Enquanto Sr. Willians e Eliaquim se distanciavam cada vez mais, Oscar observava a linha do horizonte a procura de vislumbrar o Sombra do Oceano.
— Eu sabia que teria problemas se fosse atrás de Kira, mas não imaginei que fossem tantos... — Petrus comentou.
Ainda estava deitado, tirara o casaco para cobrir seu rosto da claridade.
— Lembra que tentou matar ela? — Oscar questionou.
— Isso é o de menos, Kira atraiu uma criatura mitológica para o meu navio.
Oscar suspirou sem saber o que responder, a forma como Petrus pensava era intrigante.
— Por que mudou de ideia, capitão?
— Sobre o quê?
— Sobre acusar Kira da maldição.
Ele levantou o casaco para observar o marujo, que nem ao menos lhe olhava.
— Não é bem assim, apenas quis ser justo, além disso, uma mulher que consegue me enfrentar sem medo merece respeito, não acha? — questionou.
— A capitã costuma sentir mais ódio do que medo. — ele deu de ombros — Mesmo que estivesse receosa em te enfrentar, o faria de cabeça erguida.
— Então você me entende, foi esse um dos motivos de ter mudado de ideia, e também percebi que ela daria uma bela substituta, tem pulso firme, é mandona e mal humorada.
— Grande definição...
— Há quanto tempo faz parte da tripulação de Kira?
— Uns onze anos, mais ou menos, pouco tempo depois dela se tornar capitã, na época comandava o Pesadelo Marinho. — respondeu — Mas eu já era marujo há um certo tempo.
— O navio de Julius Black... — disse se levantando — Se meu navio não voltar, acho que irei reivindicar o Pesadelo Marinho, o mínimo pelo que Julius me fez.
Um vento fraco começou a soprar, porém, era quente, não ajudava a refrescar o calor.
— Sou nove anos mais velho que a capitã Kira, mas posso afirmar que não teria passado por metade do que ela passou se estivesse em seu lugar. — continuou — A seguirei por onde for, a capitã salvou a minha vida e me recrutou para a sua tripulação sem nem mesmo se preocupar com meu passado, me tornou o seu braço esquerdo, bom, o direito já estava ocupado pelo Sr. Willians.
Ele riu levemente ao recordar de quando se conheceram.
— Então aquele marujo velho está com ela desde o início?
— Pelo que eu sei, o Sr. Willians fazia parte da tripulação de Julius Black.
— Interessante...
Petrus iria dizer algo, porém, foi interrompido por Oscar que levantou-se abruptamente encarando o mar.
— É o Sombra!
O navio rumava em direção a ilha a toda velocidade, ao aproximar-se deu a volta e continuou navegando pelos arredores da ilha. Os dois dispararam a correr atrás dele, mal conseguiam manter o ritmo, mas ao menos desejavam mantê-lo sobre suas vistas.
Pararam abruptamente ao avistar um grupo de piratas próximos da água, esperando o navio que relutante ancorou e esperou que se aproximassem. Mesmo de longe conseguiram presenciar a cena do corpo de Kira sendo erguido por um marujo alto e corpulento, o qual subiu para o navio sem nenhuma dificuldade, sumindo do campo de visão deles.
— Isso não é nada bom... — Oscar sussurrou.
Mesmo longe se mantiveram escondidos pelas árvores.
— Contei pelo menos cinquenta, não daríamos conta nem se fossem em vinte. — Petrus resmungou — Deixamos que a leve ou entregamos nossa localização correndo o risco de sermos capturados ou mortos.
— Eu sei onde o Pesadelo Marinho fica ancorado, se conseguirmos que algum mercador nos leve até Cristallum, ao menos teremos nosso próprio navio.
— Do que adianta se eles já terão sumido de vista? — questionou irritado.
— Apenas devemos gravar a direção que eles tomarão, então quando tivermos um navio, saberemos por onde começar. — respondeu — Ou isso ou nada, ninguém aqui vai nos entregar um navio de mão beijada.
— Tudo bem, então preste bastante atenção. — resmungou — Se continuarem reto, estão indo para o Oceano Fantasma, se voltarem é a direção de Bellum e o norte indica Cristallum.
— Também podem dar a volta e permanecer no Oceano Escuro, assim saberemos que irão para alguma ilha pirata, muito provavelmente alguma não catalogada, são sempre as escolhidas como esconderijo. — Oscar complementou.
— Ótimo raciocínio marujo. — Petrus estalou a língua.
Quando o último pirata adentrou o navio, partiram justamente dando a volta na ilha, os dois seguira-os o máximo que conseguiram, a ponto de vê-los navegando pelo Oceano Escuro.
Agora precisavam de um navio que estivesse disposto a lev
Em questão dos últimos acontecimentos aconselho aos leitores que não iniciem a leitura, me recuso a continuar disponibilizando meus livros de graça e a plataforma render as minhas custas, assim como de outros autores, os capítulos foram cortados pela metade assim inviabilizando a leitura e consequentemente cortando os rendimentos.
Agradeço a compreensão de todos e preço desculpas pelos transtornos.
Turturem A lama sob seus pés e as pedras pelo caminho transformou em uma longa caminhada, o que poderia ter sido feito em quinze minutos, caso as condições fossem melhores. — Diabos de lugar imundo, essa é a pior humilhação que já passei na minha vida. — Petrus resmungou irritado — Quando eu encontrar o responsável por essa maldição, irei estrangulá-lo com minhas próprias mãos. Demoraria um pouco mais para o amanhecer, teriam que se contentar em permanecer ao ar livre. Chegando as ruas de pedras, que compunha metade da parte comerciante de Turturem, avistaram os mortos vivos vagando de um lado para o outro, em grande quantidade. Mesmo tentando se manterem longe das vistas, acabaram por ter sua localização entregue quando Petrus xingou alto. Sr. Willians queria cortar a garganta do capitão, mas sabia não ter força para isso e tinham coisas maiores para se preocupar. Dispararam pelo mesmo caminho que vieram, de volta a p
Ellenne caminhava com dificuldade enquanto carregava o baú, parecia pesa uma tonelada, mal conseguiu sair da cabine antes de o derrubar ao convés, próximo ao Sr. Willians. Oscar caminhou até ela com pressa, a ajudando a recolher as moedas de ouro que se espalharam. A garota sentiu-se ligeiramente envergonhada, queria se esconder no primeiro buraco que encontrasse, porém, tentou manter o semblante calmo e despreocupado. — Devia ter me chamado. — Oscar disse levantando o baú — Eu assumo daqui. Lhe deu uma piscadela discreta antes de se afastar. Ela respirou fundo antes de retornar a cabine do capitão, voltou ao seu trabalho, não demorou tanto quanto imaginava para ajustar a calça a camisa e o caso que encontrara, outrora pertencidos a Kira enquanto ainda comandava o Pesadelo Marinho. Sentiu o balanço do navio diminuindo, levantou para acordar Rubi que mesmo relutante abriu os olhinhos cansados. — A roupa está pronta, vou esperar lá fora.
Petrus acabou por beber ainda mais e desmaiou na proa do navio sobre o próprio vômito, suas roupas molhadas de rum e várias garrafas caídas ao redor, algumas quebradas. — Fique atenta a qualquer movimento suspeito, Ellenne, não sabemos quanto tempo iremos retornar. — Sr. Willians disse antes de descer pela prancha. Ela assentiu enquanto observava os três caminhando em direção a padaria. Não demorou muito para que eles sumissem de vista, como Rubi já estava dormindo, ela permaneceu perto da porta e Malesinmar se encolhera perto do timão, as vezes balbuciava chiados desconexos em tom baixo, mas a maior parte do tempo ficava em silencio. Ellenne sentou ao chão pensativa, a preocupação com a irmã era evidente, havia dito a sua mãe que retornaria em breve, mas agora só queria encontrar Kira. Sr. Willians, Oscar e Eliaquim se esgueiravam pelos fundos da padaria, ainda havia movimentação do lado de dentro, algumas velas acessas indicavam isso, além d
— Então por que está nos ajudando? — Rubi questiona a Calysto. — Não estou ajudando vocês, estou ajudando a capitã Kira. — Certo, então vamos logo cada um seguir o lado que precisa. — Sr. Willians cortou o assunto — Rubi terá que ir com Ellenne, será mais seguro para ela estar com a rainha das sereias. Assentindo, as duas descem da canoa para o mar gelado, sendo amparadas pelas sereias. Calysto segura a pequena Rubi, enquanto uma das servas apoia Ellenne, as outras três se posicionam atrás da canoa a guiando rumo a Ilha de Vinhas em alta velocidade. — Segure-se em meus ombros. — Calysto instrui a Rubi — Será mais fácil para mim. Quando a garotinha acata as ordens da rainha, e Ellenne faz o mesmo com a outra sereia, elas disparam nadando rapidamente na direção oposta, retornando a Nebula Insula, em busca da mãe da capitã Kira. — Ser uma sereia parece muito legal. — Rubi comenta sorrindo — Eu adoraria ser uma. — Tem certe
TRÊS ANOS ANTES – PRISÃO DE BELLUM A cela fétida e escura, no subterrâneo das minas de ferro do reino, abrigava apenas uma prisioneira, uma mulher de face amarga. Seus dias resumiam-se a murmurar e proferir maldições, o coração endurecido tomado pelo extremo rancor, desejava mais do que tudo sair daquele lugar, esperava pacientemente um momento crucial, onde escaparia torando seus sonhos realidades. Ela levantou-se do chão ao escutar passos próximos, queria saber quem era, talvez conseguisse fugir, passara sete anos trancafiada naquele maldito buraco por causa de um erro que acabara por cometera, culpava uma garotinha de cabelos negros e olhos azuis, a mesma que roubara o seu navio, o Sombra do Oceano, o qual desejou durante anos. se esforçou muito para encontrar a localização do velho navio amaldiçoado, fez planos de se tornar não apenas a bruxa mais poderosa de todas, mas uma capitã de um navio pirata, leva
REINO DE CRISTALLUM– PALACIO REAL. A festa em comemoração ao ano novo que viria dentro de alguns minutos se tornava cada vez mais animada. Apesar das falsas amizades era possível ver nos olhos de cada um o desejo de um começo de ano repleto de muita sorte, esperança e sem acontecimentos estranhos e desastrosos como o antigo. O rei Daniel, recepcionava a todos, acompanhado de seus pais... Estava tudo dando certo para eles, nada podia estragar essa festa maravilhosa. O príncipe Carter com sua esposa a duquesa Yasmim, brincavam com seu filho primogênito, a felicidade do casal, a recente nomeada arquiduquesa Léia, passava a mão carinhosamente sobre sua enorme barriga, enquanto observava o rei. O fim de ano tinha sido calmo para todos, porém isso estava prestes a mudar... — Preparem-se para a contagem regressiva! — o rei gritou animado. Todos se puseram em seus lugares, era chegada a hora de comemorar a vinda de um ano de ouro... Ou talvez de sombras! — Talvez você veja que ela nunc
Dois anos depois – Em algum lugar do Mar Turbulento O Sombra do Oceano navegava com certa dificuldade pelo Mar Turbulento, no Oceano Fantasma. A capitã Kira observava a tudo com certo interesse, havia explorado aquelas águas com determinação, enfrentando criaturas místicas, o que para ela não eram grandes surpresas, tinha Magnadaemon como bichinho de estimação, e já obterá controle sobre outros. O Mar Assombrado não lhe tinha sido muito atrativo, mas ali onde estava, com as ondas gigantes tentando afundar seu navio, aquilo sim era emoção. Adorava a sensação de não saber o que viria, do coração acelerado, a cada nova investida violenta do mar, desejando sempre mais e mais. Iriam retornar logo para Turturem, já estava quase sem suprimentos, os quais duraram menos do que o previsto. Pretendiam passar mais tempo navegando, Kira tentaria encontrar o Oceano Infernal, aquele que nenhum pirata até aquele momento, conseguira encontrar. Mesmo todos acreditando ser apenas um mito, ela sentia
Na manhã seguinte, antes de amanhecer, Kira saíra da cabine do capitão e caminhou até a proa, observando o mar. Não dormira, passara a noite sentada sobre a cadeira, encarando o mar, entre curtos cochilos e longos suspiros, pressentia vibrações ruins e o Pesadelo Marinho estava inquieto, o que a irritava muito. Logo, Sr. Willians aparece ao seu lado, ainda sonolento. — Não conseguiu dormir, capitã? — questionou entre bocejos. — E pelo visto nem você... Estava tudo calmo, ela se encheu de preocupação, àquela hora, deveriam ter alguns barcos atracando no porto, ou pelo menos Gibbs já estaria se preparando para vender suas mercadorias. — Está um clima estranho. — comentou — Até para os padrões de Turturem. — Sim, mas creio que logo estaremos a par de tudo. — Sr. Willians se move até o mastro principal, onde Oscar estava parado. Kira se dirigiu aos degraus que levam ao convéns inferior, se deparando com uma Pria sonolenta, subindo os mesmos. — Já está muito tarde? — questionou. —