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Capítulo 8: Prova de Fogo

O lugar onde Domenic foi levado era um esconderijo subterrâneo da máfia Rivale, escondido nas profundezas das colinas sicilianas. O ar era pesado e úmido, o ambiente repleto de uma escuridão opressiva que parecia absorver qualquer vestígio de esperança. Domenic acordou em um calabouço frio e sujo, cercado por várias celas onde outros homens estavam presos. A visão era desoladora, com rostos pálidos e olhos vazios olhando para ele por entre as barras enferrujadas.

Ele estava exausto, o corpo ainda latejando de dor dos eventos que haviam ocorrido. Suas roupas estavam rasgadas, quase inexistentes, mal cobrindo sua pele. O chão de pedra estava frio sob seu corpo, aumentando a sensação de desolação.

De repente, um jato de água fria o atingiu com força, fazendo-o despertar completamente. Ele ofegou, seus músculos tensos com o choque da água gelada. Ao abrir os olhos, viu um homem alto e musculoso parado à sua frente, segurando um balde vazio. O homem tinha um sorriso cruel nos lábios e olhos cheios de malícia.

– Acorde, pequeno Castellano – disse o homem, sua voz carregada de desdém.

– Temos muito o que conversar.

Domenic tentou se levantar, mas seu corpo protestou. Suas pernas estavam fracas, e ele mal conseguia manter-se de pé. O homem riu, um som áspero e desagradável.

– Ah, onde estão os seus modos? Permita-me apresentar-me. Sou Enzo Moretti, o capo da máfia Rivale. E você, Domenic, é meu convidado especial.

Domenic ergueu o olhar para Enzo, tentando manter uma expressão corajosa apesar do medo que sentia.

– O que você quer de mim? – perguntou Domenic, sua voz trêmula mas determinada.

Enzo se aproximou lentamente, seus passos ecoando pelas paredes de pedra do calabouço. Ele se abaixou, ficando ao nível de Domenic, seu rosto a poucos centímetros de distância.

– Quero muitas coisas, garoto – murmurou ele.

– Mas, por enquanto, quero ver do que você é feito. Quero ver se você é digno do nome Castellano.

Antes que Domenic pudesse responder, Enzo agarrou seu braço e o puxou violentamente, arrastando-o até uma parede. Ele prendeu os pulsos de Domenic em correntes que pendiam do teto, deixando-o pendurado, seus pés mal tocando o chão.

– Vamos começar com algo simples – disse Enzo, pegando um chicote de couro de uma mesa próxima. – Vamos ver quanto tempo você consegue aguentar antes de implorar por misericórdia.

Domenic fechou os olhos, preparando-se para o impacto. O primeiro golpe do chicote rasgou sua pele, arrancando um grito de dor que ele não conseguiu conter. Enzo riu, um som cruel que ecoou pelo calabouço.

– Isso, garoto – provocou ele. – Grite. Mostre-me o quanto dói.

Domenic mordeu o lábio, tentando sufocar os gritos que ameaçavam escapar. Ele se concentrou na imagem de Sofia, sua irmã, usando-a como uma âncora para manter sua sanidade. Cada golpe do chicote era uma tortura, mas ele se recusava a ceder.

– Você é mais resistente do que eu pensava – comentou Enzo, após vários minutos de tortura.

– Mas todos têm um ponto de ruptura. Vamos ver o seu.

Enzo trocou o chicote por uma faca afiada, sua lâmina brilhando sob a luz fraca. Ele passou a ponta da faca pelo peito de Domenic, deixando uma linha fina de sangue.

– Por que você está fazendo isso? – perguntou Domenic, sua voz rouca de dor.

– O que você quer realmente?

Enzo inclinou a cabeça, um sorriso sombrio nos lábios.

– Quero ver você quebrar, garoto. Quero ver você implorar por sua vida. Quero provar que os Castellano não são tão poderosos quanto pensam.

Domenic sentiu a raiva borbulhar dentro de si. Ele ergueu o olhar para Enzo, seus olhos brilhando com uma determinação feroz.

– Você nunca vai me quebrar – disse ele, sua voz firme apesar da dor.

– Eu sou um Castellano. E vou sobreviver a isso.

Enzo riu, um som vazio e cruel.

– Vamos ver quanto tempo essa bravura dura – murmurou ele, antes de cravar a faca na perna de Domenic.

A dor foi excruciante, um fogo que percorreu todo o seu corpo. Domenic gritou, mas não implorou. Ele se agarrou à sua determinação, sabendo que essa era a única coisa que poderia mantê-lo são.

Horas se passaram, cada minuto uma eternidade de dor e sofrimento. Enzo usou todos os métodos possíveis para torturá-lo – choques elétricos, queimaduras, golpes. Domenic estava à beira do desespero, mas se recusava a ceder. Ele pensava em Lorenzo, em Sofia, em Vittorio. Pensava nas promessas que havia feito a si mesmo. E isso lhe dava força.

Finalmente, Enzo recuou, sua expressão satisfeita.

– Você é resistente, garoto – admitiu ele.

– Mas todos têm um ponto de ruptura. E eu vou encontrar o seu.

Domenic foi deixado pendurado nas correntes, sua respiração pesada e irregular. Cada parte do seu corpo doía, as feridas abertas e queimaduras latejavam com uma dor que ameaçava sua sanidade. Ele tentou se concentrar em qualquer coisa que pudesse distraí-lo, em qualquer pensamento que pudesse ajudá-lo a suportar o tormento.

A escuridão do calabouço parecia se fechar ao redor dele, mas ele se recusava a ceder ao desespero. Pensava em Sofia, tão pequena e indefesa. Ele precisava ser forte por ela. Não podia deixá-la sozinha no mundo cruel em que viviam.

De repente, passos ecoaram pelo calabouço. Domenic ergueu a cabeça com dificuldade, seus olhos arregalados pelo esforço de focar na figura que se aproximava. Era Enzo, acompanhado de dois capangas que carregavam baldes de água.

Enzo deu um sorriso frio.

– Hora de acordar, garoto – disse ele, jogando a água fria sobre Domenic.

O choque da água gelada trouxe Domenic de volta à realidade com um sobressalto. Ele tentou levantar a cabeça, seus olhos encontrando os de Enzo com uma expressão de ódio silencioso.

– Você tem algo que quer me dizer? – provocou Enzo, cruzando os braços.

– Talvez esteja pronto para implorar pela sua vida agora.

Domenic apertou os lábios, recusando-se a dar a Enzo a satisfação de uma resposta. A dor era insuportável, mas ele sabia que ceder significaria mais do que apenas uma derrota física. Seria uma quebra de seu espírito, algo que ele não podia permitir.

Enzo se aproximou, sua expressão se tornando mais séria.

– Você realmente é teimoso, não é? – murmurou ele, antes de dar um soco forte no estômago de Domenic.

O ar foi arrancado dos pulmões de Domenic, e ele se curvou de dor, pendurado pelas correntes. Mas ele ainda se recusava a falar.

Enzo suspirou, parecendo quase entediado.

– Vamos ver até onde essa teimosia vai te levar, garoto – disse ele, antes de acenar para os capangas.

Os homens trouxeram um pequeno gerador e conectaram fios às correntes que prendiam Domenic. Enzo ligou o gerador, e a corrente elétrica percorreu o corpo de Domenic, arrancando dele um grito involuntário.

A tortura parecia interminável. Cada onda de eletricidade atravessava seu corpo, fazendo seus músculos se contraírem e sua visão ficar turva. Mas ele continuava a resistir, focando em qualquer coisa que pudesse distraí-lo da dor.

Finalmente, Enzo desligou o gerador, e Domenic caiu, seus músculos exaustos e tremendo. Ele mal conseguia respirar, sua mente lutando para permanecer consciente.

Enzo se ajoelhou ao lado dele, levantando seu queixo com um dedo.

– Você é mais forte do que eu pensava – admitiu ele. – Mas acredite em mim, todos têm um limite.

Domenic mal conseguiu focar seus olhos, mas a determinação em seu olhar não diminuiu.

Você nunca vai... me quebrar – sussurrou ele, com dificuldade.

Enzo soltou uma risada curta e fria.

– Vamos ver sobre isso – disse ele, antes de se levantar e sair do calabouço, deixando Domenic sozinho na escuridão.

Os dias seguintes foram um borrão de dor e tortura. Cada método imaginável foi usado contra ele, mas Domenic se recusava a ceder. Ele mantinha a imagem de Sofia em sua mente, usando-a como uma âncora para sua sanidade.

Finalmente, uma noite, após um longo dia de tortura, Domenic foi deixado sozinho em sua cela. Ele estava exausto, seu corpo coberto de feridas e hematomas. Mas ele ainda estava vivo, ainda estava lutando.

Deitado no chão frio e sujo, Domenic fechou os olhos e tentou encontrar um pouco de paz. Ele sabia que a luta estava longe de terminar, mas estava determinado a sobreviver. Ele jurou a si mesmo que encontraria uma maneira de escapar, de voltar para Sofia e protegê-la.

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