A noite caíra sobre a mansão da família Castellano, envolvendo tudo em um manto de escuridão. Domenic estava sozinho em seu quarto, deitado em sua cama com o corpo dorido e cansado. As feridas infligidas por Lorenzo ainda latejavam, cada movimento era uma agonia agonizante que o consumia por dentro.
Lorenzo e Vittorio não haviam cuidado dele, deixando-o à mercê de suas próprias dores. Domenic estava acostumado a cuidar de si mesmo, mas desta vez, a dor era insuportável. Ele se contorcia na cama, gemendo baixinho com cada movimento.
Enquanto a noite avançava, Domenic mergulhou em um estado de semi-consciência, sua mente oscilando entre a realidade e a escuridão. Ele teve vislumbres de seus pais, Giovanni e Isabella, mas não eram lembranças reconfortantes. Em vez disso, eram imagens distorcidas, distorcidas pelo peso de sua ausência e traição. Seus rostos estavam cobertos por sombras, suas vozes sussurravam palavras de desdém e desapontamento.
Domenic tentou afastar as alucinações, mas elas o perseguiram implacavelmente. Ele se viu cercado por uma névoa escura, lutando para encontrar uma saída. Seus pais pairavam sobre ele, seus olhares frios e distantes cortando como facas afiadas.
A dor física de suas feridas se misturava à dor emocional de sua solidão e abandono. Ele se sentia perdido, como se estivesse à deriva em um mar de escuridão sem fim. Cada momento era uma batalha contra as sombras que o cercavam, uma luta pela sobrevivência física e mental.
À medida que a noite avançava, os sonhos de Domenic se tornavam cada vez mais perturbadores. Ele se via preso em um labirinto de escuridão, correndo desesperadamente para escapar das sombras que o rodeavam. Seus pais surgiam diante dele, suas vozes ecoando como sussurros sinistros em sua mente.
– Você não é digno, Domenic, – sussurrava a voz de Giovanni, carregada de desapontamento e desdém. –
– Você é fraco, indigno do nome Castellano.
As palavras cortavam como lâminas afiadas, perfurando a alma de Domenic com uma dor lancinante. Ele tentava gritar, mas sua voz estava presa em sua garganta, sufocada pelo peso de sua própria angústia.
Isabella emergiu das sombras, seus olhos frios e distantes como pedras de gelo.
– Você é um fardo, Domenic, – ela murmurava, sua voz ecoando como um eco distante.
– Um fardo que nunca deveríamos ter carregado.
As palavras atingiam Domenic como um golpe no estômago, arrancando o ar de seus pulmões. Ele se sentia pequeno e indefeso diante das figuras sombrias de seus pais, seu coração pesado de dor e desespero.
Mas mesmo no auge de sua angústia, uma voz suave e familiar cortou a escuridão. Era a voz de Sofia, sua irmãzinha, um farol de luz em meio à escuridão.
– Não acredite neles, Domenic, – ela sussurrava, suas palavras cheias de ternura e compaixão.
– Você é forte, você é corajoso. Você é um Castellano de verdade.
As palavras de Sofia inundaram Domenic com uma sensação de calor e conforto. Ele se agarrou a elas como uma âncora em meio à tempestade, permitindo que a luz de sua irmã dissipasse as sombras que o cercavam.
Quando finalmente despertou, o sol já estava nascendo no horizonte, espalhando seus raios dourados pela mansão adormecida. Domenic sentou-se na cama, sentindo-se exausto e frágil, mas também renovado em sua determinação.
Domenic levantou-se com cautela da cama, sentindo cada fibra de seu corpo protestar contra o movimento. Cada músculo parecia gritar de dor, uma lembrança constante dos tormentos que havia suportado nas mãos de Lorenzo. No entanto, mesmo em sua fraqueza física, sua determinação permanecia inabalável.
O sol brilhava alto no céu da Itália, banhando a mansão Castellano em uma luz dourada. Era o dia 16 de agosto de 2009, um dia que ficaria gravado na memória de Domenic para sempre. Ele estava prestes a completar sete anos e, para celebrar esse marco, uma cerimônia de iniciação na máfia estava marcada.Domenic estava vestido impecavelmente em um terno sob medida, seu coração pulsando com uma mistura de excitação e nervosismo. Ele sabia que este dia marcaria sua entrada oficial no mundo sombrio e perigoso da máfia italiana.Ao seu lado, Lorenzo observava com um olhar sério e calculista. Ele era o mentor de Domenic, o homem que o havia treinado nas artes da máfia. Domenic admirava e temia Lorenzo em igual medida, sabendo que ele era tanto um guia quanto um desafio.Enquanto a cerimônia começava, Domenic sentiu um nó se formar em sua garganta. Sua família deveria estar presente para testemunhar esse momento importante em sua vida, mas eles estavam ausentes. Um vazio o consumia, uma sensaç
O lugar onde Domenic foi levado era um esconderijo subterrâneo da máfia Rivale, escondido nas profundezas das colinas sicilianas. O ar era pesado e úmido, o ambiente repleto de uma escuridão opressiva que parecia absorver qualquer vestígio de esperança. Domenic acordou em um calabouço frio e sujo, cercado por várias celas onde outros homens estavam presos. A visão era desoladora, com rostos pálidos e olhos vazios olhando para ele por entre as barras enferrujadas.Ele estava exausto, o corpo ainda latejando de dor dos eventos que haviam ocorrido. Suas roupas estavam rasgadas, quase inexistentes, mal cobrindo sua pele. O chão de pedra estava frio sob seu corpo, aumentando a sensação de desolação.De repente, um jato de água fria o atingiu com força, fazendo-o despertar completamente. Ele ofegou, seus músculos tensos com o choque da água gelada. Ao abrir os olhos, viu um homem alto e musculoso parado à sua frente, segurando um balde vazio. O homem tinha um sorriso cruel nos lábios e olho
Domenic acordou deitado no chão frio e úmido da cela. Seus músculos doíam, e seu corpo estava coberto de hematomas e feridas que não tinham tido tempo de cicatrizar. Ele sabia que havia passado semanas naquela prisão infernal, um período de tortura e sofrimento que parecia interminável.Enquanto lutava para se levantar, ele notou uma figura na cela à sua frente. Era um homem jovem, talvez com uns 20 anos, com o corpo marcado por cicatrizes. O olhar do homem era intenso e indecifrável, observando Domenic com uma curiosidade mista com desconfiança.Domenic sentiu uma estranha conexão com aquele homem. Ambos estavam presos naquele lugar terrível, ambos sofrendo nas mãos de Enzo e da máfia Rivale. Decidido a quebrar o silêncio, Domenic levantou a cabeça e falou, sua voz rouca e fraca.– Quem é você? – perguntou Domenic, forçando-se a manter a voz firme.O homem hesitou por um momento antes de responder.– Meu nome é Alessandro, mas pode me chamar de Alex – disse ele, sua voz grave e firme
Três anos haviam se passado desde que Domenic e Alex foram capturados pela máfia Rivale. O tempo parecia ter congelado naquela prisão escura e sufocante, onde a esperança era um luxo que não podiam mais se dar ao luxo de ter. Domenic, agora com 10 anos de idade, sentia-se como se tivesse vivido uma vida inteira naquele lugar infernal. Ao longo dos anos, ele e Alex haviam montado inúmeros planos de fuga, mas todos haviam fracassado. Enzo e seus capangas eram implacáveis, e qualquer tentativa de escapar era rapidamente frustrada. Mas Domenic se recusava a desistir. Ele lembrava da promessa de Lorenzo, de que um dia viriam buscá-lo. Mas no fundo de seu coração, ele sabia que aquela promessa era vazia, tão vazia quanto as sombras que o cercavam.Naquela noite, Domenic e Alex finalmente decidiram que era hora de tentar novamente. Eles haviam planejado meticulosamente cada detalhe, esperando pela oportunidade perfeita para escapar. Mas, como sempre, o destino tinha outros planos.Enquan
Cinco anos haviam se passado desde que Domenic fora capturado pela máfia Rivale. O tempo transformara-o de um jovem inocente em uma sombra coberta de cicatrizes físicas e emocionais. Cada dia era uma luta pela sobrevivência, uma batalha constante contra a dor e o desespero. Ele se tornara frio e distante, suas emoções seladas dentro de uma armadura de indiferença.Naquele dia fatídico, algo dentro de Domenic se quebrou. Ele sentiu a fúria borbulhando sob a superfície, uma energia pulsante que ansiava por ser liberada. Era como se um animal enjaulado finalmente tivesse encontrado uma brecha para escapar.Em um acesso de fúria e desespero, Domenic começou a lutar. Cada golpe, cada movimento era impulsionado pela dor e pela raiva acumuladas ao longo dos anos. Ele avançou pelos corredores escuros da prisão, enfrentando os capangas da máfia Rivale com uma ferocidade que surpreendeu até a si mesmo.Os corredores ecoavam com o som dos gritos e dos gemidos dos homens que se atreviam a cruzar
Domenic e Alex avançaram pelos corredores da mansão Bartoli com cautela, observando cada movimento ao seu redor. A atmosfera ali era diferente da prisão sufocante da máfia Rivale; havia uma tensão controlada, uma ordem que pairava no ar como um manto.O pai de Alex, Don Bartoli, os esperava em seu escritório. Era um homem de presença imponente, com olhos que pareciam ler a alma de qualquer um que entrasse em sua sala. Ele recebeu Domenic com um aceno calmo, mas penetrante, como se soubesse exatamente quem ele era e o que havia passado.— Alex me contou sobre você, Domenic — disse Don Bartoli, sua voz profunda e tranquila.— Você passou por muitas provações. Está seguro aqui agora.Domenic assentiu, sentindo um misto de alívio e tensão. Ele sabia que ainda não estava totalmente seguro, mesmo sob a proteção de Bartoli. A vida na máfia era implacável, e ele havia aprendido da pior forma o que acontecia com aqueles que abaixavam a guarda.— Obrigado por me acolher, Don Bartoli. Prometo qu
Domenic mergulhou profundamente nos ensinamentos da família Bartoli. Sob a tutela do pai de Alex, ele absorveu cada lição com dedicação implacável, transformando a dor de seu passado em uma força motriz para seu futuro. Seus dias eram preenchidos com treinamentos árduos, estudos de estratégia e imersão nos códigos de honra da máfia.Enquanto isso, o espectro de Enzo Rivale pairava sobre ele como uma sombra ameaçadora. Domenic não sabia quando ou como o confronto aconteceria, mas sabia que estava se preparando meticulosamente para esse dia inevitável. Cada músculo treinado, cada estratégia planejada, era uma preparação silenciosa para o embate que mudaria o curso de sua vida mais uma vez.Nos momentos de solidão, Domenic refletia sobre o que tinha perdido e o que ganhara desde que escapara da prisão de Enzo. Ele sentia uma profunda gratidão pela família Bartoli, que o acolhera quando ele mais precisava. Alex tornara-se mais do que um amigo; era um irmão de armas, um companheiro cuja co
Domenic, agora com 20 anos de idade, tinha se tornado uma figura proeminente na máfia Bartoli. Seu talento e habilidade o haviam elevado ao posto de braço direito de Alex Bartoli, que se tornara o novo capo da família. Os anos de treinamento e experiência haviam moldado Domenic não apenas fisicamente, mas também em termos de liderança e estratégia.Na véspera da cerimônia em que Alex seria oficialmente entronizado como capo, Domenic estava ocupado coordenando os últimos preparativos. Ele era conhecido dentro da família como "O Executor", um título conquistado por sua habilidade em resolver problemas de forma decisiva e eficaz.Na manhã da cerimônia, enquanto supervisionava a segurança e a logística do evento, Domenic avistou Lorenzo, seu antigo mentor, entre os convidados. A lembrança das palavras não cumpridas de Lorenzo ainda queimava em sua mente. Quando Lorenzo se aproximou com um sorriso amistoso, Domenic se manteve reservado e frio.— Domenic, meu rapaz, como você cresceu — diss