Amina estava com um problema em mãos. Precisava voltar para sua vida, não pertencia aquele lugar. Porém, esse não era o único problema que a preocupava. Desde que sofrera um acidente ela tinha ficado encantada com o professor Carlo, um homem diferente e capaz de ensiná-la que para o amor não existem fronteiras. Carlo não esperava socorrer uma mulher naquela noite chuvosa, mas o destino tem seus próprios planos, independente dos nossos. E ele sentiu uma força maior ao ver aqueles olhos que captavam sua alma. Uma mulher como nunca conhecera antes. Uma história única, envolvente e apaixonante. Dois mundos que se encontram em busca de um destino. Amor!
Ler maisFoi uma semana bem corrida para todos. Minerva ficou na cabana cuidando do neto e saiu apenas uma vez, indo com Carlo e Amina até a cidade próxima, comprar provisões. Compraram muitas coisas, mais do que o necessário. Carlo queria deixar o pai abastecido e seguro, para não precisar sair. Tinha muito medo que se contaminasse e isso era o que mais o deixava triste com a partida. — Que exagero é esse, Carlo? Clóvis abriu o porta-mala do carro e se surpreendeu com tantas compras. Ele tinha comprado comida para no mínimo seis meses, sem falar de outras provisões, como velas, fósforo, álcool, produtos de higiene e outras coisas mais, tudo para evitar que Clóvis
******* Depois de uma conversa longa á sós, Carlo já entendia tudo o que havia acontecido com Amina. — E a caixa com as coisas que coloquei na nave, ajudaram seus governantes a deixar que voltasse? - alisou o braço dela e brincou com seus dedos. Estavam nos degraus da escada de trás — E seus pais também deciciram vir e conhecer a Terra? — Não - ela o olhou com carinho — O que eles vieram conhecer foi o homem que eu amo - ele deu um sorriso grande — E o pai do neto deles. — Ainda estou atônito com Carlo. Meu filho - balançou a cabeça — Isso é incrível, Amina. — Concordo - beliscou sua mão de
Parecia ironia. Quando ela chegou ali chovia muito e agora em sua partida o alvorecer começava com chuva também. Foi para a sala de comando e sentou na cadeira, prendendo bem os cintos, depois ajustou o capacete. — Módulo de partida pronto. A voz metálica de Hallo soou na cabine. Ela apertou o botão e a rampa foi recolhida. As portas se selaram, fez a checagem e a luz verde acendeu. Estava pronta para ir. — Hallo, dê início ao voo padrão. Trave a rota orbital e comece a contagem. Lá fora Clóvis teve que puxar o filho para que se afastasse das turbinas que logo foram acionadas. A chuva aume
Amina tinha percebido a urgência, o medo e também o amor no modo como ele a beijou e a levou para a cama. Estavam no quarto acertando como seria a partida dela, quando ele a agarrou, fazendo um som primitivo e de modo exigente capturou a boca dela e depois seu corpo. Ambos foram tomados de assalto por esse sentimento de amor e perda e isso os levou ás carícias urgentes, como se o mundo fosse acabar agora. As emoções dele refletiam nas dela e eles se uniram. Naquele momento não havia mais ninguém no mundo, só eles dois e queriam eternizar essa sensação na memória. O poder unido ao medo eram afrodisíacos fortes. Ela sabia que seria uma despedida e isso lhe causava medo.
Ele já esperava por isso e levou duas lanternas. Acendeu a dele e passou a outra para o pai. — Sei que é estranho, mas precisa manter a mente aberta - Clóvis viu a cara de susto e de dúvida de Gisele. — Vamos descer com cuidado - Carlo segurou a mão dela. Gisele não conseguia desviar os olhos daquela coisa, enfiada entre as árvores, algumas tombadas, outras queimadas. Havia terra espalhada e parecia uma coisa dos filmes que ela tinha visto, em um formato diferente. Não era redonda como um disco voador, parecia mais moderna. Se aproximaram e a rampa de trás se abriu e ela viu Amina aparecer. Ela ficou assombrada com o tamanho da nave e seus pés travaram.
— O que foi, pai? - se afastou dela. — Talvez Gisele tenha ouvido demais - apertou as mãos, preocupado. — Como assim? — Ela sabe que Amina não é exatamente o que diz ser - puxou o ar fundo e soltou devagar. — E por que? - Amina cruzou os braços. — Bem, ela descobriu sua moto lá fora - gesticulou — Claro que não sabe o que é mesmo, mas está querendo chamar a polícia. — Ela não pode - Amina arregalou os olhos — Não posso ser descoberta, isso vai causar um grande problema - abriu os braços, nervosa — Para mim e para vocês também. — Pai, eles não
Horas mais tarde, Clóvis estava boquiaberto com tudo o que havia visto. Até sua pressão se alterara ao ver a nave de Amina entre as árvores onde caíra. Ele entrou na nave, meio que atordoado e arrastado pelos dois, um de cada lado. Era algo que jamais imaginara ver na vida, apesar de gostar muito de ler e ver filmes de ficção que mostravam coisas assim. Só que aquilo era real. Amina lhe mostrou os arquivos de sua queda e ele saiu com Carlo para olhar a nave enquanto ela fazia novas avaliações e conversava com uma voz masculina que se chamava Hallo. Era como um sonho andar pelos corredores. Tinha até medo de tocar em algo. Quem sabe o que poderia acontecer?
Puxou o ar fundo, com um pensamento perigoso. E se ele e Amina tivessem uma história para contar de quando seus filhos eram pequenos? E se os dois estivessem juntos á noite, na varanda, olhando o céu, embalando seu bebê? Isso era um pensamento triste. Para formar uma família ele precisaria ter uma vida inteira com ela e tudo o que tinha eram dias, poucas horas. Depois ela iria embora e ele ficaria ali, sozinho, como antes. Mas a família dela deveria estar aflita sem saber o que acontecera com ela.Talvez estivessem até sofrendo pela ausência. — Bom, o papo de vocês vai longe - Gisele levantou — Vou para o quarto descansar um pouco.
_ Por que está tão nervoso? _ O que acha? - gesticulou _ Eles não podem saber sobre a nave. _ Verdade - mordeu o polegar _ Mas, tudo bem, é só inventar uma história. Eles vão embora depois, não é? _ Aí é que está. Meu pai resolveu ficar aqui um tempo. _ Essa não... Temos que ter cuidado até que eu possa ir. Ele travou um pouco. _ E, você já sabe... Quando vai? - seu coração parou uma batida. _ Posso ir depois de amanhã. “Tão cedo assim”?