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Capítulo 10: Entre as Sombras da Desesperança

Três anos haviam se passado desde que Domenic e Alex foram capturados pela máfia Rivale. O tempo parecia ter congelado naquela prisão escura e sufocante, onde a esperança era um luxo que não podiam mais se dar ao luxo de ter. Domenic, agora com 10 anos de idade, sentia-se como se tivesse vivido uma vida inteira naquele lugar infernal.

Ao longo dos anos, ele e Alex haviam montado inúmeros planos de fuga, mas todos haviam fracassado. Enzo e seus capangas eram implacáveis, e qualquer tentativa de escapar era rapidamente frustrada. Mas Domenic se recusava a desistir. Ele lembrava da promessa de Lorenzo, de que um dia viriam buscá-lo. Mas no fundo de seu coração, ele sabia que aquela promessa era vazia, tão vazia quanto as sombras que o cercavam.

Naquela noite, Domenic e Alex finalmente decidiram que era hora de tentar novamente. Eles haviam planejado meticulosamente cada detalhe, esperando pela oportunidade perfeita para escapar. Mas, como sempre, o destino tinha outros planos.

Enquanto tentavam se esgueirar pelos corredores escuros da prisão, eles foram surpreendidos por um grupo de capangas da máfia Rivale. A batalha que se seguiu foi brutal e sangrenta, com Domenic e Alex lutando pela própria vida contra inimigos implacáveis.

Domenic se viu consumido por uma fúria selvagem, seus punhos voando e sua mente turva pela raiva e desespero. Ele matou sem hesitação, cada golpe uma expressão de sua vontade de sobreviver. O som dos gritos e dos gemidos dos homens preenchia o ar, ecoando pelas paredes da prisão como um eco macabro de sua própria loucura.

Enzo, o líder da máfia Rivale, observava a carnificina com um sorriso cruel nos lábios. Ele sabia que tinha Domenic exatamente onde queria, preso em suas garras como um rato em uma armadilha.

Enquanto a batalha continuava, Domenic sentiu-se cada vez mais cercado. Seu corpo estava ferido, seus músculos gritando de exaustão, mas ele se recusava a desistir. Ele lutaria até o fim, mesmo que isso significasse sua própria morte.

Em meio ao caos da batalha, uma explosão ecoou pelos corredores da prisão, sacudindo o chão sob seus pés. Domenic e Alex se olharam, sabendo que aquela era a oportunidade que estavam esperando. Com um último esforço, eles se lançaram para frente, lutando contra os capangas que tentavam detê-los.

- EU VOLTAREI PARA BUSCA LO DOMENIC. - gritou Alex, fugindo.

Mas, apesar de seus esforços heróicos, algo deu terrivelmente errado. Domenic viu-se separado de Alex, cercado por inimigos por todos os lados. Ele lutou com uma ferocidade desesperada, cada golpe uma tentativa desesperada de abrir caminho para a liberdade.

Mas, no final, foi em vão. Domenic acabou sendo capturado mais uma vez, arrastado de volta para a escuridão da prisão que se tornara seu lar. Ele se viu preso em correntes novamente, sua mente girando com uma mistura de desespero e raiva. 

"Alex prometeu que voltaria para buscá-lo, mas aquilo para ele, era uma promessa vazia, como a de Lorenzo." - Domenic pensava consigo mesmo enquanto recuperava o fôlego depois de mais uma luta sangrenta.

Ele estava sozinho, perdido nas sombras da desesperança, sua única companhia o som dos próprios pensamentos enquanto aguardava seu destino incerto na escuridão.

Enzo observava com um sorriso sádico enquanto seus capangas aplicavam métodos brutais de tortura em Domenic. O garoto estava indefeso, suas mãos firmemente amarradas, incapaz de se defender contra os ataques implacáveis que recebia.

Enzo se aproximou lentamente, o calor do cigarro aceso iluminando seu rosto sombrio enquanto ele se inclinava para perto de Domenic.

– Ainda não aprendeu sua lição, garoto? – provocou Enzo, pressionando o cigarro contra a pele exposta de Domenic. O garoto gemeu de dor, seus olhos se fechando com força enquanto tentava ignorar a agonia que o consumia.

– Você poderia nos poupar de todo esse problema se apenas cooperasse – continuou Enzo, sua voz suave contrastando com a crueldade de suas ações. Ele parecia se deleitar com o sofrimento de Domenic, como se cada grito fosse uma música para seus ouvidos.

Domenic cerrou os dentes, recusando-se a dar a Enzo a satisfação de uma resposta imediata. Cada parte de seu corpo doía, mas ele se recusava a ceder. Pensava em Alex, na promessa de que voltaria por ele. Era essa promessa que o mantinha lutando, apesar das probabilidades esmagadoras.

Enzo se afastou por um momento, observando Domenic com um olhar calculista. Ele se virou para um dos capangas.

– Traga as correntes. Vamos ver até onde ele pode resistir desta vez.

Os capangas obedeceram rapidamente, trazendo correntes grossas que prenderam Domenic ainda mais firmemente à parede. Cada movimento se tornou uma luta contra o peso das correntes, que cortavam sua carne já marcada pelas torturas anteriores.

Enzo caminhou ao redor de Domenic, avaliando-o como um predador que cercava sua presa. Ele sabia que tinha o garoto exatamente onde queria, incapaz de escapar ou resistir de forma eficaz.

– Você é teimoso, garoto. Eu lhe dou isso – disse Enzo, sua voz baixa e ameaçadora. – Mas todo teimoso tem um ponto de ruptura. E eu vou encontrá-lo.

Domenic ergueu os olhos para encarar Enzo, sua expressão um misto de dor e desafio.

– Você nunca vai me quebrar – respondeu ele com determinação, apesar da voz rouca e fraca.

Enzo riu, um som frio e cortante.

– Veremos – disse ele, antes de acenar para os capangas.

Eles voltaram com uma bandeja de instrumentos, cada um mais cruel do que o outro. Enzo pegou uma faca afiada e se aproximou lentamente de Domenic, sua presença como uma sombra na escuridão da cela.

Enzo segurava a faca afiada diante do rosto de Domenic, sua respiração pesada e olhar calculista. O garoto encarava a lâmina com uma mistura de medo e raiva contida, sua mente lutando para manter a calma apesar da dor que o consumia.

– Você ainda não aprendeu, não é? – disse Enzo, com um sorriso torto, passando a ponta da faca ao longo do olho até a bochecha de Domenic, deixando um rastro de sangue.

– A teimosia pode ser sua maior fraqueza.

Domenic cerrou os dentes, lutando contra a dor aguda que percorria seu rosto. Ele sabia que cada momento de resistência era uma pequena vitória contra Enzo e sua crueldade. Respirando fundo, ele manteve seu olhar fixo no adversário, recusando-se a dar a ele o prazer de vê-lo quebrar.

Enzo riu baixinho, como se estivesse se divertindo com a determinação de Domenic.

– Você acha que pode me desafiar? – provocou ele, trazendo a faca ainda mais perto do pescoço de Domenic.

– Mas, no final, todos cedem. É apenas uma questão de tempo.

Domenic não respondeu. Ele sabia que não podia lutar fisicamente contra Enzo e seus homens, mas também entendia que sua resistência mental era sua única arma verdadeira. Enquanto Enzo continuava a ameaçar, Domenic mantinha-se firme em seu silêncio, reunindo cada vez mais sua força interior.

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