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Capítulo 12: Sob o Manto da Família

Domenic e Alex avançaram pelos corredores da mansão Bartoli com cautela, observando cada movimento ao seu redor. A atmosfera ali era diferente da prisão sufocante da máfia Rivale; havia uma tensão controlada, uma ordem que pairava no ar como um manto.

O pai de Alex, Don Bartoli, os esperava em seu escritório. Era um homem de presença imponente, com olhos que pareciam ler a alma de qualquer um que entrasse em sua sala. Ele recebeu Domenic com um aceno calmo, mas penetrante, como se soubesse exatamente quem ele era e o que havia passado.

— Alex me contou sobre você, Domenic — disse Don Bartoli, sua voz profunda e tranquila.

— Você passou por muitas provações. Está seguro aqui agora.

Domenic assentiu, sentindo um misto de alívio e tensão. Ele sabia que ainda não estava totalmente seguro, mesmo sob a proteção de Bartoli. A vida na máfia era implacável, e ele havia aprendido da pior forma o que acontecia com aqueles que abaixavam a guarda.

— Obrigado por me acolher, Don Bartoli. Prometo que não vou esquecer sua generosidade — respondeu Domenic com sinceridade.

Don Bartoli estudou-o por um momento, como se estivesse avaliando sua determinação. Então, assentiu lentamente.

— Fique aqui por enquanto. Você precisa de tempo para se recuperar e se adaptar. Há muito que posso ensinar a você, se estiver disposto a aprender.

Domenic sentiu um nó se formar em sua garganta. Ele sabia que precisava aprender rapidamente se quisesse sobreviver neste mundo perigoso. Mas havia algo mais importante em sua mente.

— Don Bartoli, eu quero me vingar de Enzo e da máfia Rivale — disse Domenic com determinação.

— Eles me tiraram tudo o que eu tinha. Eu quero justiça.

Os olhos de Don Bartoli brilharam com uma intensidade que Domenic reconheceu imediatamente como respeito.

— A vingança pode ser uma faca de dois gumes, Domenic. Ela pode consumir você se não for controlada. Mas, se você estiver disposto a aprender e a seguir meu conselho, eu posso te ajudar a alcançar seu objetivo.

Domenic assentiu, sua mandíbula cerrada com determinação.

— Eu estou disposto. Eu farei o que for preciso.

— Muito bem. Então, vamos começar.

Don Bartoli se levantou de sua cadeira, indicando para que Domenic o seguisse. Eles saíram do escritório juntos, deixando para trás o passado tortuoso de Domenic e abraçando um futuro incerto, mas cheio de promessas.

Enquanto isso, nos corredores escuros da mansão Rivale, Enzo se recuperava dos ferimentos que Domenic infligira. Seu corpo estava marcado pelas cicatrizes de uma batalha feroz, mas sua mente fervilhava com a sede de vingança. Ele jurou a si mesmo que não descansaria até ver Domenic pagar pelo que havia feito.

Enzo estava deitado em uma cama simples, os lençóis manchados de sangue e os curativos cuidadosamente aplicados em suas feridas. Cada respiração era uma mistura de dor e raiva, sua mente repleta de pensamentos sombrios e planos de retaliação.

Ao seu redor, seus homens se moviam em silêncio, evitando seu olhar furioso. Eles sabiam que Enzo não era um homem que se recuperava facilmente de um golpe tão devastador como o que recebera de Domenic. Mas também sabiam que, quando Enzo jurava vingança, nada poderia detê-lo.

Os médicos da máfia Rivale circulavam, trocando bandagens e verificando os ferimentos de Enzo. Ele os observava com desdém, sua mente trabalhando rapidamente para formular um plano que garantisse que Domenic pagasse pelo que havia feito.

— Quero todos os meus homens reunidos imediatamente — ordenou Enzo com voz rouca, sua determinação cortando o ar como uma lâmina afiada.

Seus capangas se apressaram em obedecer, sabendo que não podiam ignorar a vontade de seu líder ferido. Enzo esperou pacientemente até que todos estivessem reunidos diante dele, suas expressões variando de preocupação a um misto de respeito e temor.

— Domenic Castellano nos humilhou e desafiou nossa autoridade — começou Enzo, sua voz carregada de fervor.

— Ele pensa que pode nos derrotar, mas nós mostraremos a ele que a máfia Rivale não se curva diante de ninguém. Ele vai pagar pelo que fez, com sangue e dor.

Um murmúrio de concordância percorreu o grupo, os olhos dos capangas brilhando com a promessa de violência iminente.

— Preparem-se. Nós vamos atrás dele. E quando o encontrarmos, não haverá misericórdia — declarou Enzo, sua voz se elevando com a promessa de vingança.

Seus homens se dispersaram, cada um indo para cumprir as ordens de seu líder ferido. Enzo permaneceu deitado na cama por um momento, sua mente fervilhando com o desejo de retribuição. Ele sabia que a batalha que se aproximava seria brutal e implacável, mas ele estava determinado a não descansar até que Domenic Castellano estivesse aos seus pés, implorando por perdão.

Enzo fechou os olhos por um instante, visualizando o rosto contorcido de seu inimigo em sua mente. A imagem alimentava sua fúria, fortalecendo sua determinação de fazer Domenic pagar caro por cada gota de sangue derramada.

Com um suspiro pesado, Enzo se levantou da cama, sentindo a dor latejar em cada centímetro de seu corpo. Ele estava pronto para a guerra que se aproximava. E, desta vez, ele não teria piedade.

Domenic, por outro lado, estava começando a se adaptar à vida na máfia Bartoli sob a proteção do pai de Alex. Apesar de ainda carregar as cicatrizes físicas e emocionais de seus anos de cativeiro, ele lentamente começava a recuperar uma sombra de sua antiga determinação.

Nos primeiros meses na mansão Bartoli, ele foi mantido sob vigilância rigorosa. Não era apenas uma questão de desconfiança, mas sim de proteção mútua entre os membros da família. Domenic aceitou isso como um preço necessário pela segurança que lhe foi oferecida.

Durante esse período, ele passou por um treinamento intenso, tanto físico quanto mental. O pai de Alex, um homem de poucas palavras e muitas ações, viu potencial em Domenic, apesar de suas desconfianças iniciais. Ele o instruiu nas artes da máfia, ensinando-o a usar sua ferocidade interior com sabedoria, não apenas como uma arma, mas como uma ferramenta para conquistar respeito e autoridade dentro da organização.

Domenic se destacou em treinamentos de combate, demonstrando uma habilidade notável em estratégia e táticas de sobrevivência. No entanto, seu verdadeiro desafio estava na reconstrução de sua alma, que fora corroída pela dor e pelo sofrimento dos anos de cativeiro.

À medida que o tempo passava, Domenic lentamente começou a se abrir para os membros da família Bartoli. Ele encontrou em Alex um aliado próximo e um amigo leal, cuja promessa de voltar por ele se tornara um farol de esperança durante seus dias mais sombrios.

Um ano após sua chegada à mansão Bartoli, Domenic foi finalmente aceito como um membro pleno da família. Ele jurou lealdade ao pai de Alex e à família Bartoli, prometendo proteger seus interesses e honrar seus ensinamentos com a mesma dedicação que mostrara em suas batalhas pessoais.

No entanto, mesmo com sua nova vida e propósito, Domenic não conseguia ignorar completamente a sombra de Enzo Rivale pairando sobre ele. Ele sabia que sua fuga não passara despercebida, e que cedo ou tarde Enzo viria atrás dele em busca de vingança implacável.

Apesar de seu desejo de deixar para trás seu passado angustiante, Domenic se preparou silenciosamente para o confronto inevitável que se aproximava. Ele não tinha ilusões sobre o que Enzo era capaz de fazer. Mas desta vez, ele não seria capturado facilmente. Estava determinado a lutar até o último suspiro para proteger sua nova família e tudo o que havia conquistado na mansão Bartoli.

Enquanto o tempo passava, Domenic fortalecia suas habilidades e sua determinação, esperando o dia em que teria que enfrentar Enzo Rivale mais uma vez, desta vez em seus próprios termos.

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