Meu Alfa Predestinado
Meu Alfa Predestinado
Por: V. Oliveira
Prólogo

A noite estava pesada, carregada de um silêncio incomum para a floresta. Ethan sentia o ar denso ao seu redor, o cheiro de folhas úmidas e terra misturando-se com algo que ele não identificava, mas que lhe causava um incômodo profundo. Ele avançava devagar, seus sentidos alertas, cada passo ressoando no vazio do bosque como uma ameaça latente.

Por mais que tivesse tentado se afastar dos corredores e rituais do conselho, a convocação daquela noite foi estranha e urgente. E Lucian, seu irmão, nunca se mostrou tão interessado nos costumes da alcatéia antes... Até agora. Mesmo assim, Ethan não poderia ignorar o chamado. Ele era o filho do alfa, o próximo líder, e sua ausência seria notada.

Ao atravessar a clareira, ele encontrou o círculo reunido em silêncio absoluto. Lucian estava à frente, a expressão sombria e os olhos fixos em algo que os demais tentavam evitar olhar diretamente: o corpo de um dos anciões, caído e imóvel no centro do círculo, como uma sentença pronunciada antes mesmo de ser lida.

— Ethan... — Lucian sussurrou, dando um passo à frente, a voz carregada de um veneno que apenas Ethan parecia perceber. — Você chegou atrasado.

O olhar dos outros membros se voltou para ele, cada um carregado de acusações e desconfiança. E então, como um movimento ensaiado, todos abriram espaço, deixando-o sozinho no centro da clareira. Ethan sentiu o peso da culpa que eles já haviam decidido sobre ele, um julgamento não pronunciado, mas que se espalhava pelo ar denso como um fogo lento.

Tudo aconteceu tão rápido. Declarações, evidências forjadas, palavras envenenadas de Lucian que desenhavam uma narrativa perfeita — uma narrativa onde Ethan se tornava o traidor, o assassino, aquele que havia rompido os juramentos antigos. Em poucos minutos, Ethan foi sentenciado a um exílio que significava morte, um castigo reservado para os traidores. E tudo o que ele podia ouvir, mesmo enquanto seus próprios gritos de negação eram ignorados, era o sussurro de Lucian em meio à multidão:

"Você nunca deveria ter nascido para liderar."

Ethan não conseguia acreditar que seu irmão mais novo achava que era realmente sua culpa. Ele sabia que Lucian nunca gostou de se envolver com os assuntos da alcateia. Então porque Lucian quis tomar a frente disso tudo?

O pai deles, o grande alfa, ficaria mais do que decepcionado ao ver os dois, um contra o outro. E Ethan amava demais Lucian, havia o treinado desde pequeno para ser seu braço direito, o beta da alcateia. Mesmo com sua atitude rebelde, e seu irmão nunca obedecendo e cumprindo suas ordens.

A dor latente estava em seu peito, e com desejo dele se transformar para fugir de tudo o que havia acontecido, de toda aquela cena horrenda. Mas, por conta de todas as emoções que Ethan sentia no momento. Se ele o fizesse, perderia totalmente o seu controle. Ele não queria machucar nenhum inocente.

Na sua cabeça passava muitas perguntas. E se foi ele que fez mesmo aquilo? Se por aqueles dia, ele se transformou e se deixou levar? Se matou mesmo aquele ancião? Ele sabia que seu lobo é impulsivo, sem medo e totalmente agressivo.

Mas, no fundo ele sentia que não poderia ter feito algo tão grave. Porém, ele não tinha capacidade de saber todas as respostas agora. Ele precisava fugir, o mais rápido possível, sabendo que ele feriu alguém inocente e que era uma decepção para seu irmão.

 

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