(Ella)Acordei com o corpo afundado numa cama que definitivamente não era a minha. A coberta suave, o travesseiro macio e o quarto silencioso me fizeram hesitar antes de abrir os olhos por completo. Será que... será que ele me trouxe até aqui?Levantei um pouco a cabeça e meus olhos o encontraram: Ethan estava deitado no chão, acima de um tapete de pelos espessos, sem camisa. Sua respiração era ritmada, calma. O peito largo subia e descia devagar, o rosto sereno e a pele que refletia a luz suave do amanhecer. Fiquei olhando por mais tempo do que gostaria de admitir, hipnotizada.O abdome bem definido, mostrava os gominhos bem tonificados. Ele estava somente com uma calça de moletom e um volume consideravelmente grande estava ali, eu enguli em seco, imaginando como seria vê-lo totalmente nu.O calor subiu ao meu rosto, e sacudi a cabeça, me obrigando a desviar os olhos. Com todo o cuidado, levantei, passei por ele de mansinho, mas pude sentir um calor inumano irradiar dele, com pressa
(Ella) Fiquei em silêncio por um longo tempo, o peso das palavras de Ethan ainda ecoando em minha mente. Eu sabia que ele estava esperando por uma resposta, mas eu simplesmente não conseguia processar tudo o que estava acontecendo. Eu precisava de mais tempo para organizar os pensamentos, para entender se aquilo tudo era real ou apenas um pesadelo do qual eu não conseguia acordar.Sem dizer nada, me levantei da mesa e comecei a tirar a louça, tentando me distrair, encontrar algum tipo de normalidade no simples ato de lavar os pratos. Mas, não importava o que eu fizesse, a presença de Ethan era esmagadora. Ele me seguiu com o olhar, como se estivesse observando cada movimento meu. Seus olhos não saíam de mim, e eu sentia cada segundo de sua atenção como se fosse uma pressão constante.O calor subiu pelo meu corpo de forma inesperada. Como se ele estivesse mais perto de mim, mesmo sem me tocar. Uma onda de desejo misturada com confusão tomou conta de mim, e tudo o que eu consegui fazer
(Ethan)Eu observava Ella sair pela porta da cabana, seus passos silenciosos, mas com um peso que só ela poderia carregar. Ela estava decidida, mas eu não sabia se aquilo era bom ou ruim. Parte de mim queria que ela ficasse. A outra sabia que não poderia. Eu tinha minha própria guerra para lutar.Não tive muito tempo para pensar, pois o som da porta sendo aberta novamente me tirou da minha concentração. Era Caelan. Ele entrou, parecendo sério, mais do que o normal, o que não era comum para ele.— Ethan, temos um problema — Caelan disse, a voz grave.Eu franzi a testa, sentindo uma onda de preocupação tomar conta de mim. Sempre que Caelan falava assim, significava que algo grande estava acontecendo. Eu já sabia que a paz na alcateia estava prestes a ser quebrada de algum jeito, mas o que ele me disse em seguida foi além de qualquer coisa
(Ethan)Eu estava com raiva. Não de Lucian, pelo menos não de forma simples, mas do que ele representava. A raiva crescia em mim a cada quilômetro que percorria em direção ao local onde Dália estava — ou onde eu imaginava que ela estaria. Caelan ainda falava ao meu lado, mas minha mente estava longe. Não havia mais espaço para conversas descontraídas ou promessas vazias.Eu sabia o que Lucian queria. Ele precisava de Dália, mas não por amor. Ele precisava dela para se afirmar como o alfa definitivo da alcateia. No fundo, eu entendia. Ele não era o primogênito, era o caçula, e o que ele mais temia era ser renegado. Mas o que eu não suportava era saber que ele faria qualquer coisa para conseguir o que queria, até mesmo usar Dália como um peão nesse jogo de poder.— Você tem que entender, Ethan,— Caelan
(Ella) Eu estava no meio de mais uma noite cansativa de trabalho, já com a mente decidida sobre o que eu queria. Aceitar o acordo de Ethan parecia a melhor solução, o único caminho que eu podia seguir. A verdade era que, por mais que a ideia me assustasse, a proximidade dele me consumia de uma forma que eu não podia controlar. Eu queria estar perto dele, sentir sua presença forte, olhar para ele e... apenas absorver a sua beleza masculina, a intensidade dos seus olhos, a força que ele emanava. No meio de um pedido de bebida, meu celular vibrou sobre o balcão. Uma mensagem anônima apareceu, sem qualquer aviso prévio. Minha mão hesitou ao pegar o aparelho. Quando eu olhei para a tela, meu estômago revirou. A foto que apareceu era minha, claramente tirada quando eu saí do Uber em frente à minha casa. O recado deixado pela pessoa me fez sentir como se o ar tivesse sumido de meus pulmões: "Vou terminar o que comecei ontem à noite. Sei todos os seus passos." Meu corpo ficou rígido,
(Ethan)Eu ainda podia ouvir o eco de minhas próprias palavras, um juramento silencioso que me fiz desde o momento em que parti: Dália não iria sofrer pelas escolhas que fiz. Salvar a mulher que até então, era minha prometida era mais do que uma promessa quebrada — era uma questão de honra, algo que um verdadeiro alfa faria. E, enquanto eu a buscava, um incômodo insistente me consumia: se eu não fosse capaz de protegê-la, que tipo de líder, ou de lobo, eu seria?Quando finalmente chegamos à floresta, a cena diante de mim parecia uma imagem tirada de um pesadelo. Tudo já estava preparado, cada detalhe do ritual bem planejado. Mas Dália... não a vi em lugar algum. Os sons da festividade enchiam o ar: gargalhadas, vozes altas, brindes. Ali, entre risos que não me incluíam, vi Lucian e o pai de Dália, Bastien Varkov, conversando e bebendo como se fossem velhos amigos. Enquanto eles celebravam minha ausência, eu permanecia escondido, observando.— Vou achá-la, — Caelan sussurrou ao meu lad
(Ella)A música alta e o cheiro de álcool se misturavam, fazendo com que o ambiente do bar parecesse ainda mais claustrofóbico do que de costume. O calor das pessoas amontoadas perto do palco improvisado e ao redor do balcão só contribuía para minha exaustão. Eu sentia cada segundo arrastando-se como uma tortura, enquanto tentava disfarçar o cansaço e a irritação.Mack estava mais descontrolado do que nunca, enchendo o próprio copo de whisky como se ele não fosse o dono do lugar. A cada gole, sua voz ficava mais alta, as palavras mais emboladas. Eu tentava evitá-lo, passando o mais rápido possível ao lado do balcão, mas ele era impossível de ignorar. Gritava com o funcionário, despejando reclamações, e murmurava algo para si mesmo sobre Jack. Ele insistia em repetir que ela não passava de uma vagabunda que só o usava.Observei de canto de olho os clientes que, ao invés de se divertirem, agora observavam a cena, sussurrando uns com os outros. Sen
(Ethan)Eu observei cada movimento com os sentidos aguçados, a raiva me consumindo enquanto via Dália finalmente ceder aos braços de Lucian. Ela se aproximou dele, seus braços envoltos ao redor dele de forma submissa, e a cena diante dos meus olhos se tornou uma tormenta.Lucian a pegou de forma bruta, colocando-a no chão. Ela respirou fundo, e eu pude sentir o cheiro do desejo dela, Dália queria isso mais do que nunca. Queria ser tomada daquela forma, ali na frente de todos. Lucian deu um rosnado altivo, e penetrou Dália, sem algum resquício de dúvida.O poder da lua cheia pulsava dentro de mim, uma energia selvagem que não podia mais controlar. Cada fibra do meu ser vibrava com a necessidade de reagir, de interferir, mas acima de tudo, de proteger a mulher que, apesar de sua traição, ainda me importava.Com o estalo de uma corda quebrada, senti o lobo despertar dentro de mim, o poder da lua transbordando como um rio prestes