Opala Insula
Quando o capitão Petrus acordou no dia seguinte, havia uma fogueira ao seu lado e os dois marujos dormiam ainda profundamente. Observando a sua volta não encontrou nenhum sinal de Kira ou de Malesinmar, vasculhou pelos lados, chamou por ela, mas sem resposta alguma.
Berrou alto assustando Sr. Willians e Oscar, que levantaram rápido.
— Onde está a sua capitã? — questionou irritado.
— Não sabemos, ela estava aqui quando adormecemos. — Sr. Willians respondeu.
Insatisfeito, Petrus caminhou por entre as árvores de volta a praia, tentando encontrar alguma pista sobre a capitã. Sr. Willians e Oscar o acompanharam ainda sonolentos, porém, bastante preocupados com a situação. Chegando a areia branca, encontraram Malesinmar vagando de forma débil, com as mãos sobre a cabeça tapando os olhos do sol da manhã.
— KIRAAA! — berrou fazendo-os tapar os ouvidos — KIRAAA!
— Parece que ele também está procurando pela capitã. — Oscar disse engolindo em seco.
— Eu sabia, ela sumiu porque tem culpa na maldição. — Petrus resmungou — Nunca devia ter confiado em uma mulher.
— Não posso permitir que pense mal da capitã Kira, tenho certeza de que ela não sumiu de propósito, não é do seu feitio. — Sr. Willians inflou o peito.
Petrus o encarou com uma carranca de raiva.
— Então o que aconteceu? — questionou.
— Podemos perguntar a Malesinmar. — Oscar responde.
Se aproximaram da criatura que ainda vagava pela praia, berrando por Kira.
— Sabe onde está a nossa capitã? — Sr. Willians perguntou.
— Kira acende fogo e depois procura por comida. — respondeu — Malesinmar não vê mais...
— Temos que procura-la no porto e nos comércios, ela estava com uma bolsa de pedras preciosas, deve ter ido comprar. — ele comentou esperançoso.
— Acho que não... — Oscar apontou para uma pequena bolsa jogada sobre os arbustos.
Rapidamente a recolheram e verificaram que era de Kira, estava com as pedras preciosas, a adaga e os frascos.
— Isso não é nada bom. — Sr. Willians resmunga.
— KIRAAAAAA! — Malesinmar correr para dentro da água.
A criatura estava agitada enquanto batia os braços, como se procurasse algo. Logo retornou com um chapéu em mãos, o mesmo que Kira usava antes de desaparecer, e perceberam que escorria água com sangue dele.
— E se Magnainfernum a tiver levado? — Petrus questionou coçando o queixo.
— A capitã não seria tão estúpida de se pôr em perigo. — Sr. Willians respondeu.
— Melhor procurar no comércio então, se ela passou por lá, alguém deve se lembrar. — Petrus deu de ombros.
O clima estava tenso, se quem procurava por Kira conseguiu a sua vingança, não sabiam o que poderia acontecer dali para frente.
— Malesinmar procura na água. — se retirou com pressa.
Sr. Willians dobrou o chapéu da capitã e guardou dentro da bolsa.
— Nós procuramos no porto primeiro, será mais fácil de alguém lembrar de tê-la visto. — ele informou.
— Tanto faz, apenas vamos logo. — Petrus resmungou.
Caminharam por entre a areia para chegar até a escada lateral que os levaria ao porto. O local tinha pouca movimentação, passaram a perguntar para todos ali se a tinham visto, mas ninguém se lembrava de ver Kira. Sr. Willians decidiu então ir rumo ao comércio, uma parte das lojas estavam fechadas, mas ainda alguns tentavam sobreviver mantendo seus negócios abertos, as vendas haviam caído muito com a chegada da maldição.
Os três se separaram para ser mais rápida a sua busca, estavam começando a achar que Kira havia realmente sido levada por alguém, ou já teria aparecido, tirando-os desses maus devaneios.
Sr. Willians tentava parecer calmo, mas seu desejo era encontrar sua capitã viva, ela era do tipo que não seria sequestrada tão facilmente, teria deixado alguma pista sobre seu paradeiro e desacreditava mais ainda que Kira os tivesse deixado ali e partido para longe.
— Esse marujo disse que viu Kira. — Petrus disse puxando um garoto magricela.
— Eu... eu... eu a vi mais cedo... antes das lojas... abrirem. — o rapaz gaguejava amedrontado.
Sus olhos encaravam Petrus com certo receio.
— Diga para onde ela foi? — Petrus questionou.
— Para o outro lado da ilha. — disse num fio de voz — Ela queria encontrar alguma coisa, ou alguém, eu não entendi.
— Tem certeza que era a capitã Kira? — Sr. Willians questionou desacreditando — Cabelos negros, pele pálida, olhos azuis e um pouco arrogante?
O rapaz engoliu em seco.
— Sim, menos pela arrogância. — responde — Ela parecia confusa e assustada, disse que iria vê-lo logo.
— Ver quem? — Petrus berrou.
— Não sei, eu juro, foi apenas isso que ela disse antes de sair correndo...
— E o que você fazia àquela hora aqui no comércio? — Oscar estava desconfiado.
— Eu não tenho para onde ir, nem ouro ou quaisquer recursos.
Petrus jogou o garoto ao chão e começou a caminha.
— Vamos para o outro lado da ilha!
— Es... espera! — gaguejou se levantando — O senhor prometeu que eu poderia acompanha-los em troca de comida e um lugar para dormir.
— Eu prometo muitas coisas. — Petrus coçou o queixo antes de voltar a caminhar.
— Se prometeu, tem que cumprir! — Sr. Willians suspirou.
Acenou com a cabeça indicando que o rapaz devia segui-los.
Os quatro voltaram a praia, caminhando próximos as árvores para fugir do sol da manhã. A areia começava a esquentar, mas isso não lhes importava, quanto antes encontrassem Kira, poderiam continuar sua investigação e traçar um novo plano.
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Cristallum
Daniel e Léia estavam comemorando sua união, teriam pouco tempo de descanso antes que Daniel tivesse que retornar a seus afazeres reais. Sem preocupações aparentes, limitavam-se a permanecer deitados sobre a cama trocando caricias e beijos apaixonados.
— Eu sabia que se renderia a mim, majestade. — Leia disse em tom brincalhão.
— Parece que é bem mais sábia do que eu. — deu-lhe um longo beijo — Minha rainha, espero que o filho em seu ventre seja outro menino.
— De forma alguma, desejo uma menina dessa vez.
Ele gargalhou alto, antes de serem interrompidos com batidas na porta.
— Daniel, precisamos da sua presença urgente! — seu pai berrou.
Pela voz parecia eufórico, por isso Daniel levantou-se rapidamente e vestiu suas roupas.
— Já estou a caminho. — disse aflito.
Seja lá o que fosse, não deveria ser coisa boa, combinaram que seu
Em questão dos últimos acontecimentos aconselho aos leitores que não iniciem a leitura, me recuso a continuar disponibilizando meus livros de graça e a plataforma render as minhas custas, assim como de outros autores, os capítulos foram cortados pela metade assim inviabilizando a leitura e consequentemente cortando os rendimentos.
Agradeço a compreensão de todos e preço desculpas pelos transtornos.
Opala Insula Levaram horas para dar a volta na ilha, mas nenhuma pista de Kira fora encontrada, nem mesmo outro objeto que pertencia a ela, indicando que estavam no cainho certo. Seus estômagos roncavam e já se encontrava bastante cansados devido a longa caminhada debaixo do sol quente. Petrus era o único que se mantinha firme, sem reclamar da enorme fome, ele queria encontrar Kira logo, se o garoto estava certo, o lugar era aquele, percorreram tudo, a única “passagem visível” pelo meio da mata era a de frente onde estavam parados. — Devíamos ter comprado algo para comer, antes de vir. — Sr. Willians disse pela décima vez. — Eu já entendi que são um bando de maricas, mas temos problemas maiores. — Petrus resmungou. — Se me permite dizer, nem ao menos gosta da capitã! — Ela é minha filha acima de tudo, e tem um navio, recursos... — deu de ombros — O mínimo que pode fazer é me recompensar pela perda do meu navio.
Enquanto Sr. Willians e Eliaquim se distanciavam cada vez mais, Oscar observava a linha do horizonte a procura de vislumbrar o Sombra do Oceano. — Eu sabia que teria problemas se fosse atrás de Kira, mas não imaginei que fossem tantos... — Petrus comentou. Ainda estava deitado, tirara o casaco para cobrir seu rosto da claridade. — Lembra que tentou matar ela? — Oscar questionou. — Isso é o de menos, Kira atraiu uma criatura mitológica para o meu navio. Oscar suspirou sem saber o que responder, a forma como Petrus pensava era intrigante. — Por que mudou de ideia, capitão? — Sobre o quê? — Sobre acusar Kira da maldição. Ele levantou o casaco para observar o marujo, que nem ao menos lhe olhava. — Não é bem assim, apenas quis ser justo, além disso, uma mulher que consegue me enfrentar sem medo merece respeito, não acha? — questionou. — A capitã costuma sentir mais ódio do qu
Turturem A lama sob seus pés e as pedras pelo caminho transformou em uma longa caminhada, o que poderia ter sido feito em quinze minutos, caso as condições fossem melhores. — Diabos de lugar imundo, essa é a pior humilhação que já passei na minha vida. — Petrus resmungou irritado — Quando eu encontrar o responsável por essa maldição, irei estrangulá-lo com minhas próprias mãos. Demoraria um pouco mais para o amanhecer, teriam que se contentar em permanecer ao ar livre. Chegando as ruas de pedras, que compunha metade da parte comerciante de Turturem, avistaram os mortos vivos vagando de um lado para o outro, em grande quantidade. Mesmo tentando se manterem longe das vistas, acabaram por ter sua localização entregue quando Petrus xingou alto. Sr. Willians queria cortar a garganta do capitão, mas sabia não ter força para isso e tinham coisas maiores para se preocupar. Dispararam pelo mesmo caminho que vieram, de volta a p
Ellenne caminhava com dificuldade enquanto carregava o baú, parecia pesa uma tonelada, mal conseguiu sair da cabine antes de o derrubar ao convés, próximo ao Sr. Willians. Oscar caminhou até ela com pressa, a ajudando a recolher as moedas de ouro que se espalharam. A garota sentiu-se ligeiramente envergonhada, queria se esconder no primeiro buraco que encontrasse, porém, tentou manter o semblante calmo e despreocupado. — Devia ter me chamado. — Oscar disse levantando o baú — Eu assumo daqui. Lhe deu uma piscadela discreta antes de se afastar. Ela respirou fundo antes de retornar a cabine do capitão, voltou ao seu trabalho, não demorou tanto quanto imaginava para ajustar a calça a camisa e o caso que encontrara, outrora pertencidos a Kira enquanto ainda comandava o Pesadelo Marinho. Sentiu o balanço do navio diminuindo, levantou para acordar Rubi que mesmo relutante abriu os olhinhos cansados. — A roupa está pronta, vou esperar lá fora.
Petrus acabou por beber ainda mais e desmaiou na proa do navio sobre o próprio vômito, suas roupas molhadas de rum e várias garrafas caídas ao redor, algumas quebradas. — Fique atenta a qualquer movimento suspeito, Ellenne, não sabemos quanto tempo iremos retornar. — Sr. Willians disse antes de descer pela prancha. Ela assentiu enquanto observava os três caminhando em direção a padaria. Não demorou muito para que eles sumissem de vista, como Rubi já estava dormindo, ela permaneceu perto da porta e Malesinmar se encolhera perto do timão, as vezes balbuciava chiados desconexos em tom baixo, mas a maior parte do tempo ficava em silencio. Ellenne sentou ao chão pensativa, a preocupação com a irmã era evidente, havia dito a sua mãe que retornaria em breve, mas agora só queria encontrar Kira. Sr. Willians, Oscar e Eliaquim se esgueiravam pelos fundos da padaria, ainda havia movimentação do lado de dentro, algumas velas acessas indicavam isso, além d
— Então por que está nos ajudando? — Rubi questiona a Calysto. — Não estou ajudando vocês, estou ajudando a capitã Kira. — Certo, então vamos logo cada um seguir o lado que precisa. — Sr. Willians cortou o assunto — Rubi terá que ir com Ellenne, será mais seguro para ela estar com a rainha das sereias. Assentindo, as duas descem da canoa para o mar gelado, sendo amparadas pelas sereias. Calysto segura a pequena Rubi, enquanto uma das servas apoia Ellenne, as outras três se posicionam atrás da canoa a guiando rumo a Ilha de Vinhas em alta velocidade. — Segure-se em meus ombros. — Calysto instrui a Rubi — Será mais fácil para mim. Quando a garotinha acata as ordens da rainha, e Ellenne faz o mesmo com a outra sereia, elas disparam nadando rapidamente na direção oposta, retornando a Nebula Insula, em busca da mãe da capitã Kira. — Ser uma sereia parece muito legal. — Rubi comenta sorrindo — Eu adoraria ser uma. — Tem certe
TRÊS ANOS ANTES – PRISÃO DE BELLUM A cela fétida e escura, no subterrâneo das minas de ferro do reino, abrigava apenas uma prisioneira, uma mulher de face amarga. Seus dias resumiam-se a murmurar e proferir maldições, o coração endurecido tomado pelo extremo rancor, desejava mais do que tudo sair daquele lugar, esperava pacientemente um momento crucial, onde escaparia torando seus sonhos realidades. Ela levantou-se do chão ao escutar passos próximos, queria saber quem era, talvez conseguisse fugir, passara sete anos trancafiada naquele maldito buraco por causa de um erro que acabara por cometera, culpava uma garotinha de cabelos negros e olhos azuis, a mesma que roubara o seu navio, o Sombra do Oceano, o qual desejou durante anos. se esforçou muito para encontrar a localização do velho navio amaldiçoado, fez planos de se tornar não apenas a bruxa mais poderosa de todas, mas uma capitã de um navio pirata, leva
REINO DE CRISTALLUM– PALACIO REAL. A festa em comemoração ao ano novo que viria dentro de alguns minutos se tornava cada vez mais animada. Apesar das falsas amizades era possível ver nos olhos de cada um o desejo de um começo de ano repleto de muita sorte, esperança e sem acontecimentos estranhos e desastrosos como o antigo. O rei Daniel, recepcionava a todos, acompanhado de seus pais... Estava tudo dando certo para eles, nada podia estragar essa festa maravilhosa. O príncipe Carter com sua esposa a duquesa Yasmim, brincavam com seu filho primogênito, a felicidade do casal, a recente nomeada arquiduquesa Léia, passava a mão carinhosamente sobre sua enorme barriga, enquanto observava o rei. O fim de ano tinha sido calmo para todos, porém isso estava prestes a mudar... — Preparem-se para a contagem regressiva! — o rei gritou animado. Todos se puseram em seus lugares, era chegada a hora de comemorar a vinda de um ano de ouro... Ou talvez de sombras! — Talvez você veja que ela nunc