Cinco anos haviam se passado desde que Domenic fora capturado pela máfia Rivale. O tempo transformara-o de um jovem inocente em uma sombra coberta de cicatrizes físicas e emocionais. Cada dia era uma luta pela sobrevivência, uma batalha constante contra a dor e o desespero. Ele se tornara frio e distante, suas emoções seladas dentro de uma armadura de indiferença.
Naquele dia fatídico, algo dentro de Domenic se quebrou. Ele sentiu a fúria borbulhando sob a superfície, uma energia pulsante que ansiava por ser liberada. Era como se um animal enjaulado finalmente tivesse encontrado uma brecha para escapar.
Em um acesso de fúria e desespero, Domenic começou a lutar. Cada golpe, cada movimento era impulsionado pela dor e pela raiva acumuladas ao longo dos anos. Ele avançou pelos corredores escuros da prisão, enfrentando os capangas da máfia Rivale com uma ferocidade que surpreendeu até a si mesmo.
Os corredores ecoavam com o som dos gritos e dos gemidos dos homens que se atreviam a cruzar seu caminho. Domenic não hesitava, não parava para pensar nas consequências. Sua mente estava em um estado de frenesi, seu corpo agindo por puro instinto de sobrevivência.
Em meio ao caos, uma explosão repentina sacudiu os corredores, iluminando brevemente a escuridão. E lá, no meio do tumulto, estava Alex. Seu rosto era uma mistura de choque e alívio ao ver Domenic finalmente liberando-se da prisão que o mantivera cativo por tanto tempo.
— Eu falei que voltaria por você, Dom! - gritou Alex acima do tumulto, seu rosto iluminado pela luz da explosão.
Domenic virou-se para ele, seus olhos arregalados pela intensidade da situação. Ele mal reconhecia a própria voz, rouca de gritar e de desafiar o silêncio que o envolvera por tanto tempo.
— Alex! - sua voz soava como um rugido rouco, uma mistura de emoções indescritíveis.
Sem uma palavra, Alex se juntou a Domenic na batalha, lutando ombro a ombro contra os capangas que tentavam detê-los. A cena era uma dança caótica de violência e libertação, uma catarse há muito adiada.
Eles avançaram, cada passo aproximando-os mais da liberdade que tanto ansiavam. Domenic sentiu a adrenalina pulsando em suas veias, alimentando sua determinação de romper as correntes que o haviam mantido prisioneiro.
Enzo, o líder impiedoso da máfia Rivale, observava de longe com uma expressão de fúria contida. Ele sabia que perder Domenic seria uma derrota amarga, uma falha em seu controle implacável sobre aqueles que ousavam desafiá-lo.
Mas, naquele momento, Domenic não se importava com as consequências. Ele só sabia que finalmente estava lutando pela sua liberdade, pelo direito de viver sem medo e sem dor constante. A explosão foi um símbolo do renascimento de sua determinação, uma chama que nunca deveria ter sido apagada.
A batalha continuou, cada segundo um passo em direção à incerteza e à esperança. Domenic e Alex enfrentaram o que parecia ser um exército inteiro de capangas, cada um determinado a proteger seu território e seu líder.
No calor da batalha, Domenic olhou para Alex ao seu lado. Seus olhos se encontraram por um breve momento, e um entendimento silencioso passou entre eles. Eles não iriam parar até que estivessem livres, não importava o custo.
Com uma determinação feroz, Domenic avançou através da confusão da explosão, lutando contra os capangas de Enzo que tentavam impedi-lo. Cada golpe, cada movimento, era uma expressão de sua fúria contida ao longo dos anos de sofrimento e tortura. Seu coração batia forte, seus músculos queimavam, mas ele não sentia dor - apenas uma vontade inabalável de acabar com aquele que havia roubado sua vida.
Enzo, o cruel líder da máfia Rivale, estava parado no centro do caos, cercado por seus homens. Seu sorriso arrogante havia desaparecido, substituído por uma expressão de choque e raiva quando viu Domenic avançando implacavelmente em sua direção.
— Domenic, você é um tolo por ter vindo até aqui,— Enzo rosnou, levantando uma arma em direção a ele.
— Você nunca vai sair vivo desta prisão.
Domenic ignorou as palavras de Enzo, seus olhos fixos apenas no homem que representava tudo o que ele odiava e temia nos últimos cinco anos de sua vida. Com um movimento rápido e preciso, ele desarmou um dos capangas que se aproximou e usou a arma para disparar contra os outros homens que estavam no caminho entre ele e Enzo.
Cada tiro ecoava como um trovão no corredor da prisão, misturando-se com os gritos de dor e desespero. Domenic avançou com passos decididos, ignorando os ferimentos que começavam a queimar em seu corpo.
Enzo atirou em sua direção, mas Domenic se esquivou habilmente, continuando sua marcha inexorável. Ele estava agora a poucos metros de seu alvo, o homem que havia sido o arquiteto de seus tormentos.
— Você não pode me deter, Enzo, — Domenic disse com voz áspera, levantando a arma.
— Você não pode mais me controlar.
Enzo recuou, o medo finalmente rastejando em seus olhos antes arrogantes. Ele tentou atirar novamente, mas sua arma falhou. Domenic não hesitou. Com um único tiro certeiro, ele derrubou Enzo, vendo o homem cair no chão com um gemido abafado.
O silêncio se instalou na prisão, apenas o som distante de alarmes e gritos ao longe. Domenic ficou parado sobre Enzo, seu peito subindo e descendo com respirações pesadas. Ele havia vencido, mas a vitória era amarga.
Alex se aproximou, seus olhos encontrando os de Domenic em um misto de alívio e preocupação.
— Nós conseguimos, Dom, — ele murmurou, colocando uma mão no ombro de Domenic.
— Você fez isso.
Domenic olhou para Alex, a sensação de liberdade começando a se infiltrar em sua alma pela primeira vez em anos. Ele finalmente estava livre, livre da prisão física e mental que o havia mantido cativo por tanto tempo.
— Agora, vamos sair daqui.
Juntos, Domenic e Alex deixaram para trás o tumulto da prisão, caminhando em direção à luz que brilhava ao fim do corredor. Eles sabiam que ainda enfrentariam muitos desafios, mas agora, finalmente, tinham uma chance de começar de novo.
Domenic e Alex avançaram pelos corredores da mansão Bartoli com cautela, observando cada movimento ao seu redor. A atmosfera ali era diferente da prisão sufocante da máfia Rivale; havia uma tensão controlada, uma ordem que pairava no ar como um manto.O pai de Alex, Don Bartoli, os esperava em seu escritório. Era um homem de presença imponente, com olhos que pareciam ler a alma de qualquer um que entrasse em sua sala. Ele recebeu Domenic com um aceno calmo, mas penetrante, como se soubesse exatamente quem ele era e o que havia passado.— Alex me contou sobre você, Domenic — disse Don Bartoli, sua voz profunda e tranquila.— Você passou por muitas provações. Está seguro aqui agora.Domenic assentiu, sentindo um misto de alívio e tensão. Ele sabia que ainda não estava totalmente seguro, mesmo sob a proteção de Bartoli. A vida na máfia era implacável, e ele havia aprendido da pior forma o que acontecia com aqueles que abaixavam a guarda.— Obrigado por me acolher, Don Bartoli. Prometo qu
Domenic mergulhou profundamente nos ensinamentos da família Bartoli. Sob a tutela do pai de Alex, ele absorveu cada lição com dedicação implacável, transformando a dor de seu passado em uma força motriz para seu futuro. Seus dias eram preenchidos com treinamentos árduos, estudos de estratégia e imersão nos códigos de honra da máfia.Enquanto isso, o espectro de Enzo Rivale pairava sobre ele como uma sombra ameaçadora. Domenic não sabia quando ou como o confronto aconteceria, mas sabia que estava se preparando meticulosamente para esse dia inevitável. Cada músculo treinado, cada estratégia planejada, era uma preparação silenciosa para o embate que mudaria o curso de sua vida mais uma vez.Nos momentos de solidão, Domenic refletia sobre o que tinha perdido e o que ganhara desde que escapara da prisão de Enzo. Ele sentia uma profunda gratidão pela família Bartoli, que o acolhera quando ele mais precisava. Alex tornara-se mais do que um amigo; era um irmão de armas, um companheiro cuja co
Domenic, agora com 20 anos de idade, tinha se tornado uma figura proeminente na máfia Bartoli. Seu talento e habilidade o haviam elevado ao posto de braço direito de Alex Bartoli, que se tornara o novo capo da família. Os anos de treinamento e experiência haviam moldado Domenic não apenas fisicamente, mas também em termos de liderança e estratégia.Na véspera da cerimônia em que Alex seria oficialmente entronizado como capo, Domenic estava ocupado coordenando os últimos preparativos. Ele era conhecido dentro da família como "O Executor", um título conquistado por sua habilidade em resolver problemas de forma decisiva e eficaz.Na manhã da cerimônia, enquanto supervisionava a segurança e a logística do evento, Domenic avistou Lorenzo, seu antigo mentor, entre os convidados. A lembrança das palavras não cumpridas de Lorenzo ainda queimava em sua mente. Quando Lorenzo se aproximou com um sorriso amistoso, Domenic se manteve reservado e frio.— Domenic, meu rapaz, como você cresceu — diss
Nos corredores silenciosos da majestosa mansão Castellano, cujas paredes de pedra testemunhavam séculos de glória e obscuridade, o mordomo Vittorio percorria seu caminho com a elegância de um monarca solitário em seu reino sombrio. Seu rosto, esculpido pelas rugas do tempo e pela dor silenciosa, refletia a serenidade de quem conhecia os segredos mais profundos daquele lugar.Desde os tempos imemoriais, a mansão Castellano era o epicentro do poder e da intriga na região, um bastião sombrio onde as lealdades eram tão frágeis quanto a própria vida. E, no coração desse império de trevas, estava a família Castellano, cujo nome ecoava como um sinônimo de terror e respeito.Foi nesse cenário de grandiosidade e desolação que Giovanni e Isabella Castellano, os soberanos daquela fortaleza, tomaram uma decisão que moldaria o destino de seus filhos para sempre. Com apenas cinco anos de idade, Domenic, o primogênito, e sua irmã mais nova, Sofia, foram deixados aos cuidados de Vittorio, o fiel mord
A luz do sol filtrava-se pelas altas janelas com vitrais da mansão Castellano, desenhando padrões intricados no chão de mármore polido. O silêncio matinal era quebrado apenas pelo canto distante dos pássaros, criando uma atmosfera de tranquilidade que contrastava fortemente com o destino sombrio que aguardava o jovem Domenic Castellano. A vastidão da propriedade, cercada por densos bosques e colinas ondulantes, conferia uma sensação de isolamento absoluto, uma prisão dourada para o herdeiro de uma das famílias mafiosas mais poderosas da Itália.Vittorio, o mordomo fiel, estava na cozinha preparando o café da manhã para Domenic e Sofia. O aroma de café fresco e pão recém-assado preenchia o ar, criando um contraste reconfortante com o peso da responsabilidade que pairava sobre seus ombros. Vittorio sabia que, apesar da aparência serena da manhã, aquele dia marcaria o início de uma jornada árdua para Domenic.Domenic, com seus cinco anos, já demonstrava uma curiosidade inquieta e uma int
Enquanto a primavera avançava, o vento suave carregava o aroma das flores que começavam a desabrochar nos jardins da mansão Castellano. No entanto, dentro das paredes sombrias da mansão, a atmosfera era pesada com o peso da responsabilidade e do treinamento incansável. Domenic, agora com quase seis anos, enfrentava cada dia com uma determinação feroz, absorvendo cada lição como se sua vida dependesse disso – e, de certa forma, dependia.O treinamento de Domenic havia evoluído significativamente. Seus movimentos com o bastão de madeira tinham se tornado fluidos e precisos, e Lorenzo decidiu que era hora de introduzir armas mais reais e letais. A primeira arma que Domenic aprenderia a manejar era uma adaga, escolhida por sua versatilidade e facilidade de uso em combate corpo a corpo.Lorenzo colocou a adaga na mão de Domenic, seu olhar grave e firme. O peso frio do metal na mão pequena de Domenic era um lembrete constante da seriedade de seu treinamento.– A adaga, Domenic – começou Lor
A manhã estava envolta em uma névoa suave quando Domenic saiu para o pátio da mansão, onde o treinamento diário estava prestes a começar. Ele havia passado os últimos meses mergulhado em um regime rigoroso de treinamento físico e mental, aprimorando suas habilidades de combate e desenvolvendo uma disciplina férrea. A determinação de Domenic se refletia em cada movimento, em cada golpe que praticava.Lorenzo estava no centro do pátio, aguardando-o com uma expressão séria. Ele segurava duas espadas de madeira, entregando uma a Domenic assim que ele se aproximou. O garoto segurou a espada com firmeza, seus olhos fixos no mentor.– Hoje – disse Lorenzo, ajustando a posição da espada – vamos testar tudo o que você aprendeu até agora. Estarei lutando com você, então não se contenha.Domenic assentiu, ciente da importância daquele momento. Ele estava ansioso para mostrar a Lorenzo o quanto havia evoluído, mas também sabia que seria uma luta difícil. Lorenzo era um guerreiro experiente, e Dom
O sol nascente lançava um brilho dourado sobre a vasta mansão e seus terrenos. O dia começava como qualquer outro, mas havia uma tensão no ar que Domenic não conseguia identificar. Vittorio e Lorenzo estavam especialmente silenciosos, e havia uma gravidade nas ações de todos ao seu redor.Lorenzo chamou Domenic ao pátio, mas, desta vez, o cenário era diferente. Em vez do campo aberto onde treinavam, havia uma pequena cabana de madeira, robusta e imponente, isolada do resto da propriedade. Lorenzo estava esperando na entrada, sua expressão era sombria.– Entre, Domenic – disse ele, sua voz baixa e séria. Domenic obedeceu, sentindo um calafrio percorrer sua espinha.Dentro da cabana, o ambiente era austero. Havia uma cadeira de metal no centro da sala, correntes pendendo do teto e paredes reforçadas. Domenic olhou para Lorenzo, confuso e um pouco apreensivo.– O que é isso, Lorenzo? – perguntou ele, tentando manter a calma.Lorenzo fechou a porta atrás de si, o som do tranco ecoando pel