Capítulo 9

O navio do capitão Petrus Bezalel navegava impetuoso sobre o mar, sem se preocupar com nada ao seu redor.

Sr. Willians tentava manter-se acordado, mas estavam exaustos, sentia a doença regredindo com força e a pequena Rubi permanecia desfalecida. Sentia-se triste pela menina, tinha muito o que viver, mal foi liberta das maldades de Darkson, se viu no meio de algo pior.

Não sabia aonde estavam nem para onde iam, o caminho parecia familiar, mas ao mesmo tempo tinha certas dúvidas. A frente estendia-se uma pequena ilha, nunca avistara aquela ilha antes, a vegetação era diferente de todo o antigo mundo, com várias árvores gigantescas, onde as folhas brilhavam. Penetraram por uma entrada na lateral, e eles podiam sentir como se ela estivesse viva, e de fato estava, não passava de um enorme crocodilo adormecido.

— Bem-vindos a Curabituran! — Petrus dizia encarando a sua frente.

A caverna era enorme, com algumas construções, caixas de suprimentos, barris cheios de rum e enormes gaiolas com grossas barras de ferro.

Aportaram em uma doca pequena, e logo os homens foram descendo, carregando caixas grandes e pesadas. Os quatro foram levados para fora do navio, onde Petrus recolheu o corpo de Rubi e desapareceu entre as construções. Sr. Willians, Ellenne e Oscar foram trancados nas gaiolas e pendurados acimas de pedras pontudas, a uma altura, que se caíssem, teriam uma morte dolorosa.

— O que vão fazer com Rubi? — Ellenne questionou em sussurros.

— Não sei, talvez jogue o corpo dela em alguma cova. — Sr. Willians respondeu temeroso.

Desejava que sua capitã estivesse ali, sempre tinha uma carta na manga, não importava a situação ou o grau de dificuldade.

O capitão retornou com uma pequena cuia em mãos, ordenou que descessem Sr. Willians, entregando o recipiente a ele, que encarou o liquido desconfiado de seu conteúdo e serventia.

— Lágrimas de sereia, veneno da serpente de fogo e o sangue de uma bruxa. — disse diante da recusa do velho marujo — A menos que queira morrer e retornar como uma alma amaldiçoada, sugiro que beba.

O fez, lentamente, tentando não vomitar diante do gosto intragável.

— A criança ficará bem, desde que sigam minhas ordens. — encarou o três — O grandão se juntará a tripulação e será como meus homens, o velho trabalhará com a contagem dos saques e distribuição igual entre os marujos e a garota ficará disponível caso alguém solicite seus serviços femininos, se é que me entende.

Gargalhou alto, percebendo o quanto deixara-os bravos.

Sr. Willians foi intimado a começar seu trabalho imediatamente, Oscar começou a carregar as pesadas caixas, empilhando em um só canto, junto com a tripulação do capitão. Ellenne não sabia o que fazer, começou a caminhar pelos fundos das construções, com cuidado para não ser pega, queria encontrar uma forma de fugir daquele lugar, com os outros, sem levantar suspeitas.

Não tinha muito o que ver, apenas pedras e mais pedras, buracos, poças de águas.

Suspirou insatisfeita, queria ser como sua irmã e pensar em uma solução tão facilmente quanto ela, para o problema que tinha em mãos.

Enquanto todos estavam ocupados, continuou adentrando a caverna, encontrando uma passagem estreita e longa, parcialmente escurecida, dificultando a visão sobre o que havia mais adiante. Não aparentava ter algo de útil, mas todo esforço era válido, esperava se surpreender ao final. Acabou em outra caverna, muito menor que a de onde viera, o teto era baixo e o chão muito escurecido, sem prestar atenção onde pisava, acabou por cair em buraco, não muito fundo, mas o suficiente para provocar dores, e ralara as mãos e o antebraço, durante a queda, causando ardências.

Era só o que lhe faltava, pensava furiosa, ficar presa em um buraco escuro, sabe-se lá com o que, à espreita.

Avistou alguma coisa cintilante, engatinhou lentamente até lá, percebendo que o chão ficava mais úmido, e logo estava com as mãos sobre uma poça de água.

Algo segurou seu pulso, forte, a fazendo gritar desesperada e se sacudir, seja lá o que fosse, não podia ser boa coisa, estando no escuro e dentro da água. Por um momento, temeu ser a mesma criatura que levara Kira.

— Acalme-se! — escutou uma voz suave dizer.

Ficou quieta, e logo percebeu duas figuras cintilarem, eram sereias, belas e curiosas.

— Quem é você? — uma delas questionou.

Ellenne engoliu em seco, sabia da fama delas.

— Eu sou Adela e essa é Nerissa. — insistiu observando-a.

— Você me lembra a capitã Kira. — Nerissa comenta.

— Somos irmãs. — respondeu —— Me chamo Ellenne.

As duas se encararam surpresas.

— Que sorte a sua, mas não tem metade da beleza da capitã. — Adela a encara sorrindo.

Ellenne ficou constrangida, porém, preferiu não prolongar o assunto.

— O que fazem aqui? — questionou sentando-se.

— Podíamos perguntar a mesma coisa. — Nerissa rebate.

— O capitão Petrus Bezalel afundou o navio de Kira, e ela foi levada por uma criatura marinha, enquanto nós fomos feitos de refém. — respondeu impaciente.

— Como era essa criatura?

— Olhos roxos, membranas nas mãos, aparência assustadora e muito insistente.

— É Malesinmar. — Adela b**e palmas de felicidade — Nossa rainha o mandou a procura da capitã Kira, há meses.

Ellenne estava confusa.

— Ele não queria matar Kira?

— Não, sua boba, Malesinmar só ataca se for atacado. — Nerissa riu debochando — Se a capitã está com Calypso, nem ficaremos muito tempo neste buraco minúsculo e escuro.

— Kira estava muito doente e machucada, não tenho certeza se poderá fazer algo por nós por enquanto.

As sereias se encararam.

— Ela precisa, Petrus está nos mantendo aqui desde que nos “salvou”. — Adela tinha um tom mais ríspido.

— As salvou de quê, exatamente?

Magnainfernum! — ela estremeceu apenas por fala

Em questão dos últimos acontecimentos aconselho aos leitores que não iniciem a leitura, me recuso a continuar disponibilizando meus livros de graça e a plataforma render as minhas custas, assim como de outros autores, os capítulos foram cortados pela metade assim inviabilizando a leitura e consequentemente cortando os rendimentos.

Agradeço a compreensão de todos e preço desculpas pelos transtornos.

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