Olívia fez as apresentações e os dois se cumprimentaram com um simples aceno de cabeça. O silêncio de no máximo um minuto que pairou no ar pareceu de dez.
- Eu... Creio que tenha me chamado para falar algo importante – Rowan foi direto – Devo voltar mais tarde? – olhou para Olívia e depois para Ernest.
- Não... Eu e meu pai já estamos de saída. – Olívia explicou, vindo até mim e pedindo que a chamasse assim que a conversa encerrasse.
Ela saiu com Ernest e enfim fiquei frente a frente com Rowan. E o objetivo inicial nem era aquela conversa franca entre nós dois, mas era o que aconteceria.
- Quero saber como está a situação entre você e Aneliese. Lembro que a última vez que nos falamos, mandei que pedisse o divórcio.
- Não lembro de termos nos falado – ele sorriu – lembro apenas
POV OLÍVIAFizemos nossas malas mais uma vez. Meu destino desta vez era a casa de Gabe. Rose, meu pai e Isabelle voltariam para nossa antiga casa e Rita havia decidido ficar morando com Jai por um tempo. Os dois acabaram se dando muito bem e dizer que não tive certo ciúme de meus dois irmãos seria uma puta mentira. Mas embora eu sempre me desse bem com minhas duas irmãs, Isabelle sempre foi quem eu tive mais intimidade, mesmo com nossa diferença de idade.Jai não estava em casa naquela tarde, aposto que propositalmente, e eu e Rita acompanhamos Isabelle, Rose e nosso pai até a nossa antiga residência.O motorista retirou as malas do carro e as pôs para dentro da casa, que estava vazia. Rose olhou para tudo e disse, pesarosa:- Já estou com ranço desta casa!- Eu... Preciso falar com você. – Papai disse, hesitante, enquanto Isabelle subia as escadas corrend
- E se eu não fizesse isto, o que seria de todos nós? Gabe Clifford não estava brincando, Rose. Aliás, ele nunca brincou. Estava realmente disposto a despejar nossa família caso o casamento não fosse aceito e você sabe muito bem disto!- Coração, não vamos brigar por causa disto! – papai tentou apaziguar – Devemos nos alegrar! Temos onde morar e não dependemos mais de Gabe Clifford.- E dependemos de quem agora, pai? – Rita quis saber.Rose pegou uma de suas malas e foi em direção à porta:- Vamos, Ernest. Não devemos satisfações. Só quero saber onde será nossa nova casa.Ver Isabelle chorando pelo vidro do carro, enquanto partia, destruiu meu coração. Eu estava na calçada, esperando por Gabe, junto com Rita. E claro que vi meu pai, Rose e minha irmã mais nova indo embora p
- Jamais a deixarei partir, chuchu... Agora, por favor, poderia se transformar num polvo?Eu ri, confusa:- Como assim?- Aquilo que você faz... De saltar no meu colo e ter dezenas de pernas e braços, fazendo com que eu me mova e não caia de jeito algum... E que eu não consiga me desvencilhar de você, mesmo que queira...Pulei no colo dele, perguntando:- Tem força?- Para você, sempre.- Qualquer coisa eu peço para o motorista levá-lo de volta para o hospital... Mas uma coisa é certa, senhor Clifford... Hoje você não escapa de mim!Gabe amparou-me pela bunda, seguindo a linha do elástico da calcinha com o dedo, excitando-me, fazendo minha boceta encharcar de imediato. Subiu os degraus da escada flutuante enquanto beijava meu pescoço, eu me controlando para não me retorcer ainda mais de prazer.Quando chegamos no quarto,
POV GABEOuvi uma batida na porta e Jorel entrou. Meu irmão era a única pessoa na face da terra que se atrevia a entrar na minha sala sem bater. E que pouco se preocupava em ser anunciado, como se a presença dele fosse importante o bastante para não precisar de nenhuma formalidade.- Recebi seu recado. – Ele sentou-se à minha frente, pegando uma caneta que estava sobre a mesa – Quanto você pagou por esta porra?- Menos do que você paga por uma prostituta. – Mal retirei os olhos do que eu estava fazendo no computador.- Não saio com prostitutas. Sou um homem disputado o bastante para felizmente não precisar pagar ninguém para me satisfazer sexualmente, como “uns e outros” por aí. – Deu uma risadinha debochada.Minimizei a tela importante na qual eu estava trabalhando e o olhei:- Não lembro de ter lhe dado o direito de sequer “pensar” no que faço ou deixo de fazer. – Deixei bem claro.- Quando levanta a sobrancelha deste jeito você parece um velho. – Seguiu me provocando.Respirei fund
- Se eu não casar com ela ficarei sem dinheiro?- Não só isto!- Não? – O olhar dele se estreitou, como se quisesse pagar para ver.- Vou ferrar com a sua vida.- Vou mandar fazer um exame de DNA. Duvido que tenhamos o mesmo sangue nas veias, Gabe. Olhe o que você está me dizendo!- Você poderia ser o bebê da mamãe, Jorel, mas não é o meu! Sabe que meu tempo é precioso para que eu o perca com você. Então não teria lhe chamado aqui para “brincar”.Meu irmão ficou um tempo em silêncio, pensativo. Mas eu o conhecia o bastante para saber o que o atormentava. Ele não era capaz de ficar comendo uma única boceta.- Entenda uma coisa, Jorel. Eu só quero que você case com Olívia Abertton. Em momento algum eu disse que deveria deixar de viver a sua vida como sempre viveu? Aliás, eu já falei sobre um bônus a mais na sua mesada, não é mesmo?- Quer dizer que... Se eu casar com a tal Olívia... Posso continuar fazendo tudo que sempre fiz? E... Ainda vou ganhar uma mesada maior? – Os olhos dele se a
POV OLÍVIADesci as escadas correndo atrás de Isa, que decidiu me torturar com cócegas quando encontrei um “Isa e Marcelo” no seu caderno, escrito com a sua letra. Ela gargalhava e fugia de forma ágil, como sempre. Eu tentava desviar dos tapetes e pulava por cima dos degraus. E assim chegamos na sala de jantar.Rose nos olhou com cara de insatisfação. Dei um beijo no meu pai e sentei-me à mesa, de frente para Isabelle.- Como foi seu dia, pai? – perguntei enquanto via a comida ser posta no meu prato: peixe com leguminosas.Olhei para o macarrão com camarão que seria o prato principal dos demais e cheguei a sentir água na boca.- Se comportar-se eu lhe dou um camarão depois. – Isabelle provocou, pegando um com a mão e me mostrando, rindo.Fiz careta para ela e lambi os beiços ao ver o camarão:- Isto é injusto, sua pestinha. Eu com este peixe sem tempero e você com um camarão gigante.- Injusto? – Rose riu, daquele jeito cruel – Deve dar-se por satisfeita de ter um prato diferente para
Engoli em seco, de certa forma entendendo Rose.- Tudo bem! – sorri, fingindo que não me abalei com as palavras dela – Fico em casa. Quem sabe acenda a lareira e mexa com os borralhos... E espere a fada madrinha – brinquei – E papai, por favor, não morra!- Corre o risco de mamãe trancar Olívia no sótão. – Isabelle gargalhou.- Não temos sótão. – Rose contestou, de forma séria.- Talvez me faça ter como única companhia os ratinhos – suspirei – Não se preocupe, Rose, sei que você não seria uma “má”drasta comigo. – Sorri, tentando não parecer irônica.Rose respirou fundo e gritou para a empregada:- Pode tirar meu prato! Perdi a fome. Sem contar que não posso comer mais nada nas próximas 24 horas. Tenho que ficar magra e esquelética para entrar num vestido da Prada que comprei há um tempo atrás e não usei. Ou acha que devo comprar um novo, querido?- Sem compras, Rose. Já vai ser difícil o jatinho. – Papai disse de uma forma tão séria que até me preocupei.- Tudo certo então... Uso o ve
POV GABEEnquanto eu entrava no restaurante, todos vinham na minha direção. Só faltavam lamber o chão que eu pisava. E só tinha uma coisa que eu odiava mais na vida do que Ernest Abertton: pessoas bajuladoras.Me dirigi diretamente ao segundo andar, onde havia reservado todo o espaço para o jantar em família; a de Ernest, claro. Porque eu não tinha e nem queria nada que me ligasse àquilo que alguns chamavam de família, que para mim não passava de pessoas que tinham o mesmo sangue e procuravam vínculos afetivos por serem fracas e incapazes de viver sem precisar de ninguém.Assim que cheguei à mesa, olhei para Ernest Abertton pela primeira vez materializado na minha frente. Respirei fundo e tentei manter minha sanidade, mesmo tendo vontade de espancá-lo até a morte. Não precisava fingir para mim mesmo que nunca tive a oportunidade de quebrá-lo ao meio e mandar separar as partes do corpo, enviando para diferentes partes do planeta. No entanto arquitetei por uma década aquela vingança, qu