Capítulo 14

Enquanto penteava os cabelos, Kira escutou batidas na porta.

— Posso entrar? — escutou Ellenne perguntando.

— A vontade! — respondeu.

A garota entrou rápido e fechou a porta atrás de si, depois passou a observar Kira.

— Qual o problema? — a capitã questionou com as sobrancelhas arqueadas.

— Eu só queria pedir desculpas, mal tivemos tempo para conversar e eu não quero ter uma relação ruim como irmãs. — respondeu dando de ombros — Mamãe me mandou ficar, disse que eu irei te atrapalhar, então quero aproveitar nossos últimos momentos juntas.

— Não se preocupe, não estou brava com você e tenho certeza que nos veremos em breve. — colocou o pente sobre a cômoda — Sempre pensei que não desejava ter outra irmã depois de Yasmin, a experiência não foi boa, mas acho que posso me acostumar com você.

— Assim espero... — sussurrou — Mas ainda sim quero me desculpar e pedir para que tome cuidado, desejo que um dia possamos passar um tempo juntas e nos conhecer melhor, poder conviver como irmãs de verdade.

— Eu não serei uma boa irmã, acredite.

Ellenne gargalhou levemente.

— Quero te entregar algo, Eilleen.

Kira se virou para ela que segurava uma pulseira delicada, feita toda de prata, com correntes entrelaçadas entre si e alguns pequenos crânios em sua volta, feitos do mesmo material.

— É simples, mas eu fiz antes de te procurar e acabei esquecendo no meu quarto. — disse o entregando — Espero que goste.

— Parece que hoje é o dia de presentear a capitã Kira. — estendeu a mão para que Ellenne colocasse a pulseira em seu pulso.

— Acho que sim. — riu.

— Eu gostei... — apreciou a peça em contraste com o anel — Espero não perde-la, como sempre acontece.

— Ah, que bom, pensei que fosse achar exagerado! — suspirou aliviada.

Parecia querer dizer algo mais.

— Quando Petrus Bezalel nos capturou, ficamos presos em Curabituran, uma ilha em cima do casco de um enorme crocodilo, e tinham duas sereias presas, mas depois que o mostro acordou, não tive notícias delas... — comentou — Se chamam Adela e Nerissa, poderia perguntar a sua amiga rainha das sereias sobre elas?

— Posso, assim que Malesinmar aparecer.

 — Ótimo, fico aguardando, elas não eram sereias legais, mas não desejo o mal também. — disse se dirigindo a porta — Vou preparar uma cesta de comida, mama ordenou... e a propósito, está muito bonita.

Ela se retirou tão rapidamente quanto chegou.

Kira supôs que tinha adereços demais sobre o corpo, porém, não desejou tirá-los, ao menos podia lembrar que tinham pessoas preocupadas de verdade com ela, o que lhe lembrou de Amélia, a qual não visitava há tempos.

Enquanto colocava o chapéu sobre a cabeça, Leonor adentrou o quarto com um casaco preto, repleto de bordados em linhas azuis de diferentes tonalidades, na frente tinha “Kira” bordado com letras bem desenhadas em linha branca.

— Me entregue as roupas que usava, irei queimá-las. — disse colocando o casaco em cima da bolsa — Não sabe quantas maldições podem ser feitas apenas com um pedaço de tecido com seu sangue.

— Estão no quarto de banho. — ela engoliu em seco.

Leonor fora até lá e recolheu as roupas, enquanto Kira lembrava de todas as roupas e lenços manchados de sangue deixara por todos os lados onde passou, sentiu-se a pessoa mais descuidada do mundo.

— Espero que não demore a voltar. — a observou com um olhar triste.

Ela se segurava para não apertar a filha entre os braços e mantê-la protegida, para sempre, evitando que qualquer um se aproximasse, mas sabia não ser do feitio de Kira permanecer parada por muito tempo, mais uma vez veria sua filha tirada de si por culpa de Petrus Bezalel.

— Tem esperanças que sobrevivamos? — Kira questionou.

— Confio em você, filha, sei do que é capaz, basta apenas que saiba também e use isso a seu favor.

Ela apenas riu, sem entender bem o que a mãe quisera dizer.

— Preciso ir, antes que Petrus queira incendiar a ilha toda. — disse guardando o casaco na bolsa que colocou sobre o ombro.

A mulher se aproximou cautelosa e lhe deu um abraço rápido, mas Kira se sentiu acolhida e protegida.

— De novo peço para que tome cuidado...

— Irei tomar! — sussurrou.

Elas saíram do quarto, rumo a porta da frente onde Oscar segurava uma grande caixa e Sr. Willians carregava uma bolsa pequena.

— Estamos prontos, capitã. — disseram juntos.

— Essa é a “cesta” de comida? — Kira questionou.

— Achei que precisariam bem mais do que uma simples cesta. — Leonor respondeu.

Kira deu de ombros e começou a caminhar, mas foi parada por Ellenne que a abraçou forte.

 — Se um dia precisar de mais uma mulher no navio, estou à disposição. — brincou.

— Pode deixar... — sorriu — Estarei de volta antes que sintam minha falta, há muito que quero saber.

Voltou a caminhar sendo seguida pelos dois. Na porta, Leonor a encarava com os olhos atentos, acreditava que nunca mais fosse ver a filha de novo.

O caminho de volta fora bem mais comprido, descer as escadas não pareceu tão fácil, já que as mesmas estavam escorregadias por causa da umidade da neblina que avançava pela ilha. No navio, Petrus os aguardava impaciente, se demorassem mais um pouco para aparecerem com certeza ele teria marchado com seus marujos escada acima.

Adentraram rapidamente sendo observados pelo capitão.

— Foram fazer compras? — questionou cruzando os braços.

— Seu senso de humor é adorável. — Kira debochou — Foram prese

Em questão dos últimos acontecimentos aconselho aos leitores que não iniciem a leitura, me recuso a continuar disponibilizando meus livros de graça e a plataforma render as minhas custas, assim como de outros autores, os capítulos foram cortados pela metade assim inviabilizando a leitura e consequentemente cortando os rendimentos.

Agradeço a compreensão de todos e preço desculpas pelos transtornos.

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