Olívia Abertton é doce, engraçada e carinhosa, “a menina dos olhos” de seu pai, Ernest Abertton, mesmo sendo filha de um relacionamento fora do casamento. Gabe Clifford é o CEO da maior indústria farmacêutica do mundo. Inteligente, sagaz, um homem sem coração, capaz de tudo para alcançar o que deseja. Ele levou anos preparando sua vingança contra os Abertoon. Ela seguiu sendo bondosa e alegre, mesmo quando tudo ao seu redor parecia desabar. Ele queria destruí-la para saborear cada lágrima de Ernest Abertton, o homem a quem dedicou sua vida para ver sofrer. Ela era apaixonada pelo irmão dele. Ele montou a teia e ela era a presa. O que Gabe não sabia era que a vingança poderia ser muito mais doce do que imaginava. Olívia, por sua vez, jamais imaginou que poderia existir alguém tão sem escrúpulos e coração como aquele homem. Um desejo de vingança maior que tudo. Uma mulher decidida a mudar seu destino. Um casamento tratado como negócio. Ele a usou como forma de vingança contra o homem que mais odiava. Só não esperava que conhecê-la seria seu pior castigo.
Ler maisDesta vez Gabe era inocente, embora tivesse sido o primeiro a mencionar a culpa do meu pai quanto ao meu passado, que até então eu me recusava a aceitar.- Não... Só estou aqui... “Divagando”. – Usei a mesma palavra que ele.- Coração, você é tudo para mim! – ele me abraçou de novo.- No que está trabalhando?- Eu... Estou montando um projeto para uma concessionária de rodovias que está em crescimento. – Pareceu empolgado.Será que ele realmente estava trabalhando e se envolveu com alguma mulher somente depois que saiu do trabalho?Na manhã seguinte, Jai avisou que o exame de irmandade estava agendado para daqui há dez dias.Ao final do turno, eu estava ajeitando minhas coisas para ir embora quando ouvi uma batida na porta, que se abriu. E lá estava ele: Gabe Clifford, em seu terno
Deparei-me com Rarith, que me encarou, estreitando os olhos, surpresa com o que via. Separei-me rapidamente de Jai e perguntei:- Oi, querida... Você... Está bem?- Só vim me despedir de você. – disse, vindo até mim e me dando um abraço.Peguei-a no colo e dei-lhe um beijo:- Até amanhã.- Até amanhã, Olívia.A soltei e Rarith encaminhou-se até a porta novamente. Antes de fechá-la olhou para Jai e depois para mim, desconfiada:- Você está curando o coração do diretor também, Olívia?Respirei fundo, sentindo um frio percorrer minha espinha. Claro que ela contaria a Gabe e ele entenderia tudo errado. E não, eu não estava disposta a compartilhar minha vida pessoal e meu maior segredo com ele... Que não merecia saber.- Sim, estou curando o coração do diret
- Senhor Litrow, eu ainda sou uma mulher casada. O divórcio ainda não está assinado. Gabe está resistente... E... Eu sequer consegui um advogado que queira me ajudar.- Você gosta dele?- Gosto! Mas... Sei que preciso seguir em frente. Aliás, “eu quero” seguir em frente. Ao mesmo tempo não posso negociar com o senhor o emprego em troca de sairmos juntos ou nos relacionarmos. Achei que foi tudo... Muito rápido entre nós, tipo mal nos conhecemos, me convidou para sair... E fica... O tempo todo me deixando confusa, como se quisesse me dizer algo que nunca diz. E já sei do que se trata.- Do que se trata?- Eu e você... Tipo... Sair e... Transar!Ele riu:- Deus que me livre!Estreitei os olhos, confusa:- Sou... Tão horrível assim? Então... Por que me convidou para sair?- Deixei claro que tínhamos que conversa
Naquela manhã, assim que cheguei na enfermaria, havia uma fila de crianças, trazidas por Rarith.Uma funcionária passou por ali e franziu a testa, rindo:- Por acaso isto é uma fila para enfermaria?- Sim. – Rarith respondeu, sorrindo.- Nunca vi a enfermaria tão movimentada. – Me olhou de forma divertida e saiu.Suspirei e fitei os rostinhos ansiosos e animados e perguntei diretamente para Rarith:- Não me diga que eles estão com os corações partidos!- Estou com dor no rim. – Um pirralho, não tendo mais que cinco anos, justificou.- E eu no umbigo. – Disse com propriedade o menor deles, com todos os dentes de leite na boca, parecendo recém completar sua arcada dentária.Respirei fundo e abri a porta da enfermaria, não os deixando entrar:- Levarei os curativos no recreio, combinado? Não posso
Sentei-me na cadeira à frente do diretor Jai e perguntei de forma direta:- O que queria falar comigo?- Você é insistente! – ele suspirou – Realmente não quero falar aqui, Olívia.- Não temos outro lugar para fazer isto.- O que acha que pode ser?- Não tenho ideia. No entanto o tempo que perde perguntando sobre o que acho que pode ser, poderia finalmente falar e sanar minha ansiedade.- Ok! – ele respirou fundo e me encarou – Vou trancar a porta, se não se importa.Eu não me importava? Claro que sim. Eu não conhecia aquele homem para me sentir segura trancada com ele numa sala.Enquanto Jai vinha novamente para sua mesa, peguei sem que ele percebesse uma caneta de ponta fina que estava sobre a superfície. Se aquele sujeito tentasse me atacar, eu cravaria nele, com certeza.Com tantas mulheres no mundo por que eu? Era mui
Pronto! Gabe sabia tudo sobre minha nova vida. E pelo visto não me deixaria em paz. E embora eu gostasse de ele estar começando a me dar atenção, não queria misturar minha vida pessoal com trabalho, pois tinha medo de me ferrar.Fui até o armário e peguei um curativo decorado com um personagem infantil e o colei na região do seu coração, sobre o terno, praticamente na área onde ficava o falso bolso. Ficou engraçado e não contive o riso, incerta se era por deboche ou porque realmente achei fofo aquele homem vestido num terno Kiton que custava mais do que eu receberia em um ano de trabalho com um curativo de “bichinho” decorando o look.Quando fui retirar a mão do peito dele, Gabe pegou-a, impedindo-me de me afastar, e fui obrigada a encará-lo, com aqueles olhos azuis que pareciam querer entrar na minha alma.- Ainda dói! – A voz dele f
Rita riu, com sarcasmo:- Eu era uma acompanhante de luxo? Acha mesmo que alguém vai me levar a sério? Rael é bonito, bem sucedido e amigo de Gabe Clifford! O que eu seria além de uma boa foda? E adivinhe? Me arrependi de não ter cobrado por dormir com ele!- Achei que vocês pudessem... Estar tendo um lance.- Só conseguirei me envolver com alguém que não saiba do meu passado. “Eu” tenho problemas com isto.- Acho que só não encontrou a pessoa certa, Rita. Quem a amar, aceitará o seu passado.- Sabe o quanto tempos problemas com “passado” nesta família! Não é fácil para nós. Além do mais, não estou procurando ninguém. Mal tenho tempo de reorganizar minha vida por aqui.Na manhã seguinte, assim que cheguei no trabalho, fui diretamente até a sala do direto
- Você gosta de mim? – a pergunta não veio carregada de surpresa, mas como algo que ele precisava ouvir de novo, como quem confirma um segredo já revelado. E eu já tinha dito. Mais de uma vez.- Eu gosto. Mas não acho que possamos ter um futuro juntos.- Por quê?- Você gostaria de ter algo comigo, Gabe?- Já temos, Olívia.- O que temos? – eu ri – Casou comigo no lugar do seu irmão, porque Jorel não apareceu no dia. Me maltratou de todas as formas possíveis, me deixando até sem comida. Tirou a minha insulina do mercado somente para me ferir, pondo em risco a minha vida. Então... O que temos, Gabe? Que tipo de “gostar” é este seu? Porque imagino o que você pode fazer com pessoas que não gosta, tipo meu pai. Ainda me pergunto, vez ou outra, porque não mandou matá-lo, sendo que tem dinheiro o s
- Esqueça, Gabe! – pedi – Traga o chá e está tudo bem. – Garanti.- Não, não está tudo bem. – Ele contestou.- O chá. – Finalizei e ela saiu, visivelmente lamentando o ocorrido – Estou acostumada – expliquei a Gabe – É bem difícil encontrar algo para diabéticos em qualquer lugar.- Pois bem, irei abrir um restaurante para diabéticos. E também uma cafeteria. – Disse como se fosse algo tão fácil como “vou ali usar o banheiro e já volto”.Suspirei, resignada e perguntei de forma direta:- O que quer comigo? Como me achou aqui?- Eu vim buscar Rarith. E achei tê-la visto. Então ela confirmou... Que está trabalhando na enfermaria. No entanto você não pode ver sangue. Como conseguiu este emprego?- Foi simples: enviei um curríc