Capítulo 4

PORTO DOURADO – MAR DE PÉROLA

Quando anoiteceu, estavam em Porto Dourado, devidamente alojado em uma estalagem.

A ilha parecia uma prisão, com altos muros de pedras, portões de ferros, guardas transitando por todos os lados, diferente do que Kira se lembrava.

Se instalou em um quarto com duas camas de casal, ela dividiria uma delas com Pria, que estava muito mal, mesmo após as bebidas horríveis, ela tinha os espasmos de vez em quando, e Rubi, que apenas dormia, ficou com Ellenne. Oscar estava dividindo o quarto com o Sr. Willians, em camas separadas e Daniel permaneceu só, em um enorme quarto, o mais aconchegante de todos, assistência dos donos da estalagem.

Não se importaria de estar ali, se pudesse dividi-lo com Kira, mas como não era o caso, estava enfadonho, desejando que a noite passasse logo, mesmo relutante, deitou sobre a cama, permaneceu por certo tempo acordado, nem sequer lembrava quando adormecera, simplesmente apagou.

Durante a madrugada, próximo ao amanhecer, a porta do seu quarto foi aberta, com magia, e uma silhueta feminina adentrou, silenciosamente. Esgueirou-se por debaixo dos lençóis, se aconchegando entre os braços de Daniel.

Quando o dia amanheceu, Daniel acordou com uma sensação de estranheza, havia algo encostado em seu corpo, ao abrir os olhos, avistou Ellenne, ainda dormindo calmamente.

— Ellenne! — berrou irritado.

A garota acordou assustada, levantando rápido, encarando ao redor.

— O que aconteceu?

— Eu que deveria perguntar. — Daniel resmunga se levantando.

Ela deitou novamente, se espreguiçando sobre os lençóis macio.

— Devo ser sonambula... — disse entre bocejos.

— Tenho certeza que não, já que a porta estava trancada.  — passou as mãos pelos fios cor de mel — Saia!

Ellenne cruzou os braços, estava irritada.

— Minha irmã pode até sentir algo por você, mas ela sempre coloca centenas de obstáculos entre vocês, tudo para ela é mais importante, não é? — questiona.

— Isso é algo que não lhe diz respeito.

— Você devia seguir em frente, ao invés de continuar alimentando falsas esperanças com uma mulher que não te quer. — continuou.

Daniel se aproximou dela e a puxou bruscamente, forçando a ficar pé.

— Se você ao menos se importasse ou respeitasse sua irmã, não agiria pelas costas dela, tenho certeza de que Kira não tem conhecimento da sua presença aqui. — apertou ainda mais os braços dela — Você é uma mulher linda, apesar da semelhança com Kira, tem suas próprias características, não precisa se humilhar a homem nenhum, eles que deveriam fazer isso.

— Desculpe, Daniel...

— Apenas saia, será melhor para nós dois. — fala simplesmente.

Ela caminha até a porta, destrancando, ao abrir, avistou Kira, com o punho levantado, pronto para bater.

— Ellenne... então foi aqui que passou a noite. — ela cruzou os braços arqueando as sobrancelhas e um meio sorriso nos lábios — Foi uma noite e tanto, em?.

— Não é o que está pensando. — ela rebate.

— Dispenso explicações.

— Kira...

— Já disse que não preciso de explicações. — corta Daniel que tentou intervir — Só vim avisar que o Sombra do Oceano retornou, então irei imediatamente a procura das sereias.

 Se retirou em direção ao quarto de Oscar e Sr. Willians.

Bateu na porta, pacientemente, Oscar abrira rápido e Sr. Willians estava calçando as botas, não era do tipo que aceitava ajuda, não mais, desde que começou a sentir os efeitos da velhice, queria provar que ainda é útil, para ele mesmo, pois Kira sempre precisaria dele, mesmo que apenas para estar ao seu lado.

— Vamos embarcar, vá buscar Pria. — ordenou — Sr. Willians, consegue andar?

— Com certeza, capitã!

Tossiu por vários segundos, um som seco, igual Gibbs no porto.

Caminhou até o quarto onde dormira, encontrando Ellenne sentada ao lado de Rubi, esperando Oscar sair, para vestir suas roupas, Kira ergueu Rubi e rumou para fora, esbarrando em Daniel que a encarava apreensivo.

— Deixa que eu a levo... — recolheu Rubi e se encaminhou as escadas com a capitã logo atrás, amparando o Sr. Willians — Não acha melhor deixá-los sobre os meus cuidados?

— Passou um dia inteiro desde os primeiros sintomas, não acho que terei tempo o suficiente para trazer a cura.

— Tem razão, mas ficarei preocupado com Rubi.

— Encontrarei a bruxa mais próxima para pegar o sangue e já irei retirar o veneno da minha serpente de fogo. — comentou — A parte mais demorada será a lágrima de sereia.

Saíram pelo enorme portão de ferro, direto para o porto, embarcando no navio que esperava pacientemente.

— Coloque-a em minha cabine, tenho que verificar outros assuntos.

— Kira! — ela a chama.

— Conversamos depois, Daniel.

— Não, quero apenas dizer que estou retornando a Cristallum. — informou.

Ela apenas assentiu com a cabeça, antes de se retirar.

Suspirando, Daniel subiu a cabine, colocando Rubi sobre a cama, ao lado de Pria, cobriu seu pequeno corpo e saiu lentamente. Ellenne estava de pé no convés, usava roupas semelhantes às de Kira, porém, eram mais justas ao corpo, marcando a silhueta.

A capitã retornou do convés inferior, com uma águia negra sobre os ombros e a serpente de fogo enrolada em seu pulso. Subiu os pequenos degraus que levam ao timão e se colocou ao lado de Daniel.

— Esta é Janine, minha melhor águia... — informou — Eram duas, mas Darkson matou a outra.

— É linda...

— Ficará com você, caso precise me avisar algo. — disse passando a águia para o ombro dele — Basta colocar a carta perto e ela pegará com o bico, antes de alçar voo.

Daniel balançou a cabeça, atento a cada palavra.

— Quando não precisar dela, coloque em uma gaiola e cubra, Janine não gosta muito de luz. 

— Como devo alimentá-la?

— Não deve, a menos que queira perder um dedo. — respondeu — Solte-a durante a noite, há cada três ou quatro dias, ela vai retornar quando estiver satisfeita.

Oscar estava parado, próximo a eles, com dois frascos grandes em mãos.

— Irei te entregar parte do veneno, quando tiver o sangue, darei um jeito de enviar, da mesma forma quando encontrar as sereias. — disse — Preparem o quanto for possível, ao estar em posse dos três ingredientes, assim não serão pegos de surpresa.

Entoou algumas palavras que Daniel desconhecia e a serpente ergueu a cabeça, enquanto Oscar se aproximava com um dos frascos abertos. Encostando as presas sobre a beirada, começou a expelir o veneno de cor verde musgo.

Ao terminar, a serpente estava praticamente sem nenhuma gota do liquido escuro dentro das presas afiadas. Oscar entregou a Daniel que segurou cautelosamente, o frasco estava pesado, completamente cheio.

— Meu reino e eu ficaremos eternamente gratos. — ele a encarou nos olhos.

— Eu sei, por isso pretendo “ ajudar” os outros reinos também. — comentou com um sorriso nos lábios — Assim, terei três reis a minha disposi

Em questão dos últimos acontecimentos aconselho aos leitores que não iniciem a leitura, me recuso a continuar disponibilizando meus livros de graça e a plataforma render as minhas custas, assim como de outros autores, os capítulos foram cortados pela metade assim inviabilizando a leitura e consequentemente cortando os rendimentos.

Agradeço a compreensão de todos e preço desculpas pelos transtornos.

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