Quando Amina despertou já estava escuro de novo. Mexeu a cabeça devagar.
A cama era muito gostosa e tinha um cobertor por cima dela. Seu ombro já não doía e tocando a boca percebeu que ainda estava inchada, mas não como antes.
Olhou pela janela. A chuva continuava, mas agora batia mais branda contra a janela e descia pelo vidro, deixando marcas.
A porta do quarto estava aberta e a luz do corredor entrava, formando uma imagem espelhada da proteção da escada que descia.
Voltou a fechar os olhos, reconfortada pelo calor da coberta.
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Tinha que manter seu controle e não sucumbir ao desespero de descobrir que estava longe demais de sua casa. Muito longe mesmo. Não deveria nem estar naquela galáxia. _ Amina? - a segurou _ Está tonta? _ Um pouco. Mentira. Estava muito tonta, mas com tudo o que estava acontecendo a ela agora. Sentiu o estômago embrulhar. _ Quer beber alguma coisa? - ele esboçou um sorriso _ Deve estar com fome. Dormiu o dia inteiro. _ Quero café - queria provar da bebida de novo. O cheiro e o sabor a agradaram. _ Não vou lhe dar mais café. Trarei um chá de camomila. É muito bom e relaxa.
_ A Terra pode vir a ser um mundo seco e deserto como Marte - disse pensativa _ Ele perdeu seu campo magnético e as correntes de vento solar, fazem com que perca sua atmosfera. Ele se mexeu no sofá, curioso e interessado no que ela dizia. _ As partículas carregadas que são liberadas do Sol... O vento solar... Interagem com a atmosfera do planeta e criam uma magnetofesra que... Sabe o que é isso, não é? _ Sei sim - sorriu de leve _ Magnetosfera é a região exterior de nossa atmosfera e que nos protege de tempestades magnéticas e partículas carregadas que podem interferir em satélites, bússolas, radares - mexeu o ombro. _ Isso mesmo - ajeitou o cabelo atrás da orelha _ E quase todos os planetas têm a sua. Pois em Ma
_ Sei, claro - deu de ombro _ Que me lembre é uma região no espaço que o campo dele é tão forte que nada consegue escapar, nem mesmo a luz. _ Pois então, cheguei a pensar que tudo se repetia. _ Sua cabeça está doendo? - estranhou. _ Não muito. Me sinto melhor do que antes - suspirou fundo _ Foi só um sonho que tive e quando abri os olhos me encontrei no escuro de novo. _ Bem, sinto muito - tocou seu joelho _ Isso costuma acontecer por aqui. _ Que atraso - se recostou na cabeceira. _ É uma cabana, em uma montanha. Não sei que milagre a região tem energia.
Quando Amina acordou já era manhã. Ela estava na cama, o que indicava que Carlo a trouxera após pegar no sono no sofá. Se sentia bem melhor, quase normal. Não de todo, porque levando em consideração os fatos, ela nem mesmo havia nascido, portanto nem deveria estar ali. Mas estava. Ela já desistira da ideia de que era tudo um sonho. Se fosse ela estaria em um hospital rodeada de pessoas. Mas estava sozinha na casa de um macho, em outro planeta, outra galáxia. Já tinha lido sobre acontecimentos parecidos quando estava na academia de treinamento. Sorriu. Lembrava da academia
Pegou um tubo escrito creme dental. O cheiro era bom, cítrico. Na noite passada ela vira uma família na televisão usando creme dental e eles pareciam felizes com o ato simples de limpar os dentes. Pegou a escova que ele lhe mostrara e apertou o tubo espalhando o creme por todas as cerdas. Levou á boca e esfregou nos dentes. Começou a tossir com o gosto forte na língua e cuspiu na pia. _ Que coisa ruim - lavou a boca. Pelo menos eles não tinham que se preocupar com isso em Durbhan. Era só fazer o boche...Char... Bochecho... Ficou em dúvida sobre a palavra certa. Era só encher a boca de líquido fluo
Ele abriu o armário debaixo da pia e pegou a caixa de medicamentos. _ Vou passar essa pomada. É muito boa para queimaduras. _ Obrigada - o encarou _ Você está sendo mesmo o meu herói. _ Eu? - riu balançando a cabeça _ Sou apenas um homem comum. _ Não tem nada de comum em você, Carlo - tocou seu rosto. _ Pronto. Mais tarde faço outra aplicação - ficou sem jeito, apesar de gostar do que ela disse. Isso estava ficando comum entre eles. _ Estou pensando em sair e procurar minha... Meu avião - corrigiu rápido.
Não tinha como comparar o sentimento com relação a outro pois nunca se ligara a ninguém, mas aquele beijo era quase como perder o juízo. Era difícil se concentrar em algo que não fosse a boca dele, seu cheiro. E sentir muito cada sensação. E ela como pilota, não podia perder seu foco e menos ainda o juízo, só que o gosto dele era mais interessante do que qualquer outra coisa á sua volta. Quando o beijou queria duas coisas. Saciar sua curiosidade e proporcionar uma distração prazerosa para ambos, assim também se conheceriam de outra forma, mas aquilo ultrapassara e muito suas intenções iniciais. Não tinha nada de simples e ela acabaria presa a ele se cont
Amina ficou sozinha na cabana, mas sua curiosidade não diminuiu. Ao contrário.Sozinha ela passou a andar por todos os cômodos, xeretando tudo com curiosidade quase infantil, mexendo nos livros, cheirando os temperos da cozinha, abrindo as gavetas do escritório dele.Estava enchendo os olhos e a mente com cada coisa que via e pegava. Era divertido e excitante. Se pudesse falar com seus amigos agora eles morreriam de inveja por ela estar ali.Pegou o controle e ligou a tevê como ele fez. Foi como uma aula a cada canal que trocava.Não gostou dos jornais, só mostravam coisas ruins. Aprendeu