi em lugar algum. Os sons da festividade enchiam o ar: gargalhadas, vozes altas, brindes. Ali, entre risos que não me incluíam, vi Lucian e o pai de Dália, Bastien Varkov, conversando e bebendo como se fossem velhos amigos. Enquanto eles celebravam minha ausência, eu permanecia escondido, observando.— Vou achá-la, — Caelan sussurrou ao meu lad
(Ella)A música alta e o cheiro de álcool se misturavam, fazendo com que o ambiente do bar parecesse ainda mais claustrofóbico do que de costume. O calor das pessoas amontoadas perto do palco improvisado e ao redor do balcão só contribuía para minha exaustão. Eu sentia cada segundo arrastando-se como uma tortura, enquanto tentava disfarçar o cansaço e a irritação.Mack estava mais descontrolado do que nunca, enchendo o próprio copo de whisky como se ele não fosse o dono do lugar. A cada gole, sua voz ficava mais alta, as palavras mais emboladas. Eu tentava evitá-lo, passando o mais rápido possível ao lado do balcão, mas ele era impossível de ignorar. Gritava com o funcionário, despejando reclamações, e murmurava algo para si mesmo sobre Jack. Ele insistia em repetir que ela não passava de uma vagabunda que só o usava.Observei de canto de olho os clientes que, ao invés de se divertirem, agora observavam a cena, sussurrando uns com os outros. Sen
(Ethan)Eu observei cada movimento com os sentidos aguçados, a raiva me consumindo enquanto via Dália finalmente ceder aos braços de Lucian. Ela se aproximou dele, seus braços envoltos ao redor dele de forma submissa, e a cena diante dos meus olhos se tornou uma tormenta.Lucian a pegou de forma bruta, colocando-a no chão. Ela respirou fundo, e eu pude sentir o cheiro do desejo dela, Dália queria isso mais do que nunca. Queria ser tomada daquela forma, ali na frente de todos. Lucian deu um rosnado altivo, e penetrou Dália, sem algum resquício de dúvida.O poder da lua cheia pulsava dentro de mim, uma energia selvagem que não podia mais controlar. Cada fibra do meu ser vibrava com a necessidade de reagir, de interferir, mas acima de tudo, de proteger a mulher que, apesar de sua traição, ainda me importava.Com o estalo de uma corda quebrada, senti o lobo despertar dentro de mim, o poder da lua transbordando como um rio prestes
(Ethan)Eu senti a fúria correndo pelas minhas veias, o poder da lua me invadindo com a força de um vendaval. O cheiro da floresta, o som dos passos ao redor, tudo isso se misturava à minha raiva e ao peso das palavras de Dália. Mas eu não podia me deixar abalar. Não agora.Olhei para Lucian, com aquela expressão arrogante no rosto, e um uivo profundo brotou de minha garganta. A luta não terminaria ali. Eu me ergui, minhas garras cravando o chão, a postura de um alfa inconfundível. Eu sabia o que precisava ser feito. Não seria Lucian quem determinaria o meu destino."Eu saio agora," minha voz ressoou na escuridão, grave e cheia de autoridade. "Mas isso não termina aqui. O ritual da lua de sangue está chegando, e é lá que tudo será decidido. Não vou mais me curvar aos anciões, nem a qualquer profecia que vocês
(Ella)Eu olhei para fora, onde Jared estava indo para cima de um dos amigos que tinha feito aquele comentário nojento sobre mim. A cena se desenrolava ali mesmo, bem na porta do bar. Alguns clientes estavam todos empoleirados, tentando filmar com seus celulares, enquanto outros já estavam se apressando em pegar o número da placa do carro e provavelmente chamando as autoridades. O caos estava tomando conta, e eu queria, desesperadamente, afastar aquela situação da minha cabeça. Eu não tinha mais forças para me importar com nada disso.A briga entre os dois não era mais meu problema. Já estava tão cansada daquelas brigas, do estresse, do peso de tudo aquilo, que só conseguia pensar em uma coisa: Ethan. Ele sabia mais ou menos a hora que eu saía, e logo estaria aqui, pronto para me tirar daquele inferno. Eu olhei para o relógio em meu pulso, marcando a hora que estava me arrastando por mais um turno. Ele não ia demorar muito.Eu respirei fundo, te
(Ella)Olhei para Mack, ainda estirado no chão, gritando e xingando, mas minha mente estava longe dele. Não pensava em demissão, nem em qualquer dinheiro que ele devesse. O que eu queria naquele momento era sair dali, rápido, antes que tudo piorasse ainda mais. Arranquei o avental do uniforme com pressa, e agarrei minha bolsa, sem hesitar. Eu só queria ir embora.Mack continuava gritando coisas sem sentido, como se suas palavras tivessem algum peso. Ele me xingava, me chamava de ingrata, de idiota, dizia que eu não era nada, ninguém. Mas eu não queria ouvir, não mais. Quando fui até a porta, prestes a sair, um barulho a fez estalar a quietude do ambiente. Um homem entrou.Eu congelei no lugar.Era um homem alto, com uma postura imponente, robusto, como se estivesse acostumado a ser o centro de tudo onde passava. Ele parecia carregar em seu corpo toda a agressividade do
(Ella)A rua parecia uma linha infinita diante de mim, mas eu não podia parar. Não podia pensar. Só corria. O som dos meus passos batendo contra o asfalto, o peso da minha respiração acelerada, e tudo o que eu queria era ir mais rápido. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas sabia que não era boa ideia parar, não agora.Eu não olhava para trás. Não queria. O medo de ver Mack, o homem de Ethan, tudo o que aconteceu naquele bar, me fazia querer correr ainda mais. Eu estava tão ofegante que minhas pernas pareciam não aguentar mais, e então, um passo errado. O chão se aproximou rapidamente, e eu caí com força. A dor no meu joelho e nos cotovelos foi instantânea.Mas eu não tinha tempo. Eu me arrastei para me levantar, a dor era forte, mas nada poderia me fazer parar. A única coisa que passa