Quando Amina acordou já era manhã.
Ela estava na cama, o que indicava que Carlo a trouxera após pegar no sono no sofá. Se sentia bem melhor, quase normal.
Não de todo, porque levando em consideração os fatos, ela nem mesmo havia nascido, portanto nem deveria estar ali. Mas estava.
Ela já desistira da ideia de que era tudo um sonho. Se fosse ela estaria em um hospital rodeada de pessoas. Mas estava sozinha na casa de um macho, em outro planeta, outra galáxia.
Já tinha lido sobre acontecimentos parecidos quando estava na academia de treinamento.
Sorriu.
Lembrava da academia
Pegou um tubo escrito creme dental. O cheiro era bom, cítrico. Na noite passada ela vira uma família na televisão usando creme dental e eles pareciam felizes com o ato simples de limpar os dentes. Pegou a escova que ele lhe mostrara e apertou o tubo espalhando o creme por todas as cerdas. Levou á boca e esfregou nos dentes. Começou a tossir com o gosto forte na língua e cuspiu na pia. _ Que coisa ruim - lavou a boca. Pelo menos eles não tinham que se preocupar com isso em Durbhan. Era só fazer o boche...Char... Bochecho... Ficou em dúvida sobre a palavra certa. Era só encher a boca de líquido fluo
Ele abriu o armário debaixo da pia e pegou a caixa de medicamentos. _ Vou passar essa pomada. É muito boa para queimaduras. _ Obrigada - o encarou _ Você está sendo mesmo o meu herói. _ Eu? - riu balançando a cabeça _ Sou apenas um homem comum. _ Não tem nada de comum em você, Carlo - tocou seu rosto. _ Pronto. Mais tarde faço outra aplicação - ficou sem jeito, apesar de gostar do que ela disse. Isso estava ficando comum entre eles. _ Estou pensando em sair e procurar minha... Meu avião - corrigiu rápido.
Não tinha como comparar o sentimento com relação a outro pois nunca se ligara a ninguém, mas aquele beijo era quase como perder o juízo. Era difícil se concentrar em algo que não fosse a boca dele, seu cheiro. E sentir muito cada sensação. E ela como pilota, não podia perder seu foco e menos ainda o juízo, só que o gosto dele era mais interessante do que qualquer outra coisa á sua volta. Quando o beijou queria duas coisas. Saciar sua curiosidade e proporcionar uma distração prazerosa para ambos, assim também se conheceriam de outra forma, mas aquilo ultrapassara e muito suas intenções iniciais. Não tinha nada de simples e ela acabaria presa a ele se cont
Amina ficou sozinha na cabana, mas sua curiosidade não diminuiu. Ao contrário.Sozinha ela passou a andar por todos os cômodos, xeretando tudo com curiosidade quase infantil, mexendo nos livros, cheirando os temperos da cozinha, abrindo as gavetas do escritório dele.Estava enchendo os olhos e a mente com cada coisa que via e pegava. Era divertido e excitante. Se pudesse falar com seus amigos agora eles morreriam de inveja por ela estar ali.Pegou o controle e ligou a tevê como ele fez. Foi como uma aula a cada canal que trocava.Não gostou dos jornais, só mostravam coisas ruins. Aprendeu
Ainda estava nova para se ligar a um macho e menos ainda sendo ele de outro lugar que não fosse sua casa. Se pelo menos ele estivese em seu solo poderia avaliar a questão com outros olhos. Um leve pânico começou a se apoderar de seus pensamentos e ela fechou os punhos. Não podia se deixar levar por isso. Estava em uma situação difícil, mas não impossível de resolver. Tinha capacidade e inteligência suficiente para sair dessa. Respirou fundo e mexeu os ombros para soltar os músculos. Calma. Era só do que ela precisava por enquanto. Andou até a janela e olhou para fora. A paisagem que se mostrava era bem bonita e diferente da que estava acostumada. Teria que
Depois de minutos as informações apareceram na tela. _ Consigo um sinal fraco, não muito longe. As coordenadas apareceram e o cálculo da distância. _ O pedido de ajuda que enviei foi recebido? - perguntou ansiosa. _ Afirmativo. Menos mal que sabiam o que havia lhe acontecido. Ouviu Carlo chamando lá embaixo. _ Faça as análises para sairmos daqui. Desligou o computador deixando que Hallo trabalhasse através de seu próprio dispositivo e foi até Carlo.
Carlo não entendia bem esse modo dela falar. Talvez fosse coisa do trabalho. _ Tem certeza de que não é melhor chamar a polícia? Ela o encarou de novo. Começava a ficar difícil esconder a verdade. Precisava achar sua nave e avaliar a possibilidade de um retorno imediato, mas não podia ir com ele. Teria que achar um momento para sair. _ Sei que é difícil acreditar em uma estranha - se aproximou e segurou sua mão _ E ainda mais uma que caiu do céu - ele riu _ Mas envolver as autoridades no meu caso, só vai me criar um problema muito grande. Um instante depois ele suspirou fundo. Com uma caneca grande cheia de chocolate com marshmellows, Amina prestou atenção á narrativa dele sobre O Conde de Monte Cristo e sua vida conturbada, cheia de mentiras, traições, dor e vingança.Ficou empolgada com os fatos descritos. Carlo era um excelente narrador, atiçando sua curiosidade ainda mais._ Nossa, me parece um romance e tanto - ela murmurou._ Devo ter me empolgado. Este é um dos meus livros favoritos.Carlo estava sentado ao lado dela no sofá. Amina com as pernas cruzadas, segurando a caneca o ouvia com atenção.Último capítuloCapítulo 6.1