(Ella)
A música alta e o cheiro de álcool se misturavam, fazendo com que o ambiente do bar parecesse ainda mais claustrofóbico do que de costume. O calor das pessoas amontoadas perto do palco improvisado e ao redor do balcão só contribuía para minha exaustão. Eu sentia cada segundo arrastando-se como uma tortura, enquanto tentava disfarçar o cansaço e a irritação.
Mack estava mais descontrolado do que nunca, enchendo o próprio copo de whisky como se ele não fosse o dono do lugar. A cada gole, sua voz ficava mais alta, as palavras mais emboladas. Eu tentava evitá-lo, passando o mais rápido possível ao lado do balcão, mas ele era impossível de ignorar. Gritava com o funcionário, despejando reclamações, e murmurava algo para si mesmo sobre Jack. Ele insistia em repetir que ela não passava de uma vagabunda que só o usava.
Observei de canto de olho os clientes que, ao invés de se divertirem, agora observavam a cena, sussurrando uns com os outros. Sen
(Ethan)Eu observei cada movimento com os sentidos aguçados, a raiva me consumindo enquanto via Dália finalmente ceder aos braços de Lucian. Ela se aproximou dele, seus braços envoltos ao redor dele de forma submissa, e a cena diante dos meus olhos se tornou uma tormenta.Lucian a pegou de forma bruta, colocando-a no chão. Ela respirou fundo, e eu pude sentir o cheiro do desejo dela, Dália queria isso mais do que nunca. Queria ser tomada daquela forma, ali na frente de todos. Lucian deu um rosnado altivo, e penetrou Dália, sem algum resquício de dúvida.O poder da lua cheia pulsava dentro de mim, uma energia selvagem que não podia mais controlar. Cada fibra do meu ser vibrava com a necessidade de reagir, de interferir, mas acima de tudo, de proteger a mulher que, apesar de sua traição, ainda me importava.Com o estalo de uma corda quebrada, senti o lobo despertar dentro de mim, o poder da lua transbordando como um rio prestes
(Ethan)Eu senti a fúria correndo pelas minhas veias, o poder da lua me invadindo com a força de um vendaval. O cheiro da floresta, o som dos passos ao redor, tudo isso se misturava à minha raiva e ao peso das palavras de Dália. Mas eu não podia me deixar abalar. Não agora.Olhei para Lucian, com aquela expressão arrogante no rosto, e um uivo profundo brotou de minha garganta. A luta não terminaria ali. Eu me ergui, minhas garras cravando o chão, a postura de um alfa inconfundível. Eu sabia o que precisava ser feito. Não seria Lucian quem determinaria o meu destino."Eu saio agora," minha voz ressoou na escuridão, grave e cheia de autoridade. "Mas isso não termina aqui. O ritual da lua de sangue está chegando, e é lá que tudo será decidido. Não vou mais me curvar aos anciões, nem a qualquer profecia que vocês
(Ella)Eu olhei para fora, onde Jared estava indo para cima de um dos amigos que tinha feito aquele comentário nojento sobre mim. A cena se desenrolava ali mesmo, bem na porta do bar. Alguns clientes estavam todos empoleirados, tentando filmar com seus celulares, enquanto outros já estavam se apressando em pegar o número da placa do carro e provavelmente chamando as autoridades. O caos estava tomando conta, e eu queria, desesperadamente, afastar aquela situação da minha cabeça. Eu não tinha mais forças para me importar com nada disso.A briga entre os dois não era mais meu problema. Já estava tão cansada daquelas brigas, do estresse, do peso de tudo aquilo, que só conseguia pensar em uma coisa: Ethan. Ele sabia mais ou menos a hora que eu saía, e logo estaria aqui, pronto para me tirar daquele inferno. Eu olhei para o relógio em meu pulso, marcando a hora que estava me arrastando por mais um turno. Ele não ia demorar muito.Eu respirei fundo, te
(Ella)Olhei para Mack, ainda estirado no chão, gritando e xingando, mas minha mente estava longe dele. Não pensava em demissão, nem em qualquer dinheiro que ele devesse. O que eu queria naquele momento era sair dali, rápido, antes que tudo piorasse ainda mais. Arranquei o avental do uniforme com pressa, e agarrei minha bolsa, sem hesitar. Eu só queria ir embora.Mack continuava gritando coisas sem sentido, como se suas palavras tivessem algum peso. Ele me xingava, me chamava de ingrata, de idiota, dizia que eu não era nada, ninguém. Mas eu não queria ouvir, não mais. Quando fui até a porta, prestes a sair, um barulho a fez estalar a quietude do ambiente. Um homem entrou.Eu congelei no lugar.Era um homem alto, com uma postura imponente, robusto, como se estivesse acostumado a ser o centro de tudo onde passava. Ele parecia carregar em seu corpo toda a agressividade do
(Ella)A rua parecia uma linha infinita diante de mim, mas eu não podia parar. Não podia pensar. Só corria. O som dos meus passos batendo contra o asfalto, o peso da minha respiração acelerada, e tudo o que eu queria era ir mais rápido. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas sabia que não era boa ideia parar, não agora.Eu não olhava para trás. Não queria. O medo de ver Mack, o homem de Ethan, tudo o que aconteceu naquele bar, me fazia querer correr ainda mais. Eu estava tão ofegante que minhas pernas pareciam não aguentar mais, e então, um passo errado. O chão se aproximou rapidamente, e eu caí com força. A dor no meu joelho e nos cotovelos foi instantânea.Mas eu não tinha tempo. Eu me arrastei para me levantar, a dor era forte, mas nada poderia me fazer parar. A única coisa que passa
(Ethan)Eu estava voltando para a cidade, mas algo estava errado. A sensação que tomava conta de mim era pesada, sufocante, como se um presságio de algo ruim estivesse se aproximando. Meu instinto de alfa me dizia que havia algo com Ella, e isso me fez apertar o passo, ainda na minha forma de lobo. Eu não podia me permitir distrações, não quando ela estava em risco. A lua ainda me impedia de me transformar de volta para minha forma humana. Cada fibra do meu corpo se agitava com a energia da lua cheia, e eu sabia que não poderia me distrair. Ela ainda estava lá, e a sensação de algo ruim acontecendo com ela crescia a cada segundo.Eu olhei para Caelan, que estava ao meu lado, seu olhar atento, esperando minhas ordens. Ele era leal, sempre foi. E enquanto ele estava em forma humana, ele ainda possuía a agilidade e a rapidez necessárias para seguir qualquer ordem mi
(Ethan) Eu fui parando aos poucos, controlando meus passos. O que eu queria, o desejo que fervia dentro de mim, não poderia se concretizar assim, não nessa forma. Ella era frágil, humana, e se eu queria que ela fosse minha de verdade, não poderia ser forçado ou imposto. Ela teria que me escolher, me querer, desejar estar comigo. E, acima de tudo, ela teria que conhecer toda a verdade, algo que eu ainda não podia contar. Na vida dela, ela já corria perigo suficiente; revelar o mundo ao qual eu pertencia só iria colocá-la em um risco ainda maior. Além disso, a assustaria, afastando-a de mim. Não havia como exigir que ela viesse comigo, não enquanto eu não pudesse oferecer a segurança que ela precisava. Parecia que meus pensamentos confusos e frenéticos refletiam em meus movimentos. Parei ali no meio da rua, e Ella, a poucos metros de mim, virou-se lentamente. Nossos olhares se encontraram, e eu vi algo mais do que medo nos olhos dela. Era quase como se, apesar do t
(Ella)Quando eu vi o lobo correndo para cima do Jared, eu entrei em desespero. Assim, que cheguei até ele, Jared estava com os olhos fechados e seu corpo todo tremia. Por sorte, uma moça ofereceu carona, com muito custo colocamos ele dentro do carro. Ele parecia mais traumatizado que eu. A moça me deixou em uma loja de conveniência, e levou ele até o hospital mais próximo.O funcionário tentou me acalmar, me perguntando o motivo de eu não ir ao pronto socorro. E o pânico subiu em mim, além de saber que eu não tinha sofrido lesões graves, eu não teria dinheiro para pagar nada no hospital.— Fique tranquila moça. — Ele me entrega uma caneca em minhas mãos. — É um chá, os clientes adoram e vai acalmar você.Assenti olhando para a caneca, ela tinha o logótipo do estabelecimento. Estava nerv