Em uma sociedade que valoriza a aparência e as alianças vantajosas, Sophie Al-Fayez, a filha mais velha de um influente comerciante árabe, se vê deixada para trás. Diferente de suas irmãs, que encontraram maridos, Sophie nasceu com uma condição de cegueira ligeira, o que limita sua visão e faz dela uma figura vulnerável aos olhos dos críticos da alta sociedade. Sem perspectivas de casamento, o risco de desonra à sua família se torna real e iminente. Do outro lado dessa moeda, Collin Blackwood, o conde de Bath, retorna da guerra com cicatrizes que não pode esconder. Desfigurado por uma queimadura que cobre parte de seu rosto, ele carrega o peso do isolamento e a necessidade de um herdeiro. Sabe que um casamento por conveniência pode ser sua única salvação — tanto para seu título quanto para manter as aparências. O que começa como um acordo entre Collin e Sophie acaba revelando-se uma jornada intensa de amor.
Ler maisO outono avançava lentamente em Londres, tingindo as árvores com tons dourados e avermelhados. O vento frio soprava pelas ruas, trazendo consigo a sensação de mudança. Para Oliver Blackwood, essa mudança era mais do que apenas uma estação: era o início de uma nova vida ao lado de Layla.A conversa com seu pai ainda ecoava em sua mente. Ele havia conseguido uma chance, mas sabia que cada passo dali em diante seria crucial. Seu coração, no entanto, não vacilava. Ele estava decidido a provar que seu amor por Layla era forte o suficiente para enfrentar qualquer desafio.Oliver passou dias planejando o momento perfeito. Ele queria que Layla soubesse que aquilo não era apenas uma decisão para provar algo à sociedade ou à sua família. Era amor verdadeiro.Naquela noite, ele a levou para um passeio pelos jardins da propriedade Blackwood, onde lanternas iluminavam delicadamente o caminho. Layla, envolta em um xale para se proteger do frio, observava as folhas caindo suavemente.— Está tudo tão
O outono chegou a Londres, trazendo consigo um ar frio e cortante que parecia refletir o estado do meu coração. As folhas douradas caíam dos árvores, espalhando-se pelas ruas como lembretes de que o tempo estava passando. E eu sabia que não poderia esperar mais. A batalha pela aceitação de Layla estava chegando ao seu clímax, e eu precisava estar preparado para o que estava por vir.Aiden e eu estávamos no clube, discutindo os últimos detalhes do nosso plano. Lady Ashworth havia se tornado uma aliada inesperada, mas ainda havia muitas pessoas influentes que precisávamos conquistar. E, acima de tudo, havia meu pai. Collin Blackwood, o duque, um homem que valorizava a tradição e o status acima de tudo.— Oliver — Aiden começou, olhando para mim com seriedade. — Você sabe que isso não vai ser fácil. Seu pai não vai ceder sem lutar.— Eu sei — respondi, sentindo o peso das palavras. — Mas eu não tenho escolha. Eu preciso fazer isso por Layla.Aiden assentiu, entendendo a determinação no m
Oliver Blackwood Aiden se inclinou para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos. — Primeiro, você precisa entender que isso não vai ser fácil. Sua família, especialmente seu pai, não vai aceitar Layla de braços abertos. Eles vão ver isso como uma afronta, uma mancha na honra dos Blackwood.— Eu sei — respondi, sentindo um nó se formar no meu estômago. — Mas eu não posso simplesmente abandonar Layla. Ela não é apenas uma cortesã, Aiden. Ela é… ela é tudo para mim.Aiden olhou para mim por um momento, e então assentiu. — Então, você vai precisar de uma estratégia. Algo que mostre ao seu pai que você está falando sério, que isso não é apenas uma paixão passageira.— Como? — perguntei, sentindo-me desesperado. — Meu pai nunca vai entender. Ele só vê o mundo em termos de status e poder.— Talvez não — Aiden concordou. — Mas ele é um homem prático. Se você puder mostrar a ele que Layla não é uma ameaça à nossa família, que ela pode até ser uma aliada, ele pode reconsiderar.— Como ela po
Layla Acordei com o som dos pássaros cantando do lado de fora da janela, mas o meu coração estava longe de sentir a leveza daquela manhã. A luz do sol entrava por entre as cortinas de seda, iluminando o quarto que não era meu. A cama era macia, os lençóis cheiravam a lavanda e algo mais… algo que eu não conseguia identificar, mas que me fazia lembrar dele. Oliver.Meu corpo doía, não de uma forma violenta, mas de uma maneira que me lembrava cada toque, cada beijo, cada suspiro que havia compartilhado com ele na noite anterior. Eu me sentia dividida entre o arrependimento e uma estranha sensação de realização. Oliver Blackwood, o filho do duque, o homem que eu deveria odiar, havia me conquistado de uma forma que eu nunca imaginei possível.— Layla — sussurrou uma voz rouca ao meu lado.Virei a cabeça e lá estava ele, deitado ao meu lado, com os cabelos desalinhados e um sorriso que parecia ter saído diretamente de um sonho. Seus olhos claros me fitavam com uma intensidade que me fez s
Oliver Blackwood Sei que não devia chamar Layla para o meu apartamento, não quero que ela pense que só quero me aproveitar, mas quando ela concordou de forma tão doce, não tive como dizer não. Entro em meu apartamento luxuoso, fechando a porta atrás de mim com um clique suave. Meus olhos dourados percorrem famintos seu corpo pequeno enquanto me aproximo, um sorriso de lobo se espalhando por minhas feições esculpidas.— Layla, querida, que adorável da sua parte se juntar a mim — eu ronrono, meu sotaque islâmico chique pingando sedução. — Eu estava simplesmente doendo por sua companhia o dia todo — eu estendo a mão, minha mão grande segurando seu queixo enquanto inclino seu rosto para cima em direção ao meu. Meu polegar traça a linha delicada do seu lábio inferior, aplicando pressão suficiente para separá-los ligeiramente.— Diga-me, minha doce florzinha, você está nervosa? Está tudo bem se você estiver — Meu aperto em seu queixo se aperta quase imperceptivelmente enquanto me inclino
Layla não sabia exatamente quando começou a se sentir desconfortável com a maneira como Oliver a olhava. Não era o desconforto comum de estar perto de um libertino conhecido, alguém que não se importava em flertar apenas para ver a vítima se contorcer de constrangimento.Não.Aquele desconforto era diferente.Era algo quente, incômodo e intrigante.E Layla odiava isso.Desde o momento em que aceitara o absurdo acordo de fingir ser sua noiva, tudo parecia ter mudado entre eles.Ele a olhava de um jeito diferente.Como se realmente quisesse conhecê-la.E isso era perigoso.Muito perigoso.— Eu ainda acho que essa ideia é completamente ridícula — Layla murmurou enquanto Margot ajeitava a fita do corpete de seu vestido.— Ridícula ou não, você está deslumbrante — Margot respondeu, sorrindo. — Tenho certeza de que o Duque de Blackwood terá um ataque quando vê-la ao lado do filho.Layla bufou.— Essa é a intenção, não é?— Bem, se for, Oliver é um gênio.Layla revirou os olhos, mas não cons
A cada dia que passava, Layla percebia que Oliver Blackwood era um problema maior do que imaginava.E o pior de tudo? Ela começava a gostar desse problema.Depois do baile de Lorde Kensington, onde haviam dançado sob os olhares atentos da sociedade, Layla tentara se convencer de que tudo aquilo não passava de um erro. Mas era difícil ignorar o fato de que, onde quer que fosse, Oliver parecia estar sempre por perto, cruzando seu caminho com aquele sorriso presunçoso e aquela maneira irritante de olhá-la como se soubesse de um segredo que ela desconhecia.Layla não podia ceder. Não podia se dar ao luxo de se apaixonar pelo filho de um duque, por um libertino assumido, por alguém cuja família jamais aceitaria alguém como ela.Mas Oliver… bem, ele não parecia se importar com as regras.E naquele dia em particular, ele decidiu testar os limites dela novamente.Layla estava sentada em um dos bancos do Hyde Park, aproveitando a brisa leve da tarde enquanto lia um livro que conseguira emprest
Layla estava ciente de que deveria evitá-lo.A conversa da noite anterior ainda ecoava em sua mente, cada palavra dita, cada promessa velada. Oliver Blackwood não era um homem qualquer. Ele era um libertino, um aristocrata, alguém que nunca deveria ter cruzado seu caminho de maneira tão íntima.E, no entanto, ali estava ela, de pé diante de um espelho gasto, tentando controlar os tremores em suas mãos enquanto se preparava para encontrá-lo novamente.A manhã estava fria, e a neblina pairava sobre as ruas como um véu fantasmagórico. Layla apertou o casaco ao redor do corpo, respirando fundo antes de sair.Ela havia concordado em vê-lo. Contra todas as probabilidades, contra todos os avisos de sua mãe e contra sua própria lógica, havia cedido ao desejo de estar perto dele novamente, num Encontro Não Tão CasualOliver a esperava em um parque discreto nos arredores da cidade, onde poucos membros da sociedade costumavam frequentar. Ele estava encostado em um velho carvalho, as mãos nos bol
Layla sempre soube que o coração era uma criatura caprichosa, volúvel e imprudente. Sua mãe a alertara diversas vezes sobre os perigos de se entregar a sentimentos tolos, especialmente quando se tratava de homens de posição elevada. "Nunca se iluda, minha menina", dissera-lhe certa vez. "Eles podem desejar, mas jamais escolherão."E, no entanto, ali estava ela, cada vez mais ciente da maneira como seus pensamentos gravitavam em torno de Oliver Blackwood.Ele era insuportável. Arrogante, teimoso e presunçoso. Mas também era perigosamente encantador quando queria.E Layla temia estar começando a ver esse lado dele com demasiada frequência.O duque, pai de Oliver, organizara um jantar, e Layla fora inesperadamente convidada—ou melhor, arrastada para o evento por Jasmine, que insistira que ela precisaria de distração. A ideia de estar entre aristocratas a deixava desconfortável, mas recusá-la teria sido impossível.O salão iluminado por centenas de velas brilhava em dourado, com as mesas